quarta-feira, 29 de março de 2023

BANDAS QUE VOCÊ PRECISA CONHECER: PÉTALAS INSANAS

 


Pétalas Insanas é uma banda de Hard n’ Heavy de Porto Alegre (RS), formada em 2005 por Mateus Insano (baixo); Guilherme “Guida” Cardoso (vocal); Israel Boca (guitarra); e Jailson “Véio” Dias (bateria). O grupo nasceu da vontade de amigos do ensino médio em fazer um som pesado, como as bandas que gostavam de ouvir. Devido a constantes mudanças de formação, somente em 2010 estabelecem atividade mais frequente. É nesse período que acontecem as primeiras composições e os primeiros shows. 

A partir de 2013, a banda começa o processo de gravação do álbum de estreia. Um ano depois, os remanescentes Mateus Insano, agora vocalista e baixista, e Jailson “Véio” Dias, anunciam oficialmente a entrada do guitarrista Paulo Pereira ao line up, assumindo o formato de power trio. Em 2015, para comemorar os dez anos do início da banda, é lançado o single “Hey Menina”, gravada no estúdio Hurricane, com produção de Sebastian Carsin. 

A saída de Paulo Pereira em 2017 não diminui a vontade de seguir em frente. A prova disso é o lançamento do primeiro lyric video, para o single, “Velha Estrada”, em 2020. Com produção do estúdio Rudá Vidal Design e direção de Rudá Vidal, o vídeo em animação traz referências da arte de Van Gogh e da cultura do Motociclismo.


Em 2022 a Pétalas Insanas lança o seu primeiro álbum oficial. O disco que conta com dez músicas, foi gravado, mixado e masterizado no estúdio Hurricane, em Porto Alegre (RS). A produção ficou a cargo de Sebastian Carsin, que também colabora como guitarrista convidado em três faixas. O trabalho ainda contou com as participações especiais de Luciano Lee Wills (piano e backing vocal em “Por Prazer”), Mariane Prestes (backing vocal em “Hey Menina”), e os ex-integrantes: Paulo Pereira (guitarra em todas as faixas e backing vocal em “Hey Menina” e “Por Todos Nós”), Guida Cardoso, Israel Boca, Gabriel Wanner e Leandro Pereira no coro de “Por Todos Nós”.

A arte da capa é de Marcos Miller (Nause Image) e o lançamento em mídia física (CD) e nas plataformas digitais acontece pelo selo próprio, a Insanity Records. Enquanto planeja a gravação do primeiro videoclipe para divulgar o álbum, a banda procura selos parceiros para lançar em outros formatos de mídia física, como fita cassete e vinil. Para futuros shows, o duo contará com guitarristas convidados.





segunda-feira, 27 de março de 2023

BANDAS QUE VOCÊ PRECISA CONHECER: ELECTRIC MOB


O ELECTRIC MOB surgiu em Curitiba (Brasil) e chegou incomodando e surpreendendo, principalmente os gringos, com o seu álbum de estreia “DISCHARGE” – sucesso nas principais rádios dos EUA e Europa. 

Os números não mentem: 4 milhões de plays no Spotify; single “DEVIL YOU KNOW” em destaque nas paradas internacionais da Billboard Indicator Charts; e sucesso da turnê de divulgação do álbum, que rodou o Brasil no primeiro semestre de 2022. 

Formada por RENAN ZONTA (vocal), BEN HUR AUWARTER (guitarra), YURI ELERO (baixo) e ANDRÉ LEISTER (bateria), o ELECTRIC MOB tem contrato com a prestigiada gravadora europeia FRONTIERS SLR – selo que também cuida de artistas como como WHITESNAKE, MR. BIG, NAZARETH, BLUE ÖYSTER CULT e NIGHT RANGER. A gravadora hoje classifica a banda como “uma das revelações mundiais mais empolgantes e promissoras do rock em anos”. 

Logo em seu primeiro álbum, o Electric Mob conseguiu alguns feitos notáveis, como conquistar o respeito da crítica especializada, tocar em rádios da Europa e dos Estados Unidos, entrar na parada Billboard/BDS Indicator Chart e atingir números realmente expressivos nas plataformas de streaming.

Em Janeiro de 2023 o ELECTRIC MOB lançou seu aguardado segundo álbum “2 MAKE YOU CRY & DANCE”, colecionando críticas positivas em diversos países pelo mundo, como EUA, França, Itália, Alemanha, Canadá, Inglaterra, Portugal, Espanha e óbvio, Brasil. 

Mas ao que parece, o peso e a responsabilidade de corresponder às altas expectativas - do público, da mídia, da gravadora e até deles mesmos -, não afetou nem um pouco o quarteto formado por Renan Zonta (vocal), Ben Hur Auwarter (guitarra), Yuri Elero (baixo) e André Leister (bateria). “2 Make U Cry & Dance” é mais do que uma evolução natural de "Discharge", é um salto adiante.

O Electric Mob consegue manter a vibração de antes, ao mesmo tempo em que adiciona novos elementos à sua sonoridade, a tornando ainda mais vigorosa e atual. Em suma, o novo trabalho representa o aperfeiçoamento da fórmula que a banda segue desde sua formação em 2016, explorando a fusão de elementos clássicos da velha escola dos anos 1970 e 1980 com o groove explosivo do rock pesado dos anos 90 e 2000.

Junto do álbum novo, a banda se prepara para anunciar uma turnê pelo Brasil, onde pretende mostrar todo o potencial que este novo registro pode ter ao vivo e que está pronto pra ser o maior passo em sua carreira até então.




SONATA ARCTICA - 15/03/2023 - BAR OPINIÃO - PORTO ALEGRE/RS

 


SONATA ARCTICA 
Abertura: Firewing
Local: Bar Opinião - Porto Alegre/RS
Data: 15/03/2023
Produção: Abstratti Produtora/Opinião Produtora

Texto: José Henrique Godoy
Fotos: Uillian Vargas

Um dos shows mais aguardados pelos fãs nos últimos tempos em Porto Alegre, o Sonata Arctica finalmente desembarcou em solo gaúcho para a sua apresentação, após 3 anos da data originalmente anunciada. O evento foi adiado e transferido por três vezes, em função da famigerada pandemia, mas finalmente chegou o dia 15 de março de 2023.

