domingo, 30 de julho de 2017

WARBRINGER - WOE TO THE VANQUISHED (2017)



                   Se tem um estilo que, por mais que  novas tendências apareçam, se mantém sempre em alta perante os fãs, esse estilo é o THRASH METAL. E prova irrefutável disso é o número de bandas novas que surgem e que tentam resgatar aquela sonoridade mais "old school". Nem tão nova assim, mas também não tão antiga, a banda norte americana WARBRINGER, formada em 2004, chega agora ao seu 5º álbum de estúdio. Buscando fugir um pouco dos "experimentalismos" que se fizeram presente eu seu último disco (IV: Empires Collpase - 2013), o grupo mostra em WOE TO THE VANQUISHED, que chega por aqui através da Shinigami Records, um Thrash violento, brutal e pesado. 

                   Formado por John Kevill (vocal e único remanescente da formação original do grupo), Chase Becker (guitarra), Adam Carrol (guitarra), Jessie Sanchez (baixo) e Carlos Cruz (bateria), o grupo apresenta 8 violentas faixas, onde as guitarras despejam riffs mortais e ríspidos, e de forma sutil, incorpora ao seu thrash, momentos mais extremos. Produzido e mixado por Mike Plotnikoff, o trabalho foi masterizado por Howie Weinberg. E podemos afirmar que o cd ficou com um peso absurdo, o que acabou realçando ainda mais a fúria contidas nas composições do grupo. A capa é mais uma obra de arte do mestre Andreas Marschall. Um álbum que valoriza e mostra que o Thrash Metal continua sendo um estilo relevante. O que sempre foi, que fique claro.


                    Silhouettes abre o CD mostrando guitarras afiadas! Com uma sonoridade bastante pesada e ate mesmo suja, a dupla Chase Becker e Adam Carrol garante riffs brutais, com um entrosamento digno das grandes duplas da Bay Area. Assim como na faixa título, que tem na velocidade sua força motriz. John Kivell tem uma voz forte, que varia entre momentos de pura garra, beirando o gutural, e outros mais técnicos, sem com que isso faça que a música perca intensidade. Já Remain Violent é o grande destaque do álbum. Com aquele andamento mais cadenciado, perfeito para o headbanging, a faixa tem aquela pegada perfeita, além de um solo que busca inspiração nos grandes nomes do estilo (Slayer e Exodus). Shellfire, que vem na sequência é brutal e veloz, uma porrada sem piedade nos tímpanos menos favorecidos....

                      Descending Blade, que tem as características mais evidentes da Bay Area e mostra que as guitarras do grupo vivem um grande momento. Os solos alternados entre Chase e Adam mostra a afinidade dos músicos. Spectral Asylum é uma faixa que ainda mantém um pouco da fase mais "experimental" do trabalho anterior, mas possui muito mais envolvimento com o thrash característico da banda. Mesmo com seu potencial, acaba saindo um pouco do rumo que o trabalho apresenta. As guitarras voltam a ser o destaque em Divinity of Flesh, que traz toques sutis ( se é que existem toques sutis) de detah metal em alguns momentos. Isso gera uma maior dose de peso e  agressividade à faixa, mesmo que os solos estejam completamente ligados ao thrash. O encerramento vem para comprovar a versatilidade e competência dos músicos. When The Guns Fell Silent é uma faixa de 11 minutos. Praticamente um "épico", mostrando a criatividade do grupo na hora de compôr. Um belo encerramento para um grande trabalho.

                        WOE TO THE VANQUISHED vem pra resgatar a sonoridade mais brutal e agressiva do WARBRINGER. Sem experimentos ou inovações, o grupo mostra sua força e segue sendo um dos bons nomes do estilo. Que mantenha essa pegada para os próximos trabalhos!







