terça-feira, 5 de julho de 2016

THE RESISTANCE - COUP DE GRÂCE



                O bom e velho death metal tradicional. Dessa forma, podemos definir o som do quinteto sueco THE RESISTANCE. Formado por nomes bastante conhecidos na cena, o grupo investe numa sonoridade mais old school, passando longe, de certa forma, do que seus integrantes já fizeram em seus grupos anteriores. Se por um lado bandas como In Flames, The Haunted etc... mesmo com doses de peso e agressividade primavam por passagens mais melódicas (e aí podemos lembrar do "Gothemburg Sound"), aqui, aquela atmosfera mais ríspida e crua do death metal se faz presente de forma forte e intensa. COUP DE GRÂCE chega ao Brasil via Shinigami Records, em mais uma grande lançamento.

               Marc Aro (vocal - The Haunted), Jesper Strömblad (guitarra - ex-InFlames, ex-Hammerfall), Glenn Ljungtröm (guitarra - ex-In Flames), Rob Hakemo (baixo - ex-Gardenian) e Chris Barkensjö (bateria - ex-Grave). Uma verdadeira seleção de músicos do metal da morte. Não tinha como dar errado. E não deu! O álbum é um petardo e vai cair nas "graças" dos deathbangers. Guardando uma semelhança com o que o Entombed fazia tempos atrás, o grupo traz em 13 faixas (contando com uma intro) toda fúria e destruição do death metal sueco. Produzido por Jocke "The Wizard" Skog e pela própria banda, o cd apresenta uma sonoridade bastante crua e suja, mas bem produzido ( afinal, essas características não significam trabalhos mal produzidos, não é mesmo?).

               Após a introdução Death March, a porradaria come solta em I Welcome Death. Com uma pegada agressiva  e brutal, a banda chega chutando tudo, com guitarras pesadas e vocais típicos do estilo. Smallest Creep, na seqüência, segue o massacre. Sem inovações, linhas melódicas ou teclados, o death metal reina soberano por aqui. Violator traz alguns toques de thrash metal em sua execução. E cabe ressaltar a boa performance do baterista Chris Barkensö. Com uma pegada violenta, suas viradas se destacam. Em Felony, toda a brutalidade daquele death metal que escutávamos em bandas como Entombed, Dismember, entre outras, nos salta aos ouvidos. Uma mistura entre o que se fazia antigamente mas com uma pegada e sonoridade mais atual. A cadenciada Deathblow traz guitarras pesadas. Carregando no peso, a cozinha manda ver um bases sólidas. O vocal de Marc Aro também merece menção, pois em faixas assim, o vocalista acaba sendo mais exigido. Em Resolution temos excelentes riffs. E como é bom ouvir a guitarra de Jesper Strömblad! O guitarrista tem uma técnica e  pegada que servem de inspiração á muitos guitarristas do death metal de hoje em dia.

                World Order, mais uma vez, mostra o bom trabalho de guitarras do grupo. Sem muita firula, o som direto e seco acaba por dominar o ambiente. Em Enslavement, os riffs ditam o ritmo de forma insana. Se, como dito anteriormente, o som não traz inovação, por sua vez, traz aquela pegada que muitos fãs do estilo gostam e preferem. The Art of Murder, em seu início, lembra um pouco algo do que se faz no Gothemburg Sound. Mas de forma sutil, nada que venha a modificar o que o grupo apresenta no decorrer do álbum. For The Venom traz uma levada mais cadenciada em seu começo, mas em seguida, se transforma em um petardo na velocidade da luz. The Drowning tem seu destaque na bateria, onde as levadas tem muita influência de metal tradicional (!?). O encerramento vem com As It All Came Down, uma porrada que não nos deixa respirar.

                Infelizmente, pouco após o lançamento do disco, o grupo resolveu encerrar as atividades. Uma lástima, pois essa sonoridade fortemente influenciada pelo death metal old school é muito apreciada por uma enorme quantidade de bangers ao redor do planeta. O THE RESISTANCE faz esse resgate em COUP DE GRÂCE e mantém acesa a cham do metal da morte.



 
     Sergiomar Menezes

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