terça-feira, 29 de setembro de 2015

SIRENIA - THE SEVENTH LIFE PATH



                       Falar de um músico como Morten Veland é falar de algum que possui talento. Afinal estamos falando de alguém com qualidade técnica acima da média e que tem muito bom gosto em suas composições, seja na composição propriamente dita, quanto nos elaborados arranjos. Era assim na época do Tristania e continuou (e continua) com o SIRENIA. Tanto que o sétimo album de estúdio da banda, o excelente THE SEVENTH LIFE PATH que chega ao Brasil via Shinigami Records, em uma belíssima versão digipack e com uma bonita arte gráfica, mantém essas características. O Symphonic Metal praticado pelo grupo traz elementos mais sombrios que remetem aos primeiros trabalhos do grupo. aliados aos vocais femininos, corais, e a música erudita (um dos grandes diferenciais), o cd pode ser considerado uma continuação do caminho trilhado pelo álbum anterior, Perils of the Deep Blue (2013) e pode, desde já, ser apontado como um dos melhores trabalhos da banda.

                     Como de praxe, Morten gravou os vocais e todos os instrumentos, contando com a bela Ailyn nos vocais (desde 2008). Ao vivo Jonathan A. Perez (bateria) e Jan Erik Soltvedt (guitarra) se juntam á dupla. Com uma musicalidade mais densa e sombria, o trabalho foi gravado e produzido pelo próprio Morten e ficou de excelente nível. Arranjos belíssimos e composições primorosas, envoltos em uma atmosfera densa e pesada é o que temos neste novo cd.


                   Seti, uma introdução composta por partes sinfônicas e corais e que preparam o ouvinte para a densa e pesada Serpent. Os vocais de Ailyn se aliam aos belos arranjos e guitarras pesadas da faixa, criando um clima intenso. A alternância dos vocais e o andamento mais cadenciado nos remetem á uma atmosfera obscura.  A pesada Once My Light, ganhou um belo videoclipe. Com toques progressivos e elementos sinfônicos, com belos corais e destaque para Ailyn, que desde que entrou na banda, parece ter revigorado o talento de Morten nas composições. Elixir, é um dos grandes destaques, pois a alternância dos vocais de Ailyn e Joakin Naess (convidado especial nesta faixa), contrastam com as harmonizações e arranjos de guitarra, de forma que prendem o ouvinte pela riqueza de detalhes. Essa faixa, traz a mente os primeiros trabalhos da banda. Um refrão marcante e um belo solo engrandecem ainda mais a composição. Sons of the North, embalado por teclados muito bem encaixados, é a faixa mais longa do trabalho. Com passagens sinfônicas e uma pegada mais metal, os vocais guturais, a versatilidade e criatividade da banda ganham destaque. A sexta faixa, Earendel, possui mais melodia e um andamento com arranjos de teclados que se alinham aos vocais femininos dando um toque de classe.

               
                  Concealed Disdain destaca o peso do baixo e bateria, com uma pegada mais heavy, que logo trazem os vocais de Ailyn se sobressaindo. Bem trabalhada, a faixa também ganha destaque. Insania, com acento no peso das guitarras também se destaca. Belas vocalizações e bastante peso permeiam a faixa. Na seqüência, o peso das guitarras seguem e comandam Contemptuous Quietus. Os vocais de Ailyn ganham ares líricos e concedem á faixa um clima épico e denso. Riffs fortes e mais um grande trabalho de baixo e bateria. The Silver Eye é mas uma grande composição. Climas sombrios, aarranjos orquestrais e uma boa dose de peso. A melancólica Tragedienne, que na edição nacional, ganhou uma versão em espanhol como bônus track, encerra o trabalho de forma grandiosa, pois mstra toda versatilidade e capacidade do grupo.

                 The Seventh Life Path agradará em cheio aos fãs e também aos apreciadores do Heavy Metal feito com classe e bom gosto. A criatividade e genialidade de Morten Veland continuam intactas. Se isso foi colocado em dúvida em trabalhos anteriores, aqui o músico mostra que sua qualidade persiste. Aliado a bela performance de Ailyn, o trabalho figura entre os melhores trabalhos da banda, e porque não dizer, do metal gótico e sinfônico.




Sergiomar Menezes
             

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

CROM - WE ARE STEEL




                      Heavy metal tradicional com influências marcantes da NWOBHM. Sem inovações, modernidades, apenas o bom e veho heavy metal. O CROM, quinteto paulista formado por Robson Luiz (vocal), Pedro Luiz Marcondes (Guitarra), Altemar Lima (guitarra), Cezar Heavy (baixo) e Claudivam Silva (bateria), foi formado em 1992, mas ficou inativo de 1997 até 2014. Mas quem tem o heavy metal no sangue não perde a essência e o grupo nos entrega em WE ARE STEEL (belo título) um som calcado no que de melhor o estilo pode oferecer.

