segunda-feira, 30 de novembro de 2020

ENTREVISTA - THE DAMNNATION

 


Pense na fúria e agressividade do Thrash metal aliadas a uma pegada visceral. Guitarra, baixo e bateria. Não é preciso mais do que isso para que Renata Petrelli (vocal e guitarra, Marie Dolls, ex-Sinaya), Aline Dutchi (baixo) e Leonora Mölka(bateria), destruam tudo em seu EP de estréia! PARASITE traz quatro faixas que mostram toda a energia e brutalidade do trio, firmando de vez o nome da THE DAMNNATION no cenário nacional. E o REBEL ROCK não poderia deixar passar a oportunidade de trocar uma idéia com a guitarrista Renata e falar sobre o atual momento da banda. Confira!

Por: Willian Ribas

Rebel Rock: A The Damnnation surgiu no ano passado, e nesse espaço curto de tempo vocês vêm atingindo excelentes números e repercussão. Antes de tudo, como surgiu a banda?

Renata: Bom, a banda surgiu imediatamente após eu sair da banda anterior e logo em seguida a Cynthia também sair e se juntar a The Damnnation. A banda teve seu primeiro ensaio em maio de 2019.

Rebel Rock: Qual a o significado “poético” para a escolha do nome The Damnnation?

Renata: Junção das palavras Damn (maldita) + Nation (nação). Uma forma de protesto com o que estamos passando com o nosso país. Pensava que tinha que ser um nome atual.

Rebel Rock: O estilo apostado segue algo que para mim pode ser classificado como “Thrash N’ Roll”, mas com influencias bem abertas. Tem um pouco de Motorhead, aquela linha mais suja e ríspida e com uma boa junção inspirada em nomes como Sodom, Kreator e um pezinho no início do Paradise Lost. Como colocar todas as influencias no liquidificador e criar um som bem orgânico, inspirado e sem soar uma cópia dos ídolos?

Renata: Sendo sincera, na hora de compor os riffs, arranjos, não penso muito se parece com uma ou outra banda ou se deveria soar como um estilo específico, deixo isso para quem ouve, rs! Acho curioso que algumas pessoas, como você percebem algumas influências não tão óbvias haha. Então na realidade, eu sento na cadeira começo a “brincar” com um riff, até amadurecer como música, sem me preocupar com o estilo que mais se assemelha, ou banda.

Rebel Rock: As letras do EP de estreia, “Parasite”, giram do cotidiano atual e seus diversos problemas. Infelizmente, ter um mundo tão podre e doente acaba sendo uma excelente fonte de inspiração para a banda na hora de compor?

Renata: Ah, com certeza! Diria que a sociedade em si, o egoísmo, a ganância que a gente se depara por aí e quanto nos choca, e isso em todas as vertentes, é uma ótima fonte de inspiração, haha.

Rebel Rock: Aliás, ter um engajamento ácido acaba sendo uma via de escape para os sentimentos diários, mas também serve como aviso para muitos fãs, correto?

Renata: Sim, acho que é até uma forma de se conectar mais com os fãs, que de repente, ao ouvirem as letras ou lerem, se identifiquem.


Rebel Rock: O legal de “World´s Curse”, “Apocalypse”, “Parasite” e “Unholy Soldiers”, são que nenhuma segue uma formula exata, se tornando uma audição bem prazerosa, principalmente por nunca se saber o caminho que as músicas seguirão. Existe algo melancólico e denso, numa outra algo mais rápido e sujo, mas aí vem aqueles riffs certeiros que somente o thrash metal nos presenteia. Como foi o trabalho de composição do EP?

Renata: Nossa, algumas destas músicas tem em torno de 10 anos, que é o caso de Apocalypse! Tinha muita música engavetada, e ainda tenho haha.  Mas todas elas começam com uma ideia de riff principal, testo algumas ideias de estrofe e em seguida penso no andamento, vem algumas ideias bem cruas de bateria que muitas vezes influenciam na pegada do refrão. Letras definitivamente vem por último, grava algumas demos e mostro para o produtor que dá sugestões =)

Rebel Rock: Os clipes das músicas “World´s Curse”, “Apocalypse” e “Parasite”, vem alcançando excelentes números no YouTube. O Spotify da banda tem uma média de mais mil ouvintes mensais e no Facebook, mais de três mil seguidores. O mundo digital se tornou algo indispensável para as bandas, sejam pequenas, medias ou grandes. Sem poder se apresentar ao vivo, qual a visão de vocês  para essa “nova” realidade?

