terça-feira, 28 de julho de 2015

SPARTACUS - IMPERIUM LEGIS


                  Eis que uma das mais importantes bandas da história do Heavy Metal gaúcho e brasileiro lança seu segundo trabalho. E desde já, pode-se afirmar: nasceu CLÁSSICO! A SPARTACUS faz com que tudo soe perfeito neste cd. Gravado e mixado por Sebastian Carsin, nos Estúdios Hurricane em Porto Alegre entre Maio de 2010 e Agosto de 2011, IMPERIUM LEGIS, o sucessor do álbum de estréia, LIBERTAE (2004), traz composições feitas pela banda ao longo de seus 30 anos de carreira. compostas nos anos 80/90 e também mais recentemente, as músicas que compõem o cd, trazem o peso característico do Heavy Metal. Cantado em português, sem a preocupação se isso irá  soar datado ou não ( e podem crer, não soa), a honestidade e garra que emanam de cada faixa nos faz ter a certeza que a música, quando é feita com alma, não tem limites.

                  O grupo formado por Marco Canto (vocal), Marco Di Martino (baixo), Victor Petroscki (guitarra, backing vocal e teclados) e Guilherme Oliveira (bateria) esbanja classe nos arranjos,  timbragem "pesada" nos instrumentos e muitos riffs! Riffs! A alma de um disco de heavy metal está aí. E sendo assim, esse trabalho agradará aos amantes do estilo.

                  O início com a poderosa Encontro de Almas Perdidas já nos brinda com uma bela pegada de bateria e os vocais perfeitos de Marco Canto que se encarregam de passar a emoção que a música demanda. Dona de um belo solo e com muito peso comandado pela excelente cozinha da banda, a música mostra que a experiência faz a diferença. Na Rota de Colisão inicia pesada e com uma pegada bem típica dos 80's, mas sem soar em nenhum momento datada. Muito pelo contrário. O grupo faz uso da modernidade pra ressaltar sua qualidade e não pra "tapar" alguma falha. Não Morra o Sentimento, traz mais um belo riff e outra grande interpretação vocal. A guitarra comanda Império da Lei, um dos grandes destaques do álbum. Pesada e agressiva, e detentora de um solo matador, a faixa deve ficar ainda melhor ao vivo. Mais cadenciada e com destaque pra o baixo e bateria, pesados como uma cozinha de metal deve ser, Nas Trevas da Insanidade é a típica faixa pra bangear enquanto nossa boa e velha air guitar ecoa pelos PA's...

                 Noites sem Lua traz um pouco da influência Hard da banda ( hard n' heavy). Na seqüência, Nas Leis do Infinito, também mais cadenciada, não deixa o pique cair. Mais um belo solo de Victor Petroscki. Velho Rei, resgata uma pegada á moda antiga, sem esquecer do peso e com destaque pro batera Guilherme. Dono de uma pegada que casa perfeitamente com a técnica do baixista Marco Di Martino, aqui novamente se destaca. Com um inicio "suave", Sob a Sentença, Um Carrasco, prova que alguma coisa anda errada no cenário nacional. Como uma banda dessas não tem maior destaque? A rocker Fruto da Criação antecede o final com a sensacional Prisioneiro do Alvorecer. Uma faixa que sintetiza toda classe e qualidade da banda, onde todos os elementos que permeiam sua carreira se fazem presentes. 


                 Não há muito mais o que se dizer ou escrever. Um trabalho que deve constar em qualquer lista de melhores do ano em sites e revistas especializadas. Quem se diz headbanger precisa ter esse cd. Em uma palavra: OBRIGATÓRIO!

SPARTACUS

Sergiomar Menezes

terça-feira, 21 de julho de 2015

BLOODWORK - JUST LET ME ROT


                    Death metal brutal e direto. Não há outra maneira para definirmos o som do grupo gaúcho Bloodwork, em seu cd de estréia, JUST LET ME ROT. Em apenas 8 músicas e cerca de 30 minutos, o grupo passa seu recado de forma violenta, sem descanso para os ouvidos desavisados. Apostando em uma temática sexual gore, o trabalho foi gravado entre 2013 e 2014 e foi mixado e masterizado por Sebastian Carsin no Hurricane Estúdio. A arte da capa ficou sob a responsabilidade de Marcos Miller e o interessante é notar que a mesma é uma fusão entre todas as faixas que compõem o trabalho.


                   Formado por Fabiano (vocal), Deleon (guitarra), Rafael (guitarra), Henrique (baixo) e Felipe (bateria), o grupo caprichou nas composições e letras, pois não dá pra imaginar outro tipo de "lirismo" quando as músicas começam a tocar. Iniciando com a porrada Defecating Broken Glass, onde as guitarras nos entregam um death metal brutal, rápido e pesado, a banda mostra uma raiva que, quando você percebe, a faixa já acabou. Aliás, como dito anteriormente, todas as faixas são curtas. Cunt Suffocation mantém a brutalidade no nível máximo. E pode-se perceber, que apesar do estilo, houve uma preocupação com a produção, pois os instrumentos soam brutais mas com qualidade acima da média. Asphyxiant Cum Load, mais cadenciada mas nem por isso menos pesada, mostra a variedade do grupo, que dosa as músicas de maneira que não soam repetitivas. Sem dúvida um dos destaques do trabalho. Guitarras cortantes que casam com a cozinha pesada. Suck My Cunt Finger, continua com o peso e também é uma faixa mais cadenciada.


