A
maior banda de todos os tempos está de volta! E com um trabalho muito superior
aos seus recentes antecessores. The Book
of Souls chegou cheio de expectativas (como todo trabalho da Donzela).
Desde Brave New World (2000), o
grupo não apresentava um trabalho tão consistente como esse. Após o fraco Dance of
Death (2003), o regular A
Matter of Life and Death (2006) e o fraquíssimo The Final Frontier (2010), o grupo chega com seu trabalho de maior
duração (cerca de 90 minutos), recheado de belos solos (o trio de guitarristas
está afiadíssimo, Dave Murray é a cara da banda, Janick Gears se supera, mas o grande destaque é Adrian Smith), riffs tipicamente
“maidenianos”, aquele baixo cavalgado que só mestre Steve Harris pode nos proporcionar, a bateria pegada e certeira de
um dos bateristas menos lembrados quando se fala nos melhores, mas que de
coadjuvante não tem nada, afinal, Nicko
McBrain toca muito e, Bruce
Dickinson... Sem sombra de dúvida
está cantando muito! Além de cantar de forma espetacular, Bruce compôs grandes
músicas em parceria com Adrian Smith, algo que por si só, já garantiria
qualidade suficiente ao trabalho. Mas os arranjos, o peso (tratando-se de Iron Maiden) nos trazem uma banda que,
apesar da passagem do tempo, mostra que tem muita lenha pra queimar.
Muitos dizem que o álbum é uma volta ás origens. Não concordo. O Iron Maiden não precisa disso. Mas
quando se compara aos mais recentes trabalhos, podemos afirmar que a velha
Donzela de Ferro está de volta! O único ponto que deixa um pouco a desejar é a
produção. Kevin Shirley é um
renomado produtor e já vem produzindo a banda há algum tempo. Apesar de ter
grandes bandas em seu currículo ( Rush, Aerosmith, Journey), a produção não
fica á altura da banda. Como eu gostaria de um dia poder ouvir um álbum do Iron
produzido por Andy Sneap (Exodus,
Kreator, Arch Enemy), que além de produzir bandas mais pesadas, fez um trabalho
fantástico com o Accept! Mas de forma
alguma esse detalhe retira brilho do trabalho. Uma banda em plena forma e
inspirada é o que podemos ouvir nas 11 composições que integram o trabalho.
O
álbum começa com If Eternity Should Fail. Uma grande
composição. Iniciando com um Bruce inspirado e de forma lenta até a entrada da
banda, com uma pegada pesada e cadenciada. Com um belo refrão e guitarras na
linha NWOBHM, é um belo início de trabalho. Speed of Light, faixa que foi divulgada como single e teve um clipe
sensacional, vem na seqüência. Rápida, com grandes riffs, um refrão pra cantar
junto no show de punhos cerrados e um Bruce lembrando os tempos de No Prayer
for the Dying (1990), tem tudo para ser uma das composições a integrarem o set
list da próxima turnê. Quanto ao vídeo... Bom, a banda teve a perspicácia em
unir o mundo dos games e o heavy metal. Mostrando a evolução dos jogos e da
discografia do grupo, o clipe, como dito antes, é sensacional!
The Great Unknow tem como destaque
Nicko Mcbrain. Um trabalho de bateria técnico e eficiente. Com um andamento
diferente, talvez seja a faixa, onde a veia “prog” da banda tem mais destaque.
Com solos muito bem elaborados e tendo em Bruce novamente sua referência, a
faixa fica melhor a cada audição. A longa The
Red and the Black, nos remete a clássica The Rime of Ancient Mariner. Aqui,
as três guitarras da banda trabalham de forma harmoniosa. Refrão forte e a
categoria de Bruce complementam a composição. When The Rivers Run Deep é a faixa mais rápida do trabalho. Com
aquela veia rocker dos antigos trabalhos, bons riffs e solos inspirados, Adrian
Smith mostra que além de grande guitarrista, é um excelente compositor. The Book of Souls, faixa título, também
está no rol das faixas longas do álbum. Começando com um dedilhado ao violão, a
faixa traz uma grande variação durante sua execução. Por vezes pesada e
cadenciada, não percebemos o tempo passar. Bruce Dickinson dando show
novamente. Um clima épico com toques progressivos se fazem presentes. Assim, se
encerra o CD 1.
O CD
2 começa com a fantástica Death or Glory.
Que música meus amigos! Direta e pesada, a parceria entre Bruce e Adrian aqui
mostra que a dupla quando quer, se supera. Uma faixa sem grande variações mas
com aquela pegada característica da Donzela que todos nós tanto curtimos!
Wasted Years... Ops... Shadows of The
Valley vem na seqüência. E não errei ao escrever não. Escutem a introdução
desta música e me digam se não vem a mente a música presente me Somewhere in
Time (1986). Apesar disso, mais uma bela composição com grande trabalho de
guitarra. Tears of a Clown, que
homenageia o falecido ator Robbin Willians, e é a faixa preferida de Bruce
Dickinson no álbum. Uma bela melodia e com uma interpretação emocionante do
vocalista, a faixa composta por Adrian Smith e Steve Harris é um dos destaques.
The Man of Sorrows, começa com Dave
Murray dedilhando uma bela melodia. Dá pra imaginar que teremos uma balada, mas
há uma mudança de direcionamento e a música ganha um contorno diferente. Empire of the Clouds encerra o álbum
com seus 18 minutos. A faixa é a mais longa da carreira da banda. Um piano na
introdução e vai crescendo de tal forma que se transforma em um dos destaques
do cd. Uma composição com variações, arranjos fantásticos e um show de cada
integrante durante sua execução.
Já
escrevi em uma rede social que apesar da empolgação de muitos fãs, esse álbum
não é a oitava maravilha do mundo. Afinal, o Iron já tem em seu currículo as
outras sete. Mas é um álbum MUITO BOM.
E fica melhor a cada audição. E pelo que andei lendo, em Março de 2016, a banda
deve vir ao Brasil e muito provavelmente se apresentará em Porto Alegre. Não
perca! A maior banda mundo divulgando um grande álbum merece ser vista por todo
aquele que diz ter o rock em suas veias. Lá em 1981, um jovem e rebelde Paul
DI’Anno bradava: “ IRON MAIDEN CAN’T BE
FOUGHT!” E essa frase continua
atual... UP THE IRONS!
* Publicado originalmente no site da Agência Yaih (www.agenciayaih.com.br)
Sergiomar Menezes
Nenhum comentário:
Postar um comentário