quinta-feira, 25 de abril de 2024

SUFFOCATION - HYMNS FROM THE APOCRYPHA (2023)

 


SUFFOCATION
HYMNS FROM APOCRYPHA
Shinigami Records/Nuclear Blast - Nacional

É puramente insano se sentar para ouvir o mais novo trabalho de estúdio do lendário Suffocation. A brutalidade e o peso descomunal que a banda despejou aqui é algo fora de série, não existe um único momento para o ouvinte respirar, é cacetada atrás de cacetada, é matador. O trabalho veio cheio de expectativa, pois seria a primeiro álbum de estúdio de Ricky Myers, que entrou no lugar do cativante Frank Mullen, que comandou o microfone do grupo por 20 anos, sendo o único membro oficial que ainda constava na formação. Uma responsa e tanta para Myers, que urrou como se sua vida dependesse disso em “Hymns From The Apocrypha”.

Como Ricky está na banda desde 2019, o entrosamento que encontramos e ouvimos nas 9 faixas, é resultado dos anos excursionando ao lado de Charlie Errigo (guitarra), Derek Boyer (baixo) e Eric Morotti (bateria). Acredito que estar na estrada foi fundamental para banda soar tão coesa em estúdio. As músicas carregam entre si uma mistura entre aquela rispidez dos primeiros trabalhos, com uma boa dose do que essa nova geração vem fazendo — o groove, o pé no freio para novamente acelerar com tudo, e tudo na brutalidade característica do Suffocation.

A faixa-título abre de maneira esperada, o alinhamento perfeito entre a técnica, velocidade e as lindas “paradinhas” inesperadas. A genialidade do instrumental beira o absurdo — as linhas progressivas, cheias de notas quebradas, reviravoltas inesperadas e blast beats mostram que “só fazer barulho” não completaria o que é essa máquina de destroçar pescoços. Obviamente que aniquilação sonora chama atenção, pegue trinca “Perpetual Deception”, “Dim Veil Of Obscurity” e “Immortal Execration”, são aulas grátis de como sangrar os tímpanos de seres sensíveis. Tudo graças ao peso de várias toneladas que estão nos riffs de Charlie Errigo.

Não vale destacar essa ou aquela música, o trabalho é coeso e carrega dentro de si uma força motriz para vindouros clássicos do grupo. É um desfile ímpar do melhor que o Death Metal pode oferecer. Quem é fã sabe o que esperar, quem não é, mas gosta de Death Metal, vale conferir. Não existem segredos, não existe nenhuma surpresa, Ricky Myers é o cara certo para o Suffocation. Aliás, após a audição de “Hymns From The Apocrypha”, ele nasceu para comandar os vocais dessa banda.

Bem-vindos a era, Ricky Myers!

William Ribas




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