Uma das mais importantes bandas do cenário metal brasileiro está de disco novo! Sim, o VULCANO, uma das instituições do metal nacional (e mundial), volta à carga com XIV, um álbum que continua mantendo viva e cada vez mais, acesa a chama do grupo. Reconhecida mundialmente, a banda completa agora em 2017, 36 anos de carreira tendo lançado ao longo desses anos 13 álbuns, oito splits com outras bandas brasileiras, além de um single de 7". Além disso o grupo lançou um DVD, um documentário oficial, contando sua história completa, por aqueles que a vivenciaram. Sabendo de sua importância e influência para o cenário extremo mundial, o grupo apresenta 10 faixas em pouco mais de 30 minutos, provando que não precisa de "enrolação" pra passar seu recado. E que recado!
Formado atualmente por Luiz Carlos Louzada (vocal), pelo incansável Zhema Rodero (guitarra), Gerson Fajardo (guitarra), Carlos Diaz (baixo) e Arthur "Von Barbarian" (bateria), o grupo traz em XIV, um álbum que mantém intacta toda a garra e fúria que sempre caracterizaram sua sonoridade. Fugindo dessa vez das afinações baixas que se fizeram presentes nos dois últimos trabalhos do grupo, a banda retoma as timbragens que fazem com que as guitarras soem como "guitarras" e a bateria soe como "bateria". Com uma embalagem em formato digipack, simples mas eficiente, o álbum aborda um tema bem peculiar, onde a aliança unilateral entre um Deus para com seu povo escolhido tem sua fidelidade e fé raivosamente cobrada com maldições, sacrifícios e destruição, mostrando um deus vingativo e cruel que mantém seu reinado através do medo.
Propaganda and Terror abre o álbum e de cara já percebemos que acomodação é uma palavra que não se encontra no dicionário do grupo. Agressiva e brutal, a faixa tem guitarras bem orgânicas, suja e extremas, enquanto a cozinha carrega no peso. Luiz Carlos despeja ódio e fúria em um vocal rasgado e cheio de raiva, Ou seja, tudo aquilo que o bom e "velho" Vulcano sempre nos apresentou. The Tides of Melted Metal tem uma veia que nos remete de forma "singela" ao metal tradicional, onde baixo e bateria se encarregam de ditar o ritmo da faixa. Além disso as guitarras, princialmente no solo, assumem o protagonismo. Já Thunder Metal, como o próprio título entrega (desculpem se isso soa clichê), mas é um trovão, daqueles arrasa quarteirão, com uma brutalidade que só quem tem conhecimento de causa passa de forma tão direta. Necrophagy segue essa linha, mas tem um andamento que apresenta uma certa variação em sua execução, mas obviamente, mantendo o nível de peso e agressividade que permeiam o álbum. Behind The Curtains mostra um Luis Carlos que parece não sofrer com a passagem do tempo pois coloca no bolso muto vocalista "novato" de metal extremo que temos por aí...
Thou Shalt Not Kill é uma das melhores faixas! Os riffs aqui ganham proporções insanas, o que deixa tudo muito mais pesado e brutal, mesmo a faixa não tendo na velocidade seu andamento. Arthur "Von Barbaria" e Carlos Diaz (bateria e baxo, respectivamente) mostram grande entrosamento, em linhas destruidoras. E tome mais riffs ríspidos em Paradise in Holocaust. Direta, a faixa mostra a faceta mais reta do grupo. Já The Face of The Abyss tem em sua estrutura, linha velozes de bateria, garantindo aos amantes do metal extremo, boas doses de brutalidade. E o solo... Como seria bom se toda banda que se diz extrema caprichasse neste quesito como o grupo de Santos (SP). To Kill or Die é totalmente death/black, onde o grupo além de pioneiro, é mestre no assunto. O encerramento vem com I'm Back Again, onde as guitarras soam tão destruidoras quanto em todo o trabalho.
Em XIV, o VULCANO mostra que não se contente em servir como referência pelo seu passado. O grupo prova que continua sendo relevante e influente mesmo depois de três décadas e meia de serviços prestados ao metal extremo. História não se constrói da noite para o dia. E a do VULCANO ainda está longe de acabar... Para a alegria e satisfação de todo headbanger!
Sergiomar Menezes
Opa
ResponderExcluirIsso que é começar bem a semana
Notícia ótima