sexta-feira, 31 de outubro de 2025

GUNS N' ROSES: HEADLINER DO MONSTERS OF ROCK 2026!




Nona edição do potente festival será em abril

Os Gunners podem comemorar no grau máximo! Após quebrarem o recorde de público do Allianz Parque, reunindo cerca de 50 mil pessoas na apresentação de 25 de outubro, o Guns N' Roses foi escolhido pela Mercury Concerts como headliner da edição 2026 do Monsters of Rock. A nona edição do festival de rock mais desejado do Brasil está confirmada para 4 de abril em São Paulo. Em breve, serão divulgadas mais atrações e informações sobre local e ingressos.

Pela primeira vez, o Guns N’ Roses vai subir ao palco do Monsters of Rock para um show inesquecível, que entrará para a história dos mais de 30 anos do festival. Com Axl Rose, Slash e Duff McKagan em plena forma, o grupo retornará ao Brasil com um repertório repleto de hinos atemporais — como Sweet Child O’ Mine, Welcome to the Jungle, Paradise City e November Rain — em uma performance explosiva. O espetáculo promete repetir — e superar — a energia que vem conquistando o público brasileiro em sua atual turnê pelo país.

Com produção da Mercury Concerts, o Monsters of Rock reafirma sua tradição de apresentar um lineup de peso, reunindo alguns dos maiores nomes do rock mundial.



SOBRE A MERCURY CONCERTS

A Mercury Concerts é responsável pelo agenciamento de turnês internacionais, idealização e produção de shows e festivais de grande sucesso em todo o Brasil. Entre suas realizações nesses 30 anos de história estão festivais como Monsters of Rock, Ruffles Reggae, Close-up Planet, Skol Rock, São Paulo Trip e Rockfest. Além disso, a Mercury realizou no país shows e turnês de artistas de renome como AC/DC, Bon Jovi, Yes, Black Sabbath, David Gilmour, Sting, KISS, Guns N' Roses e Aerosmith.


Site oficial: https://mercuryconcerts.com/

Redes Sociais: @mercuryconcerts

Informações à imprensa:

Catto Comunicação

Denise Catto – cattojoia@uol.com.br
Simone Catto – simone.catto@gmail.com







quinta-feira, 30 de outubro de 2025

STONED JESUS - SONGS TO SUN (2025)

 


STONED JESUS
SONGS TO SUN
Seasons of Mist - Importado

O Stoned Jesus é um trio ucraniano formado em 2009 na cidade de Kyiv (Kiev), pelo guitarrista, vocalista e letrista Igor Sydorenko. O grupo pratica o Stoner Rock/Stoner Metal, porém com sonoridade em constante evolução agregando elementos de outros estilos e enriquecendo o seu som, como é possível verificar ao longo da sua discografia.

Songs To Sun” é o sexto trabalho completo do Stoned Jesus (sua discografia é repleta de singles e EPs entre um álbum e outro) e é um trabalho complexo, variado e interessantíssimo. Pelo relatado por Igor Sydorenko, “Songs To Sun” é a primeira parte de uma trilogia, que terá ainda “Songs To Moon” (2026) e “Songs To Earth” (2027).

“Songs to Sun” é composto de seis faixas longas, que não se apresentam como faixas para serem ouvidas separadamente, e sim num todo, como se fosse uma sinfonia pesada e densa. O trabalho inicia com “New Dawn”, uma faixa cheia de climas, guitarra limpa de Igor, sendo acompanhada pelos novos membros Andrew Rodin (baixo) e Yuri Kononov ( ateria). A voz de Igor se assemelha bastante com a de Zakk Wylde. O clima calmo do inicio desagua em meio a uma levada que lembra o saudoso Type O Negative. Uma ótima faixa de abertura.

“Shadowland” inicia praticamente Doom Metal, com aquele tradicional riff que poderia ter sido criado pelo pai de todos, Nosso Senhor Tony Iommi, e logo adiante temos uma mudança para andamentos progs. “Lost In The Rain” deixa o lado sombrio e pesado um pouco de lado, e nos entrega uma belíssima balada, onde o destaque maior fica para o trampo de guitarras de Igor, onde seja em partes acústicas, nos belos solos ou no seu andamento, nos remete imediatamente a influência de David Gilmour. Simplesmente um primor de faixa.

Então chegamos a “Low”, e o choque é certo: você que estava na audição da faixa anterior, viajando na leveza é atacado com o peso brutal de “Low”. Aqui a fúria e a quebradeira técnica se unem e se mostram mais que presentes. E ali pelo 2'30" da faixa, a agressividade é duplicada e a faixa se torna basicamente “Black Metal” com direito a “Blast-Beats” e vocais guturais, para logo a seguir em mais uma mudança de andamento, voltarmos ao Stoner tradicional.

“See You On The Road” é a próxima, com uma sonoridade novamente entre o Prog e o Sotner, com destaque para o trabalho do baterista Yuri, com viradas e levadas inspiradíssimas. O CD fecha com “Quicksand” a faixa mais longa do álbum, com 9'53" minutos, climática , densa e progressiva. O Stoned Jesus não tem medo de progredir, e este álbum é prova que a criatividade e a coragem de agregar outros elementos à sua sonoridade pode render excelentes frutos.

José Henrique Godoy




BETWEEN THE BURIED AND ME - THE BLUE NOWHERE (2025)

 


BETWEEN THE BURIED AND ME
THE BLUE NOWHERE
Shinigami Records/Inside Out Music - Nacional

Conheci o Between the Buried and Me em "Colors II" (2021), e desde então fiquei impressionado. Era como se eu tivesse encontrado a síntese perfeita entre dois mundos que sempre admirei: o progressivo emotivo e surpreendente do Pain of Salvation e a brutalidade reflexiva do Death de The Sound of Perseverance. Um som brilhante, acanhado e inquieto, que não se encaixava em rótulos fáceis — e justamente por isso me ganhou de imediato.

Quatro anos depois, a banda volta com The Blue Nowhere, e a impressão inicial só se confirmou e se expandiu. O álbum surge como um dos trabalhos mais ousados da banda, o primeiro como quarteto, e abraça a excentricidade sem medo. A proposta é desconcertante: cada faixa é como um quarto dentro de um hotel imaginário, carregando histórias, atmosferas e sentimentos próprios — caos, tristeza, alegria, paz e diversão, onde cada porta aberta revela um universo tão inesperado quanto fascinante.