Para a abertura, foi escolhida a excelente banda Firewing, que está acompanhando o Sonata na sua turnê sulamericana, e aproveitando o momento para divulgar o seu aclamado álbum de estréia, “Ressurrection”. Com uma excelente produção de palco e ótima sonorização, o Firewing iniciou a sua apresentação as 19:50, e de cara ganhou público presente, com seu metal melódico com toques de prog metal. As composições muito bem trabalhadas no álbum , poderiam não ter sido tão bem reproduzidas ao vivo, mas muito pelo contrário, o quarteto esbanjou classe e fez um excelente show.





Pontualmente as 21 Horas, ao som do hino clássico do Monty Phyton ”Bright SIde Of Life”, os finlandeses entram no palco e, para delírio dos numerosos fãs, iniciam a noite com “The Wolves Die Young” seguindo com “The Last Amazing Grace” e "Storm The Armada”. Tony Kakko segue sendo um excelente frontman, e se já não atinge notas mais altas de outrora, consegue dosar bem sua voz e entrega uma excelente performance. Por mais de uma vez ele demonstrou felicidade por, após quase 3 anos e alguns adiamentos, finalmente ele e seus companheiros estarem , enfim, realizando o que mais gostam que é tocar ao vivo.

O Sonata Arctica abdica atualmente da sua fase mais power metal do inicio, e foca mais novos novos clássicos, alguns fãs podem ter sentido a falta de músicas como “Weballergy”, “San Sebastian”, “Blank File”, “Replica”e outras, mas ao mesmo tempo foram agraciados com excelentes momentos como “Kingdom For a Heart”, “I Have a Right” , "Tallulah”. O único senão da apresentação seria a qualidade do som, pois em alguns momentos a guitarra de Elias Viljanen ficou inaudível, soterrada pelos teclados de Henrik Kingenberg. Os riffs de guitarra do Sonata Arctica são muito marcantes e a sensação de faltar algo em alguns momentos se mostrou frustrante.

O final com a trinca “Full Moon”, “The Cage” e “Dont Say a Word” finaliza o espetáculo, e dava pra ver a emoção da banda, pois mesmo com três anos e três adiamentos, a espera valeu a pena e a noite de Sonata foi concluída com êxito.







Fica aqui nosso agradecimento à Abstratti Produtora e também à Opinião Produtora pela atenção e credenciamento. É dando suporte aos veículos que procuram fazer um trabalho sério e comprometido que podemos crescer juntos!

terça-feira, 21 de março de 2023

SUICIDE SILENCE – REMEMBER... YOU MUST DIE (2023)


SUICIDE SILENCE – REMEMBER... YOU MUST DIE (2023)
Century Media - Importado

Ao longo de minhas andanças pelo mundo do Heavy Metal, já percebi muitos headbangers com certos preconceitos com relação à sub estilos dos mais variados, e sinceramente não consigo entender o porquê do Deathcore estar entre eles. Riffs pesados, vocais poderosos e potentes, adrenalina a picos estratosféricos, tudo o que alguém pode querer quando coloca uma banda de primeira linha pra rolar pode querer. Obviamente, há coisas não tão boas (leia-se ruins!), mas no caso do Suicide Silence, o material é de um nível altíssimo.

Depois do mediano e experimental álbum auto intitulado ‘Suicide Silence‘ (2017), a banda resolveu voltar aos melhores dias e conseguiram voltar às origens soando mais brutais do que nunca. Se em ‘Become the Hunter’ (2020) os caras flertaram descaradamente com o Death Metal, aqui seguiram a mesma roupagem, mostrando que perceberam que erraram a mão naquele trabalho. ‘Remember... You Must Die’ é pancadaria do início ao fim sem nenhum refresco para o ouvinte. Nenhum mesmo!

Talvez a intro, simplesmente chamada ‘Remember...’, seja o ponto mais destoante. Daí pra frente, só riffs intensos, produção impecável, beirando o Death Metal (de novo!), enfim, uma avalanche sonora. Ouça preciosidades como ‘Capable of Violence (NFW)’, ‘Kill Forever’, God Be Damned’ (ouça o riff a partir de 1m56s no volume mais alto e enlouqueça o seu vizinho que curte funk, eu fiz isso por aqui!), ‘Dying Life’ e a longa ‘Full Void’ fecha o trabalho com maestria, e um toque mais melódico à coisa toda.

Eddie Hermida é uma máquina e cada vez mais dá pra ver que a banda acertou em cheio ao coloca-lo para substituir o saudoso Mitch Lucker. Confesso que cheguei a pensar em desistir da banda após o trabalho de 2017, mas o tempo mostrou que aquele foi o ‘St. Anger’ deles. Esse merece a sua atenção ouvinte, álbum fantástico. Ouça!

Mauro Antunes




segunda-feira, 20 de março de 2023

BANDAS QUE VOCÊ PRECISA CONHECER: ONE OF THEM


 

Formado em 2004 por velhos amigos dos tempos da loja Megaforce, de Porto Alegre/RS, o ONE OF THEM aos poucos vou moldando sua sonoridade, mas sempre focando no Thrash Metal, um dos gêneros preferidos de todos os integrantes que já passaram pela banda. Na época, o grupo era formado por GG Mussi (vocal), Jeff Witt e Chris Coletti (guitarras), Alexandre Guterres (baixo) e Z. Ace (bateria), time motivado pela forte amizade de seus integrantes e a paixão pelo Thrash Metal. Antigos frequentadores dos points metálicos e dos shows da capital desde a década de 1980, tiveram forte influência de bandas Heavy/Thrash Metal como Iron Maiden, Kreator, Exodus, Sacred Reich e Slayer, além de nomes mais underground como Hydra Vein, Hallow’s Eve e toda aquela geração oitentista. Em 2009 lançaram a primeira demo, “I Am One of Them”, com produção de Sebastian Carsin, do Hurricane Studio, que faz um solo de guitarra em “Let Them Burn”. Outra participação especial é a do lendário Flávio Soares, dos ícones da Leviaethan, que empresta seus dotes vocais na faixa “One of Them”.

Em 2019, exatamente após dez anos do lançamento do primeiro EP, “I Am One of Them”, o grupo apresentou seis faixas transbordando agressividade com o EP “Blind Faith” representando não apenas uma nova fase na carreira da banda, mas também tudo aquilo que a banda vem representando desde sua formação: a reunião de amigos para celebrar o Thrash Metal! O baixista Alexandre Guterres ratificou essa amizade em nome do Metal na época de seu lançamento: "Depois de tanto tempo ensaiando, compondo e ensaiando repetidamente, foi um enorme prazer entrar em estúdio e acompanhar o nascimento dessas músicas que fizemos com grande amor ao Metal, sempre em um espírito de amizade, parceria e diversão. E contar com o talento, o conhecimento e as dicas inestimáveis do mestre Sebastian Carsin fazem com que tenhamos certeza de que fizemos o nosso melhor.”.


