O trio MOBY JAM estréia em CD praticando uma sonoridade que resgata os bons momentos que o rock nacional já teve. Mesmo que muitos não concordem, muitas bandas das décadas de 80, 90 e até mesmo nos anos 2000, escreveram importantes passagens daquilo que se estabeleceu como Rock Brasileiro. Citar nomes aqui causaria injustiças, pois foram muitos grupos que influenciaram (e até hoje influenciam) inúmeras bandas do cenário. E SEM JUÍZO, lançado elo trio fluminense em 2014 comprova esta "tese".
Formado por Marcelo Vargas (vocal e guitarra/violão), Elson Braga (baixo) e Augusto Borges (bateria), o trio apresenta neste trabalho, oito composições onde a veia rocker de seus integrantes fica exposta de forma bastante clara. Desde os riffs de guitarra até a boa base rítmica, tudo nos remete aos bons momentos do rock nacional. A produção do trabalho ficou por conta da própria banda, enquanto a Felipe Marques trabalhou como Engenheiro e técnico de som. Já a mixagem e masterização ficaram por conta do Estúdio Pombo. E no cnjunto, a sonoridade ficou muito boa, não exagerando na "limpeza" do som, o que muitas vezes, acaba por sepultar bons trabalhos que não ganham uma correta produção. Aqui, podemos dizer que a "sujeira" necessária foi preservada, mas também, sem nenhum exagero. A capa, simples e direta, foi obra de Felipe Mazza. A banda contou ainda com a participação de Márcio Pombo em 4 faixas.
O cd abre com Purpurina uma faixa "pesada" (para os padrões da banda) e cheia de groove, cortesia do baixista Elson Braga. A guitarra traz um riff bem interessante, com linhas próximas do hard rock. Cantada em português (como todas as demais faixas do trabalho), a música é um dos destaques do trabalho por apresentar de forma bem sucinta, a pegada do grupo. O Sol, a segunda faixa tem uma levada mais próxima do pop, mas sem soar piegas. Simples, a composição ganha ares mais sujos no real, cortesia dos bons riffs e do interessante solo de guitarra. Chuva Ácida conta com a participação de Marcelo Pombo no piano e no Hammond. A música, apesar da boa melodia, me lembrou um pouco o que bandas como o Detonautas tenta fazer pra soar mais rock n' roll sem conseguir. Aqui, o trio injetou sua personalidade e transformou a faixa que parecia que iria se perder. Ponto positivo ao grupo! Descalabro já retoma a pegada mais rocker do grupo, e também conta com o piano de Márcio Pombo, o que dá um molho extra a faixa, que apresenta características bem anos 70.
Homem de Gelo também capricha no peso e mostra a versatilidade do grupo, que busca sempre não ficar preso no mesmo lugar, trazendo as mais variadas influências no seu som. O vocalista Marcelo Vargas possui um timbre interessante e passa, em sua interpretação, aquela "manha" que muitos vocalistas oriundos do RJ trazem em sua bagagem. Então temos a faixa mais diferente do trabalho. Brilhar a Minha Estrela é um reggae que traz em sua execução algumas passagens mais pesadas, o que acaba diferenciando a composição e mostra uma nova face da banda. A faixa O Voo também conta com a participação de Márcio Pombo, e é uma faixa bem acessível, que poderia tocar facilmente em muitas rádios por aí. O cd se encerra com Sem Juízo, onde a guitarra comanda o ritmo, numa levada bem direta. Baixo e bateria se destacam, mostrando um bom entrosamento.
O MOBY JAM garante aqui, bons momentos para quem procura uma banda que pratica um rock n' roll simples, direto e sem invencionices. Buscando seu lugar ao sol no disputado cenário nacional, onde na maioria das vezes, grupos que não apresentam nada de novo ou até mesmo sem nenhum talento, conseguem se destacar, SEM JUÍZO pode ser considerado uma boa pedida e faz do grupo uma promessa de que o rock nacional, seguirá tendo grandes representantes.
Sergiomar Menezes
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