Renata: Acho que na atual conjuntura a internet é indispensável como aliada para fazer nossa música alcançar mais e mais pessoas. Lógico que ter um planejamento para as coisas, um cronograma é indispensável, afinal a internet tem um volume gigantesco de novidades e a máxima de quem não é visto, não é lembrado, faz muito sentido, então sempre precisar estar alimentando isso, principalmente enquanto não dá pra tocar.

Rebel Rock: Tiveram algumas músicas que não entraram no EP? Já pensam no full lenght?
Renata: Na verdade essas músicas eram de demos que já estavam prontas, então a escolha foi fácil. A World’s Curse e a Unholy Soldiers foram as mais novas em termos de composição no EP. Sobre o Full-Lenght já estamos trabalhando nele, quisemos nos adiantar pensando de forma otimista que 2021 será cheio de shows e não teríamos tanto tempo hábil para compor.

Rebel Rock: Para finalizar, todas as 3 integrantes são experientes, com uma boa bagagem dentro do underground. Qual é o lado positivo em saber driblar alguns percalços e, existe algum sonho que já conseguiram realizar nesse começo de The Damnnation?

Renata: Lado positivo é que já se sabe o que funciona e o que não no andamento de uma banda, então erros e acertos das bandas anteriores a gente traz como uma forma de otimizar o processo/tempo etc =)

Rebel Rock: Obrigado pela entrevista. Deixe uma mensagem para os nossos leitores.

Renata: Obrigada você pela entrevista, obrigado a todos pelo apoio e estarem curtindo nossa música! Estamos trabalhando duro para trazer mais música e esperamos vê-los nos shows muito em breve!

 



 


sexta-feira, 27 de novembro de 2020

ENTREVISTA - TUATHA DE DANANN

 


Um encantador mundo musical forjado nos sonhos, na magia e na poesia – um mundo onde os delírios existem e são permitidos. Onde o extraordinário e a vida coexistem na mesma melodia. É esse o mundo, ou melhor, é essa a personalidade musical mística e tangível do arauto mor do Folk Metal brasileiro, o TUATHA DE DANANN. Com mais de 25 anos de carreira, a banda se prepara para lançar seu sétimo álbum, “In Nomine Éireann” – mais uma declaração de amor a cultura irlandesa e todas as suas mitologias e tradições. Conversamos com a mentor Bruno Maia, que numa lição de humildade e carisma nos revelou detalhes sobre o trabalho: produção, composições, contexto histórico e muito mais. Sirva sua bebida favorita e boa leitura– onde as histórias são reais e os seres imaginários.

Por: William Ribas

Rebel Rock: O sétimo disco do Tuatha, “In Nomine Éireann”, está chegando ao público nos próximos dias. Por mais que estejamos no meio de pandemia, onde o recomendável é o distanciamento, o novo álbum possivelmente seja um “livro aberto” devido o financiamento coletivo que vocês adotaram. Primeiramente, como surgiu a ideia de ter os fãs como sócios nessa nova empreitada?

Bruno: Pois é, quem diria que enfrentaríamos uma pandemia mundial? Como todos no mundo, a pandemia afetou muito nossas vidas e mesmo a produção do disco. Por conta das restrições, nossa própria conduta em relação ao isolamento social e tudo mais, mas como tínhamos este disco para fazer, ele até ajudou a amenizar os efeitos psicológicos da mesma, principalmente para mim, pois eu produzi o disco e gravei um tanto de instrumentos, arranjei e praticamente morava dentro do estúdio. Bem, a ideia do financiamento veio do Edgard, ele sugeriu fazermos um plano com a galera que nos acompanha para que eles pudessem ver o processo de gravação e produção do disco como um todo. Daí a gente montou uma pré-venda do disco com shows etc. E foi demais! Teve muita adesão, ficamos muito felizes e agora o bicho taí: “In Nomine Éireann”.

