terça-feira, 19 de março de 2024

RAGE BEHIND - EMINENCE OR DISGRACE (2024)

 


RAGE BEHIND
EMINENCE OR DISGRACE
Shinigami Records/Atomic Fire - Nacional

O primeiro passo de uma nova banda, seja ela de coadjuvantes, ou, de músicos estrelados, sempre gera uma expectativa do ouvinte. Estaremos diante de “criadores da nova roda”? Apenas teremos amigos querendo mostrar para os parentes que conseguiram fazer barulho num “disquinho”? Pois bem, o grupo francês Rage Behind, não seguiu o que foi descrito acima.

Os doze meses que separam o nascimento da banda, e o lançamento de “Eminence or Disgrace”, foram de muito trabalho e maturação do som que gostariam de apresentar ao público. Infelizmente não tenho informações de como Stan Morgan (Baixo), Edward Vale (Bateria), Jerry Ho (Guitarra), Max Liva Guitars (Guitarra) e Vitali Lukas (Vocal) se conheceram, mas pelo tempo onde tudo aconteceu até o álbum de estreia estar na praça, a química foi instantânea.

Como tudo aconteceu rápido, a música segue o mesmo curso. É rápida, agressiva e jovial. Uma mistura dos anos 90, com o metal mais atual, o peso alinhado ao groove, sem se importar com regras. Confesso que o principal nome que me vem à cabeça para ilustrar o quinteto é o Machine Head, mas não de forma que o grupo copie os americanos, apenas é um norte em meio a massa sonora despejada sem dó e piedade. Aliás, os ferros que cercam a estrutura do musical da banda é de um leque gigante, você vai de grupos como Prong, Slipknot, Suicidal Tendencies, Biohazard passando por grupos mais atuais da cena metalcore como Light The Torch e Heaven Shall Burn, por exemplo.

Sim, temos faixas que te fazem “sair do chão”, a energia é contagiante e às vezes se impossibilita se manter imóvel a adrenalina que cada música impulsiona no fã. Algo que chama muita atenção são os refrãos, sempre cheio de coros, às vezes diversas vozes vindo de várias direções — Como se fossem gangues entoando urros de provocações aos adversários, achei essa sacada genial. As 10 faixas do tracklist passam num piscar de olhos nos poucos mais de 40 minutos de duração. As guitarras desempenham sua função de guiar as vias públicas, mas o som poderoso emitido pela bateria, que é como se fosse uma bola de ferro destruindo paredes sem parar, se juntando a inúmeros berros frenéticos em faixas como “Eye For An Eye”, “Seasons Of Blood” e “The Blind”. Essas são as principais faixas para se perder a cabeça.

O início radiofônico de “Through Wrath” é possivelmente o único ar de “tranquilidade do álbum”, são 15 segundos de “paz” antes de novamente termos caos. A banda aposta todas suas fichas num redemoinho agressivo — Hardcore até o peso do Groove Metal, eu tenho certeza que pode ser o futuro de um estilo, visual e sonoramente, eles destroem mostrando que os arredores da torre Eiffel existem novos donos, prontos para dominar as ruas (palcos) do mundo.

William Ribas




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