sábado, 15 de junho de 2024

HATEFULMURDER - I AM THAT POWER (2024)

 


HATEFULMURDER
I AM THAT POWER
Canil Records - Nacional

Os cariocas do Hatefullmurder, após a entrada da vocalista Angélica Burns, vem numa escalada surpreendente. A cada álbum temos um nível acima ao seu antecessor, seja tecnicamente, seja sonoridade que vem adicionando novos elementos. Além de Angélica, o grupo conta com Renan Campos (guitarra), Felipe Modesto (baixo) e Thomás Martin (bateria), formando um “quarteto fantástico”.

O novo álbum do grupo “I Am That Power”, é literalmente o poder. O poder de um grupo pesado, que neste novo trabalho pisa forte em flertes com diversas vertentes do metal extremo.

A direção mais óbvia fica para uma certa comparação com os suecos do Arch Enemy? É errado? Não, mas os brasileiros vão além. “Eye For An Eye”, faixa que abre o disco, tem um maravilhoso Black/Death Metal com Angélica totalmente diabólica carregada de ódio em cada palavra. Na sequência temos “Call Out Your Soul”, soturna, com o andamento inicial bem denso para logo descamba para quebradeira. Aliás, a música em si é uma montanha russa de movimentos surpreendentes.

Olhando para os três álbuns dessa formação, posso afirmar que nunca o instrumental da banda foi tão ímpar. É como se pegassem a química feita por nomes como In Flames, Arch Enemy e outros mais pesados dos anos 90 e misturam com bandas atuais como Jinjer e Infected Rain. As linhas mais “gordas”, riffs mais cheios e a cozinha (baixo e bateria) cheias de nuances quebradas, com cada integrante tendo espaço para brilhar. A orquestração é outro ponto positivo e se faz presente em quase todas, fazendo-se importante para a dinâmica pesada dentro da proposta de “I Am That Power”

“Psywar” e “The Root Of Fear”, são opostas, mas não deixam de ser uma dobradinha certeira. Enquanto a primeira é mais “reta” e “simples”, temos na segunda o momento mais Arch Enemy do disco. Na sequência, “Set Fire”, música para bater cabeça, não existe outra alternativa, sua levada insana é de tirar o fôlego.

Vale citar que por vários momentos temos passagens onde Angélica utiliza sua voz limpa, mas fazer camada para logo retornar aos seus excelentes urros cavernosos. “This is The Final Hour”, a faixa-título e “Crime & Castigo”, são a cereja no bolo e fecham de maneira primorosa o álbum.

I Am That Power” é álbum que certamente abrirá portas para o Hatefulmurder. É maduro e eloquente. O trabalho que somente bandas que almejam ser grandes conseguem fazer.

William Ribas




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