domingo, 5 de novembro de 2017

THE UNITY - THE UNITY (2017)




                     Quando integrantes de bandas que ainda estão em atividade resolvem criar ou participar de projetos paralelos, logo pensamos: "Ah... a sonoridade vai ser bem diferente. Afinal, porque outra banda ou projeto se é pra fazer o mesmo que se faz na banda principal?". Mas nem sempre a coisa é tão simples assim. No caso do THE UNITY, que lança seu auto intitulado álbum de estréia, que chega por aqui pela parceria entre a Shinigami Records e a SPV/Steamhammer, temos a presença de músicos que integram um dos grandes nomes do power metal mundial: o Gamma Ray. Mas além disso, temos também a participação de ex-membros da banda Love.Might.Kill, sendo que o baterista dessa, hoje é dono das baquetas do já citado Gamma Ray. Se lendo pode soar um pouco confuso, ao ouvirmos o disco, percebemos que a música do THE UNITY agrega s sonoridades de ambas as bandas, criando um Power Metal com forte ligação com o Hard/Melodic Rock.

                      Gianbattista Manenti (vocal), Henjo Richter (guitarra, Gamma Ray), Stef E. (guitarra), Jogi Sweers (baixo), Sascha Onnen (teclados) e Michael Ehré (bateria, Gamma Ray) integra a banda. Exceção feita a Henjo Richter, os demais integrantes tocavam no Love.Might.Kill. juntamente com Michael Ehré. E ainda, o guitarrista Christian Stöver (que também tocava no LMK), gravou algumas guitarras adicionais. Ou seja, entrosamento total entre os músicos, que se encarregaram também da produção do álbum, que soa limpa, com tudo no lugar, como aliás, o estilo praticado pelo grupo necessita. Já a mixagem e masterização ficaram por conta de Miquel A. Riutort, enquanto que a capa, que ficou bem legal, foi obra de Alexander Mertsch. Em 12 faixas, o sexteto nos apresenta composições cheias de melodia, navegando entre o power e o melodic metal, incorporando influências do hard europeu. 

                        Algumas faixas acabam se destacando dentro do álbum, que é bastante homogêneo, mantendo um nível elevado de qualidade. Dentre ela podemos citar  abertura com Rise and Fall, mais próxima do power metal, principalmente no tange às guitarras, que trazem riffs bem construídos. Já o vocal de Gianbattista soa diferenciado, pois o músico passeia com desenvoltura tanto pelo metal quanto hard sem soar forçado. No More Lies é outra boa faixa, pesada e detentora de um refrão que é puro hard/heavy anos 80. O peso também se destaca em God of Redemption. Cadenciada e com linhas mais próximas do metal tradicional. Firesign também se destaca, mostrando a versatilidade do vocalista, que vai do mais rasgado ao melódico com facilidade. Close to Crazy é uma faixa que lembra um pouco o Gamma Ray, pois as melodias parecem ter saído da mente genial do mestre Kai Hansen. Ainda podemos destacar Edens Fall (hard/heavy old school) e Killer Instinct, que possui riffs bacanas e uma levada mais cadenciada.

                        A estréia do THE UNITY aponta um grupo (ou projeto paralelo) disposto a encarar novos desafios. Basta saber se quando o Gamma Ray retornar, da pausa "forçada", a banda se manterá ou se transformará apenas em um passatempo dos músicos aqui envolvidos. E se este for o ocorrido, será um grande desperdício, uma vez que o que o grupo apresenta aqui é uma música bem interessante e de qualidade.




                      Sergiomar Menezes

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