“Blind Faith” apresentou também a nova formação, composta por GG Mussi (vocal), Jeff Witt e Ivan Santos (guitarras), Alexandre Guterres (baixo) e Jonas Koehler (bateria) e a apostou na língua portuguesa em “Pulverizados”, a primeira música na carreira da banda composta em português. A arte gráfica, condizente com sua fúria musical, foi criada por Jean Michel (DSNART). Todo o processo de produção foi realizado novamente por Sebastian Carsin no Estúdio Hurricane em Porto Alegre/RS. “Pulverizados” foi lançada em formato de lyric vídeo em 2020, produzido pela Black Dog Corporation. Essa vontade de manter uma canção em nossa língua natal deve-se muito a alguns pioneiros do Metal brasileiro, como explicou a banda: “Achamos que seria uma ótima referência a bandas de que somos fãs há décadas, como Korzus e Overdose”.

Com a pandemia, a banda fez uma pausa nas atividades, e no início de 2023 lançam em todas as plataformas digitais a demo-tape “I Am One of Them”, disponibilizada originalmente em formato físico.

Nestes quase 10 anos o grupo já tocou em diversos festivais gaúchos, destacando também a abertura do show da lenda do Thrash Metal Overkill em 2012, no Bar Opinião, Porto Alegre.

Texto: Wargods Press
Fotos: Day Montenegro







INVISIBLE CONTROL - CREATED IN CHAOS (2022)

 


INVISIBLE CONTROL - CREATED IN CHAOS (2022)
Xaninho Discos/Voice Music/Rapture Records/Two Beers or Not Two Beers Records - Nacional

Como novatos no ninho, o Invisible Control chega surpreendendo de forma que eleva logo de cara o patamar do grupo nordestino no nosso riquíssimo underground. Formado há apenas 3 anos em meio ao caos de 2020, a banda simplesmente chuta todas bundas com a bomba atômica, “Created in Chaos”.

O álbum quase que literalmente te faz perder a cabeça com tanta agressividade. Não, você não terá uma nova fórmula de Death Metal melódico, mas, te garanto, que verás faixas cheias de energia, peso e apaixonante, com uma massa sonora do “mal” nos devaneios progressivos.

Para ilustrar, digamos que o Invisible Control tem em seu DNA um pouco de Arch Enemy, Torture Squad, Crypta, Death e Coroner. Mesmo que as influências estejam na mesa, a maturidade fala mais, deixando tudo muito bem dosado.

São 8 faixas, pouco mais de 38 minutos, ou seja, um trabalho rápido de fácil assimilação. A faixa título, abre o tracklist de maneira apreensiva. A sequência tem uma trinca de respeito, “Killing Another One of Us”, “Purgatory” e “Devoures”. Essas são aquelas típicas músicas arrasa quarteirão, brutais com belas harmonias de guitarras gêmeas e gritos, muitos gritos.

“Invisible to You” tem uma boa mescla de “Wages of Sin” e “Doomsday Machine”, álbuns da turma de Michael Amott. “Cold Blood” e “Sons of the Damned” tem como linha de frente os riffs afiados como navalhas prontos para aniquilação.

O encerramento se faz pela monstruosa, “Cursed Be”, faixa que não encontro adjetivos, a única coisa que me vem à cabeça é literalmente sair socando tudo que tenho pela frente. Aliás, o grande mérito é justamente dar ao ouvinte um trabalho que faça ele extravasar, jogar frustrações, raivas e os problemas do dia a dia para longe. Um disco com selo “Reign in Blood” de qualidade, por ser curto, o primeiro nocaute nunca é o suficiente, o repeat é necessário, ou melhor — obrigação!

Parabéns pelo belo início. Daniela Serafim (Vocal), Marco Melo (Guitarra), Dennys Parente (Guitarra), Marcos Flávio (Baixo) e Wagner Campos (Bateria).
A “firma” não permite notas, mas, hoje vou quebrar essa regra: Invisible Control nota 10!

William Ribas




quarta-feira, 15 de março de 2023

REBEL ROCK ENTREVISTA: JAIRO GUEDZ (THE TROOPS OF DOOM)

 

O Heavy Metal no Brasil possui muitos heróis. Desde aqueles que começaram tudo isso, desbravando um território totalmente desconhecido e com muita coragem, até aqueles que conseguem manter sua relevância nos dias de hoje sem precisar se vender aos modismos. Se eu fosse falar o nome de todos aqui, escreveria uma enciclopédia. Mas poucos, muito poucos conseguem se encaixar nas duas descrições. E um desses nomes é JAIRO GUEDZ. Seja com o início fulminante do Sepultura, seja com o The Mist, Eminence, entre outras, até os dias de hoje com a THE TROOPS OF DOOM, o guitarrista mantém sua trajetória inequívoca dentro do nosso cenário. Prestes a desembarcar no Rio Grande do Sul pela primeira vez com sua nova banda (completada por Alex Kaffer - vocal/baixo, Marcelo Vasco - guitarra e Alexandre Oliveira - bateria), no ABLAZE METAL FEST II em Novo Hamburgo no dia 25/03, Jairo respondeu nossas perguntas se dizendo ansioso para o show que se aproxima.

Entrevista conduzida por Sergiomar Menezes

Rebel Rock - Jairo, antes de mais nada, quero dizer que é sempre um prazer e uma honra trocar uma ideia com você, um cara fundamental pra cena metal brasileira e que sempre nos recebe de braços abertos. Mais uma vez, obrigado por nos atender. Falando agora sobre o mais recente trabalho do grupo, o ótimo "Antichrist Reborn", que está próximo de completar um ano de lançamento. Como está a repercussão do trabalho junto aos fãs e a mídia? Está dentro daquilo que a banda esperava?

Jairo Guedz - Obrigado à vocês pela oportunidade ! A banda completa hoje, 14 de março, 3 anos desde sua criação ! Tudo que realizamos até o momento nos mostra que estamos no caminho certo e que nossa música está sendo super bem aceita pelos fãs e crítica do mundo ! Estamos muito realizados e felizes com os resultados que a banda vem atingindo até hoje ! Posso dizer que a repercussão está além do que esperávamos, por ser um projeto desenvolvido durante uma pandemia mundial, por ser uma banda onde cada membro vive em um estado do Brasil...etc.

