AGNOSTIC FRONT
ECHOES OF ETERNITY
Napalm Records - Importado
ECHOES OF ETERNITY
Napalm Records - Importado
Os primeiros segundos de “Echoes In Eternity” mostram que há muito mais coisas eternas além dos ecos — a fúria que o Agnostic Front carrega desde os tempos das ruas de Nova York parece simplesmente inesgotável. Bandas clássicas existem para soar clássicas, independentemente da era ou das tendências; e aqui, eles permanecem rápidos, ácidos e implacáveis até o fim.
Sem qualquer introdução ou aviso, vêm os gritos que cortam o silêncio do play:
“The way of war!
Politician’s game!
Behind the walls!”
A partir desse momento, o mundo se transforma em um gigantesco moshpit — um redemoinho de energia, suor e resistência que não dá trégua nos minutos seguintes. É o Agnostic Front reafirmando, mais uma vez, que a eternidade do seu hardcore é feita de honestidade brutal.
O início é tão frenético que as cinco primeiras faixas não passam dos três minutos cada — pisca, e acabou! A “épica” “A Matter Of Life & Death” (com participação de DMC) dura apenas 2 minutos e 25 segundos, mas impõe um ritmo mais cadenciado, um pé no freio que soa quase incomum dentro dessa tempestade sonora.
Algo que chama a atenção é o clima mais anos 90 que permeia o álbum. “Tears For Everyone” traz uma veia thrash metal, com riffs excelentes e uma pegada mais cortante. Já “Divided” é suja e crua, com guitarras soltas e vocais mais altos — feita sob medida para o palco, onde os backing vocals devem virar um coro furioso da plateia.
E então vem “Sunday Matinee”, uma faixa que poderia muito bem tocar na MTV dos tempos de ouro — um punk direto, fácil e grudento, com aquele espírito de união que só o hardcore sabe transmitir:
"Feel the music, we’re singing it loud
Feel the music, it’s moving the crowd
Feel the music, we circle around
Hear the sounds of the underground!
WE ARE ALL TOGETHER
At the Sunday Matinee!"
Caia para dentro da pista — porque o Agnostic Front quer a inquietude de seus ouvintes. “Turn Up The Volume” é surpreendente: um concentrado de tudo o que o álbum ofereceu até aqui — pé no acelerador, mãos para o alto, bate-cabeça e um refrão explosivo.
O crossover chega com “Art of Silence” — 41 segundos do mais puro caos controlado, direto e desconcertante:
"Feelings… NONE!
We are… DONE!"
Na sequência, “Shots Fired”, “Hell to Pay” e “Evolution Madness” mantêm o álbum em chamas. Três faixas com o tempero punk na medida certa: barulhentas, agressivas e viciantes, como se o tempo nunca tivesse passado — apenas amadurecido a paixão por aquilo que o Agnostic Front sempre representou.
A dupla final, “Obey” e “Eyes Open Wide”, encerra de forma primorosa o trabalho, deixando claro que “Echoes In Eternity” é um acelerado certeiro, feito para agradar em cheio à turma do moshpit. Todos aqueles prontos para entrar na roda são convidados especiais nessa nova fase da banda americana.
Um trabalho que traz diversão e conscientização.
William Ribas


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