O AMARANTHE nunca percorreu trilhas desbastadas por outros e desde o começo a proposta Pop/Dance Metal dos suecos fez sucesso com uma fórmula ousada: músicas curtas e diretas, três vocalistas e melodias chiclete recheadas de riffs pesadíssimos e breakdowns no melhor estilo Death Metal. Elize Ryd se tornou uma das vocalistas mais respeitadas da nova geração e com o sexto disco MANIFEST, o sexteto fez pequenos ajustes na fórmula e entregou um trabalho coeso.
O maior destaque com certeza é o vocal gutural Henrik “GC6” Englund, que rouba a cena com suas linhas de rap hiper velozes, principalmente em “Boom!”, a melhor das 12 faixas. Curiosamente, essa música coloca os holofotes também no outro vocalista, Nils Molin (excelente trabalho no refrão) e Elize fica mais no segundo plano. As músicas de trabalho (“Fearless”, “Viral” e “Archangel”) já apostam na fórmula de intercalar as três vozes com letras positivas e para lá de energéticas.
O preço que a banda paga pela originalidade é uma possível torcida de nariz dos headbangers mais conservadores, mas é inegável a qualidade e o esmero que a produção entregou. A banda conseguiu entregar arranjos bem encaixados mesmo com as músicas flutuando entre 3 e 4 minutos apenas. Todo o crédito (ou quase) para Olof Mörk, o guitarrista e fundador do Amaranthe, que bancou a sonoridade de balada desde o início.
A balada do disco, “Crystaline”, talvez seja o ponto mais fora da curva. Não por ser fraca, mas porque historicamente a banda fez baladas tão memoráveis que seria difícil bater. MANIFEST, por fim, é uma evolução natural do AMARANTHE, sem sair do campo semântico da música eletrônica e entregando gratas surpresas.
Gustavo Maiato