RR - Dentro da proposta do grupo, a sonoridade se manteve intacta, ainda que exista uma evolução nas composições. Em conversas anteriores, você me disse que os EPs foram compostos totalmente à distância. Este novo trabalho também foi feito dessa forma?

JG - Todos os nossos trabalhos são feitos à distância, como disse, vivemos em estados diferentes, então mesmo que não existam mais as barreiras impostas pela pandemia do Covid, a banda não pode estar junta todo o tempo - a diferença é que nós tivemos a chance de gravar, mesmo separadamente, em estúdios profissionais quando começamos à trabalhar no full. Alex havia gravado seus vocais nos EPs usando um fone de ouvido e microfone de celular Samsung !!! O Lars Nedland, tecladista e vocalista do Borknagar, gravou as linhas de baixo lá na Suécia pra nos ajudar, pois tínhamos apenas linhas de baixo digitais nas nossas músicas, a bateria programada, etc...no caso do "Antichrist Reborn" eu já pude ir pro estúdio no rio grande do sul e gravar juntamente com o Marcelo Vasco as nossas guitarras, Alex Kafer gravou as vozes em um estúdio no Rio de Janeiro e o Alexandre Oliveira gravou suas linhas de bateria dentro de um outro estúdio em Belo Horizonte ! Fazemos nossos ensaios da mesma forma - cada um em sua casa durante os dias normais e nos encontramos sempre dois ou três dias antes de algum show pra passar umas horas juntos dentro de um estúdio.

RR - As dificuldades enfrentadas por muitos durante a pandemia acabaram refletindo também de forma bem acentuada nas bandas, em especial as de heavy metal. Apesar disso, o grupo, pode-se assim dizer, é uma cria desse período. Muitas bandas utilizaram esse tempo de isolamento para compor, já que os shows ficaram impossibilitados. Para um músico, bastante acostumado à vida na estrada, como você encarou esse triste período que passamos?

JG - Encarei de forma tranquila - mesmo sentindo falta de ir pra estrada, pra um estúdio, de ver meus companheiros de banda - mas acredito que essas duas barreiras, da distância geográfica ou da pandemia, acabou nos dando mais sangue no olho, mais gás, pra criar e produzir !



RR - A primeira vez que a banda se reuniu foi para os ensaios realizados para o primeiro show do grupo que aconteceu em dezembro de 2021. Ainda que seja uma situação bastante incomum, como foi esse momento de encontro e troca musical entre vocês?

JG - Foi um momento mágico pra todos ! Nunca tínhamos encontrado antes, como banda, e decidimos nos encontrar em um estúdio em Niterói, onde tivemos uma estrutura muito boa de ensaio e dormitório. Ficamos quase 10 dias lá dentro, tocando, trocando experiências, interagindo ! Depois fomos pra SP para nosso primeiro show. De lá pra cá fazemos sempre o mesmo esquema - treinamos em casa cada um separadamente, viajamos dois ou três dias antes para o local do show e começamos os shows, tour, etc !

RR - Falando diretamente sobre o novo álbum. A produção nos mostra uma banda coesa, entrosada e cheia de sangue no zóio. O que fica claro já em "Dethroned Messiah". Essa faixa tem uma pegada bem peculiar, trazendo a atmosfera perfeita criada pela banda, ou seja, temos o velho e bom death metal direto, sem concessões, mas ao mesmo tempo, com uma roupagem atual, com identidade. Gostaria que você falasse um pouco a respeito disso.

JG - A gente tinha essa questão muito peculiar pra ser resolvida - como soar como uma banda dos anos 80 mas usando as ferramentas de áudio dos anos 2020 ? Como fazer uma produção de forma que a sonoridade não seja trabalhada de maneira moderna mas ao mesmo tempo que possa disputar espaço de mercado com as bandas atuais ? E foi assim que chegamos ao Peter Tatgren do Hipocrisy - e o Peter nos mostrou que seria possível fazer isso ! Mixar o álbum de forma moderna sem perder a atmosfera que queríamos passar em nosso som. Ficamos muito felizes com o resultado final !

RR - Por sua vez, "The Rebellion" tem uma pegada mais thrash, assim como "Preacher's Paradox" tem uma atmosfera meio Slayer. Essa veia THRASH vem da sua bagagem, afinal, mesmo que o Sepultura na época atentasse mais para o lado do death, é inegável que a banda foi um dos pilares do Thrash Metal mundial.

JG - Exatamente ! Tenho hoje as mesmas influências que eu tinha lá nos anos 80, o que me ajudou muito na composição das músicas do The Troops of Doom - eu praticamente escuto hoje tudo que ouvia nos anos 80, como Slayer, Possessed, Kreator, Celtic Frost, Metallica, Obituary...Marcelo Vasco e Alex Kafer têm quase as mesmas influências que eu e ainda trazem algo diferente, algo que eu nunca parei pra prestar atenção e que agora consigo assimilar bem...tudo isso completa uma boa receita de bolo pro que fazemos hoje !

RR - Jairo, qual foi a sensação de regravar músicas como "Troops of Doom", "Necromancer" nos dias de hoje? Bate aquela nostalgia e você lembra daqueles ensaios em BH junto com os Cavalera e com o Paulo?

JG - Cara, foi insano ! Quando gravamos as primeiras coisas do sepultura antigo eu mandei pros caras, e o Iggor e o Max ficaram muito felizes com o resultado. Max disse que achava foda poder ouvir nossas músicas de quase 40 anos atrás mas de forma atual, bem gravadas, com os instrumentos bacanas, estúdio profissional, etc...na época não tivemos muita chance de trabalhar da maneira que queríamos, não tivemos muito tempo de estúdio, instrumentos regulados, etc...então o The Troops of Doom apenas pegou minhas composições com o sepultura e trouxe elas de volta sem alterar em nada a composição das músicas, mas usando ferramentas novas para uma mix bem feita !

RR - Você já fez participações nos shows do Cavalera Conspiracy e também no Canal que o Iggor mantém sobre bateria. Existe a possibilidade da dupla, ou um deles, participarem em futuros trabalhos do The Troops of |Doom como convidados? Seria sensacional!

Eu acho um pouco difícil isso acontecer...não descarto essa ideia, e até ficaria muito feliz com isso...mas eles não são muito abertos à participações em álbuns de outros artistas sempre. Quem sabe ?


RR - A banda está prestes a se apresentar no Rio Grande do Sul pela primeira vez, no Ablaze Metal fest que acontecerá em Novo Hamburgo no dia 25/03. Quais são as suas expectativas para esse show?