                   Sergiomar Menezes
                       

segunda-feira, 24 de julho de 2017

THE DOOMSDAY KINGDOM - THE DOOMSDAY KINGDOM



                Existem ditados populares que muitas vezes se encaixam com perfeição em inúmeras situações. Um dos mais comuns, mas que sempre resume bem determinados fatos é aquele bom e velho "quem foi rei, não perde a majestade". E esse, se encaixa de forma perfeita quando falamos do álbum de estréia do THE DOOMSDAY KINGDOM. Isso que, por trás dessa empreitada está ninguém mais, ninguém menos do que Leif Edling, baixista e compositor de uma das mais fundamentais e importantes bandas do Doom Metal, o grande Candlemass. E aqui, nesta sua nova banda, Leif segue sendo um mestre, compondo de forma magistral, como sempre fez. E isso pode ser comprovado, graças ao lançamento nacional feito pela parceria Shinigami Records/Nuclear Blast.

                    Composto por Niklas Stälvind (vocal), Marcus Jidell (guitarra), pelo próprio Leif (baixo) e Andreas (Habo) Johansson (bateria), o grupo só vem a confirmar o talento e genialidade do baixista que ainda é baixista no Avatarium (que recentemente lançou seu terceiro full lenght, e que logo mais terá sua resenha publicada aqui neste blog), e mantém o Candlemass na ativa. Ou seja, trabalho é o o que não falta ao músico. E todos mantém um nível de qualidade muito, mas muito acima da média. Aqui, temos oito excelentes composições que mantém certa proximidade ás outras bandas do baixista, mas com uma personalidade própria. algo que só quem tem "conhecimento de causa" pode fazer sem medo de errar. Cercado por ótimos músicos, a estréia do THE DOOMSDAY KINGDOM agradará aos fãs do estilo, sem que precisa fazer nenhum esforço.

                   Silent Kingdom abre o álbum de forma grandiosa. Com riffs inspirados no mais puro e sombrio doom metal, a faixa ganha peso e uma maior dinâmica ao incorporar elementos do metal tradicional. Destaque para o vocalista Niklas que possui um timbre bem peculiar e usa de variações bem interessantes em sua voz. Assim como guitarrista Marcus, que esbanja classe e bom gosto nas linhas de guitarra. The Never Machine traz aquela aura "Black Sabbath" que sempre acompanha as bandas de doom metal. Leif mostra toda sua técnica com um trabalho primoroso que recebe o complemento do batera Andreas. Uma cozinha que pesa a mão sem piedade. Já Spoonful of Darkness possui linhas muito bem estruturadas, onde mais uma vez, o guitarrista Marcus se mostra um músico de grande técnica. A bela instrumental See You Tomorrow é uma canção intimista e introspectiva, que mostra um lado mais simples e ao mesmo tempo trabalhado na forma de compôr do músico.

                      The Spectre tem uma atmosfera mais obscura e pesada, carregando um clima sombrio em sua execução, mesmo que em alguns momentos a mudança de andamento quebre um pouco esse andamento. Hand of Hell tem uma pegada mais "metal", principalmente no que diz respeito ao riff, que mantém um peso bem característico durante toda sua execução. A faixa ainda possui um belo solo, dentro da proposta da própria composição. The Silence traz consigo toda a bagagem de Leif, pois é daqueles obras primas que só os mestres sabem como criar. Preste atenção nas linhas de guitarra que traduzem de forma contumaz todo o estilo de composição de Leif. O encerramento vem com The God Particle, outra obra grandiosa. Uma aula de doom metal. Como todo o álbum.

                       Leif  Edling poderia estar tranquilo, desfrutando de uma "aposentadoria", depois dos inúmeros serviços prestados ao heavy metal. Mas, felizmente, mostra que tem ainda, muito o que oferecer ao estilo. e o trabalho de estréia do THE DOOMSDAY KINGDOM deixa isso bem nítido. Que a fonte, que parece inesgotável, siga nos brindando com trabalhos grandiosos e excelentes como esse!




