quinta-feira, 11 de outubro de 2018

ANTHRAX - THE GREATER OF TWO EVILS - RELANÇAMENTO (2004/2018)



                 Eis que em 2004, cerca de um ano após o lançamento de "We've Come For You All", o ANTHRAX colocava no mercado THE GREATER OF TWO EVILS, um álbum trazendo 14 faixas clássicas do grupo na voz de John Bush. Englobando músicas de "Fistful of Metal" (1984), "Spreading the Disease" (1985), "Among the Living" (1987), "State of Euphoria" (1988) e "Persistence of Time" (1990). Obviamente que as faixas retiradas destes álbuns não são apenas grandes clássicos do grupo, mas do Thrash Metal. E, com todo respeito que Neil Turbin e Joey Belladona mereçam (e eles merecem!), exceção à uma única faixa, TODAS ganharam uma nova cara e ficaram ainda mais sensacionais! Posso até comprar briga com o que vou dizer, mas John bush foi o melhor vocalista a passar lo grupo! E esse fato fica mais do que comprovado ao ouvirmos esse petardo que tem seu relançamento no Brasil através da Shinigami Records.

                   O já citado John Bush (vocal), o mestre dos riffs Scott Ian (guitarra/backing vocal), Rob Caggiano (guitarra), Frank Bello (baixo/backing vocal) e o monstro Charlie Benante (bateria) entraram no estúdio Avatar em Nova Iorque com o tracklist escolhido através de uma votação no site oficial da banda. E se a intenção era apresentar seus antigos clássicos com uma nova roupagem aos velhos e, porque não dizer, novos fãs da banda, pode-se dizer que o tiro acertou a todos em cheio!  Após dois trabalhos contando com a arte de conceituado Alex Ross (o já citado WCFYA e o CD/DVD "Music of Mass Destruction", a banda recrutou para este álbum, Shepard Farey, artista de rua contemporâneo e designer gráfico, responsável por toda a arte presente aqui. Numa tradução livre, THE GREATER OF TWO EVILS pode ser encarado como "DOS MALES, O MAIOR". E com toda a sinceridade, nesse resgate, ficou provada, mais uma vez a importância e relevância do quinteto norte americano para o Heavy Metal mundial.  

                   O álbum abre com "Deathrider", presente em "Fistful of Metal", e que, talvez, seja a faixa que ganhou uma sonoridade um pouco mais diferente da original. Mais pesada e com os vocais bem mais técnicos de Bush, a composição ganhou mais intensidade e energia, com uma cara mais atual. Na sequência, outra maravilha criada pelo grupo:"Metal Thrashing Mad", também presente em Fistful of Metal". mais uma vez, a intensidade apresentada pela banda supera e muito o que foi feito em 1984. Claro que estamos falando de uma produção muito melhor e que também, os músicos estão muito mais técnicos e precisos. Se não tem aquela aura old school, a faixa apresenta uma das melhores performances da banda neste trabalho. "Caught in a Mosh", um dos tantos clássicos presentes no inigualável "Among The Living" vem em seguida pra deixar tudo ainda mais insano. Scott Ian continuava sendo (e ainda continua) uma das melhores mãos direitas do Thrash mundial. Ao seu lado, Rob Caggiano mostrava que a dupla poderia ter rendido muito mais... Buscada em "Spreading the Disease". "A.I.R." ficou bem interessante, da mesma forma que suas antecessoras, igualmente pesada. Mas esta faixa destoou um pouco das demais pois a voz de Belladona tem uma melhor sintonia na sua execução. O mesmo não se pode dizer da fantástica "Among the Living", faixa título do clássico lançado pelo grupo em 1987. A dupla Frank Bello e Charlie Benante mostra que é uma das melhores cozinhas do estilo, aliando peso, técnica e muita garra.

                    É chegado então, o momento que, na opinião deste que vos escreve, faz valer a aquisição do play. "Keep it in the Family", faixa de "Persistence of Time". Se a versão original da música trazia um grupo inspirado e pesado, com uma excelente interpretação por parte de Joey Belladona, aqui a banda tratou de abusar ainda mais das guitarras, fazendo com que John Bush fizesse jus a fama de melhor vocalista que já esteve à frente do grupo. Sem dúvida, o grande destaque do trabalho! "Indians", outro clássico presente em "Among the Living" surge em seguida e, mesmo com a excelente execução e interpretação do grupo, deixa noa r aquela sensação de que falta alguma coisa... Essa é daquelas faixas que tem "dono". E nesse caso, o dono é Belladona. Não adianta. Essa faixa tem que ser cantada por ele! E tome mais peso na sequência com "Madhouse", faixa de "Spreading the Disease". O primeiro álbum do grupo volta à tona com "Panic", onde as guitarras de Scott e Rob mostram um belo entrosamento. E o que dizer de "I am the Law"? Clássico indiscutível que aqui, tem seu destaque na performance de Benante, que senta  amão sem dó nem piedade em seu kit, mas sem esquecer da técnica, que diga-se de passagem, lhe sobra. 

                   "Belly of the Beast" é mais um grande momento em que pode-se afirmar que a versão apresentada aqui supera a original. Muito disso se dá pela performance de Bush que imprime sua personalidade de forma consistente, fazendo com que muitas vezes, possa se pensar que a música sempre contou com seus vocais, tamanha é sua forma de interpretar. "N.F.L.(Efilnikufesin)" vem para destruir tudo à sua volta... A faixa que já era uma das melhoras da carreira do grupo, aqui ganhou uma roupagem mais pesada e atual. Benante conseguiu até, na última parte da música imprimir um pouco do seu gosto por música extrema, arriscando até mesmo alguns blast beats... "Be All End All", faixa de "State of Euphoria" tem também nas guitarras seu destaque. Única faixa do álbum de 1988, a composição tem seu lugar de destaque. O encerramento vem com a arrasa quarteirão "Gung Ho", que fecha de forma brilhante este grande trabalho.

                     Após WCFYA, o Anthrax lançou este ótimo Álbum, com a intenção de apresentar ao mundo seus grandes clássicos revisitados na voz de John Bush. Mas, logo na sequência, Scott Ian resolveu chamar Belladona e o baixonho (apenas na estatura) Dan Spitz, jogando para escanteio Bush e Caggiano e reunião a formação clássica do grupo. De lá pra cá muita coisa aconteceu. Bush provou que poderia cantar qualquer coisa já feita pela Anthrax. Com  a volta de Belladona, a banda limitou-se a explorar apenas músicas de sua época (tanto a  antiga quanto a atual). Se isso isso é bom ou não, é algo que só compete aos fãs e ao grupo analisarem. De minha parte, apenas lamento não ter tido a chance de assistir o grupo com a formação que gravou este álbum. Mas também dizer que THE GREATER OF TWO EVILS tem que estar em toda e qualquer coleção de fã de Heavy Metal! Obrigatório!




            Sergiomar Menezes

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