JG - Estamos super animados ! Esse show tem uma grande importância por vários motivos ! É um puta festival bacana, num lugar bacana e com uma ótima organização ! Será nosso primeiro show nas terras do Marcelo Vasco ! Teremos a oportunidade de fazer um setlist completo, com mais de uma hora de show pros nossos fãs ! Estou feliz demais em poder tocar no Ablaze !!!

RR - 2023 realmente começou, agora que passamos o Carnaval... hehehe. Quais são os panos da banda para o futuro próximo?

JG - Estamos cheios de novidades pra esse ano - vamos lançar um álbum ainda no primeiro semestre, mas ainda é uma surpresa ! Até julho queremos lançar nosso boneco colecionável "o capiroto" pela porcovelha toys de São Paulo ! As primeiras 50 peças desse boneco serão pintadas à mão por mim ! Estou muito animado com esse lançamento ! Além disso estamos refazendo nosso merchandising e marcando mais shows por aqui !

RR - Mais uma vez, Jairo, agradeço pela sua disponibilidade e deixo aqui esse espaço para suas considerações finais.

JG - Espero ver todos vocês em Novo Hamburgo, no Ablaze Metal Fest ! Obrigado pelo carinho e pelo respeito sempre ! Sigam o The Troops of Doom nas nossas redes sociais e nos vemos na estrada !!!


*Agradecimento ao Homero Pivotto Jr.

MESHUGGAH - KOLOSS (2012/2022)

 


MESHUGGAH - KOLOSS (2012/2022)
Shinigami Records/Atomic Fire

Na ativa desde 1987, os suecos das Meshuggah se lambuzaram no banquete sonoro do thrash metal, do death progressivo e do technical groove para criar o Djent, um novo degrau sonoro na escala evolutiva do metal pesado. Sucessor ao aclamado e polêmico ObZen (2008), chegou o Koloss (2012), aos ouvidos dos fãs sedentos por novidades. Atmosferado por ganas de um mundo que aspirava uma extinção em massa (mito do calendário Maia), Koloss não precisou de muita força para impactar. Foi o resultado da depuração e refinamento musical dos artistas, que mostrou alta fidelidade, tanto em composição sonora, quanto arranjo e melodias.

Pois em 2022 o colossal completou 10 anos de seu lançamento original, e o Meshuggah relançou uma edição especial de aniversário da bolachinha. O disco ganha o mundo pela segunda vez, porém agora pelas mãos da Atomic Fire, no Brasil, em parceria com a Shinigami Records.

O play abre com uma tempestade rugindo no horizonte chamada “I am Colossus”, pesada, swingada, groovada e com um riff, que a única medida possível para o aferir é a tonelada. Em Koloss a Meshuggah não entregou nenhuma novidade aos fãs (nem era esperado), mas com toda certeza os presenteou com um disco cheio de identidade e experiência inigualável. “The Demon's Name Is Surveillance” ao começar, entrega de bandeja a influência do Nevermore, para a banda. Num caso hipotético de que nesse som, estivesse a voz do Warrel Dane, os fãs de Nevermore nem notariam que o som não é originário do grupo. Fredrik Thordendal (guitarra) vem numa batida terraplanadora nesse nessa faixa. Outra referência nítida, nesse som, é a pegada da banda Gojira, principalmente na guitarra. E isso se explica pela razão que o Frederik gravou um single com a banda, como guitarrista convidado, nesse mesmo ano (Of Blood and Salt – 2011). Isso pode dar uma pista dessa oxigenação inspiracional. 

Porém não podemos esquecer dos dias passados do Meshuggah, então sim, esse som é, também, uma espécie de memória residual dos velhos dias calcados na velocidade e (talvez menos) técnica. Um “salve” aos fãs, do tipo: “Hey pessoal, mudamos, mas ainda sabemos fazer aquilo que nos tornou o que somos hoje”. Uma excelente faixa, cheia de energia explosiva. “Do Not Look Down” é tão groovada, numa pegada tão contagiante, que eu o desafio a não banguear (e falhe miseravelmente). Ponto muito positivo para Dick Lövgren (baixo), que conduz o som surfando nas quatro cordas graves. Dick, que em 2012 já era um instrumentista de mão cheia, a ponto de ter tocado com In Flames, Arch Enemy e outras bandas, ao vivo, mostrou a razão de ser o nome que empunhou o baixo da Meshuggah nesse play (aliás, empunha até hoje). Nesse mesmo feeling vem a “Behind the Sun”. Quase uma balada, não fosse o detalhe que: Meshuggah, não faz baladas! Rifferama solta por detrás do sol, criando uma cama king size de riffs para toda a composição. Então desaguamos num ponto alto do disco: “The Hurt That Finds You Firts”. Inspire e expire, dê uma boa inflada nos pulmões com esse som, pois é uma execução violenta, cadenciada e com carga extra de peso. Nesse ponto pensei: Será que o Jens Kidman (vocal) não quer que alcancem um copo d’agua para ele? Quanta energia!

Mais de cinco minutos discorrendo a tese de que, não importa o que você faça, a dor sempre vai te encontrar primeiro. Um murro no estômago dos desavisados que acham que Meshuggah não é sobre dinâmica sonora e progressividade. Essa é faixa que vai derrubar esse pensamento, basta prestar atenção nos minutos finais do som. “Marrow” outro som ao melhor estilo massoterapeuta cervical (marque sua hora). Repleto de “tempos quebrados” com anseios de breakdowns. A faixa traz a intro da técnica monstruosa do baterista (na época com 41 anos) Tomas Haake. Atentem para esse detalhe no som, vão entender a que estou me referindo. Mas é em “Break Those Bones Whose Sinews Gave It Motion” que o Haake se destaca por completo. A multiformidade rítmica desse som é um monumento, uma homenagem ou um preito aos deuses do progressivo e dentro dela, o tempo inexiste.

“Swarm” quem sabe seja o som que se possa chamar de “meio do caminho”, no play. O disco vem numa crescente absurda e a “Swarm” dá uma segurada no ritmo. Não acrescenta nada de grandioso, mas também não deixa o ritmo desacelerar, meia parte de groove, outra meia parte de técnica. “Demiurge” se fosse uma criatura mitológica, seria um dos filhos do Chaos, Érebo talvez, ou quem sabe o próprio Tártaro. Sonoridade seca, arrasada, dissonante, angustiante e com melodias que provocam melancolia e desconforto. Um prelúdio perfeito para o fim, que nos acaricia a audição, nominada de “The Last Vigil”, não por acaso, a última vigila. Depois de uma vida inteira de explosão e energia, o disco se deita em campo aberto, olhando para o céu pré noturno, vendo a luz se transformar em escuridão, lentamente, sem pressa, os últimos suspiros são exalados ao som de teclado e guitarra clássica (e de minha parte, ao som de palmas).