A estreia com “Things We Tell Ourselves in the Dark” já é um soco criativo: sintetizadores que remetem aos anos 80, grooves dançantes e explosões extremas de metal progressivo coexistem sem pedir licença, estabelecendo a inquietude como regra. Em seguida, “God Terror” mergulha em ambientes industriais, lembrando que, por trás de toda a experimentação, a agressividade metálica ainda pulsa com força. Gritos em meio ao instrumental pulsante e quebrado — eu só consigo fechar os olhos e imaginar quão incrível isso vai soar ao vivo.

“Absent Thereafter” talvez seja o maior exemplo de como a banda transforma contrastes em narrativa. São mais de 11 minutos de passagens que vão do bluegrass a sopros inesperados, passando por riffs brutais — e ainda assim tudo soa natural, como se cada elemento tivesse o seu lugar na construção do todo.

As três primeiras faixas consomem basicamente 30 minutos de duração. Parece muito, certo? Errado. A banda entrega uma arquitetura tão singular que tudo passa como um piscar de olhos. E então vem “Pause”, a quarta faixa. Diferente do turbilhão das anteriores, ela é literalmente uma pausa: menos de três minutos de serenidade, uma espécie de respiro etéreo que dá ao ouvinte tempo para absorver a viagem até ali. É nesses momentos que o conceito de “hotel sonoro” ganha ainda mais sentido — há quartos caóticos, há corredores estranhos, mas também há o espaço do silêncio e do descanso.

As letras, por sua vez, refletem a vida moderna: o isolamento, as telas que nos cercam, a confusão mental e a falsa paz em meio ao caos. The Blue Nowhere não é um álbum de respostas, mas de reflexões — ele transforma incertezas em música e mostra que a beleza e o colapso caminham em uma linha tênue.

“Door #3” conduz o ouvinte por corredores onde o prog metal se entrelaça com grooves envolventes e desvios de jazz, enquanto os vocais se erguem de todos os cantos — gritos, urros viscerais, ora em linhas limpas que soam quase como um sussurro reconfortante. “Mirror Uncoil” surge como um breve corredor de transição, mas basta um passo para que a porta seja aberta e os guturais anunciem “Psychomanteum”: 11 minutos de pura excentricidade em alta definição. Intensa e detalhada como se um quebra-cabeça estivesse sendo montado diante do ouvinte. O peso inicial é esmagador, mas logo se dissolve em passagens delicadas e cheias de nuances, como se brutalidade e sutileza disputassem o mesmo quarto do hotel.

Na parte final, o álbum revela suas surpresas mais emocionais. A faixa-título se arrisca em territórios quase radiofônicos, mas carrega uma força melódica que emociona sem perder a estranheza. Já “Beautifully Human” fecha o ciclo em grande estilo: épica, grandiosa e, ao mesmo tempo, permeada por uma humanidade que ecoa além do progressivo — soando imensa sem perder o foco.

The Blue Nowhere não é um álbum fácil, mas talvez essa seja sua maior qualidade. Ele reafirma a coragem de uma banda que não se limita e que continua traduzindo a loucura do cotidiano em arte.

William Ribas




MEGADETH NO BRASIL

 


MEGADETH INCLUI SÃO PAULO EM SUA TURNÊ DE DESPEDIDA


Os fãs brasileiros do Megadeth têm um último encontro marcado com a história do heavy metal. A banda liderada por Dave Mustaine anunciou uma única apresentação no Brasil no dia 2 de maio de 2026 (sábado), no Espaço Unimed, em São Paulo. Com produção da Mercury Concerts, a venda de ingressos para o público geral começa no dia 5 de novembro (quarta-feira), às 10h, pelo site Eventim. E no dia 3 de novembro (segunda-feira), no mesmo horário, será aberta a pré-venda exclusiva para os membros do fã-clube da banda, também pelo site Eventim.

Esta será a última chance dos fãs brasileiros testemunharem ao vivo a potência, a técnica e a fúria que consagraram o Megadeth como uma das maiores bandas de metal de todos os tempos. Formado em 1983, o Megadeth é considerado um dos Big Four do thrash metal, ao lado de Metallica, Slayer e Anthrax. Com mais de 50 milhões de álbuns vendidos e um Grammy conquistado, a banda deixa sua marca na história da música pesada ao combinar técnica, velocidade e letras afiadas sobre política, guerra e sociedade.

Após mais de quatro décadas, Dave Mustaine e seus companheiros — Teemu Mäntysaari (guitarra), James LoMenzo (baixo) e Dirk Verbeuren (bateria) — se despedem dos palcos prometendo uma noite épica, com clássicos que marcaram gerações — como Symphony of Destruction, Hangar 18, Peace Sells e Holy Wars… The Punishment Due — além de faixas do álbum mais recente, The Sick, The Dying… And The Dead!.



SOBRE A MERCURY CONCERTS

A Mercury Concerts é responsável pelo agenciamento de turnês internacionais, idealização e produção de shows e festivais de grande sucesso em todo o Brasil. Entre suas realizações nesses 30 anos de história estão festivais como Monsters of Rock, Ruffles Reggae, Close-up Planet, Skol Rock, São Paulo Trip e Rockfest. Além disso, a Mercury realizou no país shows e turnês de artistas de renome como AC/DC, Bon Jovi, Yes, Black Sabbath, David Gilmour, Sting, KISS, Guns N' Roses e Aerosmith.


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SERVIÇO

Cidade: São Paulo

Data: 2 de maio de 2026 (sábado)

Local: Espaço Unimed - Rua Tagipuru, 795

Portas: 19h

MEGADETH: 21h30            

Classificação Etária: 16 (dezesseis) anos desacompanhados. Menores de 16 (dezesseis) anos poderão comparecer ao evento desde que acompanhados dos pais e/ou responsáveis legais. Informação sujeita à alteração, conforme decisão judicial.

 
Preços                       Inteira                      Meia

Pista Premium         R$ 750,00                 R$ 375,00

Pista                         R$ 450,00                 R$ 225,00

Mezanino                 R$ 800,00                 R$ 400,00

Camarote A              R$ 900,00                 R$ 450,00

Camarote B              R$ 850,00                 R$ 425,00

 

Ingressos a venda a partir do dia 3/11/2025 às 10h – Pré-Venda do Fã clube e dia 5/11/2025 – Para o público em geral

- Ingressos Parcelados em até 4X sem juros



 
Ponto de venda sem taxa de serviço:

Bilheterias do Espaço das Américas

Rua Tagipuru, 795 – Barra Funda – São Paulo - SP

Horário de Funcionamento: De segunda a sábado das 10h às 19h, exceto feriados.

A Eventim não se responsabiliza por compras efetuadas em canais não oficiais. 

