terça-feira, 17 de novembro de 2015

Documentário: O MAL QUE NOS FAZ - Heavy Metal OnLine

       



                     Em mais uma grande iniciativa, o Heavy Metal OnLine disponibiliza esse excelente documentário, debatendo entre músicos, fãs e pessoas que trabalham ou tem envolvimento direto com o Heavy Metal o seguinte tema: O MAL QUE NOS FAZ, onde os assuntos Cristianismo, Covers e Redes Sociais são discutidos de forma aberta, sem censura de opiniões. Muito interessante! Parabéns ao brother Clinger Carlos Teixeira por mais esse grande serviço á favor da Heavy Metal! Assistam e pensem a respeito!


https://www.youtube.com/watch?v=yz6azD7loJY




Sergiomar Menezes

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

DEF LEPPARD - DEF LEPPARD


            Falar do DEF LEPPARD é uma tarefa fácil e complicada ao mesmo tempo. Fácil, pois falar de sua história, da qualidade de seus músicos e de seus grandes álbuns é bastante simples. Complicada, pois o grupo, um dos ícones do ínicio da NWOBHM, acabou por se distanciar da sonoridade dos demais grupos do movimento, e teve sua carreira permeada por grandes sucessos mas também, por sérios problemas. Acidentes, doenças e trabalhos fracos puseram á prova a continuidade da banda. Mas ela se manteve firme e, agora, em 2015, nos entrega seu auto intulado álbum, DEF LEPPARD, que chega ao Brasil via Shinigami Records.

           Com quase 4 décadas (o grupo foi formado em 1977), e após sete anos de seu último trabalho, o fraco Songs From The Sparkle Lounge (2008), a banda resgata um pouco da sonoridade "clássica" que a consagrou, ou seja, aquele hard rock com um acento pop que há tempos se faz presente em suas composições. Joe Elliot (vocal), Phil Collen (guitarra), Vivian Campbell (guitarra), Rick Savage (baixo) e Rick Allen (bateria), trazem nas 14 faixas que compõem o trabalho, uma boa variação, pois vão desde as músicas guiadas pelas guitarras afiadas de Phil Collen e de Vivian Campbell, até as já consagradas baladas. Produzido pela própria banda e com uma bela capa, que remete aos áureos tempos, DEF LEPPARD pode agradar ao fã que não se apega apenas ao passado da banda. Afinal, pode se perceber que o grupo está fazendo a música que quer, sem grande pretensões de agradar a gregos ou troianos, a não ser ele próprio. E isso nos garante bons momentos de diversão.

            O álbum com a boa Let's Go, que nos remete á Pour Some Sugar On Me (de Hysteria - 1987), pois vem com as guitarras bem timbradas, emprestando peso ao ritmo mais cadenciado da faixa. Com refrão fácil, e backing bem encaixados, os solos também se destacam. Um belo começo! Dangerous traz um belo trabalho de guitarras e tem uma sonoridade mais hard. Vivian Campbell e Phil Collen formam uma grande dupla. E a cozinha, simples , mas eficiente, permite o bom desempenho dos guitarristas. Man Enough, a terceira faixa, tem uma base, digamos, dançante, até certo ponto funkeada, o que pode causar surpresa. Uma bela canção é o que encontramos em We Belong. Uma semi-balada, com as características do Leppard, pois traz aquele vocal bem típico de Joe Elliot, enquanto as melodias proporcionadas pelas guitarras, deixam a faixa com uma cara Pop de muito bom gosto. Invincible, traz o baixo de Rick Savage como destaque. Uma faixa simples, com forte acento Pop, vide o refrão, que traz um bom trabalho de backing vocal. Sea of Love, na minha opinião, uma das melhores faixas. Com uma pegada mais á moda antiga ( anos 70 á frente), com bases de guitarras bem construídas, backing muito bem encaixados, a faixa traz a mente os bons momentos do passado do grupo. Energizer, talvez seja a composição mais fraca. Poucas guitarras, arranjo comum. A banda pode mais que isso. Se fosse melhor arranjada, poderia ficar melhor.

