Vamos ser honestos. Se tem uma banda que NUNCA decepciona, essa banda é o OVERKILL! Prestes a completar 40 anos de carreira ( a banda foi formada em 1980), o grupo capitaneado pelos incansáveis Bobby "Blitz" Ellsworth (vocal) e D.D. Verni (baixo), chega agora ao seu 18º álbum de estúdio mantendo cada vez mais viva a chama do THRASH METAL. E sendo sincero, não tem banda no mundo que encarne de forma tão verdadeira o espírito do estilo. Talvez o Exodus chegue próximo disso, mas o Overkill durante todo esse período lançou álbuns de forma regular, e sempre com um nível de qualidade acima da média. E THE GRINDING WHEEL, que chega ao Brasil na parceria Shinigami Records/Nuclear Blast, só vem a comprovar isso.
Formada atualmente pelos já citados Bobby "Blitz" Ellsworth (vocal, e um dos maiores frontman do estilo - quem já teve o privilégio de assistir a um show do quinteto sabe do que estou falando), e o "monstro" D. D. Verni (baixo, dono de uma performnace tão insana quanto Blitz), a banda tem nas guitarras Dave Link e Derek "The Skull" Tailer. Quanto á bateria, o álbum foi gravado por Ron Lipnicki, mas agora, quem segura as baquetas é Jason Bittner. O álbum foi produzido pelo próprio grupo enquanto que a mixagem e masterização ficaram sob o comando do mestre Andy Sneap, o que já é garantia de uma sonoridade perfeita. Como dito anteriormente, o trabalho é uma aula de como o thrash metal deve ser: direto, pesado, com riffs mortais e com a adrenalina á mil. E estamos falando de Overkill. E isso, meus amigos, é algo presente em todos seus trabalhos!
O petardo abre com a porrada Mean, Green, Killing Machine, uma verdadeira pedrada, onde s riffs da dupla Dave e Derek despejam doses generosas de peso, enquanto a base rítmica não fica atrás caprichando na mesma intensidade. Blitz segue sendo um dos melhores vocalistas do estilo, mostrando uma entrega e paixão pelo que faz que é impossível não nos questionarmos como o Overkill não goza do mesmo prestígio de bandas como Anthrax e Megadeth, por exemlo. A segunda faixa, Goddamn Trouble, é daquelas arrasa quarteirão. Bateria veloz, riffs fortes, e uma atmosfera totalmente thrash, fazem dessa uma das melhores faixas do trabalho! Se for ouvir num volume mais alto, por favor, arraste os móveis para o lado, pois a probabilidade de acontecer algum "acidente" é grande... Que música foda! Our Finest Hour é outra cacetada! Incrível como o tempo passa e o grupo não "suaviza" na pegada, criando verdadeiros hinos do estilo. Essa é daquelas faixas que não podem faltar nos shows, e que devem causar uma verdadeira "batalha" entre o público. Shine On tem uma veia mais atual (não que as anteriores soem datadas, muito pelo contrário), pois traz consigo um pouco daquela pegada de álbuns como Necroshine (1999), enquanto que o refrão acaba "grudando" na cabeça. The Long Road, intensa e bastante enérgica, possui um pouco da influência da NWOBHM que o grupo sempre apresentou em sua hsitória. E cabe lembrar que poucas bandas conseguiram dosar de forma correta o lado metal e punk no thrash metal como o grupo fez (e faz até hoje!).
Let's All Go To Hades tem um começo mais arrastado, com uma atmosfera meio Sabbath, mas logo ganha a cara do grupo, com riffs certeiros, enquanto Blitz dá mais uma aula de interpretação. D.D. Verni (responsável pelas composições ao lado de Blitz), cria ótimas bases de baixo, o que sempre foi uma das marcas da carreira da banda. Assim como Come Heavy, que possui características semelhantes, mas tem uma linha mais próxima do metal tradicional. O pau volta a comer em Red, White And Blue. Veloz, intensa, pesada e cheia de boas variações, a faixa sintetiza bem o que o grupo vem praticando ao longo desses 37 anos de atividades: um thrash metal direto, sem concessões e com aquela veia oitentista (sem que com isso soe datado). Isso acaba se "repetindo" em The Wheel, uma composição onde a base é o thrash, mas que deixa à mostra o metal tradicional e o punk rock unidos com uma urgência ímpar, algo que é uma das principais características dessa verdadeira instituição do metal mundial. A faixa título, The Grinding Wheel, encerra o tracklist regular do álbum, e é uma composição mais trabalhada, cadenciada, com mudanças de andamento. A versão nacional, disponbilizada pela Shinigami Records tem ainda uma ótima bônus track: Emerald, do não menos essencial Thin Lizzy, que ganhou uma versão digna bem pessoal por parte do grupo.
Depois de ouvir por completo THE GRINDING WHEEL, aquela certeza que eu tinha antes, acabou ficando mais forte ainda. O OVERKILL é uma das bandas que mais tem ainda a oferecer ao metal neste tempos difíceis. Enquanto muitas bandas ficam de choradeira pelas redes sociais e lançam álbuns a cada dez anos, o grupo mostra que foi, é e sempre será referência quando o assunto é THRASH METAL! E afirmo aqui, sem nenhum tipo de receio: THE GRINDING WHEEL estará em todas as listas de melhores álbuns de 2017!
Sergiomar Menezes
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