                     São apenas três faixas, onde podemos perceber que nomes tradicionais como Manowar, Judas Priest e também, Iron Maiden. Mas o grupo imprime personalidade em seu trabalho, algo que faz a diferença no cenário atual. Morbid Existence abre o trabalho e percebemos logo de cara, que a banda aposta no peso como diferencial, aliando as influencias citadas com guitarras "calibradas" na medida certa. Por vezes mais rápida e por vezes mais cadenciada, a faixa tem um belo refrão. Not For World traz aquelas guitarras características e possui uma levada bem típica dos anos 80 com pitadas sutis de hard. Death Soldier, última faixa, apresenta um grande trabalho de guitarra, que nos remete aos grandes nomes do gênero e deixa no ouvinte que aprecia o estilo, a vontade de curtir mais material da banda.

                   O grupo lançou recentemente WE ARE STELL PT.II. Se a pegada e qualidade forem as mesmas, pode tirar a air guitar do armário e preparar o pescoço!


Sergiomar Menezes

ANGRY - FUTURE CHAOS



                      Thrash metal agressivo, cru e violento. Assim o  ANGRY, trio de Mauá (SP), se apresenta com FUTURE CHAOS. Guitarras com uma pegada bem old school, baixo e bateria diretos. Influências de nomes como Slayer, Testament, Exodus e também da escola alemã (Kreator e Destruction á frente), dão a tônica do trabalho que se mostra eficiente e garante aos apreciadores do estilo, mais uma boa opção no que se refere ao thrash metal feito em terras tupiniquins.


                      O grupo é formado por Diego Armando (vocal e baixo), Alex (guitarra) e Ricardo Luiz (bateria), e anteriormente havia lançado em 2010 o álbum Only Lies. Com uma bela capa e uma produção correta, o trabalho inicia com a introdução When Darkness Fall e logo na seqüência, emenda com a porrada The Night of Your Death. Riffs na melhor linha do thrash old school (mas sem soar datado), encontram uma cozinha pesada e alinhada a proposta do estilo. Vocal carregado de fúria e solo agressivo dão a dose certa de brutalidade á faixa. Future Chaos, faixa título, já começa com o pé no acelerador e tem um belo trabalho de bateria. Guitarra bem timbrada e direta. Um solo, por que não dizer, com melodia, mostram que o grupo possui versatilidade em suas composições. Após a breve narração em seu início, a veloz Insanity ganha espaço e como o próprio nome entrega, carregada na dose de insanidade, Riffs "violentos" e um vocal que lembra a "crua" veia alemã que o grupo tem em suas influências. A próxima faixa, I See, segue essa linha, onde a  velocidade e a agressividade ditam o ritmo,


                      Stuck in the Past, não dá refresco e impõe uma pegada bem típica, com as guitarras á frente. Suffocated By Despair, mais direta, entra com os dois pés na porta, garantindo aquela dor no pescoço e não dá chance pra respirar. Essa faixa, ao vivo, deve ser uma aula de  destruição. Fear of Tomorrow, continua o massacre e mostra uma boa variação na composição e a  cozinha da banda merece destaque aqui. A longa Last Day encerra o cd, mostrando a capacidade técnica da banda, alternando riffs mais agressivos e sujos com passagens mais simples, dando álbum um fechamento em grande estilo.


                    O Brasil é um país que possuem grandes bandas. Não apenas aquelas que acabam sendo conhecidas pela maioria do público. O underground propicia aos seus apreciadores bandas que tem muito a oferecer á quem curte heavy metal. O Angry é mais uma boa opção quando o assunto é Thrash Metal. Se for sua praia, pode ir tranquilo. Se bem que, tranquilidade é o que menos queremos quando o assunto é esse, não é mesmo? E isso, podem ter certeza, o grupo garante!



Sergiomar Menezes

domingo, 27 de setembro de 2015

DEVIL'S PUNCH - DAMN ROAD (EP)



                     Southern Metal. Assim podemos classificar o som do grupo DEVIL'S PUNCH de Avaré, interior de São Paulo. Fazendo uma mistura bem homogênea entre o Metal Tradicional e o Southern Rock, a banda formada por Jony Roque (vocal), Henrique Lex (guitarra), Gill Roque (baixo) e Luiz Daniel (bateria), traz no EP digital DAMN ROAD, uma dosagem entre os estilos citados imprimindo ao grupo uma característica própria.

                    O trabalho vem com uma dose de energia, principalmente pelo bom trabalho das guitarras, que além de possuir peso, traz riffs muito bem compostos. Com uma produção direta, os instrumentos ficaram bem nítidos, mas poderia ter uma certa dose de "sujeira", pra dar uma certa incrementada ao bom som executado pelo grupo.

                   Bons riffs e uma pegada bem Southern são as características de Lost My Pride, faixa que abre o trabalho. Um vocal correto, bem encaixado e um refrão que gruda na cabeça aliados ao belo trabalho da guitarra, fazem da faixa um dos destaques do trabalho. The End of the Line continua com as guitarras ditando o ritmo, com riffs carregados de feeling. Bateria e baixo trabalhando em sintonia com toques de hard rock e um solo inspirado. A pesada Waste My Time, mais  cadenciada vem na seqüência e segue com bons riffs. Damn Road, faixa título e que encerra o EP, tem um início mais suave, mas que logo em seguida ganha ares mais pesados e que nos remete ao Black Label Society. Bons arranjos e mostrando a qualidade técnica dos músicos, a música é o grande destaque do bom trabalho de estréia do grupo.