 
Parcelamento

Em até 4x sem juros nas compras online e na bilheteria.

Em até 10x com juros apenas online.


MEIA-ENTRADA E INGRESSOS PROMOCIONAIS

Confira em https://www.eventim.com.br/meiaentrada as leis de meia-entrada, identificando quem tem direito ao benefício e os documentos comprobatórios.


Para mais informações sobre os horários de funcionamento e as formas de pagamento de cada ponto de venda, por favor consulte:

* Sujeito a cobrança de taxa de serviço



ATENÇÃO

Os ingressos de estudantes estão limitados a 2 (dois) ingressos por CPF

Os ingressos de idosos estão limitados a um ingresso por CPF

 
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HAMMERFALL - STEEL MEETS STEEL: TEN YEARS OF GLORY (2007/2025 - RELANÇAMENTO)


 

HAMMERFALL
STEEL MEETS STEEL: TEN YEARS OF GLORY 
Shinigami Records/Nuclear Blast - Nacional

Há bandas que parecem nascer para resgatar algo que parecia perdido. O HAMMERFALL é uma delas. Desde o final dos anos 1990, os suecos se encarregaram de buscar as fontes de inspiração do metal tradicional com convicção quase religiosa — e STEEL MEETS STEEL: TEN YEARS OF GLORY, coletânea dupla que está sendo relançada por aqui pela parceria Shinigami Records/Nuclear Blast é a prova cabal dessa devoção. Lançada em 2007, a coletânea é mais do que um “melhores momentos”: é um apanhado seleto e distinto de uma década em que a banda manteve viva a chama do heavy/power metal clássico enquanto o mundo girava em outras direções.

Reunindo faixas de todos os álbuns até então, o trabalho é uma viagem pelos caminhos que moldaram a identidade da quinteto. “Glory to the Brave”, “Renegade”, “Hearts on Fire”, “Blood Bound” — cada uma soa como um grito de batalha vindo de uma era em que o metal ainda acreditava em heroísmo, honra e melodias grandiosas. Tudo aqui é exagerado e sincero: os riffs gêmeos, os coros de estádio, o peso nas guitarras. E é justamente esse exagero — essa recusa em ser moderno — que faz a banda tão essencial para o gênero.

As três faixas inéditas, “Last Man Standing”, “Restless Soul” e “The Abyss”, funcionam como lembretes de que o fogo ainda queimava forte. A primeira citada, em particular, soa como um manifesto: riffs rápidos, refrão triunfal, e a mesma energia juvenil que os colocou no mapa dez anos antes. Há também a nova versão de “Hammerfall”, que traz mais peso, produção cristalina e o mesmo espírito guerreiro da original. 

Mas uma coletânea sempre carrega questionamentos. Faltou essa faixa, poderiam ter incluído essa.... Para o fã do grupo, nada aqui é realmente novo; para quem quer conhecer o grupo, é o ponto de partida perfeito. Mas talvez seja esse o mérito maior do álbum: recapitular, com honestidade, a alma de uma banda que nunca quis reinventar a roda — apenas fazê-la continuar girando. 

Ouvir esse trabalho (CD duplo) é como folhear um livro de sucesso: cada faixa é uma vitória conquistada, cada refrão soa como um hino dedicado ao metal. O HammerFall nunca foi uma banda que buscou inovação, muito pelo contrário. No entanto, sua convicção em resgatar a amosfera oitentista que vinha se perdendo dentro do cenário é totalmente eficaz.

Em tempos de modas passageiras e sons descartáveis, STEEL MEETS STEEL é um ponto de certeza: o Heavy metal pode ser adormecido, mas nunca apagado, mesmo quando o mundo duvida. O HAMMERFALL não mudou (pelo menos até aqui - exceção à INFECTED - 2011), e é justamente por isso que continua sendo tão necessário ao estilo.

Sergiomar Menezes




quarta-feira, 29 de outubro de 2025

TARANATIRIÇA REUNION - 02/10/2025 - BAR OPINIÃO - PORTO ALEGRE/RS


 

TARANATIRIÇA REUNION
BAR OPINIÃO
02/20/2025
PORTO ALEGRE/RS
Produção: Bolico Produções

Texto: José Henrique Godoy
Fotos: Sergiomar Menezes

Certamente você já viu um sem número de filmes, antigos e não tão antigos assim, onde alguma força sobrenatural abre um portal do tempo, onde somos transportados para o passado. Porém, imagine-se nessa obra de ficção, onde voltamos quatro décadas no passado porém sem gosto nem cheiro de naftalina, e sim como se uma festa estivesse ocorrendo desde os anos 1980 sem parar.

Parece meio loucura mas foi exatamente esta sensação que o Taranatiriça passou, não só para este que vos digita, mas para todos que estiveram no Bar Opinião numa quinta-feira com cara de celebração aos bons tempos em que o grupo foi um expoente e um clássico do Rock Gaúcho. Mas deixa eu consertar o tempo do verbo: "foi" não, segue sendo.

Pontualmente as 21h30, Alemão Ronaldo (voz), Marcelo Truda (guitarras), Paulo Melo (baixo) e Fabio Muscklinho (bateria) iniciaram seu show, como se não houvesse passado nenhum dia após a última vez que se reuniram no mesmo palco em 2012. Com mesma pegada de sempre, aquela mescla sacana de Hard Rock, Heavy Metal e Rock n' Roll, foi clássico em cima de clássico, fazendo os roqueiros de cabeça branca, unidos a um pessoal mais novo, que provavelmente nunca haviam assistido o Tara ao vivo, vibrarem muito a cada segundo do show.


"Guisadinho", "Louco", "Teresa", "Cilada's Bar", todos estes sons se mostraram atemporais, Alemão Ronaldo sempre bem humorado e interagindo o tempo todo com a plateia é um show a parte, enquanto Marcelo Truda não nos deixa esquecer o termo "guitar hero", e ele o é. Paulo segura todos os graves, enquanto Muscklinho, mesmo com o braço (bem) machucado deu uma aula, e mais uma vez demonstrou porque é um dos bateras mais requisitados do Sul do país. Um mestre das baquetas.


Anda tivemos como convidados o vocalista Marcelo Perna, que gravou os LPs do Tara, fazendo uma excelente participação dividindo os vocais com Alemão, e também, Duca Leindecker que assumiu a segunda guitarra na mais que clássica instrumental "Reverber". O ponto alto de interação com o bom público presente foi em "Fazê um Bolo", que cantou a plenos pulmões e interagiu no refrão que fica na sua cabeça por dias. O Tara chega ao final do seu show com o jogo mais que ganho. Uma celebração a todas as gerações do Rock Gaúcho. Esperamos por mais shows da banda e quem sabe uma volta definitiva as atividades. Um agradecimento especial à Bolico Produções e à todo Staff do Bar Opinião.