                  Human Slaughterhouse traz a velocidade á tona novamente e tem blast beats na medida certa. As guitarras de Fabiano e Rafael carregam nos riffs mortais enquanto a cozinha formada por Henrique e Felipe, capricha na velocidade. O vocal de Fabiano também se destaca, pois consegue passar toda a fúria das letras de forma violenta. Rotten 69 mantém a velocidade em alta. Necro Sex Club segue a linha, sendo por vezes rápida e brutal, com passagens que beiram a insanidade. Toothed Vagina, encerra o trabalho e é um dos destaques, pois sintetiza a música do grupo. veloz, insana e brutal. 

                  Um cd curto. Mas que passa seu recado de forma simples e direta. Bem gravado, bem produzido, bem composto. Sem invencionices. Rápido, pesado e brutal Como toda banda de death metal deve ser. Recomendado pra quem aprecia o lado mortal do heavy metal!

BLOODWORK

Sergiomar Menezes


segunda-feira, 20 de julho de 2015

LOSNA - ANOTHER OPHIDIAN EXTRAVAGANZA



               Uma porrada atrás da outra! Sem descanso! Assim podemos definir o excelente Another Ophidian Extravaganza, do trio gaúcho Losna! O terceiro trabalho do grupo, mostra a evolução do thrash metal pesado e vigoroso praticado por Fernanda Gomes (baixo e vocal), Débora Gomes (guitarra e backing vocal) e Marcelo "Índio" Pedroso (bateria). Formada em 2004, a banda sempre lançou bons trabalhos. E dessa vez, o cd traz uma mescla perfeita das influências da banda, num mix entre o thrash old school, uma pequena pitada de death e hardcore. 

               Amaro Sapore, faixa que abre o petardo, já chega como um pé na boca do estômago! Thrasheira das boas, onde o headbanging é garantido! Além dos belos riffs, a bateria de Marcelo tem destaque. Feronia, na seqüência, pesada e de início arrastado, mantém o pique inicial. Débora capricha nos riffs bem timbrados. Aliás, isso é algo a se destacar no play. A banda soa bem homogênea, mas a guitarrista mantém a pegada durante todo o trabalho de forma perfeita. Back to the Grotto e Immiscible Pleasures são duas pedradas que não dão descanso ao pescoço.

               Project 971, tem um início com riffs bem old school e se mantém nessa batida. Serpent Egg tem, talvez, o melhor trabalho vocal de Fernanda, pois mostra-se bem variado sem perder a característica da agressividade, além de mostrar que o thrash metal do grupo tem versatilidade. Mesmerized by Rotten Meat também mostra a capacidade não apenas técnica do grupo, mas na composição. No Time For Romance, a faixa mais cadenciada, e não por isso menos agressiva, vem provar que além do vocal perfeito pro som do grupo, Fernanda também manda ver no baixo! Animal Instinct com seu início na guitarra, já emenda mais uma porrada thrash. Strut! antecede a última faixa, Pneumonia. Talvez a mais diferente do trabalho, traz um clima pesado e uma variação do vocal que encerram de forma grandiosa o álbum.

                Thrash Metal pra quem gosta de Thrash Metal. Simples. Uma bela produção (suja na medida certa), um trabalho gráfico de respeito, e o mais importante, MÚSICA da mais alta qualidade. Sem dúvida alguma, um dos melhores cds lançados no metal nacional em 2015!

LOSNA

Sergiomar Menezes

                 
               

SKY IN FLAMES - IN CAILLEACH WINTER VEIL


                       Eis que o primeiro trabalho do grupo SKY IN FLAMES é lançado. In Cailleach Winter Veil é um EP que contém 4 faixar regulares e mais 3 bônus. Formado por Wagner Santos (vocal e guitarra - também REVOGAR), Fabiano Oliveira (guitarra), Jeverson Eberle (baixo) e Jeferson Pereira (bateria), o grupo, surgido em 2002, já havia lançado as demos Blinded by Hate (2005), Carnal Putrefaction (2007) e No God, No Christ, No Inquisition (2013) e agora, de forma independente lança seu primeiro registro oficial.

                       Praticando um death metal, com uma pegada black, o trabalho já começa em ritmo alucinante com a pedrada Into the Light. Com um riff bem característico, percebe-se uma boa produção, o que deixa os instrumentos nítidos. Ponto positivo para a banda, pois por vezes, alguns trabalhos acabam se perdendo em produções toscas (muitas vezes intencionais). O vocal de Wagner aqui, soa um pouco diferente do trabalho de sua outra banda (Revogar). Na seqüência, Nights of Sacrifice, mantém a qualidade. Mais cadenciada no início, mas que traz consigo um grande trabalho de guitarras, muito bem encaixadas pela dupla Wagner e Fabiano. Bons riffs e cozinha destilando peso e um solo bem melódico que enquadra de maneira correta. Shadows, a terceira faixa, também vem carregada de peso. Novamente podemos destacar o trabalho da dupla Jeverson e Jeferson, que mostram um grande entrosamento, além do belo solo, curto, mas eficiente. Subliminal Neurologic Destruction, encerra o trabalho da forma que começou. Carregada de violência, mas sem esquecer da melodia.

                      Como dito anteriormente, o trabalho possui três faixas bônus, as já citadas demos lançadas pelo grupo. Com uma produção bem abaixo das faixas do EP, percebe-se a evolução do grupo. Mais um bom trabalho underground. Mais uma grande banda gaúcha lançando um bom trabalho. O futuro se desenha promissor. Se você procura por um death metal de qualidade, o Sky In Flames é uma boa opção!

           


Sergiomar Menezes