                 Com apenas 4 faixas, o Devil's Punch mostra que tem "whisky na garrafa" pra trilhar o caminho do estilo. Esperemos os próximos lançamentos para confirmar o que temos nessa estréia!



                     Sergiomar Menezes

CAPADOCIA - LEADER'S SPEECH



              Uma pedrada atrás da outra. Qualidade aliada a garra e competência. Também, não se podia esperar outra outra. Apesar de ser o trabalho de estréia do CAPADOCIA, o grupo conta com músicos experientes na cena do metal. Baffo Neto (ex- Retturn, vocal e guitarra), Marcio Garcia (guitarra), Gustavo Tognetti (baixo) e Palmer De Maria (bateria) demonstram em LEADER'S SPEECH, lançado em 2014 de forma independente, talento na composição e execução das faixas. O trabalho foi gravado, produzido e mixado por Baffo Neto, enquanto os arranjos ficaram por conta de Marcio Garcia. A masterização foi feita por Heros Trench no Mr. Som Studio, em São Paulo. E cabe dizer que um dos destaques do trabalho fica na produção, que soube deixar os instrumentos nítidos, sujos (sem soar forçados) e pesados.

               O cd começa com a pesada Stand Still. Agressiva e contando com um solo bem encaixado, a faixa dá uma bela amostra do teremos pela frente. Baixo e bateria alinhados, carregando no peso, enquanto as guitarras despejam riffs. Na seqüência, a paulada Everybody Hates Everybody (título bastante atual, não é mesmo?), traz as características hardcore da banda, não tanto pela velocidade que a banda imprime á faixa, mas pelas guitarras, que tem aquele acento das bandas de NY. Snake Skin, com ares que remetem ao Sepultura (fase Chaos A.D./Roots), é um dos destaques do trabalho. A parede sonora formada pelas guitarras vão de encontro ao grande trabalho de baixo e bateria e casam perfeitamente com o vocal mais agressivo de Baffo. Stay Awake, mantém o peso em alta. Cadenciada, mas muito pesada, a música transborda feeling e mostra a variação nas composições que o grupo tem. A próxima faixa, Ferida, é a única cantada em português e também merece destaque. Rápida, pesada e com um refrão de fácil assimilação.

               Lord of Chaos, a sexta faixa, já inicia com um ritmo forte, marcado e mantém a pegada do álbum. Novamente, as guitarras ditam a "batida". Sounds of An Empty Gun com solos cortantes e uma interessante variação durante a execução, segue a linha "Capadocia" de qualidade. Leader's in the Fog aparece com algum groove e acaba soando um pouco diferente do restante do material, mas mantém o peso e conta com um, por vezes, com um vocal mais urrado. O trabalho encerra com os riffs agressivos e pesados de Survival Instinct. Variando entre a velocidade e o peso cadenciado, o grupo mostra que a experiência, tem valor pra quem sabe o que faz.

              Um trabalho muito bem produzido que evidencia o talento dos músicos. Um álbum de estréia que já mostra personalidade e busca um lugar ao sol no "complicado" mundo do metal nacional. Com um trabalho de muito bom nível, esse lugar, com certeza, está reservado!



   Sergiomar Menezes

             

             

sábado, 26 de setembro de 2015

GODZORDER - OBEY (EP)


                   Ouvir esse primeiro trabalho do quarteto paulistano GODZORDER é extremamente perigoso. Ainda mais se houver objetos móveis por perto. Digo isso, meus amigos, pois é impossível ficar parado ou indiferente ao petardo que é esse EP. OBEY, lançado de forma independente e que foi gravado, mixado e masterizado no Daufembach Studio, em São Paulo e produzido pela própria banda juntamente com Adair Daufembach é, sem nenhuma sombra de dúvida, o melhor EP lançado esse ano! Thrash metal na veia, sem frescuras, invencionices.Um pouco de influência hardcore, um pouco de groove. Moderno e atual. Riffs, riffs e mais riffs. A única ressalva que fica é que são apenas 5 músicas? Demora muito pra sair o full lenght???

                   O grupo formado por Rafael Morassutti (vocal e baixo), Gustavo Salles (guitarra), André Fernandes (guitarras) e Marco Mingote (bateria) pratica um thrash metal bastante atual e calcado em riffs pesados, vocais rasgados e nervosos e muito peso na cozinha. Uma banda que precisa ser conhecida pelo público de metal desse país! O EP abre com abre com um riff cavalgado e com o pé na porta. Best Friend já mostra que a banda não está pra brincadeira e incorpora até passagens com blast beats, sem perder a característica thrash. Um belo solo e muito peso da dupla Rafael e Marco são os destaques da faixa. The Strongest Force começa cadenciada e pesada, mas logo em seguida a correria aparece e nos entrega uma pérola que evidencia a força do Rock n' Roll em sua letra. Aqui as guitarras de Gustavo e André (com uma bela timbragem) se destacam ao encaixar os riffs e solos de maneira agressiva.