REBEL ROCK ENTREVISTA - EXKIL

 


Entre os nomes que vêm sacudindo o underground nacional, o Exkil surge como uma das bandas mais promissoras do thrash brasileiro. Formado em 2021, o grupo consolidou sua identidade com o EP Between Death and Chaos (2022) e deu um salto gigantesco com o novo álbum Violence Prevails, um trabalho visceral que equilibra agressividade moderna e essência old school. Com letras intensas, riffs certeiros e uma produção que traduz a energia do palco, o quarteto paulista prova que a violência pode — e deve — prevalecer na forma de arte. Nesta entrevista exclusiva à Rebel Rock, Daniel Ferrante e Gabriel Bunho falam sobre o início da trajetória, a construção do novo disco, a parceria com Marcello Pompeu (Korzus) e a força dos fãs — os Exkilers.

Por: William Ribas
Foto: Larissa Rodrigues


Rebel Rock: Primeiramente, parabéns pelo excelente Violence Prevails — um dos melhores álbuns de metal nacional que escutei nos últimos anos. Mas vamos começar pelo início: a banda foi formada em 2021, e já em 2022 lançou o EP Between Death and Chaos. Como foram esses primeiros passos?

Daniel Ferrante: Os primeiros passos foram um período muito importante de aprendizado — como escolher as músicas, como compor as letras, os ajustes que fomos fazendo em cada música para moldá-las da forma como foram gravadas. Esse tipo de coisa não era muito bem estabelecido no contexto da banda; a gente foi batendo cabeça e encontrando nosso caminho. Tínhamos uma ideia do som final que queríamos e, com a ajuda do nosso produtor, Franco Torrezan, conseguimos um resultado que, para um primeiro trabalho, foi primoroso. Começamos com um EP de quatro músicas por questões financeiras e, pensando em tempo de show, precisávamos de mais músicas para não precisar tocar covers. Esse era um ponto importante pra gente — apesar de, nos primeiros shows, ainda termos tocado alguns covers para preencher o repertório. Mas, pela gama de composições que tínhamos, logo já conseguimos deixar um set completamente autoral. E é muito bom ver que as quatro músicas do EP foram conquistando o público aos poucos. Desde o início conseguimos construir muita coisa e, além do universo da banda, acredito que o ponto-chave de tudo isso são os Exkilers — nossos fãs do grupo VIP do WhatsApp, que estão sempre nos acompanhando e dando opiniões. A gente entrega conteúdos exclusivos para eles, e vez ou outra chega um feedback interessante que muda um pouco nosso pensamento sobre certas coisas. Eles também fazem parte desse espectro de aprendizado, porque a gente vai aprendendo a fazer as coisas de uma maneira que seja coerente e interessante pra gente, mas também de acordo com os gostos e necessidades dos Exkilers.

Rebel Rock: No EP, o Exkil já mostra personalidade ao colocar o dedo na ferida — com instrumentais fortes e letras ácidas que refletem o cotidiano atual. Essa é uma ideia fixa da banda, de trabalhar dentro do caos que vivemos?

Daniel Ferrante: Sim, com certeza. Como toda banda de thrash, pra nós também é muito bom poder expor uma parte mais extrema da mente humana, falar sobre a podridão dela e da pior parte do mundo que ela criou, ou até expor nossos pensamentos mais maléficos, que obviamente nunca chegariam a se tornar realidade porém, é aquela raiva que só tem na sua cabeça, nunca é externalizada fisicamente, e já que nunca vamos externalizar dessa forma, a melhor forma de conter isso é falando sobre, então sim, sempre vamos falar de temas mais obscuros, sensíveis, ou até polêmicos.

Rebel Rock: Acho que é uma curiosidade geral: qual o significado por trás do nome da banda? 

Gabriel Bunho: Nós tínhamos outro nome antes, era Damage, porém quando fomos registrar, já estava registrado, e não era nem por uma banda de metal. Exkil significa incontável número de mortes. Sendo o "Ex" uma abrasileirada na escrita para seguir a pronúncia da letra X em inglês, e "Kil" de morte/matar, Kill. Com um L a menos, para fins de simetria e harmonia visual. É um nome que surgiu de uma lista enorme de sugestões no nosso grupo do whatsapp que traduz bem os temas que buscamos tratar.

Rebel Rock: Violence Prevails marca o primeiro capítulo completo da banda. Como foi o processo de transformar a energia de Between Death and Chaos em um álbum que realmente define quem vocês são?

Gabriel Bunho: Foi uma evolução natural, a banda é suspeita pra falar, mas se você não ama sua criação, tem algo de errado com você. Conseguimos colocar tudo que gostamos no álbum, riffs mais rápidos, outros mais cadenciados, refrões rápidos, médios ou mais arrastados. O álbum tem toda nossa personalidade, e cada um colocou o próprio coração, é o que somos, o que ouvimos e o que amamos. Na concepção do EP, nós tínhamos mais músicas que poderiam entrar mas que ficaram de fora e chegaram só nesse álbum, que são Drive You Nuts, Titans Rising e Violence Prevails. Elas não entraram no EP pq a linguagem que elas trazem é um pouco diferente. O EP era mais clássico, a Drive You Nuts até poderia encaixar mas tínhamos uma quantidade já definida, então ela ficou de fora. Como essas 3 poderiam trazer um pouco da cara do EP e também um novo direcionamento em questão de sonoridade, a gente colocou no álbum músicas que se comunicassem com esses dois lados, fazendo uma transição do thrash metal mais clássico do EP, para uma thrash mais moderno.

Rebel Rock: O nome do disco é forte, direto e provocador. O que exatamente significa “Violence Prevails” para vocês?

Gabriel Bunho: O título é uma síntese de todas as músicas, todas falam sobre a violência de alguma forma, seja física ou mental, seja causada injustamente ou como justiça no caso da Nothing Shall Remain, a mensagem do título é que a violência prevalecerá sempre de alguma forma enquanto o ser humano existir.

Rebel Rock: O som do Exkil mistura brutalidade moderna com uma alma old school — riffs diretos, groove pesado e produção densa. Como vocês encontraram esse equilíbrio entre esses “dois mundos”?