          O clima hard/rocker volta á tona com All Time High. Belo trabalho vocal e refrão pra cantar junto. As guitarras comandam com belas bases e solos muito legais. Um dos grandes destaques do disco. Battle Of My Own, tem uma pegada acústica até perto de seu final, e me trouxe a mente aquele clima de faroeste, pois tem uma levada country. Broke'n'Brokenhearted vem com belos riffs, é um daqueles "rockões" de respeito. As guitarras deixam fluir riffs e solos na medida, enquanto a base bem estruturada pela cozinha deixa a música entre as melhores do trabalho. Joe Elliot usa um pouco daquela "despretensão" que dá á música um clima bem"rocker". Mais uma bela base sustentada pela cozinha de Rick Savage e Rick Allen se faz presente em Forever Young, que possui uma sonoridade mais moderna, semelhante aos trabalhos mais recentes da banda. E como estamos falando em Def Leppard, temos em Last Dance, uma bela balada. Com um belo arranjo, a faixa mantém a tradição do grupo em compor belas canções nesse estilo. Wings Of An Angel é uma faixa mais pesada e direta, onde Elliot mostra que, ainda pode cantar de forma mais variada sem comprometer. Guitarras com uma pegada mais moderna ditam o ritmo da faixa. O trabalho se encerra com Blind Faith. Uma balada mais introspectiva, com climas diferentes do normal, onde o grupo mostra sua espontaneidade de forma direta.

         O DEF LEPPARD mostra neste álbum, grandes composições que resgatam, de certa forma, a sonoridade que o grupo praticava em outros tempos. Pode ser considerado, o melhor trabalho do grupo, desde Euphoria (1999). Grande trabalho de guitarras, qualidade nas composições e a vontade de seguir fazendo música, fazem deste cd, uma certeza de que o velho Leopardo Surdo ainda pode nos oferecer grandes trabalhos!



Sergiomar Menezes

terça-feira, 10 de novembro de 2015

A RED NIGHTMARE - A RED NIGHTMARE


            Uma sonoridade única, onde a agressividade e a brutalidade são a regra. Death Metal com uma pegada Thrash e moderna é o que encontramos no auto intitulado primeiro trabalho do grupo paraense A RED NIGHTMARE. O petardo, no melhor e mais pesado sentido da palavra, traz consigo uma banda inspirada e criativa, que com apenas com 4 anos de formação (o grupo foi formado em 2010 e o CD é de 2014), mostra uma grande capacidade técnica e uma garra proporcional ao estrago que faz em nosso pescoço a cada audição. A intensidade e energia das guitarras aliadas ao peso e pegada do baixo e bateria, além do vocal carregado de fúria, fazem desse trabalho um item obrigatório na coleção de um headbanger que se preze.

           O álbum foi gravado nos estúdios The Coven e Ná Music em Belém do Pará e a produção ficou sob a responsabilidade da própria banda e de Adair Daufembach, e que ficou perfeita para a sonoridade do grupo. Mesmo soando limpa, vem carregada de peso e sujeira. Ficou confuso? Ouvindo o trabalho você entenderá. A bela capa é mais um grande trabalho do renomado Gustavo Sazes ( Morbid Angel, Kamelot, Manowar, entre tantos outros). O álbum foi lançado em uma parceria com o CCAA como premiação pela vitória no CCAA Fest de 2012. A banda é formada por Leonan Ferreira (vocal), Vinicius Carvalho (guitarra), Marcos Saraiva (baixo) e Luciano Câmara (bateria). Na gravação do cd, o grupo contava com o guitarrista Igor Sampaio

           Sem muita cerimônia, Demigod inicia o massacre, com riffs fortes, velocidade e peso na cozinha e um vocal que beira a insanidade de forma genial! Uma faixa com variações bem trabalhadas, onde a intensidade e violência apresentadas pelo grupo nos mostram que, se com 4 anos de estrada, já chegam dessa forma, imaginem em 10 anos! Hedonist é um chute na boca do estômago, onde o peso das guitarras se funde a uma dinâmica bem conduzida pela dupla Marcos e Luciano (baixo e bateria, respectivamente). Um solo cortante deixa a faixa com mais intensidade. Lobotomedia é uma música muito bem trabalhada, nervosa e com um pique agressivo. Seus riffs violentos parecem que tomarão forma e saíram dos auto falantes, tamanha a energia contida ali. Sem dúvida, um dos grandes destaques do álbum! Riffs e mais riffs ditam o ritmo da, por vezes mais cadenciada, Bane. O vocal urrado de Leonan se apresenta mais rasgado nessa faixa, mostrando a versatilidade do vocalista e dando prova da grande capacidade técnica dos músicos. Enemy vem na seqüência e mantém o ritmo alucinante do trabalho, metendo o pé na porta sem piedade. Mais um belo trabalho de guitarras. Velocidade lado a lado com a brutalidade são a tônica da faixa.