                 Um baixo pesado anuncia Psycho Mind. Cadenciada em seu início, em seguida aquelas guitarras características ao estilo dão as caras e entregam mais um petardo, digno de abrir rodas e mais rodas de mosh, com um refrão que traz um vocal "urrado" e bem pesada. I'm Your Freedom, talvez seja a melhor faixa do trabalho. Escrevi "talvez" pois todas as faixas possuem um nível alto de qualidade! Cadenciada, pesada, com aquela paradinhas que só os "thrashers" tem a manha de fazer, a faixa alterna grandes riffs com solos, digamos, melódicos na medida certa. Break, a última faixa, inicia com um trabalho de baixo e bateria e ganha velocidade com riffs cortantes. No decorrer do EP, pode-se notar influências de nomes como Testament e Exodus (principalmente no vocal), mas nada que prejudique a personalidade da banda! Que, se o público de metal nesse país, souber valorizar, vai figurar entre os grandes nomes do cenário! Pra bater a cabeça até rachar!!!!




    Sergiomar Menezes

ARKONA - YAV


                     Folk/Pagan Metal muito bem trabalhado, com momentos atmosféricos e com nuances que remetem ao progressivo. Pode-se resumir dessa forma o trabalho apresentado pelos russos do ARKONA em seu mais recente trabalho, YAV (2015) que chega por aqui via Shinigami Records. Mas talvez, seja um tanto quanto simples classificar dessa maneira o som do grupo, pois existem elementos bem variados e muito bem compostos pelo quinteto. Um trabalho que não pode ser avaliado em apenas uma audição. Passagens pesadas, por vezes flertando com o death/back metal, permeiam o álbum que possui uma qualidade ímpar neste estilo.

                     Com uma produção que soube valorizar a qualidade dos músicos e arranjos muito bem estruturados, as composições acabam envolvendo o ouvinte de tal forma que prendem a atenção. A cada audição, novos detalhes surgem e o trabalho vai crescendo. O grupo formado por Masha "Scream" (vocal), Sergei "Lazar" (guitarra), Ruslan "Kniaz" (baixo), Andrey Ischenko (bateria), Vladimir "Volk" (instrumentos étnicos) e que conta com a participação de Anton Dobrovolskiy (teclados e samplers) ao vivo, mostra toda sua capacidade ténica e de composição logo na faixa de abertura. Zarozhdenie traz muitas variações, com climas densos e que possui uma riqueza de detalhes que fazem seus mais de oito minutos passem despercebidos. A rápida Na Strazhe Novyh Let, com seus vocais que alternam momentos urrados e limpos, traz elementos mais pesados, além do uso muito bem encaixado de instrumentos folclóricos, que são tão pertinentes ao estilo. Com um início bem introspectivo, Serbia, traz as características da banda, onde os belos arranjos encontram com o andamento bem trabalho de baixo e bateria. E cabe destacar também o bom trabalho de Masha nesta faixa. O início extremo de Zov Pustyh Dereven', mostra a variação nas composições do grupo, alternando momentos mais suaves e cadenciados, com passagens que possuem elementos de black metal. Gorod Snov possui um clima mais sombrio, por vezes denso e pesado. Instrumentalmente, os arranjos ficaram muito bem feitos e o vocal traz um clima soturno á música.

                      Ved'ma tem um clima mas dinâmico me seu início, mas possui peso e também traz elementos que remetem as fases anteriores do grupo. Variação bem trabalhada na linha vocal. Chado Indigo tem seu destaque nas guitarras, com riffs bem pesados. Veloz e ríspida em alguns momentos, dá pra considerar como a faixa de mais fácil assimilação do trabalho. O grande destaque do trabalho é a faixa seguinte. Jav, com seus mais de treze minutos, traz muitas variações e elementos que mostram o diferencial do Arkona no cenário. O talento na composição e a técnica de seus integrantes. Uma faixa que precisa, assim como todo o trabalho, ser escutada mais de uma vez pra se perceber toda a genialidade do quinteto. O trabalho se encerra com V Objat'jah Kramoly. Com vocais diversificados, mais cadenciada e com clima bastante denso e sombrio, a faixa se encarrega de terminar o trabalho de forma correta.

                     Como escrevi antes, é um trabalho que não pode ser ouvido apenas uma vez para ser avaliado. Uma banda que traz muitos elementos em suas composições  e foge do lugar comum no estilo que pratica. Se você curte o estilo e quer um som que se reinventa sem perder suas características, YAV é o álbum a ser escutado e Arkona, a banda a ser reconhecida!





    Sergiomar Menezes
                 

                 

                   

3° UNIÃO EXTREMA FEST - A UNIÃO DA CENA UNDERGROUND



                     Sábado, 15 de agosto de 2015. A tradicional casa underground, Embaixada do Rock, em São Leopoldo, foi sede da terceira edição do já consolidado União Extrema Fest. Uma parceria entre a Heavy & Hell Press e o All That Metal, dessa vez, também celebrava os 7 anos de atividades de um dos melhores sites dedicados á música pesada, o Road to Metal. E, poucas vezes, um nome de um festival caiu também bem ao evento como esse. Afinal subiriam ao palco bandas de estilos bem variados, mas que em sua essência celebram o Heavy Metal!