Daniel Ferrante: No início, as referências da banda eram mais puxadas para o thrash metal. O Metallica teve um papel muito importante nessa época. Hoje em dia, as referências estão mais amplas, abrangendo outros estilos como deathcore e death metal, e o álbum é um reflexo dessa nova fase, os guturais por exemplo, não conseguimos deixar de fora, faz parte da nossa personalidade musical agora especialmente do Daniel. Músicas como Drive You Nuts, Violence Prevails, Titans Rising, Mistreat e For The Frightened, são músicas baseadas apenas no thrash, por outro lado, Lies, Nothing Shall Remain, Intoxicate, Blood Fueled Desires e Reckoning são músicas que uniram outros estilos, e saber o propósito final das músicas é muito importante, porque é o que define nossa linha de raciocínio, o propósito da Exkil é thrash e vamos nos manter nele.

Rebel Rock: “Oblivion” abre o disco com uma pegada cinematográfica, quase como o prenúncio do caos se aproximando. Vocês pensaram no álbum como uma experiência completa, quase conceitual?

Daniel Ferrante: Sim, esse foi um ponto interessante, porque inicialmente a Oblivion não faria parte do álbum. Mas ela surgiu da ideia de termos uma intro para iniciar nossos shows. Até então, a gente abria os shows com a introdução da No Time, que é clean e mais calma e misteriosa. Por conta dessa renovação que a gente buscava, a Oblivion acabou surgindo e encaixando bem. Com ela, a gente quer aquecer o público, seja num show ou numa outra ocasião.

Rebel Rock: “Drive You Nuts” e a faixa-título mostram a banda em um estado bruto, puro palco. Essa energia vem das influências, da convivência entre vocês, ou é simplesmente: “Queremos que as músicas em estúdio passem a experiência do que é assistir ao Exkil ao vivo”?

Daniel Ferrante: É sempre um desafio tocar ao vivo o que foi feito em estúdio, e isso é o que a gente busca sempre. Tudo que a gente compõe é pensado no ao vivo, para executar o que foi gravado e não precisar usar VS ou adaptar nada. É o reflexo do que todo músico metaleiro quer que role no seu show, queremos gente pulando, berrando, com a adrenalina e emoção no ápice, faça o que quiser, mas viva o momento com o máximo de intensidade possível assim como quem está tocando as músicas, não sabemos se existe outra vida, então essa aqui é melhor valer a pena.

Rebel Rock: Em “Titans Rising”, com a participação de Marcello Pompeu (Korzus), há um peso extra — tanto na história contada quanto na execução. Como foi essa parceria e o que significa para vocês ter uma lenda do metal nacional no álbum?

Daniel Ferrante: Nós tivemos contato com o Pompeu em 2023 com a entrevista que tivemos com ele, através da CrashTV no programa Tour Metal Brasil. A gente foi procurado pela Kaká Schwartzmann que está em busca de entrevistar 1000 bandas do cenário independente, pelo projeto Tour Rock Brasil, e quando se trata de banda de metal quem faz o programa é o Pompeu. Ele é um cara gente finíssima, deu muita dica boa pra gente como banda independente e fizemos uma conexão legal com ele. Além de ser uma figura importante do cenário nacional, é uma pessoa que trata as novas bandas com muita atenção e interesse. Essa dupla Kaká e Pompeu com certeza é a melhor coisa que pode rolar pra uma banda de metal aqui no Brasil atualmente. Depois da gravação do álbum, a gente pensou em trazer algum nome do cenário nacional para adicionar uma importância maior ao nosso trabalho. Sabíamos da qualidade do material e buscamos uma parceria estratégica pra não só nos ajudar com a projeção da banda, mas também pra aprender com a caminhada deste artista. Nós firmamos com o Pompeu justamente por ser essa pessoa aberta a novos projetos, alguém que fosse agregar na nossa música é uma lenda do metal nacional. É unanimidade na banda sobre o impacto dele na Titans Rising, ele trouxe toda uma atmosfera diferente pra música, algo realmente cinematográfico nos trechos narrados, ambientados com muitas camadas de vozes e depois explodindo no refrão com gang vocals muito bem feito.

Rebel Rock: O álbum soa visceral e cheio de identidade. Diante do pouco tempo entre o lançamento de "Between Death and Chaos" e "Violence Prevails", como foi o processo de composição para o álbum?

Gabriel Bunho: Quando o EP estava sendo montado, havia muitas composições em paralelo. Acho que algo que nos ajuda muito nessa parte, é a quantidade de composições que o Daniel inicia e traz pra gente. São composições que variam do momento, do humor, e que às vezes podem ser rápidas e às vezes não. Depois vamos finalizando juntos conforme as direções que queremos tomar, e com o álbum não foi diferente. Tínhamos em mãos muitas composições, de 30 a 50 mais ou menos, e fomos votando nas que faziam mais sentido em conjunto até chegar nessa seleção final. Algumas músicas não estavam prontas, então trabalhamos em cima delas, outras já estavam finalizadas, e o ponto principal de tudo isso foi que buscamos fazer o gosto de todos, e dar uma participação significativa em cada música para cada um, proporcionando essa liberdade na composição e desenvolvimento da linguagem de cada um em cima das músicas.

Rebel Rock: O disco tem faixas que transitam entre agressividade e reflexão, como “Mistreat”, “Reckoning” e “Lies”. Existia uma intenção em fechar o álbum com esse tom simbólico, de confronto e verdade?

Gabriel Bunho: Tematicamente falando, não fomos por esse caminho. A gente tinha todas as ideias em jogo, e no que diz respeito à ordem das faixas, nós buscamos um equilíbrio entre o que a Exkil apresentou no EP e o que pode vir a ser o próximo álbum da banda. Como o EP trazia a veia mais clássica, buscamos iniciar o álbum com músicas nesse patamar, mas que já davam um gosto do que estava por vir. No meio do álbum entramos mais a fundo na pegada mais moderna, e vamos finalizando novamente com um thrash mais raíz. Um ponto de atenção, é a forma como uma música acaba e como a próxima começa. A gente tem uma costura muito coerente entre as músicas e vamos trabalhando isso até chegar ao encerramento da Lies, que finaliza com um bate cabeça poderoso em fade out.

Rebel Rock: O Exkil é uma banda nova, mas com uma maturidade sonora que impressiona. Qual é o próximo passo depois de um álbum tão completo e visceral como este? Aliás, sei que ainda é cedo, mas já existem planos para o segundo álbum?

Daniel Ferrante: Agora com um trabalho mais completo, podendo mostrar de fato qual a cara da banda, a ideia é buscar uma projeção regional e firmar nossa presença na cena. Isso pode ocorrer de diversas formas, seja com parcerias, entrevistas, shows, o nosso objetivo principal é mostrar que a Exkil existe, que somos uma peça nova no cenário musical e que estamos com sangue nos olhos pra crescer e ser referência. Pensamos sim em progredir para um próximo álbum, mas por enquanto não visamos uma próxima gravação.