        A faixa título se divide em três partes. A Red Nightmare Pt. I é mais cadenciada e evidencia uma veia mais "melódica" do grupo. Os arranjos foram muito bem executados, uma vez que a complexidade da composição é bastante latente. A Red Nightmare Pt. II também possui bons arranjos, mas aqui o peso volta á carga. Com um começo também mais cadenciado, as guitarras capricham em riffs inspirados e Leonan faz um grande trabalho. A cozinha do grupo mantém o peso numa constante durante toda a execução. A Red Nightmare Pt. III segue a dinâmica das partes anteriores, com passagens bem variadas e uma base forte, formando uma parede sonora brutal. Na metade da música, uma pequena pausa, onde os músicos mostram uma certa inspiração no Jazz, para logo em seguida, voltarem ao peso avassalador novamente.

        O álbum conta ainda com três faixas bônus. Earth's Revenge, onde o peso das guitarras comanda o massacre, com a cozinha imprimindo velocidade e peso na medida certa, Koloniale Raubwirtschaft, com uma velocidade alucinante e uma pegada mais thrash metal em algumas passagens e While Someone Has Drowsiness, agressiva e brutal com riffs bem diretos.

        A banda estréia em grande estilo. Podemos dizer que o grupo possui uma identidade única, até certo ponto inovadora, pois não consegui relacionar sua sonoridade com nenhum grupo que faça algo nessa linha. Criatividade que encontra na brutalidade, intensidade e energia da música da banda, uma união perfeita entre estilos, com uma cara própria. Sem muito o que dizer. A RED NIGHTMARE é um trabalho recomendadíssimo!



      
Sergiomar Menezes

          

PYOGENESIS - A CENTURY IN THE CURSE OF TIME


              Confesso que ainda não conhecia a fundo o trabalho dos alemães do PYOGENESIS. Mas sabia que tratava-se de uma banda que praticava um Doom Metal que, com o passar do tempo, foi modificando seu som, adicionando elementos mais "alternativos" e com nuances Pop á sua sonoridade. A banda foi formada em 1991 e manteve-se  ativa até 2005. E 10 anos após sua separação, voltam ao mercado com A CENTURY IN THE CURSE OF TIME, que chega por aqui, via Shinigami Records. Um álbum, que num primeiro momento, não tem uma fácil assimilação, visto que a banda nos apresenta uma grande variação em suas músicas. Desde passagens que remetem ao metal mais pesado praticado em seus primórdios, até toques de metal mais recente, como os já citados acentos de música alternativa e Pop.

             A banda atualmente é formada por Flo V. Schwarz (vocal e guitarra), Gizz Butt (guitarra e backing vocal), Malte Brauer (baixo e backing vocal) e Jan Räthje (bateria). Todas as músicas foram compostas por Flo V. Schwarz, único membro da formação original do grupo, que também ficou encarregado da produção do trabalho, que pode-se dizer, ficou muito boa, tendo em vista a grande variedade de estilos apresentada pela banda, e que manteve uma boa dose de peso (sem pender para o exagero), um pouco de sujeira e melodia, sem comprometer essa interação. O belo trabalho gráfico também se destaca, com uma capa rica em detalhes, cuja responsabilidade ficou á cargo de Stanis-W Decker. Como dito anteriormente, o som do Pyogenesis, não tem uma fácil assimilação logo de cara. Mas a cada audição, pode-se perceber a proposta do grupo, e assim, apreciá-lo. Até certo ponto mais acessível, mas sem esquecer de suas raízes, o resultado vai agradar aos que não se apegam á conceitos pré-concebitos.

            O álbum inicia com Steam Paves Its Way (The Machine), uma faixa que já entrega a proposta sonora da banda, aliando o peso das guitarras, que carregam consigo uma boa dose de melodia, com elementos mais variados. Vocais que vão do urrado ao mais limpo, com uma estrutura bem trabalhada (algo que se mostra durante todo o trabalho) e uma pegada por vezes agressiva. A Love Once New Has Now Grown Old começa mais rápida e traz guitarras agressivas, mas que durante sua execução, se tornam mais simples, com passagens que nos remetem ás bandas de Pop Rock. A veia melódica do grupo se mostra latente em This Won't Last Forever. O vocal de Flo V. Schwarz se encaixa de forma correta na melodia apresentada, fazendo com que as guitarras, transitem entre o peso (em menor quantidade) e a suavidade. Uma bela faixa. The Best Is Yet To Come vem na seqüência e talvez seja a faixa mais acessível do cd. Mais cadenciada, possui um belo arranjo, onde o baixo e bateria, apesar de ser uma música mais calma, acabam se destacando. Destaque também para o bom trabalho de backing vocal.