                     Sin Avenue (Hard Rock), Astaria (Heavy Metal), Bloody Violence (Brutal Death Metal) e Carniça (Thrash Metal) subiram ao palco e deram prova, mais uma vez, que a nossa cena underground possui grandes bandas. E que mereciam um público maior. Tá certo que haviam na região, mais cinco eventos. E isso por um lado é louvável, afinal, quanto mais o heavy metal for divulgado, melhor. Mas é aquela história, com mais eventos, o público acaba se dividindo e dessa forma, dá uma "esvaziada" em ambos. E além de ter um ingresso barato, o União ainda arrecadou alimentos pra a população de Esteio que foi atingida recentemente por uma forte enchente. Belo gesto dos organizadores e do público que atendeu ao pedido e fez sua parte. Dito isto, vamos aos shows.

SIN AVENUE

                     Com cerca de meia hora de atraso (algo normal), sobe ao palco a primeira banda, a representante do Hard Rock no festival, SIN AVENUE. E a escolha não poderia ter sido melhor. Formada por CJ Rebel Son (vocal e guitarra), Lucas Queiroz (Baixo e backing vocal) e Z. Ace (bateria), a banda entro detonando um hard com uma pegada heavy que só quem tem a manha do estilo pode (e sabe) fazer. Contando com músicos experientes na cena, o grupo mostra muita qualidade nas composições, além da técnica dos integrantes, com destaque para o guitarrista CJ rebel Son. Com um vocal bem característico e uma guitarra afiada, ele se junta ao peso de Lucas e a pegada hard rocker de Z. Ace ( que por vezes lembrou os grandes bateras da cena hard americana tocando de pé) e nos entregam uma música cheia de malícia e inspirada nos grandes nomes da cena ( Whitesnake e Kiss á frente). Destaque para Love Hunter, In The Name of Glory, Say Goodbye to Yesterday, Crime e o medley/cover do WASP Wild Child/Babylon's Burning, que ficou sensacional! A banda se encontra em processo de gravação de seu álbum de estréia. E pelo que se pode conferir, vem coisa boa por aí. A cena Hard agradece!

Setlist SIN AVENUE:

01 - You're Not Only One
02 - Love Hunter
03 - In The Name of Glory
04 - Alone
05 - Say Goodbye To Yesterday
06 - I'll Gonna Make You Mine
07 - Crime
08 - Wild child/Babylon's Burning (WASP cover)


                  

ASTARIA

                       A segunda banda a se apresentar foi a ASTARIA. Praticando um heavy metal muito bem tocado, o grupo agradou bastante o público. Com dez anos de estrada, o grupo formado por  Marcelo Laserra (vocal), Ian Caiê (guitarra) Maurício Zimmermann (guitarra), Leandro Mantelli (baixo) e Giovani Lazzari (bateria), trouxe o peso do heavy metal ao palco do União Extrema. Com destaque para a dupla de guitarristas, que "pesou" a mão, a apresentação mostrou um grupo entrosado e que tem grandes músicas. Com um set baseado no seu primeiro trabalho (Closed Eyes - 2012), os destaques ficaram com Raven's Eye e Fire That Cannot Burn, com um refrão daqueles pra cantar com a banda! O batera Giovani Lazzari carrega no peso, criando um belo trabalho em conjunto com o baixista Leandro Mantelli. O grupo apresentou também um medley muito bem executado com músicas do Metallica e encerrou a apresentação com o cover de Children of the Grave dos mestres do Black Sabbath. 

Setlist ASTARIA:

01 - Horizon Seeker
02 - Raven's Eye
03 - For Whom The Bell Tolls/Sad But True/Seek & Destroy (Metallica medley)
04 - Fire That Cannot Burn
05 - Chain of Lies
06 - Into the Maze
07 - Children of the Grave (Black Sabbath Cover)


                                                             BLOODY VIOLENCE

                    Era chegada a hora, então, da brutalidade sonora! O BLOODY VIOLENCE subia ao palco após uma bem sucedida turnê européia ao lado dos também gaúchos In Torment e dos italianos do Vulvectomy (intitulada Abusing Europe 2015). A apresentação teve início com alguns problemas técnicos no som, mas que logo foram sanados e proporcionaram ao público presente uma aula de brutalidade e violência! Israel Savaris (vocal e baixo), Igor Dorneles (guitarra) e Eduardo Polidori (bateria) formam um trio que produz um apocalipse sonora, que muitas bandas com mais integrantes não consegue concretizar. Com uma fúria e garra impressionantes, o grupo vem divulgando Divine Vermifuge, lançado agora em 2015 e executou petardos como Mother of  Dying, Colares UFO Flap e Overseers. Destaque para a performance do guitarrista Igor Dorneles. Mais um grande show!