Rebel Rock: Se tivessem que definir o Exkil com uma frase depois desse lançamento, qual seria?

Gabriel Bunho: A violência prevalece!

Rebel Rock: Obrigado pela entrevista. O espaço final é de vocês.

Gabriel Bunho: A gente agradece demais pela entrevista, pela oportunidade de apresentar nossas ideias e nosso trabalho. Fica um agradecimento especial a Johnny Z, Kaká Schwartzmann, Marcello Pompeu e mais especial ainda aos Exkilers, que são nossos fãs do grupo VIP do Whatsapp. Grupo gratuito em que falamos de música, não só da nossa banda. Lá buscamos um contato aproximado com as pessoas para desenvolver uma amizade e esse senso de comunidade. Sigam a banda nas redes sociais, escutem nossas músicas no streaming, bora colar nos nossos shows pra sentir a pressão desse álbum ao vivo, e quem buscar andar na moda da Exkil, acessa nossa loja online através da bio do nosso instagram, ou manda uma mensagem pra gente! Lá temos camisetas e moletons das nossas músicas, e para adquirir nosso CD em edição limitada (apenas 50 cópias) manda uma mensagem para agilizarmos pra você!

Exkil é:

Daniel Ferrante (Voz e Guitarra)
Gabriel Bunho (Guitarra)
Evandro Tapia (Baixo)
Evandro Kandalaft (Bateria)


Mais informações: 


segunda-feira, 27 de outubro de 2025

REBEL ROCK RESEARCH - EXODUS

 



Se existe uma banda que ajudou a definir a fúria do Thrash Metal, essa banda é o Exodus! Desde o início dos anos 80, Gary Holt e companhia despejam riffs cortantes, baterias insanas e letras carregadas de atitude, agressividade e brutalidade ímpares.

Formada em 1979, em Richmond, Califórnia, EUA, o Exodus é considerada uma das pioneiras do gênero, ao lado de Metallica, Slayer e Anthrax, influenciando inúmeras bandas e gerações com seu som veloz e agressivo. Seu álbum de estreia, Bonded by Blood (1985), tornou-se um clássico do thrash, marcado pela intensidade e pelas letras violentas. Ao longo dos anos, a banda passou por diversas mudanças de formação, mas Gary Holt se consolidou como a principal força criativa. Mesmo após décadas na estrada, o Exodus continua ativo, lançando discos aclamados e mantendo-se fiel às raízes do thrash metal.

E agora, sem mais delongas, é hora de conferir o ranking pessoal de Johnny Z. (METAL NA LATA E JZ PRESS), nosso amigo e parceiro, que destaca os álbuns que marcaram a história do Exodus de forma inesquecível. Da fúria intransigente dos clássicos às surpresas menos conhecidas, cada escolha reflete riffs memoráveis, solos afiados e momentos que definiram a trajetória da banda. Prepare-se para (re)viver o thrash metal em sua forma mais pura.

Johnny Z.

11º - FORCE OF HABIT (1992)


Em meio à ascensão do grunge e do groove metal, o Exodus surpreendeu ao lançar seu trabalho mais experimental e controverso, marcado por uma sonoridade mais cadenciada, riffs pesados e andamento mid-tempo, em contraste com a velocidade e agressividade típicas do thrash clássico. Apesar da produção limpa e moderna, da evolução vocal de Zetro e de faixas consistentes como “Thorn in My Side”, “Good Day to Die”, “Me, Myself and I”, “Architect of Pain”, “Fuel for the Fire” e a faixa-título, o álbum acabou lembrado como um “suicídio comercial”, ofuscado por covers pouco inspirados, pela saída de Rob McKillop e por escolhas estéticas questionáveis. Ainda que polêmico e estranho para muitos, permanece como um registro curioso e subestimado na trajetória do Exodus, revelando uma tentativa ousada de adaptação ao cenário da época.


10º - ATROCITY EXHIBITION: EXHIBIT A (2007)


O oitavo álbum do Exodus marcou a segunda participação de Rob Dukes nos vocais e trouxe de volta o baterista Tom Hunting, resgatando parte da força clássica da banda e reforçando a química com Gary Holt, Lee Altus e Jack Gibson. Mais coeso e criativo que seu antecessor, o disco mantém a brutalidade característica do thrash metal, mas insere nuances melódicas e variações rítmicas que ampliam sua dinâmica, embalado pela produção poderosa de Andy Sneap. Com letras que exploram violência, crítica social, religião e introspecção, faixas como “Riot Act”, “Funeral Hymn”, “Children of a Worthless God” e a faixa-título se destacam pela intensidade e peso, enquanto “Bedlam 1-2-3” mostra o lado bem-humorado do grupo. Apesar de ter passado um tanto despercebido, Exhibit A é um registro sólido, visceral e indispensável para quem aprecia um thrash metal técnico e feroz, reafirmando a vitalidade do Exodus em plena fase moderna.


9º - BLOOD IN, BLOOD OUT (2014)


Trazendo o retorno inesperado de Steve “Zetro” Souza aos vocais, resgata a essência do thrash metal clássico do Exodus e deixa de lado parte do som mais moderno dos trabalhos anteriores, com energia crua, robustez e pegada mais pé no chão. O álbum conta com participações especiais, como Kirk Hammett em “Salt the Wound”, Chuck Billy em “BTK” e Dan the Automator em “Black 13”, além de faixas de destaque como “Body Harvest”, “Honor Killings” e “Food for the Worms”, que reforçam a agressividade e técnica da banda. Mesmo explorando novas sonoridades em algumas músicas, o disco mantém as raízes do thrash, e faixas menos lembradas, como “Wrapped In The Arms Of Rage”, demonstram fidelidade ao legado de álbuns como Fabulous Disaster e Impact Is Imminent. Embora bem recebido pelos fãs, o álbum não alcançou a força histórica de Shovel Headed Kill Machine e carece de hits memoráveis, mas ainda assim é um registro consistente, pesado e fiel à identidade da banda.