                    Sergiomar Menezes

domingo, 23 de julho de 2017

FATAL SCREAM - FROM SILENCE TO CHAOS (2016)



            Algumas bandas quando resolvem lançar seu álbum de estréia pensam estarem preparadas. Muitas vezes isso acaba não acontecendo. Só que o contrário também acontece. Muitas bandas não estão apenas preparadas para o álbum de  estréia. Algumas estão preparadas para uma bela e longa carreira. E esse, felizmente, é o caso do quinteto FATAL SCREAM. Uma banda madura, segura de si e  que sabe muito bem aonde quer e pode chegar. Com um mix que fica entre o thrash metal e o metal tradicional, com doses sutis de groove,  o grupo mostra que o Brasil continua gerando inúmeras bandas de qualidade, basta apenas que o público abra seus olhos e ouvidos. E se fizer isso, descobrirá em FROM SILENCE TO CHAOS um excelente trabalho!

               Formada por Carolina L. Miranda (vocal), Diego Alexander Aricó (guitarra), José Roberto Cardoso (guitarra), Rodrigo Hurtiga Trujillo (baixo) e Carlos Lourenço (bateria), a banda foi idealizada em 2012 mas apenas em 2014 acabou oficializando sua formação. E em apenas dois anos, o grupo lança um álbum forte e carregado de ótimas composições. Gravado, mixado e masterizado no Under Studio por Romulo Ramazini Felicio, o trabalho ficou com uma sonoridade muito boa, pois consegue manter o peso em evidencia sem que com isso, perca sua essência, mantendo todos os instrumentos perfeitamente audíveis (com destaque para o peso e timbragem das guitarras), o que casou perfeitamente com a proposta musical do grupo. 

               From Silence To Chaos é uma pequena introdução que antecede o primeiro petardo. Killer Wolf começa com riffs agressivos e diretos que recebem a adição de uma cozinha pesada e bem trabalhada. Caroline imprime sua personalidade ao cantar pois não tenta soar gutural ao extremo, mostrando que não é necessário berrar pra ser agressiva. Bem estruturada, a faixa ganha o ouvinte logo de cara pois traz consigo as influências do grupo que vão de Megadeth á Helloween, de Faith no More á Kiss, de Pantera á Symphony X. E isso se confirma também na segunda faixa. Trapped é mais rápida e possui riffs mais ríspidos. A dupla José roberto e Diego Alexander se mostra muito bem entrosada, alternando bases e solos inspirados. O refrão tem uma cara um pouco mais moderna, mas não se preocupa. O bom e velho metal dita o ritmo sem concessões. Um início mais introspectivo é o que apresenta Before The Judgement. Uma linha um pouco mais melódica durante sua execução acaba por mostrar uma outra faceta do grupo, mas o peso continua imperando, como em todo o álbum, diga-se de passagem. Betrayer (Shake) tem uma "cara" bem Pantera, principalmente pelo groove que a cozinha imprime de foma consistente. 

                 Mental Prison começa de forma sutil, mas ganha peso e velocidade logo em seguida, e tem novamente na cozinha composta por Rodrigo e Carlos (baixo e bateria, respectivamente) seu ponto forte. Em conjunto, os riffs inspirados no metal tradicional mostram a capacidade criativa do grupo. Caroline dosa de forma correta sua voz, cantando de forma mais "suave" em alguns momentos, colocando mais brutalidade na hora do refrão. Utopia tem um andamento mais cadenciado, o que possibilita que as guitarras despejem riffs mais pesados. Nessa faixa, Caroline acaba sendo mais exigida, pois na maior parte do tempo tem de cantar de forma mais limpa. E a vocalista mostra que isso não é problema. Em Last Breath temos uma momentos mais variados, alternando entre passagens mais rápidas e outras mais recheadas de groove. O encerramento vem com Machine Head, uma faixa que, de certa forma, me lembrou em alguns momentos o... Machine Head! Uma grande composição para fechar com chave ouro este ótimo trabalho de estréia.

                 Com apenas dois anos de estrada, o FATAL SCREAM lança seu debut e mostra personalidade e muito potencial. FROM SILENCE TO CHAOS possui todos os ingredientes para agradar os fãs de um heavy metal pesado e bem trabalhado. Que o grupo mantenha essa pegada e siga apresentando trabalhos tão bons ou até mesmo melhores que esse. Grande banda!




