sábado, 9 de julho de 2016

DISCHARGE - END OF DAYS



               E a lenda do Punk/Hardcore está de volta! Após oito anos, os ingleses do DISCHARGE voltam á carga com END OF DAYS, petardo que sai por aqui via Shinigami Records. E tudo aquilo que esperamos da banda está lá. velocidade alucinante, guitarras pesadas (que influenciaram muita banda de metal mundo á fora) e um vocal furioso e ríspido como reza a cartilha do Hardcore. Se no início da carreira o grupo fez fama por criar um estilo, o D-Beat, com o passar do tempo, foi de certa forma, moldando sua sonoridade, Influências de heavy metal, thrash (que com toda certeza foi influenciado pelo estilo da banda e que hoje acaba por trazer seus traços ao grupo), crossover acabaram por se juntar ao estilo único do grupo, criando uma identidade única que, aos primeiros acordes, fica fácil perceber que é  abanda tocando.

               Atualmente formada por Jeff "J.J." Janiak (vocal, ex-Broken Bones), Anthony "Bones" Roberts (guitarra), Terence "Tezz" Roberts (guitarra, mas que já foi vocalista e baterista da banda em seus primórdios), Royston "Rainy" Wainwright (baixo) e David "Proper" Caution (bateria), a banda apresenta neste trabalho 15 faixas com a marca do seu hardcore característico. O álbum foi produzido por Dan Rowley e contando a mixagem realizada no The Abyss sob o comando do renomado Peter Tägtgren (Hypocrisy, Pain) e mixado por Jonas Kjellgren. Esse time deixou o trabalho perfeito, pois a sonoridade está crua, suja, pesada e agressiva. E para quem, como eu, cresceu ouvindo punk rock (tenho até hoje guardadas as fitas K7 contendo o clássico Hear Nothing See Nothing Say Nothing -1982 e a coletânea Protest and Survive -1992) é muito legal ouvir o grupo destruindo tudo neste novo trabalho.

               Os riffs nervosos de cara logo na primeira faixa já mostram o que teremos pela frente. New World Order é veloz, ríspida e brutal, sem nenhum tipo de enrolação. J.J. se mostra um vocalista adequado pra banda pois sua voz é bastante agressiva, sem deixar margem para críticas. Raped and Pillaged é totalmente hardcore, onde percebemos que as guitarras, apesar do estilo, estão muito bem entrosadas. A faixa título, End of Days, começa com uma pequena narrativa e logo em seguida, a velocidade toma de assalto nossos ouvidos enquanto nos deixamos contagiar pela energia contida nela. The Broken Law tem uma veia mais punk rock, como nos velhos tempos. E um dos diferenciais do Discharge são as guitarras que mais uma vez merecem destaque. Já em False Flag Entertainment a velha escola do hardcore "tosco" se faz presente. E de forma sensacional! é daquelas faixas pra arredar os móveis da sala e sair chutando tudo! Meet Your Maker mantém essa linha, sempre com o pé no acelerador. Hatebomb segue o massacre sonoro, sem nenhuma pausa para respirar.

              It Can't Happen Here tem um início que nos leva a crer que ouviremos uma das faixas mais cadenciadas e carregadas de peso, mas não é isso que acontece. Apesar do peso, a velocidade impera de forma violenta pelo restante da faixa. Já Infected tem mais essa característica, com uma levada de baixo e bateria que deixa  a faixa marcada, com solos de guitarra muito bem encaixados. Killing Yourself to Live traz novamente a pegada do punk rock old school sem abrir mão do peso das guitarras. Looking at Pictures of Genocide mantém essa pegada e aposta em muita "sujeira" nas bases. Hung Drawn and Quartered é agressiva e brutal, lembrando por vezes aquele hardcore NY, fazendo da faixa um dos destaques do trabalho. Population Control também tem essa linha de execução, enquanto The Terror Alert volta suas atenções ao que o cenário thrash metal aprendeu com esses ingleses. Accessories By Molotov (pt. 2) encerra a aula de violência e brutalidade do quinteto de forma grandiosa.

              END OF DAYS vem para comprovar, não apenas a importância histórica do DISCHARGE para o cenário punk/hardcore ( e pro heavy metal também, porquê não?), como também para mostrar que o grupo segue sendo relevante e muito influente para o momento atual do estilo, Esse álbum mostra também que o grupo tem ainda muito a oferecer. Que venham mais petardos nessa linha!



             
       Sergiomar Menezes

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