8º - EXHIBIT B: HUMAN CONDITION (2010)


Atravessando um de seus momentos mais maduros e coesos, o Exodus lançou seu décimo álbum de estúdio, que mantém a agressividade, a velocidade e a técnica características da banda desde os anos 80, mas acrescenta frescor, grooves robustos e relevância lírica atual. Produzido por Andy Sneap, o disco destaca riffs cortantes, bateria precisa e os vocais intensos de Rob Dukes, carregados de ódio, raiva e contestação. Musicalmente, o álbum brilha especialmente nas faixas iniciais, com solos elaborados, passagens mais pesadas e dinâmicas envolventes, embora alguns momentos do meio percam parte da energia. Entre os destaques estão “The Ballad of Leonard and Charles”, “Downfall”, “Beyond the Pale”, “Class Dismissed (A Hate Primer)”, “Burn Hollywood Burn” e “The Sun Is My Destroyer”, que combinam técnica, brutalidade e letras críticas sobre injustiça, corrupção e decadência social. Mesmo com pequenas imperfeições, Human Condition é um registro essencial, que mostra o Exodus entregando thrash metal intenso, inteligente e absolutamente humano.


7º - PLEASURES OF THE FLESH (1987)


Álbum que marcou a difícil transição do Exodus após a saída de Paul Baloff, figura lendária e ‘missionário do caos’, substituído por Steve “Zetro” Souza (ex-Legacy/Testament). O impacto inicial não foi o mesmo do devastador Bonded by Blood, mas o álbum trouxe uma sonoridade mais técnica e refinada, mostrando amadurecimento nas composições e na produção sem perder a essência do Thrash. Riffs afi ados de Gary Holt e Rick Hunolt, a bateria precisa e cheia de feeling de Tom Hunting, o baixo sólido de Rob McKillop e os vocais agressivos, ainda que mais controlados, de Zetro garantiram a força do material. Faixas como “Pleasures of the Flesh”, “Brain Dead”, “Seeds of Hate”, “Deranged” e “Chemi-Kill” se destacam e se mantêm vivas nos setlists, muitas delas originadas ainda das sessões de Bonded by Blood. Capturando a banda em pleno momento de evolução, o disco consolidou o Exodus como pilar do Thrash Metal, equilibrando maturidade musical com a brutalidade que sempre os caracterizou.


6º - PERSONA NON GRATA (2021)


Lançado sete anos após Blood In, Blood Out, marca o retorno explosivo do Exodus, reafirmando sua força e autenticidade no thrash metal. Gravado em estúdios caseiros pelo baterista Tom Hunting e com produção da própria banda, o álbum equilibra agressividade crua, clareza e peso em 12 faixas com mais de 60 minutos de duração. Steve “Zetro” Souza apresenta vocais ferozes e pela primeira vez mais graves, enquanto Gary Holt e Lee Altus entregam riffs coesos e solos precisos, com participações especiais de Rick Hunolt e Kragen Lum em “Lunatic-Liar-Lord”. Letras afiadas e socialmente conscientes abordam política, crítica à sociedade e à cultura contemporânea, com faixas como “Elitist”, “The Beatings Will Continue (Until Morale Improves)” e “Clickbait”. Com coesão sonora impecável, baixo firme de Jack Gibson, bateria precisa de Hunting e mixagem de Andy Sneap, o disco combina momentos de thrash direto e pura energia com passagens complexas e estruturadas. Persona Non Grata é um manifesto de fúria e brutalidade, consolidando o Exodus como referência absoluta do gênero, capaz de impactar tanto fãs antigos quanto novos.


5º - SHOVEL HEADED KILL MACHINE (2005)


Nasceu em meio a um período turbulento do Exodus, marcado pela saída de Zetro Souza e pelas baixas de Rick Hunolt e Tom Hunting, mas encontrou novo fôlego com a entrada de Rob Dukes, Lee Altus e Paul Bostaph, resultando em um dos discos mais brutais da carreira da banda. Evoluindo o terreno preparado por Tempo of the Damned, o álbum entrega riffs cortantes, bateria metralhadora, baixo estrondoso e vocais de pura agressividade, embalados por uma produção suja, intensa e moderna. Faixas como “Raze”, “Deathamphetamine” e “Shudder to Think” evidenciam técnica e violência em igual medida, transformando o registro em um verdadeiro rolo compressor sonoro, implacável do início ao fim. Mais do que um álbum polêmico, trata-se de uma obra essencial que reafirma a capacidade do Exodus de se reinventar sem perder a ferocidade.


4º - FABULOUS DISASTER (1989)


Um dos trabalhos mais celebrados da banda e que a colocou em lugar definitivo no panteão do thrash metal. Mais veloz, agressivo e refinado que seu antecessor, o disco soou como um Bonded By Blood amadurecido, unindo brutalidade, técnica e produção de alto nível sem perder a essência caótica do estilo. Zetro, em sua segunda participação, firmou-se como vocalista com identidade própria, enquanto Gary, Rick, Tom e Rob entregaram performances afiadas e explosivas. Clássicos como “Toxic Waltz” – que ganhou o primeiro videoclipe da banda e se tornou hino do mosh pit – a faixa-título, “Verbal Razors”, “Last Act of Defiance” e “Like Father, Like Son” exemplificam o equilíbrio entre fúria insana, groove e maturidade lírica, incluindo até o inusitado cover de “Low Rider”. Com seu impacto sonoro e visual, o álbum levou o Exodus a um novo patamar de reconhecimento mundial e permanece como referência obrigatória para qualquer fã de thrash metal.


3º - IMPACT IS IMMINENT (1990)


Álbum lançado em meio às mudanças no cenário do thrash metal nos anos 90, acabou ofuscado pelo contexto da época, mas não por falta de brutalidade ou qualidade. Com produção encorpada e riffs colossais do H-Team (Gary Holt e Rick Hunolt), o disco manteve a essência feroz da banda e apresentou composições mais complexas, técnicas e até groovadas, reforçadas pela entrada do baterista John Tempesta, que substituiu Tom Hunting com execução igualmente devastadora. Embora menos lembrado que seus antecessores, o álbum mostra um Exodus maduro e agressivo em faixas como “A.W.O.L.”, “Only Death Decides”, “Objection Overruled”, “The Lunatic Parade” e a explosiva “Thrash Under Pressure”, reafirmando seu compromisso com a violência sonora do gênero. Muitas vezes injustamente tratado como “patinho feio”, Impact Is Imminent permanece como um trabalho essencial, pesado e subestimado, que merece ser revisitado como um dos registros mais ignorantes e brutais da história da banda.