Não foi a primeira e nem última vez que o Meshuggah flertou com essas combinações. Mas com certeza, a banda sabe administrar essa mescla com maestria. O relançamento da edição de “bodas de estanho” chega em versão Digipack e com contracapa extra. Reescutar Koloss fez lembrar a razão de todo o apelo em torno do Meshuggah, quando se refere a modernidade, peso, progressividade e sofisticação sonora.

Esse é o Koloss do Meshuggah. Que carrega na sua essência o DNA da banda. Provocativo e questionador, ao mesmo tempo pesado e melodioso.

Essa revisão do disco não contem verdades absolutas nem tem a intenção de esgotar o tema. Mas se em alguma das linhas, foi despertada a curiosidade para escutar alguma faixa, então a Rebel Rocks cumpriu com o que é uma das razões de sua existência e agradece. Escutem e tirem suas conclusões!

Uillian Vargas




terça-feira, 14 de março de 2023

TYGERS OF PAN TANG - BLOODLINES (2023)

 


TYGERS OF PAN TANG - BLOODLINES (2023)
MIGHTY MUSIC - Importado

O TYGERS OF PAN TANG é aquela típica banda que deveria ter um reconhecimento muito maior do que tem, primeiramente por ser um dos expoentes da New Wave of  British Heavy Metal, e num segundo momento, pela excelente sequência de álbuns lançados na última década.

Liderados pelo único membro original, o guitarrista Robb Weir, que mantém o Tygers quase como numa levada igual a que David Coverdale mantém o Whitesnake, ou seja, vai trocando a formação conforme necessário e incessantemente. Os “novos contratados” desta feita são Francesco Marras (guitarra) e Huw Holding(baixo).

Apesar de mais uma alteração de formação,"Bloodlines” vem demonstrar que isso em nada afetou o processo criativo e a química da banda, já que junto aos novos membros, Robb, o vocalista italiano Jacoppo “Jack” Meille e o baterista de longa data, Craig Ellis, o Tygers produz mais um álbum que mantém a tradição “Hard & Heavy”, característica principal da banda.

Produzido pelo renomado produtor dinamarquês Tue Madsen (já trabalhou com Moonspell, Sick Of It All e The Haunted, entre outros), o trabalho agradará tanto aos fãs antigos, que curtiram clássicos como “Spellbound“ , “The Cage” e “Wild Cat”, como os que conheceram os britânicos através de seus últimos lançamentos. Músicas como “Edge OF The World” (um Hard Rock arrasa-prateleiras que abre o álbum),"Fire On The Horizon”, “Kiss The Sky” e “Making All The Rules” garantem mais um ótimo lançamento do Tygers (data prevista para chegar ao público em 23 de maio de 2023).

O Tygers Of Pan Tang demonstra a cada novo trabalho que é uma grande força, tanto para criar novas músicas, como em suas apresentações ao vivo.

José Henrique Godoy



SOUR BRANDY - UNGLORY (2023)

 


SOUR BRANDY - UNGLORY (2023)
Independente

Formado em 2017, na cidade de Atibaia, São Paulo, o SOUR BRANDY traz ao jogo um jeitão sujo de se fazer Rock N Roll, podendo ser um filho bastardo de um trisal químico entre Black Sabbath, Motörhead e Black Label Society.

Sem sacanear, mas, aquele velho refrão sambista: “sacode a poeira e da volta por cima”, é perfeito para o trio Adrian Godoy (Voz e Guitarra), Luis Victor (Baixo) e Gustavo Gumerato (Bateria), que faz o ouvinte bater cabeça da primeira a última nota do seu debut, “Unglory”. O disco começou a ser pensado em 2020, mas, por obra do destino, vivemos momentos apocalípticos com a pandemia, o que contribuiu para que desenvolverem as letras de forma ímpar e sem pressa.

Inclusive, os conceitos das músicas passam na jornada que vivemos em nossas vidas, mas num mundo já tão distante como o “Velho Oeste”, os caubóis fora da lei sendo representado pelo mascote Austin Weston. Agora o que realmente importa: as músicas. Temos 8 faixas “empoeiradas”, com peso, distorção e instrumental bruto, com uma produção excelente para o estilo adotado pelo trio, fazendo com que o ouvinte se sinta na sala de gravação.

Aliás, ouvir as notas do baixo como se Luis tivesse incorporado os espíritos de Lemmy Kilmister e Cliff Burton são de tirar lágrimas. O jeitão pesado e arrastado do som causará impactos irreversíveis no pescoço, principalmente em músicas como “Flood”, “Let it Die”, “Last Stand” e “Sharing My Disaster”, é um tremendo desafio ficar parado.

O Sour Brandy vem para se tornar um dos grandes nomes no cenário nacional. Não deixe de conferir “Unglory”.

William Ribas




segunda-feira, 13 de março de 2023

STARGAZER - LIFE WILL NEVER BE THE SAME (2023)


STARGAZER - LIFE WILL NEVER BE THE SAME (2023)
MIGHTY MUSIC - Importado

Nem só de Black Metal vive o metal norueguês. Com 15 anos de estrada e já com a experiência de explorar vertentes diversas do lado mais pesado da música, o STARGAZER chega ao seu terceiro trabalho, o consistente ‘Life Will Never Be the Same’, trabalho este que irá agradar a fãs de bandas como Axel Rudi Pell, Michael Schenker Group e até Deep Purple.

O trabalho anterior, ‘The Sky is the Limit’ (2019) já colocou a banda nos holofotes com boas críticas ao redor do planeta e uma turnê estava no script, porém a pandemia atrapalhou e muito os planos do Stargazer e de outras tantas bandas. Mas o gruponão estavam dispostos a parar e durante a inatividade, compôs todas as 11 faixas que fazem parte deste novo lançamento.

O título do álbum é mais do que apropriado em relação às letras maduras que refletem em um pensamento mais positivo e que dias melhores virão após os tempos sombrios em que todos vivemos. Difícil apontar alguma faixa de destaque, já que o trabalho é muito coeso, com influências de Blues em quase todas as faixas. As baladas são um destaque a parte, como a belíssima ‘Live Today’ e a viajante instrumental ‘Beyond the Moon’.