                   Sergiomar Menezes

POP JAVALI - RESILIENT (2017)




                               Resiliência é a capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças. E o trio POP JAVALI resolveu chamar assim seu terceiro trabalho de estúdio. RESILIENT vem logo após a ótima repercussão de LIVE IN AMSTERDAM,  que, como o próprio nome entrega, foi gravado na Holanda e foi lançado no ano passado. E se antes a classe, bom gosto e uma bela mistura de hard/heavy eram a tônica do trabalho do grupo, aqui temos uma pegada mais pesada, deixando a faceta HEAVY mais exposta. Mas isso de maneira alguma transforma a sonoridade da banda, muito pleo contrário. Apenas acrescenta peso e também acaba por revelar um lado mais prog metal (sem exageros, que fique claro), o que evidencia ainda mais o lado técnico dos músicos.

                      Marcelo Frizzo (baixo/vocal), Jaeder Menossi (guitarra/backing vocal) e Loks Rasmussen (bateria/backing vocal) gravaram Resilient no Estúdio dos irmãos Busic, em São Paulo (Busic Produções Studio) e teve  a produção sob responsabilidade de Andria Busic, Ivan Busic e da própria banda. Já a Mixagem e masterização foram feitos por Andria. E pode-se dizer sem a menor sombra de dúvidas que esse é o álbum mais pesado e bem produzido do grupo. Aliás, os trabalhos anteriores já eram muito bem produzidos, mas aqui, podemos afirmar que o nível atingido foi extremamente alto! E neste mais recente trabalho, um dos maiores destaques é o guitarrista Jaeder Menossi. Músico de muita técnica, aqui Jaeder se mostra também dono um um felling clássico, injetando nas composições suas influências e personalidade.

                        Após A New Beginning, uma breve introdução instrumental, temos Hollow Man, uma composição que deixa bem claro essa linha mais pesada adotada pelo grupo. Além dos riffs, cortesia de Jaéder, Marcelo Frizzo por vezes canta de forma mais agressiva enquanto que Loks senta a mão sem piedade. Sem dúvidas, essa é uma das faixas mais pesadas já compostas pelo trio! Uma levada mais cadenciada, guiada pelo baixo de Marcelo é o que temos na introdução de outra faixa carregada de peso. Drying The Memories, chega a ter passagens que nos remetem à algumas bandas de thrash metal! Obviamente, o grupo não esqueceu e nem pretende deixar pra trás suas raízes, pois em alguns momentos a melodia se faz presente, contrastando com as passagens mais agressivas. Reasonable possui linhas mais variadas, usando um pouco mais da melodia e que nos traz um pouco do "velho" Pop Javali. Marcelo consegue dosar de forma interessante sua voz mais limpa aqui, enquanto que Jaéder mostra habilidade em momentos distintos: riffs pesados e solos mais calcados na melodia!  Melodia essa que segue ditando o ritmo em We Had It Coming. Mas ao mesmo tempo, o grupo mostra desenvoltura na hora de navegar entre peso e harmonia. Já Shooting Star é daquelas faixas cheias de energia, onde a guitarra guia  a composição, deixando Marcelo e Loks livres para carregar no peso.

                      Turn Around é uma faixa mais calma. Um andamento suave, com linhas mais melódicas e uma grande interpretação de Marcelo, que explora bem, durante todo o trabalho, momentos mais melódicos e limpos com outros pesados e agressivos. Broken Leg Horse, é outra daquelas faixas que grudam na mente, pois possui um andamento rápido mas que não abre mão do peso. Grande trabalho da cozinha, que mostra grande entrosamento e coesão. Já a guitarra traz linhas que variam de um lado mais hard/heavy até um pouco mais próximas do prog metal. Mais riffs cheios de peso é o que temos em Undone. Com um andamento mais cadenciado, fica evidente a classe e categoria do trio na hora de compôr e executar suas criações. E a veia hard rock da banda se faz presente em Show You The Money, que traz consigo momentos mais melódicos. Já a faixa título, Resilient é uma das melhores do álbum, pois mostra a versatilidade dos músicos de forma latente. Criatividade nos arranjos, bom gosto na melodia e muito peso nos riffs. Essa é daquelas faixas que quando terminam, a gente aperta o repeat várias vezes! O álbum encerra com Renew Our Hopes, uma composição mais "calma", com belas linhas vocais e belos solos.

