domingo, 10 de julho de 2016

GREY WOLF - GLORIOUS DEATH

 



             Sabe aquele heavy metal tradicional, com uma pegada bem típica dos anos 80? Se é isso que você procura, vai encontrar de forma bastante consistente no trabalho do grupo mineiro GREY WOLF. Fortemente influenciada por aquela cena mágica da década de ouro do heavy metal tradicional, o grupo traz em sua sonoridade muito do que bandas da NWOBHM praticavam, mas sem esquecer da cena alemã (mais acentuada em alguns momentos) o que por si só, já nos garante bons momentos no que tange ao estilo escolhido pela banda. GLORIOUS DEATH é o terceiro trabalho do grupo que iniciou as atividades em 2012. E que, mesmo com pouco tempo de estrada, mostra grande qualidade e competência em suas composições.

              O grupo é formado por Fabio "Grey Wolf" Paulinelli (vocal e baixo), Chris Maia (guitarra) e Weslley Victor (bateria) e resgata aquela aura que bandas como Iron Maiden, Grave Digger, Running Wild, Judas Priest e Omen perpetuaram em seus anos de glória. Com uma temática épica, voltada á guerreiros como Conan, o Bárbaro e a guerreira Sonja (quem não se lembra das memoráveis HQs?), o trabalho foi masterizado e mixado por Arthur Migotto, que fez um belo trabalho, deixando a sonoridade da banda perfeita. Se por um lado pode soar um tanto quanto datada, por outro nos revela a vontade e anseio do grupo em manter viva a chama do true heavy metal. A capa, que retrata um batalha sangrenta é obra de Nicolas Bournay. Cabe ressaltar a participação nos teclados de Yuri Fulone. Outro ponto importante é que a bateria foi gravada por Fabio Paulinelli, pois Wessley Victor juntou-se ao grupo após as gravações do álbum.

               A introdução Wrath of the Gods nos prepara para The Eyes of Medusa, uma faixa perfeita para a bertura do álbum. cadenciada, com guitarras cortantes e baixo e bateria bem marcados, a música mostra que o grupo respira o bom e velho heavy metal tradicional. A faixa título, Glorious Death, nos remete em um primeiro momento aos hinos grandiosos que o Running Wild compunha com maestria em anos anteriores, mas ganha intensidade e personalidade própria, principalmente quando os vocais de Fabio entram em ação. Na seqüência, uma das melhores faixas do cd. Metal Avenger tem bons riffs, além de um trabalho eficiente de baixo e bateria. Os solos também se destacam, pois aliam o lado mais cru do grupo com a melodia necessária ao andamento da composição. Um power metal vigoroso é o que temos em The Axe Will Rule the Kingdom (King Kull pt. 2). Aqui, mais um bom trabalho de guitarra, onde fica evidente o bom gosto na forma de composição da banda.

               The Barbarian é aquela faixa pra empunhar nossa "air guitar" ou então erguer o punho e cantar junto com a banda. Faixa perfeita pra pôs o torcicolo em dia. Em Conan, The Liberator temos uma pegada mais NWOBHM, onde a guitarra nos remete ao que Adrian Smith e Dave Murray sempre fizeram com perfeição na Donzela de Ferro. Uma das faixas de destaque, sem dúvidas. Warrior mantém essa linha, mas possui mais peso e intensidade que a faixa anterior. Red Sonja, homenagem á guerreira ruiva que mexia (e ainda mexe com a cabeça de muito "guerreiro" por aí...), também se  destaca, devido a garra que os músicos imprimem á música. E aqui fica uma constatação: fazer heavy metal tradicional, sem nenhum tipo de invencionice ou modernidade é só pra quem tem conhecimento de causa. E o GREY WOLF tem. O álbum se encerra com Cimmeria, que mostra a versatilidade do grupo, principalmente no arranjo da faixa.

              Os mineiros do GREY WOLF mostram que quando o assunto é o bom, velho e tradicional Heavy Metal, o Brasil também é celeiro de grandes nomes. Com pouco tempo de atividade, o grupo apresenta um trabalho forte e  consistente, dando mostra de que pode evoluir ainda mais, praticando esse estilo que é tão apreciado, não só pelos saudosistas, mas por todos fãs de heavy metal!



      Sergiomar Menezes

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