2º - TEMPO OF THE DAMNED (2004)


Após anos de silêncio, é amplamente considerado um dos grandes recomeços da história do thrash metal. Com Steve “Zetro” Souza de volta aos vocais, mais grave e controlado, Gary Holt e Rick Hunolt entregando riffs e solos matadores, a bateria explosiva de Tom Hunting e o baixo sólido de Jack Gibson, o álbum soa tão intenso quanto os clássicos dos anos 80, mas com a produção moderna e poderosa de Andy Sneap, que elevou ainda mais sua brutalidade. Faixas como “Scar Spangled Banner”, “Blacklist”, “War Is My Shepherd”, “Throwing Down” e a claustrofóbica faixa-título brilham ao lado da regravação de “Impaler” e do cover certeiro de “Dirty Deeds Done Dirt Cheap”, resultando em um disco furioso, direto e memorável. Com energia crua, letras afiadas e capa de Ed Repka traduzindo o caos sonoro, Tempo of the Damned provou que o Exodus não só voltou, mas voltou ainda mais forte, reafirmando sua relevância e mostrando fome, confiança e modernidade sem abrir mão de suas raízes.


1º - BONDED BY BLOOD (1985)/ LET THERE BE BLOOD (2008)


O álbum de estreia do Exodus, é um dos pilares do Thrash Metal mundial, tão influente que bandas do estilo o têm como referência maior, mesmo diante de marcos como "Kill ’Em All" e "Show No Mercy". Apesar de seu atraso no lançamento devido a hesitações da gravadora e aos problemas pessoais de Paul Baloff, o disco impactou com brutalidade inédita, unindo fúria, velocidade e agressividade com precisão. Os riffs e solos da dupla Gary Holt e Rick Hunolt, a bateria devastadora de Tom Hunting, o baixo firme de Rob McKillop e os vocais indomáveis de Baloff moldaram um som avassalador que se tornou cartilha do gênero. Faixas como “Bonded By Blood”, “A Lesson in Violence”, “Strike of the Beast” e “Piranha” permanecem como hinos de agressividade juvenil e espírito thrasher, sustentando o status do álbum como essencial, imortal e inigualável — um verdadeiro soco na cara que nunca perde a força.


Já "Let There be Blood", é definitivamente um abraço do Exodus à sua própria história, revisitando o clássico Bonded by Blood com roupagem moderna, sem perder a agressividade que consagrou o álbum original. Com Rob Dukes nos vocais, Gary Holt e Lee Altus nas guitarras, Jack Gibson no baixo e Tom Hunting na bateria, a banda entrega riffs cortantes, solos precisos e uma base pulsante que mantém a brutalidade original intacta. A produção de Andy Sneap traz clareza, peso e modernidade, permitindo ouvir cada nuance sem perder a urgência e a fúria do thrash. Faixas como “Bonded by Blood”, “Exodus” e “A Lesson in Violence” soam afiadas e renovadas, respeitando o original, mas demonstrando que o Exodus continua afiado, capaz de fazer suas histórias passadas soar tão intensas hoje quanto há mais de 40 anos — um registro indispensável para fãs de thrash metal rápido, cru e impiedoso. Muitos condenam essa regravação, mas estão redondamente errados.







quarta-feira, 22 de outubro de 2025

HAMMERFALL - ONE CRIMSON NIGHT (2003/2025 - RELANÇAMENTO)

 


HAMMERFALL
ONE CRIMSON NIGHT
Shinigami Records/Nuclear Blast - Nacional

Quando o HAMMERFALL lançou ONE CRIMSON NIGHT, em outubro de 2003, já não era apenas mais uma banda sueca reverenciando os tempos dourados do heavy metal. Era o símbolo de uma resistência, um revival do metal oitentista em seu estilo mais "true". Ainda mais em uma época em que o metal tradicional parecia ofuscado por modismos e hibridismos, o grupo de Joacim Cans e Oscar Dronjak ergueu novamente o martelo e o fez soar com força e convicção. Este álbum duplo ao vivo é o documento definitivo dessa missão, e que agora, a Shinigami Records em mais uma parceria com a Nuclear Blast, disponibiliza no Brasil numa bela embalagem digipack, com livreto, e com um fino acabamento (muito, mas muito superior ao lançamento original da época).

Gravado em Gotemburgo — cidade natal da banda — o show é uma celebração de tudo que o quinteto sueco representa: melodias heróicas, refrãos grandiosos e a uma interação quase religiosa entre músicos e fãs. Desde a abertura com “Riders of the Storm”, fica claro que o público não está ali apenas para assistir, mas para participar de um ritual metálico. Cada verso é acompanhado por coros ensurdecedores, e a emoção que emana do palco é gritante.

A performance da banda é ótima e me arrisco a dizer que ali, o grupo vivia sua melhor fase. Joacim Cans reafirma seu posto como um dos vocalistas mais carismáticos e técnicos do estilo — sua entrega é total. Oscar Dronjak e Stefan Elmgren (a melhor dupla de guitarristas que o grupo já teve) alternam riffs e harmonias com precisão cirúrgica, evocando o espírito de bandas como Judas Priest e Iron Maiden, mas com identidade própria. A cozinha, sustentada por Anders Johansson (bateria) e Magnus Rosén (baixo), mantém o peso e o domínio necessários para transformar o show em um verdadeiro ataque pesado.

A produção é um ponto alto: cristalina, poderosa e equilibrada. O público soa presente o tempo todo, mas sem encobrir a execução da banda. "One Crimson Night" tem aquele raro equilíbrio entre a energia do palco e a nitidez de estúdio, capturando a intensidade do momento sem que isso se torne demérito e não venha a sacrificar a clareza do som.

No repertório, há espaço para todos os hinos: “Hearts on Fire”, “Renegade”, “Let the Hammer Fall”, “Crimson Thunder” e, claro, a majestosa “Glory to the Brave”. Esta última, executada com emoção genuína, é o coração espiritual do álbum — um lembrete de que, por trás do brilho do aço, existe sentimento e história. Como bônus temos três ótimas faixas: a espetacular "The Dragon Lies Bleeding", faixa de abertura do primeiro álbum do grupo - Glory to the Brave de 1997 -, a "true metal" "Stronger Than All", presente em "Legacy of Kings", segundo trabalho lançado em 1998 e "A Legend Reborn", faixa de "Renegade", terceiro álbum do quinteto, originalmente lançado no ano 2000.

Mais do que um show, ONE CRIMSON NIGHT representa a consagração de uma trajetória. Entre 1997 e 2003, o HAMMERFALL resgatou a estética, o som e a filosofia do metal clássico com honestidade e orgulho, e com isso, reinou com sobras no território do Heavy Metal. Esse disco ao vivo é a recompensa: a prova de que o heavy metal tradicional não apenas sobreviveu, mas renasceu em pleno século XXI, com uma nova geração  empunhando guitarras e fazendo do estilo uma verdadeira fonte de musicalidade.

Sergiomar Menezes