Setlist BLOODY VIOLENCE:

01 - Lethal Nuclear Evil I
02 - Mother of Dying
03 - Born to Squirm
04 - Piece of Shit
05 - Overseers
06 - Colares UFO Flap
07 - Lethal Nuclear Evil II


            
                                                                        CARNIÇA

                     E no encerramento do festival, sobe ao palco da Embaixada, uma das melhores bandas do RS. Praticando seu Heavy Rotten Metal, a CARNIÇA proporcionou uma aula de thrash metal aos que ali estavam presentes. A experiência conta muito e não á toa que, Mauriano Lustosa (vocal e baixo), Parahim Neto (guitarra e backing vocal) e Marlo Lustosa (bateria) tem o reconhecimento do público por onde passam. Com uma garra e pegada totalmente thrash e com "sangue no zóio", o grupo trouxe músicas de todos seus trabalhos. Ainda em divulgação de seu mais recente trabalho (Nations of Few - 2012) e com o Projeto Crowdfunding de relançamento de Rotten Flesh (seu primeiro álbum) em vinil, o grupo fez um show memorável! Pauladas como Rotten Flesh, Oil War, Nations of Few, Prayers Before the Death e o cover insano de Angel of Death do Slayer (que infelizmente, foi o pano de fundo para um acidente, onde alguém do público acabou por quebrar o pé no mosh, mas que teve o atendimento necessário por parte da produção) foram os grandes destaques. O trio tem estrada e sabe muito bem como fazer thrash metal. E proporcionou ao festival um encerramento em alto estilo, provando que aqui se faz metal de qualidade, mesmo sem o apoio da grande mídia!

Setlist CARNIÇA:

01- Intro/Liars
02 - The Prothester
03 - Nations of few
04 - Rotten Flesh
05 - No Love Hate and Death/ Lethal Agression
06 - Oil War
07 - Prayer Before the Death
08 - Surrender
09 - Angel of Death (Slayer cover)


                  Fica aqui os parabéns e também ao agradecimento ao Renato (Heavy & Hell Press)e ao Tiago (All That Metal ) pela atenção e credenciamento, ao Fábio (Embaixada do Rock) pela parceria, ao Uiliam Vargas e ao Diogo Nunes (Road to Metal) pelas fotos e as bandas que proporcionaram grandes shows! Que venham mais edições! Hail to underground!



Sergiomar Menezes


                    

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

IRON MAIDEN - THE BOOK OF SOULS


                   A maior banda de todos os tempos está de volta! E com um trabalho muito superior aos seus recentes antecessores. The Book of Souls chegou cheio de expectativas (como todo trabalho da Donzela). Desde Brave New World (2000), o grupo não apresentava um trabalho tão consistente como esse. Após o fraco Dance of  Death (2003), o regular A Matter of Life and Death (2006) e o fraquíssimo The Final Frontier (2010), o grupo chega com seu trabalho de maior duração (cerca de 90 minutos), recheado de belos solos (o trio de guitarristas está afiadíssimo, Dave Murray é  a cara da banda, Janick Gears se supera, mas o grande destaque é Adrian Smith), riffs tipicamente “maidenianos”, aquele baixo cavalgado que só mestre Steve Harris pode nos proporcionar, a bateria pegada e certeira de um dos bateristas menos lembrados quando se fala nos melhores, mas que de coadjuvante não tem nada, afinal, Nicko McBrain toca muito e, Bruce Dickinson... Sem  sombra de dúvida está cantando muito! Além de cantar de forma espetacular, Bruce compôs grandes músicas em parceria com Adrian Smith, algo que por si só, já garantiria qualidade suficiente ao trabalho. Mas os arranjos, o peso (tratando-se  de Iron Maiden) nos trazem uma banda que, apesar da passagem do tempo, mostra que tem muita lenha pra queimar. 


                  Muitos dizem que o álbum é uma volta ás origens. Não concordo. O Iron Maiden não precisa disso. Mas quando se compara aos mais recentes trabalhos, podemos afirmar que a velha Donzela de Ferro está de volta! O único ponto que deixa um pouco a desejar é a produção. Kevin Shirley é um renomado produtor e já vem produzindo a banda há algum tempo. Apesar de ter grandes bandas em seu currículo ( Rush, Aerosmith, Journey), a produção não fica á altura da banda. Como eu gostaria de um dia poder ouvir um álbum do Iron produzido por Andy Sneap (Exodus, Kreator, Arch Enemy), que além de produzir bandas mais pesadas, fez um trabalho fantástico com o Accept! Mas de forma alguma esse detalhe retira brilho do trabalho. Uma banda em plena forma e inspirada é o que podemos ouvir nas 11 composições que integram o trabalho.

                 O álbum começa com If  Eternity Should Fail. Uma grande composição. Iniciando com um Bruce inspirado e de forma lenta até a entrada da banda, com uma pegada pesada e cadenciada. Com um belo refrão e guitarras na linha NWOBHM, é um belo início de trabalho. Speed of Light, faixa que foi divulgada como single e teve um clipe sensacional, vem na seqüência. Rápida, com grandes riffs, um refrão pra cantar junto no show de punhos cerrados e um Bruce lembrando os tempos de No Prayer for the Dying (1990), tem tudo para ser uma das composições a integrarem o set list da próxima turnê. Quanto ao vídeo... Bom, a banda teve a perspicácia em unir o mundo dos games e o heavy metal. Mostrando a evolução dos jogos e da discografia do grupo, o clipe, como dito antes, é sensacional!                 