                    RESILIENT mostra que o POP JAVALI não tem medo de arriscar e evoluir em sua sonoridade. Sem abandonar sua raízes, o grupo se reinventa, trazendo boa dose de peso, mas mantendo a mesma classe e categoria de seus trabalhos anteriores. Sem dúvida, um dos melhores álbuns lançados no Brasil neste sofrido 2017!




                      Sergiomar Menezes

sábado, 8 de julho de 2017

CHICKENFOOT - BEST + LIVE (2017)



                 Formado em 2008, o CHICKENFOOT é, literalmente, aquilo que convencionou-se chamar de "supergrupo". Artistas mais que renomados, com sucesso em suas respectivas carreiras, mas que, de certa forma, precisavam se reinventar. Seja por que seu trabalho atual esteja ficando cada vez mais graça, seja porque estavam "desempregados". Assim, essa junção de forças criada a partir de jams que aconteciam regularmente no Cabo Wabo, no México (de propriedade do vocalista Sammy Hagar), já lançou dois bons álbuns de estúdio e dois ao vivo, além de um DVD. Aqui, como o próprio nome entrega, BEST + LIVE, traz dois cds, sendo que o primeiro apresenta uma coletânea com o "best", além de uma faixa inédita  e mais três covers ao vivo (como bônus), e o segundo, traz  11 faixas ao vivo, sendo que algumas aparecem pela primeira vez nesse formato. E cabe ressaltar que o trabalho está sendo lançado por aqui pela Shinigami Records.

                      Sammy Hagar (vocal), Joe Satriani (guitarra), Michael Anthony (baixo) e Chad Smith (bateria) fazem um som extremamente cativante. Trazendo um pouco do que cada músico fez (ou ainda faz) em suas carreiras, o grupo dosa de forma eficiente o hard, o groove e, em alguns momentos, o peso. E tudo funciona muito bem. Afinal, estamos falando de "putas velhas", que sabem exatamente o que querem e como chegar lá. Se Satriani aqui acaba "jogando" mais para o time, Michael Anthony e Chad Smith mostram que formam uma das cozinhas mais consistentes da atualidade. E fica cada vez mais comprovado que a atual fase modorrenta e sem graça do Chili Peppers não tem absolutamente nada  a ver com o baterista. No Cd dedicado ao BEST, temos 14 faixas, extraídas dos dois álbuns da banda (Chickenfoot - 2009 e III - 2011), sendo que as três faixas ao vivo, foram retiradas do DVD/Blu Ray Get You Buzz On (2010). Já o CD dedicado ao LIVE foi gravado no Dodge Theater, em Phoenix, Arizona (EUA). 

                       O CD "BEST" abre com a faixa inédita Divine Termination. Com a cara da banda, a faixa apresenta uma boa dose de groove, cortesia de Chad Smith. Hagar continua um vocalista excepcional, que consegue dosar técnica e emoção de forma sublime. Satriani, um pouco mais cometido, mostra que ser guitarrista não significa fritar suas cordas de qualquer jeito, emprestando toda sua habilidade em favor da musicalidade do grupo. Dentre as demais faixas que merecem destaque temos Soap On a Rope, Sexy little Thing, Oh Yeah, Get it Up e Future in the Past (todas do primeiro álbum) e Big Foot, Different Devil, Lighten Up, Dubai Blues e Something Going Wrong ( do segundo trabalho). Como bônus temos Highway Star (Deep Purple), Bad Motor Scooter (Montrose) e My Generation (The Who), todas ao vivo.

                         Já o CD "LIVE" traz a performance do grupo extraída do DVD lançado em 2010. Faixas excelentes como Avenida Revolution, My Kinda Girl, Down The Drain, Bitten By The Wolf e Turning Left se juntam as demais faixas lançadas no primeiro álbum e mostram toda a técnica e entrosamento do grupo em cima do palco. Mesmo que o grupo tenha apenas dois álbuns de estúdio e dois trabalhos ao vivo, esse BEST + LIVE se mostra essencial para quem ainda não conhece o trabalho técnico e cheio de "malícia" da banda.

