Um Thrash Metal moderno, trazendo consigo uma boa dose de metalcore. Uma música agressiva, pesada mas que não esquece da melodia. Aliás, as melodias são o tempero que dá uma cara própria ao som do grupo gaúcho IT'S ALL RED. Um metal muito técnico e bem trabalhado é o que encontramos em LEAD BY THE BLIND, O terceiro trabalho do quinteto chega após mudanças na formação e que normalmente causam certa instabilidade. Mas aqui, pelo que podemos constatar, as trocas foram benéficas e mostram um entrosamento que parece que os músicos estão juntos á bastante tempo. E isso se refletiu no grande trabalho apresentado neste cd.
A banda é composta por Tom Zynski (vocal), Juliano Ângelo (guitarra), Rafael Siqueira (guitarra), Gabriel Siqueira (baixo) e Renato Siqueira (bateria) e caprichou nas composições. Arranjos muito bem estruturados, guitarras pesadas e melódicas (sem soarem chatas) e que soltam riffs sempre pesados, a dupla baixo e bateria além de técnica, carrega a mão na agressividade e os vocais que usam da versatilidade, pois vai do limpo ao mais agressivo e que conta com backings bem encaixados, tudo isso aliado a produção que ficou sob a responsabilidade de Rafael Siqueira e da própria banda, que soube valorizar a proposta musical a qual o grupo se propõe a fazer, fazem deste trabalho, o melhor da carreira do grupo até aqui. A masterização e mixagem ficaram á cargo de Tiago Suminski, Vini Bancke e Henrique Lopes. Os vocais foram produzidos por Iuri Sanson (Hibria). A arte gráfica é simples, porém adequada ao contexto do trabalho.
O álbum inicia com a pesada e moderna Integrate Forever. A faixa, que virou clipe e foi a primeira a ser divulgada, vem carregada de peso e muitas mudanças de andamento. As guitarras, como dito anteriormente, possuem uma pegada agressiva, mas que dão a melodia necessária ao som do grupo. Baixo e bateria alinhados em pesar a mão e os vocais certeiros mostram o poderio musical do grupo. Na seqüência, a faixa título, Lead By The Blind, mantém o peso e agressividade em alta, com riffs certeiros. As variações durante a execução mostram a capacidade de composição do grupo. Destaque para o solo bem construído. Plavalaguna é um dos destaques. Com uma cara bem moderna, os vocais se destacam pois vão do limpo ao mais rasgado sem perder a harmonia. Além disso, as guitarras trazem melodias que contrastam com o peso da cozinha. Mritak possui um clima pesado e denso, mas que nem por isso deixa de ser agressivo. Novamente, podemos perceber o cuidado da banda com os arranjos, pois a faixa tem mudanças de andamento mas mantém a mesma pegada. Em Steps of Ancient Elephants, a banda procura mesclar bem as características do thrash metal atual com algumas passagens do metalcore, principalmente pelos vocais de Tom Zinski. Mai um belo trabalho de guitarras, que tem a sustentação perfeita da dupla Gabriel e Renato (baixo e bateria).
Killing a Dead Tree tem uma certa atmosfera que nos remete ao death melódico, mas sem perder suas características. Com um refrão "fácil", deve ser presença nos shows da banda. Propagates The Rage, ganhou um vídeo recentemente e é uma as faixas mais pesadas do álbum. A bateria ganha destaque, ao mesclar técnica e brutalidade de forma homogênea. E mais uma vez, Juliano e Rafael fazem um grande trabalho nas guitarras que sabem ir da agressividade dos riffs á melodia. Já Last Day of The Sun tem um início mais suave, introspectivo até, mas em seguida ganha peso e um ritmo mais cadenciado. O que comprova mais uma vez a versatilidade do grupo nas composições. Victoria Needs To Lose, na minha opinião, uma das melhores faixas do cd. Peso e melodia na medida, harmonias corretas e um refrão melódico, direto e com backing certeiros. Birth of Liquid Desires também tem aquele ar de "modernidade", pois mescla vocais rasgados e limpos. Power To Let power Go tem a participação de Iuri Sanson (Hibria) que contrastou seu vocal mais tradicional, na linha power metal com os de Tom Zynski, criando um clima diferente. Musicalmente, a faixa possui um andamento mais cadenciado com toques de metal tradicional. A agressividade volta á tona com What Is Blood If Not For Shedding?. Vocais mais extremos, e muito peso proporcionado pela duo baixo/bateria. O trabalho se encerra com a bonus track I'm Your Superhero, uma faixa, digamos, mais acessível, onde as guitarras conduzem a melodia, enquanto o vocal, mais limpo em determinadas passagens, dá lugar ao mais rasgado em outras. Um belo encerramento.
LEAD BY THE BLIND pode ser considerado o melhor trabalho do IT'S ALL RED até o momento. Faixas muito bem estruturadas e bem executadas, composições onde a agressividade e brutalidade do thrash se aliam á melodias bem encaixadas. E, podemos afirmar, com a mais absoluta certeza, ao manter esse nível, o grupo se firmará entre os grandes do cenário nacional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário