E eis que chega por aqui o segundo volume da coletânea organizada pelo site O SUBSOLO (www.osubsolo.com), que tem por objetivo, divulgar as bandas do nosso underground. Mais uma vez, o REBEL ROCK recebe com muita satisfação a missão de resenhar mais essa iniciativa de levar ao grande público as bandas que lutam dia a dia na nossa cena para que o rock, em todas as vertentes, continue firme e forte. Dessa forma, a Coletânea O SUBSOLO VOLUME 2 atinge seu objetivo com louvor, trazendo 20 bandas dos mais variados estilos.
De uma forma geral, este segundo volume, apresenta um resultado um pouco melhor que o primeiro, uma vez que as bandas aqui presentes capricharam nas faixas que disponibilizaram à coletânea. Obviamente que, como todo projeto dessa espécie, alguns grupos acabam se destacando, mas, como dito anteriormente o resultado final é muito acima da média.
O CD inicia com o Basttardos, que faz uma mistura interessante entre o rock mais agressivo e o southern dosando ainda algo de hard em sua sonoridade com a faixa que dá nome ao grupo. Em seguida temos o Melanie Klain (que lançou um dos melhores cds do ano de 2016) com a faixa "Abençoados por Deus", com uma letra que, infelizmente, está a cada dia mais atual. A máquina thrash Monstractor vem na sequência com a ótima "Corrosive Envy", mostrando que o estilo segue gerando ótimas bandas. Já o grupo Cherry Ramona, apresenta um rock daqueles feitos pra tocar no rádio (e não há nenhum demérito nisso, que fique claro), e conta com a participação de Mano Changes, vocalista da banda Comunidade Nin-Jitsu, na faixa "Mulher Gato". Luciano Granja nos apresenta um correto pop rock, simples mas eficiente e muito bem gravado em "Vontade de Voar", assim como Kike Oliveira, que na faixa "Estou Tão Cansado" mostra uma composição muito bem estruturada para a linha adotada. Mais pesado, o grupo Defina traz a faixa "Cobaia Viva", mas a produção acabou por deixar o som um pouco confuso. A produção também acabou atrapalhando a performance dos gaúchos punk rockers do Pinhead, que mostram aquela pegada típica e certeira em "Eu sou Bebum e a Carne é Fraca". Já o Boca Braba HC mete o pé na porta com um hardcore a lá NY em "Farda Verde Oliva", um convite ao quebra-quebra generalizado. Sem dúvida, um dos grandes destaques do trabalho! O Peltstrock pratica um rock pesado e bem trabalhado na faixa " O Que o Mundo precisa Ouvir", cantado em português e navega pela temática cristã, o que , se por um lado mostra personalidade, por outro pode vir a limitar o público (o que é uma grande bobagem, mas infelizmente á assim que a coisa funciona...).
"Ardor", faixa do grupo Redutto, tem boas guitarras e uma veia que nos remete à cena alternativa, lembrando um pouco do que se fazia lá pela metade dos anos 90. A banda Decolle participou também do primeiro volume da coletânea e faz uma música bacana em "Utopia Reversa", mas que peca pela produção. Parece faltar alguma coisa na execução da música, um pouco mais de peso ou um melhor acabamento no vocal poderiam ajudar. A banda Vate Cabral pratica um rock básico, mas pesado, como pode ser conferido na faixa "Bravo Mundo Novo". O Hardcore volta à tona com o grupo Turn Off com a faixa " Opressor de Idéias", uma boa composição, mas que, como já dito em casos anteriores, acabe sendo prejudicado pela produção. Já o Liferika apresenta um rock visceral e direto na faixa "Rua Augusta". Sabe aquelas bandas que te fazem querer abrir uma cerveja e sair chutando tudo? Essa é uma delas! Rock como o rock deve ser! A banda Stone Head é mais uma que canta em português e apresenta um som por vezes psicodélico, mostrando versatilidade na sua execução de "Luxúria". Mais um pouco de punk/Hc é o que temos em "Sangue na Marreta" do grupo Hellio Costa, que tem uma boa estrutura, mas precisa melhorar a produção. Já o Maverick dispensa apresentações. O grupo paulista mostra excelente qualidade com seu thrash pesado, rápido e mortal na faixa "Upsidown". A produção volta a ser um ponto negativo e, dessa vez, é com a faixa "Beaten By Demons" do grupo Ember of Renewal, que apresenta uma pegada intensa e pesada, mas perde potencial pelo já citado problema com a produção. O encerramento do trabalho vem com "Massacrados" do grupo Tumulto, que pratica um punk/metal (?!) muito bem estruturado, mas que poderia ter um produção um pouco mais caprichada.
Fica aqui o registro e os parabéns a mais essa bela iniciativa do site O SUBSOLO em lançar o segundo volume da coletânea. Atitudes como essa só vêm a reforçar o underground unindo bandas dos mais variados estilos em prol de um único objetivo: fortalecer a cena! Que venham mais e mais volumes!
Sergiomar Menezes
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