                           Prestes a completar uma década de atividades, o CHICKENFOOT vem provando ao longo desse tempo que não se trata apenas de um projeto paralelo de excelentes músicos. O grupo é sim, uma realidade e mostra mais consistência do que alguns deles vem fazendo em seus grupos ou trabalhos principais. BEST + LIVE vale, até mesmo, como porta de entrada para quem ainda não conhece a banda. Mas o trabalho é muito mais do que isso. É o registro de um grupo que , acima de tudo, se diverte  e respeita os fãs como poucos. Recomendado aos amantes da boa música!




                         Sergiomar Menezes

sábado, 1 de julho de 2017

DEEP PURPLE - CALIFORNIA JAM 1974 (DVD) (2016)



                 Sejamos sinceros: todo headbanger que se preze já assistiu a esse show. Seja naquele antigo e surrado VHS, seja numa versão importada do DVD, ou até mesmo, naquela cópia da cópia que conseguiu com um amigo. A verdade é que DEEP PURPLE - CALIFORNIA JAM 1974 é um dos shows mais emblemáticos e históricos já realizados pela banda. E, conta muito em favor disso que a formação do grupo á época (chamado MK III) é daquelas cultuadas e veneradas por muitos fãs, como uma das melhores formações com as quais o grupo já contou. Aliás, para esse que vos escreve, essa, é sim, a melhor formação. E esse grande show, que foi lançado por aqui através da Shinigami Records, recebeu um tratamento especial de som e imagem, o que o torna ainda mais especial.

                    David Coverdale (vocal), Ritchie Blackmore (guitarra), Glenn Hughes (baixo e vocal), o inesquecível Jon Lord (teclados) e Ian Paice (bateria), divulgavam, quando do show, o espetacular BURN (1974). E pode-se dizer com a mais absoluta certeza que de todas as apresentações do dia, a do quinteto foi a melhor. E veja que o cast trazia nomes como Black Sabbath, Eagles, Black Oak Arkansas, Emerson, Lake & Palmer, Earth, Wind & Fire, entre outros. Com um entrosamento fantástico, trazendo um Coverdale cheio de gás e cantando de forma soberba, recebendo por vezes o auxílio do não menos incrível Glenn Hughes (dono de uma performance bem particular), os três remanescentes da formação anterior, mostravam terem feito as escolhas certas. 

                   Praticamente apresentando a nova formação ao público o set contou com faixas como as "novas" Burn (que música espetacular!), Might Just Take Your Life e Lay Down, Saty Down, que abrirão a presentação e deixaram claro que a banda estava em um momento especial. Apesar de já ser um grande vocalista, Coverdale ainda não era o "Coverdale" que todos conheceríamos, mas fez uma grande apresentação. Assim como Hughes, que roubou a cena inúmeras vezes. E falar o que de Blackmore? Um dos maiores guitarristas de todos os tempos, parecia aqui, se sentir mais solto, sem a presença do Mr. Silver Voice. Jon Lord simplesmente comandava a apresentação enquanto Ian Paice surrava a bateria como tinha que ser. A sensacional Mistread também fez parte do set, assim como a clássica Smoke on the Water (que ganhou uma interpretação renovada), You Fool No One/ The Mule e o encerramento vem de forma apoteótica com Space Truckin'. Assista e você entenderá o que quero dizer. Palavras não conseguirão expressar corretamente o que se vê ali, ainda mais se analisarmos a performance de Blackmore!

                   Mesmo que você já possua alguma versão deste fantástico show, vale, e muito, a aquisição desta nova versão. além do show, temos filmagens em Super 8 (nos extras) feitas pela equipe (backstage, entrevistas, etc).Além disso, esse relançamento traz um livreto recheado de fotos da época e um texto escrito por Geoff Barton. Um show histórico e grandioso, digno desta formação. DEEP PURPLE. Coverdale/Blackmore/Hughes/Lord/Paice. CALIFORNIA JAM 1974. Não precisa dizer mais nada. OBRIGATÓRIO!
                    



                    Sergiomar Menezes