                   The Great Unknow tem como destaque Nicko Mcbrain. Um trabalho de bateria técnico e eficiente. Com um andamento diferente, talvez seja a faixa, onde a veia “prog” da banda tem mais destaque. Com solos muito bem elaborados e tendo em Bruce novamente sua referência, a faixa fica melhor a cada audição. A longa The Red and the Black, nos remete a clássica The Rime of Ancient Mariner. Aqui, as três guitarras da banda trabalham de forma harmoniosa. Refrão forte e a categoria de Bruce complementam a composição. When The Rivers Run Deep é a faixa mais rápida do trabalho. Com aquela veia rocker dos antigos trabalhos, bons riffs e solos inspirados, Adrian Smith mostra que além de grande guitarrista, é um excelente compositor. The Book of Souls, faixa título, também está no rol das faixas longas do álbum. Começando com um dedilhado ao violão, a faixa traz uma grande variação durante sua execução. Por vezes pesada e cadenciada, não percebemos o tempo passar. Bruce Dickinson dando show novamente. Um clima épico com toques progressivos se fazem presentes. Assim, se encerra o CD 1.

                  O CD 2 começa com a fantástica Death or Glory. Que música meus amigos! Direta e pesada, a parceria entre Bruce e Adrian aqui mostra que a dupla quando quer, se supera. Uma faixa sem grande variações mas com aquela pegada característica da Donzela que todos nós tanto curtimos! Wasted Years... Ops... Shadows of The Valley vem na seqüência. E não errei ao escrever não. Escutem a introdução desta música e me digam se não vem a mente a música presente me Somewhere in Time (1986). Apesar disso, mais uma bela composição com grande trabalho de guitarra. Tears of a Clown, que homenageia o falecido ator Robbin Willians, e é a faixa preferida de Bruce Dickinson no álbum. Uma bela melodia e com uma interpretação emocionante do vocalista, a faixa composta por Adrian Smith e Steve Harris é um dos destaques. The Man of Sorrows, começa com Dave Murray dedilhando uma bela melodia. Dá pra imaginar que teremos uma balada, mas há uma mudança de direcionamento e a música ganha um contorno diferente. Empire of the Clouds encerra o álbum com seus 18 minutos. A faixa é a mais longa da carreira da banda. Um piano na introdução e vai crescendo de tal forma que se transforma em um dos destaques do cd. Uma composição com variações, arranjos fantásticos e um show de cada integrante durante sua execução.

                  Já escrevi em uma rede social que apesar da empolgação de muitos fãs, esse álbum não é a oitava maravilha do mundo. Afinal, o Iron já tem em seu currículo as outras sete. Mas é um álbum MUITO BOM. E fica melhor a cada audição. E pelo que andei lendo, em Março de 2016, a banda deve vir ao Brasil e muito provavelmente se apresentará em Porto Alegre. Não perca! A maior banda mundo divulgando um grande álbum merece ser vista por todo aquele que diz ter o rock em suas veias. Lá em 1981, um jovem e rebelde Paul DI’Anno bradava: “ IRON MAIDEN CAN’T BE FOUGHT!”  E essa frase continua atual... UP THE IRONS!



* Publicado originalmente no site da Agência Yaih (www.agenciayaih.com.br)


Sergiomar Menezes

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

SACRÁRIO - CIRCLE OF PSYCHOPATHS


               Thrash Metal old school mas com uma pegada atual. Riffs cortantes e cozinha destruidora. Assim o grupo gaúcho SACRÁRIO se apresenta com o petardo CIRCLE OF PSYCHOPATHS. Lançado pela Voice Music, o trabalho foi mixado e masterizado pelo baterista Everson Krentz. E que por sinal, deixou a sonoridade da banda exatamente como uma banda de thrash deve soar: crua mas sem excessos. Gravado no Weeber Home Studio, o cd mostra que não basta querer fazer thrash metal. Tem que SABER fazer!  Formado por Fabio Webber (vocal e guitarra), Everson Krentz (bateria), Ricardo Lemos (guitarra - que deixou a banda recentemente) e Cristiano Kappaun (baixo), o grupo traz um trabalho que agradará aos fãs do estilo.

               A faixa de abertura, Let Them Die, começa com uma pequena introdução para na seqüência, enfiar o pé no acelerador com riffs certeiros, bateria pesada, vocal rasgado e solos cortantes. Bem composta , a faixa dá uma amostra das características e influências da banda. Já Circle of Psychopaths, mais cadenciada, mostra a variação nas composições, pois o grupo não se apega apenas na velocidade e carrega no peso. Grande trabalho de baixo e bateria, onde os riffs se encarregam de nos proporcionar a famosa "air guitar". Mais riffs thrash é o que encontramos em Killing For A Living. O batera Everson Krentz tem a pegada que os grandes bateristas do estilo possuem, pois alia o peso com variações sem tornar a condução monótona. O peso de Ashes and Dust continua e dá destaque as guitarras, e comprova que além do vocal correto, Fabio também manda bem nas seis cordas, além de ser o principal compositor da banda. As The World Falls Down mete o pé na porta e podemos perceber as influências do thrash alemão no som da banda.

