IRA!
ACÚSTICO MTV 20 ANOS
08/11/2025
AUDITÓRIO ARAÚJO VIANNA
PORTO ALEGRE/RS
Produção: OPINIÃO Produtora
ACÚSTICO MTV 20 ANOS
08/11/2025
AUDITÓRIO ARAÚJO VIANNA
PORTO ALEGRE/RS
Produção: OPINIÃO Produtora
Texto: Sergiomar Menezes
Fotos: Tércia Falck
Eis que a turnê do melhor trabalho da série "Acústico MTV", chega a Porto Alegre. Um show do IRA!, que por alguns momentos esteve "ameaçado", mas que provou que já deveria ter acontecido por aqui há muito tempo. E antes de mais nada, quero deixar bem claro que tudo que relatarei aqui será focado exclusivamente na parte musical, performances e tudo que envolve o projeto acústico da banda, deixando de lado tudo que não faça relação a isso, beleza? Até porque pra mim, direita ou esquerda, só diferem de lado, porque vem nos causando problemas há tempos, independente de quem esteja no poder. Dito isso, vamos ao que interessa: foi um show impecável! Som perfeito, iluminação dentro da proposta e interação banda/público totalmente envolta numa sinergia contagiante!
Passava um pouco das 21h (horário marcado para o show), quando um Araújo Vianna, completamente lotado (e quando eu digo lotado, não estou exagerando, pois os corredores laterais estavam também tomados pelo público), quando Nasi (vocal), Edgard Scandurra (guitarra/vocal), Daniel Scandurra (baixo), Johnny Boy (teclados), Evaristo Pádua (bateria), Juba Carvalho (percussão) e Jonas Moncaio (violoncelo e único remanescente da banda que gravou o álbum - exceção aos membros originais Nasi e Edgard), adentraram o palco e mandaram logo de início "Pra Ficar Comigo", sua versão para o clássico "Train in Vain (Stand by Me)" do The Clash. E não é preciso dizer que o público foi ao delírio. Logo de início, foi mais do que perceptível a coesão e entrosamento da banda, pois parecia que estávamos assistindo a performance que foi gravada para a MTV. Edgard é um mestre das seis cortas, pois além de tocar muito, também tem boa capacidade vocal. Já Nasi, ainda que nunca tenha sido um excelente vocalista, hoje parece estar trazendo consigo as marcas de décadas regadas a álcool e drogas. Mas isso atrapalhou a performance dele? Não, mas como disse, a voz já dá mostras que vem perdendo força.
E tivemos uma sequência, praticamente igual a do álbum, trazendo ótimas performances em "Girassol" (uma das músicas mais bonitas da banda), "Flerte Fatal", "Dias de Luta" (onde banda e plateia foram uma só), "Tarde Vazia" e "15 Anos", um outro belo momento musical, resgatando o início de carreira dos paulistas. Nasi então anuncia "Rubro Zorro", do subestimado "PsicoAcústica" lançado em 1988. Apesar de ter escrito que iria focar apenas no lado musical, aqui eu preciso deixar um registro: acho justo e legítimo que todo e qualquer artista possa se manifestar politicamente, defendendo sua ideologia, ainda mais no palco que é seu chão, seu solo sagrado, local de trabalho. Mas Nasi citar os policiais que atuaram na Operação Contenção no Rio de Janeiro de "assassinos da Penha", bem... aí não dá. Com todo o respeito, isso ultrapassa os limites de ideologia aceitáveis. Mas fica apenas meu registro e contrariedade a esse tipo de manifestação.
Seguindo com o que mais importa, a música, o show seguiu com grandes momentos, principalmente nas execuções de "Flores em Você", "Eu quero sempre Mais" (uma das faixas que mais ganhou destaque na divulgação do álbum e que contou originalmente com Pitty dividindo os vocais com Nasi na gravação), "Por Amor", dedicada ao saudoso Zé Rodrix, autor da faixa. Nasi também salientou a perda de Lô Borges, um dos fundadores do Clube da Esquina, que faleceu na semana que antecedeu o show, dedicando a ele a apresentação.
A banda como um todo soou perfeita, mas duas figuras merecem destaque especial: a percussionista Juba Carvalho e o violoncelista Jonas Moncaio. Enquanto a primeira pareceu ter uma energia inesgotável, tamanha a empolgação e performance entregue em cada faixa, o segundo mostrou classe e personalidade em vários momentos, por vezes solando a pedido de Nasi, mostrando grande talento.
Pra encerrar esse grande show, era o momento de três faixas "antigas", mas que soam sempre atuais no set da banda: "Tanto quanto Eu", "Envelheço na Cidade" e a sensacional "Núcleo Base". Não é preciso dizer que todos acompanharam, cantaram, e curtiram muito essas três clássicas que fecharam um show que marcou a trajetória da banda. Afora as polêmicas que cercaram o show (uma grande bobagem, na visão deste que vos escreve), tivemos um espetáculo que apenas uma banda com tanto tempo de estrada pode proporcionar. Um agradecimento especial à Opinião Produtora pelo credenciamento e parceria de sempre!
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