Também podemos destacar ‘Rock the Sky’ e ‘Heartbroken’ que são as faixas mais longas e trabalhadas do tracklist. Ambas possuem levadas mais progressivas onde o guitarrista William Ernstsen se destaca incrivelmente. O vocalista Tore André Helgemo não inventa nada, faz a sua parte de forma mais comedida deixando os instrumentos cativarem o ouvinte, e é aí onde atingem a sua melhor forma.

De maneira geral, ‘Life Will Never Be the Same’ traz a fusão do Heavy Metal com o Hard Rock, algo que tantas outras bandas o fazem, fato este que pode fazer com que este bom trabalho caia no esquecimento se a banda não sair em turnês para divulgação. Se no álbum anterior a banda foi mais Hard Rock rápido e visceral, aqui deixou suas músicas mais lentas e trabalhadas. Uma mudança e tanto, mas creio eu, para melhor. Ouça e divirta-se!

Mauro Antunes




MESHUGGAH - NOTHING (2002/2022)

 

MESHUGGAH - NOTHING (2002/2022)
Shimigami Records/Atomic Fire - Nacional

Depois de colapsar as contradições (Contradictions Collapse 1991); de destruir, apagar e melhorar (Destroy, Erase, Improve 1995); de explodir a mente na Caosfera (Chaosphere 1998), era chegada a hora de mergulhar no esvaziamento e perceber o que o Nada, tem pra discorrer sobre anseios, temas apocalípticos e paradoxais. NOTHING, originalmente lançado em 2002, teve um remaster em 2006, numa versão com DVD inclusa (e capa com cor azul) – contendo partes do live at Download 2005) e no seu aniversário de segunda década, 2022, o trabalho é relançado pela Atomic Fire e que chega ao Brasil pela parceria com a Shinigami Records.

Nothing, quiçá, tenha sido a base para a concretagem da pedra fundamental do Djent. Para além disto, o disco passa a impressão que funciona como uma grande narrativa cronológica. As faixas são tão coesas, dentro do peso e da pegada “palm muting” (ou abafamento de cordas), que fica difícil imaginar escutar uma faixa sozinha, solta. Carregadíssimo e cheio de energia, o disco abre com a “Stengah”, numa arritmia inigualável abusando das quebras de tempo, a faixa entrega a missão que o disco veio executar. Meshuggah de 2002, já estava deixando claro que sua sonoridade não era feita para agradar massas e/ou para “qualquer ouvido”. Muito embora, sim, eles tenham unido um verdadeiro exército no seu fã clube. “Ratinal Gaze”, deixa nítida a assinatura digital da banda. Daqui em diante, sentiremos menos elementos thrash metal, e muito mais diversidade, modernização sonora, apoiados em componentes do estilo progressivo com variações do New Metal. Quando “Rational Gaze” encerra, e você já está com essa batida impressa no córtex frontal inferior, inicia a “Perpetual Black Second”, na mesma pegada, porém numa direção completamente contrária. Como se você estivesse navegando por um rio, que manteve o ritmo das águas, porém, que mudou de direção, causa um certo desconforto que faz vocês se voltar para o som para buscar entendimento. Aqui fica estampada excelência musical dos integrantes, no que se refere ao dinamismo sonoro do disco (e da banda, claro). Dinamismo e brutalidade caminhando de mãos dadas. De um lado do passeio toda expertise sonora inspirada por Mekong Delta, do outro lado a malandragem do peso do Voivod. 

O que faz do Nothing um play diferenciado são alguns detalhes que são velhos conhecidos dos fãs. Um deles é que o baixo só foi gravado posteriormente. “Glints Collide” serve agressividade sonora na bandeja. Tomas Haake segura o tranco na batera para as guitas de Fredrik Thordendal e Mårten Hagström destilarem seus venenos a vontade. Sim, Frederik (que também fez baixo nesse disco e mixou e engenharia sonora) foi responsável por uma das guitas. E o mesmo Tomas que deu suporte para o groove na bateria, também foi o responsável pela arte da capa. O que faz desse disco, um trabalho total e inteiro da banda, entre criação, composição, mixagem e arte. Para um disco que surge como um estandarte do estilo, em sua época, é difícil eleger um único ponto alto entre os sons, mesmo em razão de que a audição completa do álbum é muito convidativa aos fãs do estilo. A sequência dos quatro sons que fecham o play composto por “Straws Pulled at Random”, “Spasm”, “Nebulous” e “Obsidian”, carregam um compendio de riffs que, talvez, sejam as melhores passagens do Djent, atemporais. Destaque para a “Obsidian”, que encerra o disco de forma totalmente deformada, torta, se esquivando da monotonia. O som abre com um preambulo, um suspiro em forma de melodia. Depois assume a forma de um riff cadenciado, conduzindo a audição para os passos finais, brincando com as quebras e tempo sem diminuir o ritmo, até que encerra de forma seca, bruta. Uma porta que se fecha sob pressão de um vento forte, na cara do ouvinte. Deixando uma mensagem de que, aquela história, não acabaria por “alí”.
Nothing não é só um disco nominado entre os precursores do Djent, é uma experiência sonora que precisa ser experienciada. 

Bom, a Atomic Fire e a Shinigami Records nos deram essa segunda chance. E se você curte bandas como Monuments, Animal as Leaders, Tesseract, Jinjer e demais do estilo, será uma excelente audição. Selo de qualidade Rebel Rock, recomenda!

Uillian Vargas



SONATA ARCTICA - ECLIPTICA (REVISITED) (2014/2023)

 


SONATA ARCTICA - ECLIPTICA  REVISITED- 15TH ANNIVERSARY EDITION (2014/2023)
Shingami Records/Nuclear Blast - Nacional

Todos vivemos algum tipo de nostalgia. Fechar os olhos e lembrar dos velhos tempos, os anos dourados.

Em 1999, o Heavy Metal mundial vivia o começo do fim do “boom” do Power Metal. Graças a megaexposição o estilo saturou, enjoou ou simplesmente, deu no saco!

Ecliptica”, é o pontapé inicial do Sonata Arctica, ou, o Scorpions da Finlândia. Todos os clichês estão ali: vocais agudos, bumbos duplos, solos rápidos e cheios de harmonias, refrãos altos e grudentos, baladas e a sensação de inocência no ar.

Quinze anos se passaram, e os finlandeses resolveram comemorar repetindo o passado, mas com outros olhares e novas roupagens. Mexer em clássico é literalmente se lançar aos leões, justamente pelo amor guardado do fã, mas, aqui, a grande intenção foi mostrar como o grupo soava após tantos anos, dar aos novos e velhos fãs algo mais atual e menos “adolescente”.