               Time of Pestilence é uma das melhores faixas, com grande variação e excelentes riffs. Peso proporcionado pela cozinha da banda onde o baixista Cristiano ganha destaque. Vocais na linha do thrash old school. Sem dúvida um dos destaques! Blackened Future também se destaca, pois é uma faixa mais densa e porque não dizer, sombria. Cadenciada e com riffs carregados, tem em sua composição uma variação de andamentos que entregam dinamismo á música. The Evil is Never Far mantém a boa sequência do álbum. Nether God Nor Devil, traz a velocidade de volta e a pancadaria corre solta. Mosh garantido! Após um breve dedilhado, Relish The Bloodshed vem carregada de peso com uma levada de bateria bem interessante. Bloody Night, é uma faixa tributo á primeira formação da banda que gravou a demo Wasted Land ( Alexandre Colletti, Carlos lots, Marcelo Cougo, Alvaro Balaca e Marco Fregapani). Muito legal essa iniciativa da banda! Aqui, a guitarra solo ficou á cargo de Carlos Lots, o baixo com Marcelo Cougo e o vocal com Alvaro Balaca. O trabalho se encerra com o cover de Living Monstrosity do Death. Presente em Spiritual Healing (1990), a Sacrário consegui imprimir sua personalidade com maestria.

               Um grande trabalho feito por quem tem conhecimento de causa. Talvez, o único ponto que poderia ter ficado melhor, seriam os solos. Não ficaram ruins, pelo contrário. Mas poderiam ter sido mais explorados. Se você curte aquele thrash metal old school, mas com uma pegada e roupagem mais atual, vá sem medo de encontro de Circle of Psychopaths. O torcicolo é garantido!



               Sergiomar Menezes

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

SAVE OUR SOULS - THE OTHERSIDE


                    Metal Sinfônico elaborado, técnico e de bom gosto. Talvez seja um tanto simplificado chamar assim a música executada pelo quarteto gaúcho SAVE OUR SOULS. Mas também, resume de forma correta o som praticado pelo grupo. Lançando seu primeiro trabalho, THE OTHERSIDE,via SHINIGAMI RECORDS, o grupo formado por Melissa Ironn (Vocal e teclado), Marlon Lago (Guitarra), Jackson Harvelle (baixo) e Andréss Fontanella (bateria), apresenta um trabalho consistente e bem elaborado, algo bastante raro hoje em dia, no saturado mundo do estilo escolhido pelo quarteto. Gravado no UFO Studio em Capão da Canoa, RS e produzido por Diego Voges e pela própria banda, o álbum traz belos arranjos e composições que mostram que, apesar de se tratar do primeiro trabalho da banda ( em 2010 o grupo lançou de forma independente o EP FIND THE WAY), personalidade e talento, permeiam de forma uniforme o trabalho.

                    Contando com um trabalho gráfico muito bem elaborado, a produção soube explorar as nuances que o som trabalhado do grupo propõe, sendo que os arranjos ficaram muito bem feitos. Iniciando com Another Life, uma canção bem variada, onde os vocais de Melissa já demonstram uma bom alcance e que se desenvolvem de forma bem peculiar durante a execução da faixa. Com uma introdução bem suave e melódica, a faixa cresce e ganha peso. All  The Lost Souls tem as guitarras como de destaque, além do belo trabalho vocal. The Judgement Day, terceira faixa, apresenta como principal ponto, o bom trabalho desenvolvido pela "cozinha" da banda. Pesada mas sem soar forçada, a música figura entre os destaques do trabalho. The Sound of  Heart, uma balada com belos arranjos e uma bela interpretação de Melissa. O grupo mostra uma boa variação nas composições, o que faz muita diferença. Web of Lies vem na seqüência traz uma boa dose de peso, onde os bumbos de Andréss se fazem presentes, imprimindo á música uma pegada com toques de heavy.

                     Mais peso é o que temos em Soul Domination. Grande trabalho de baixo e bateria com um teclado bem encaixado, A guitarra de Marlon Lago capricha no timbre pesado e por alguns momentos, entram de vez em um heavy metal que só nos remetam ao sinfônico pelos vocais de Melissa. Uma faixa que merece destaque. Já Find The Way traz vocais característicos ao estilo. Pesada e sinfônica, a faixa ganha e muito nos arranjos que ressaltam a capacidade da banda nas composições e que entregam ás canções, a personalidade inerente ao estilo. Leave Me Alone é uma surpresa, pois é uma faixa curta. Porém, na seqüência temos You (Leave Me Alone Part.2) que segue o peso de sua antecessora e possui um belo andamento. Dark Enigma, a última faiixa regular, começa com um belo piano, para em seguida, mostrar a técnica do baixista Jackson Harvelle. Com variações e arranjos complexos, a faixa encerra oi trabalho de forma que, podemos afirmar, coloca o Save Our Souls entre as promessas do cenário nacional. Com vocais guturais á cargo do produtor Diego Voges, e mais uma bela interpretação de Melissa, a música sintetiza o trabalho do grupo. Há ainda, uma faixa bônus. A versão acústica para The Sound of Heart, que ficou muito bem executada e podemos ouvir, de forma mais direta, o talento vocal de Melissa.

                     O trabalho do SAVE OUR SOULS surge como um sopro de renovação no mercado um tanto quanto desgastado do metal melódico/sinfônico. Talento nas composições aliado á técnica dos músicos devem garantir um futuro promissor ao grupo. Se mantiverem a classe apresentada em THE OTHERSIDE, seu nome logo logo, figurará entre os grandes do metal nacional.

SAVE OUR SOULS

         Sergiomar Menezes