           Lifeless traz uma bela melodia. Com um forte acento Pop, as guitarras aparecem de forma tímida, mas com belos solos. Os variações nos vocais me lembraram um pouco a fase mais acessível do Paradise Lost. The Swan King inicia com a bateria marcada, e em seguida bons riffs de guitarra, são "interrompidos" por passagens mais simples. Uma faixa bem variada, com a cara da banda. Flesh and Hair é outra faixa bem variada, pois o grupo vai de arranjos mais "metal" á passagens mais suaves com desenvoltura, e por que não dizer, sem medo de ousar. E esse talvez seja um dos grandes méritos do grupo. Praticar o som que querem, sem preocupação. Algo arriscado comercialmente, mas que deve trazer a satisfação pessoal para os músicos. A longa, muito bem trabalhada e estruturada A Century In The Curse Of Time encerra o trabalho e sintetiza a sonoridade da banda. Peso, melodia, arranjos corretos, guitarras bem timbradas, grande variação de andamentos, baixo e bateria alinhados, belos vocais e a ousadia na composição, fazem da faixa uma bela composição.

          Um álbum que pode soar estranho numa primeira audição, afinal, a grande variação de estilos proposta pela banda, nem sempre agrada ao fã mais radical. E convenhamos, nem sempre o fã de heavy metal tem a mente aberta á inovações, sejam elas quais forem. Mas se ao ouvir esse trabalho, o ouvinte se despir de preconceitos, encontrará uma banda ousada, sem medo de inovar, com guitarras pesadas e melódicas, intensas e que dosam de forma correta essa variação, além de músicos de extrema qualidade. Dê uma chance á banda e curta esse grande trabalho!



           
Sergiomar Menezes

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

GASOLINE SPECIAL - RCK 'N' RLL



                 Rock n' Roll direto, pegado e sujo. Adrenalina correndo nas veias, energia, atitude, intensidade e guitarras "elétricas". Dessa maneira, o quarteto de Jundiaí (SP) estréia de forma grandiosa com RCK 'N' RLL. Um trabalho repleto de riffs diretos, contagiantes e letras bem humoradas, composto sem aquele compromisso de querer agradar. E que dessa forma, agrada e muito aos apreciadores do estilo. Afinal, quantas bandas hoje em dia podem ser vistas assim? E o Rock n' Roll não está aí pra isso? Pra diversão? E se você concorda com que escrevi, pode ir sem medo, pois o primeiro cd do GASOLINE SPECIAL se torna cativante desde os primeiros acordes.

                 Formado em 2007, o grupo é composto por André Bode (vocal/guitarra), Victor Zeh (guitarra), Junior Costa (baixo) e Júnior Scalav (bateria). E como escrito anteriormente, pratica um som empolgante, despojado, de forma direta e por vezes crua e  suja, mas sem soar forçado ou mal produzido.Aliás, a produção, que ficou por conta de de Bruno e Paulo Fornazza, merece destaque, pois deixou o som do grupo com essa cara "suja" mas sem causar alguma perda de qualidade. Muito pelo contrário. O que temos são instrumentos bem timbrados e pode-se perceber, a total liberdade da banda nas composições. E a arte da capa, transpassa a energia e adrenalina do som do grupo.

                A empolgante e direta Volume 11 abre o álbum e já manda o recado: "Soca o volume no talo!".  Riffs nervosos e cheios de malícia, uma cozinha correta e um vocal que cai como uma luva na proposta, Faixa perfeita pra abertura. Cefolane traz uma bateria pegada, com mais riffs crus e diretos, mantendo em alta a adrenalina. A bem humorada Tesão Fodido Em Você tem um ritmo bem rock n' roll, onde o baixo e a bateria fazem um belo trabalho. Kharma Ae dá uma quebrada no ritmo, pois é uma cura e calma faixa instrumental. Holywood, a faixa seguinte, tem uma pegada mais tranquila, com um clima meio anos 70. Tranqüila, mas não sem a pegada característica do grupo, ou seja, guitarras e mais guitarras!

               Gasoline Special, a única faixa cantada em inglês, traz a adrenalina de volta, com uma pegada que me lembrou o Nashville Pussy, pois tem uma veia mais hard rock. Refrão grudento que fica um bom tempo na cabeça! A pesada e bem trabalhada Praia mostra o bom entrosamento da banda, com uma base pesada, mas que tem uma melodia que deixa a faixa mais "leve". Hallbar chega chutando o balde, mantendo o pique do cd na mesma batida. A nervosa e suja 2000 e Foda-se encerra o trabalho, com um vocal mais irado e rasgado.

              RCK 'N' RLL é um trabalho feito com honestidade, garra e energia contagiantes. Logo que termina, o "aperte o play" é automático. Perfeito pra quem curte um rock n' roll sujo e direto. Pegue uma gelada, coloque o cd e "Soca o volume no talo!"

             


   Sergiomar Menezes