Musicalmente temos mínimas mudanças nas estruturas, um trecho aqui e acolá, nada de mais. Possivelmente, Tony Kakko, seja o ponto que difere os dois álbuns, tudo pela questão da idade e experiência adquirida. O vocalista acaba sendo mais contido, mas, isso não tira o brilho de faixas como “Blank File”, “Fullmoon”, “Replica”, “My Land” ou a melosa, “Letter to Dana”.

Talvez, o erro seja comparar “Ecliptica: Revisted” com o seu original, contrastando quem eles eram e quem são. O poder de um não se encaixa no outro, mas é respeitável a tentativa de recriar algo tão mágico e clássico.

Foi bom “entrar na máquina do tempo”, ouvir algumas músicas esquecidas e concordar com um amigo: Sim, Welbe, o Heavy melódico é “mara”!

William Ribas




sexta-feira, 10 de março de 2023

IN FLAMES - FOREGONE (2023)



IN FLAMES - FOREGONE (2023)
Shinigami Records/Nuclear Blast - Nacional



O IN FLAMES surgiu criando um novo estilo. Isso é inegável. O início da carreira do grupo é primoroso, com álbuns importantes e que moldaram um cenário juntamente com outras bandas da Suécia. Sem dúvidas que a banda foi a que alcançou maior destaque e com isso, tenha cometido alguns deslizes em sua carreira. Se a banda não possui álbuns ruins em sua discografia, também podemos dizer que alguns desses trabalhos não correspondem a toda criatividade e genialidade que a turma de Anders Fridén e cia. Mas recentemente, o grupo parece ter retomado, não aquela sonoridade dos primeiros trabalhos, mas sua identidade e isso se torna mais nítido e perceptível em FOREGONE, novo trabalho da banda lançado por aqui pela Shinigami Records/Nuclear Blast Records.

A bela "The Beggining of All Things" nos prepara para um álbum repleto de riffs marcantes e vocais precisos. Se não temos o bom e velho In Flames de antigamente, a faixa seguinte "State of Slow Decay", nos mostra que temos o bom In Flames de agora! Uma pegada intensa e atual direciona a faixa que resgata o peso de outrora. Assim como "Meet Your Maker", com Anders Fridén muito bem colocados e as guitarras de Björn Gelotte e Chris Broderick alinhadas e coesas. Aliás, a entrada de Broderick parece ter dado um novo gás ao grupo! "Foregone pt.1" e "Foregone pt.2" se completam, buscando, principalmente na segunda parte, a melodia tão recorrente à carreira da banda.

"Foregone" é um álbum que vai agradar aos fãs da banda, pois faixas como "Pure Light of Mind", que traz uma levada mais atual do grupo, cercada de um tom mais "comercial", contrastam com pedradas como "The Great Deceiver", pesada e com as guitarras de Broderick comprovando sua classe e categoria, e "Become One", que fecha o álbum com uma pegada veloz, pesada e intensa. Como dito anteriormente, se não temos o velho IN FLAMES de volta, temos uma banda que soube reincorporar seus melhores momentos, esquecendo de vez as nuances mercadológicas, dando espaço para aquilo que sempre soube fazer de melhor: música de qualidade!

Sergiomar Menezes




quinta-feira, 9 de março de 2023

BANDAS QUE VOCÊ PRECISA CONHECER - GOATEN

 




A banda gaúcha de heavy metal GOATEN foi fundada no início do ano de 2018, na região metropolitana de Porto Alegre; integram a banda Francis Lima, baixo e vocal, Rafael DrinkWine na bateria e Daniel Limas, guitarra. A sonoridade do grupo é fundamentada essencialmente no heavy metal tradicional da década de 80, como Judas Priest, Accept e King Diamond.

No ano de 2019 foram lançados os primeiros singles da banda: “Soul Decay” e “Mistress of Ilussion”. Enquanto preparava o lançamento de seu primeiro EP, o trio realizou uma série de shows no Rio Grande do Sul e demais estados da região sul do Brasil.

Em Março de 2020 a banda lança seu EP de estréia, intitulado “The Following”. Contando com 5 faixas, o álbum, além da versão em CD, lançado em parceria com o selo Cianeto Discos, foi disponibilizado nas principais plataformas de streaming, obtendo bons reviews na crítica especializada nacional e internacional.



Devido ao avanço da pandemia do covid-19, nos meses posteriores ao lançamento do álbum o grupo adaptou suas atividades à nova realidade, dando foco na pré-produção de seu próximo EP e na participação em festivais online, como o Roadie Crew Online Festival e Laguna Metal Fest Online.

Em março de 2021 a Goaten revelou o primeiro single de seu próximo EP. Chamada “Bells”, a canção fará parte da trilha sonora do filme “The Macabre” da produtora Grime House Films. Em Outubro de 2021 a banda lançou nas plataformas digitais as 5 faixas de seu segundo EP, “Crimson Moonlight”, mantendo a parceria com a Cianeto Discos para o lançamento físico em CD, além de uma edição especial em K7 reunindo seus dois EP's pelo selo Tcheco Tapes of Terror Records.



Recentemente a banda lançou o single “Phantom Chaser”, com 2 faixas, nos formatos 7” e digital. A banda está gravando seu primeiro álbum, que será lançado em julho de 2023.



Sem a preocupação com rótulos, a banda possui uma capacidade criativa ímpar, pois pode agradar aos fãs de um metal mais tradicional e pesado, bem como aos fãs de Hard Rock. Sendo assim, a GOATEN é uma banda que VOCÊ PRECISA CONHECER!

Contatos:

goatenband@gmail.com

Francis Lima - (51) 984531294

Redes sociais:

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instagram.com/goatenband


YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCKn32O8HNjVYLt2nnTticzg

Spotify: https://open.spotify.com/artist/4XySqoSNwnMU4BcCPollT9

iTunes: https://music.apple.com/us/artist/goaten/1449237580


Ouça o EP “The Following”:

https://open.spotify.com/album/0OqC6Zco8WhzaGMFcC2gSJ

https://goaten.bandcamp.com/album/the-following


Ouça o EP “Crimson Moonlight”:

https://open.spotify.com/album/2wZsIP6a4oZdI0QKUOb56R?si=vU74E78aQDiOldQtP7WU9w


Ouça o Single “Phantom Chaser”:


https://open.spotify.com/album/1tiVoTxKfofaugKcpvgXwS?si=jeNjRaSPRieHjNkj7wgffw


goatenband.com

Sergiomar Menezes