Rebel Rock: Como foi essa experiência de viver quase que um “Big Brother Brasil”, tendo que produzir o material para o álbum, e também de bastidores para quem apoiou?

Bruno: Eu sou meio jacu com esses trens de tecnologia, internet etc. Sou até muito ativo no Facebook, mas tenho internet e mesmo câmera no meu celular há apenas um ano. Por isso, eu apanhava muito para configurar as coisas, fazer certinho, mas deu certo. A proposta era um lance bem intimista, nada super produzido, era o trem do jeito que ele é, na unha. Eu achei muito massa o lance, pois acabei conhecendo muitas pessoas que nos acompanham e pude falar com elas diretamente, saber de suas impressões, conversar sobre música, literatura, cinema, política e tudo mais. A gente pode sentir o carinho de todos, a questão que fazem a banda existir e soubemos de muitos casos em que nossa música e letras foram importantes para algumas dessas pessoas em determinados momentos de suas vidas. Foi demais! Este apoio que tivemos sinalizou que a banda é querida e tem muita força, que alcança e comove e isso nos incentiva a seguir essa trilha louca que é fazer música não comercial no Brasil.

Rebel Rock: Todo mundo que acompanha a banda de uma certa maneira sempre aguardou um trabalho totalmente voltado para música Irlandesa. São 26 anos de fundação, o que se fez na cabeça de vocês para escolherem 2020, para ser o momento certo para prestar um belíssimo tributo a música celta/folk da Irlanda?

Bruno: Desde o primeiro dia em que fundei a banda era para ser um lance autoral. Até tocávamos muitos covers em shows, mas a banda nasceu, desde o primeiro ensaio tocando música própria. Como já temos muitos discos, nos shows não cabem nada que não seja conteúdo autoral, até falta tempo para incluir mais músicas nos sets. Mas, no fundo, eu sabia que um dia faria isso, um disco de música irlandesa e, na verdade, o disco era para o ano passado, mas tivemos muitos shows e participamos de outros projetos e tudo acabou demorando mais. Daí veio o Corona, aí já viu….

Rebel Rock: “In Nomine Éireann”, é um título que entrega toda paixão que as 11 faixas demonstram a cada nota executada. Quando começou esse caso de amor pela cultural Irlandesa?

Bruno: Cara, faz tempo! Desde que eu morava em BH e era pequeno. Eu me encantei pelo povo celta a partir do Rei Arthur. O Rei Arthur me levou à mitologia celta que me fez pousar na Irlanda. O país foi onde a cultura celta foi mais longeva. Por conta de seu isolamento, não sofreu a influência da Pax Romana e por isso manteve sua identidade, os elementos célticos de sua cultura por muitos séculos. Eu acabei fazendo da Irlanda um objeto de estudos e paixão. Dessas 11 faixas, são 9 tradicionais e tem duas autorais, a “The Calling” e “King”.

Rebel Rock: Ao ouvir o disco, a sensação que tenho é que mais uma vez vocês se superaram. Uma coisa é você criar sua própria composição e outra é você pegar uma música de terceiros e transforma-la em algo único, com a sua cara. Como funcionou o trabalho para que cada música tivesse a identidade do Tautha de Danann?

Bruno: Algumas músicas deram mais trabalho que outras. Em todas as escolhas, as canções, criamos arranjos novos, harmonizações diferentes e muita coisa pessoal nelas, sabe? O interessante é que por ser tradicional, esse material vem sido tocado, arranjado, modificado e reformulado há muitos anos, às vezes séculos, e por isso trata-se de algo muito dinâmico. Tratando-se de música irlandesa, pode-se encontrar versões completamente diferentes da mesma música, com outras melodias até, por aí. Muito comum é encontrar a mesma melodia com diversos títulos e letras diferentes. Por isso, mesmo sendo um trabalho tributo, tem muito trabalho autoral nele também.


Rebel Rock: “Nick Gwerk´s Jigs“, abre o disco num belíssimo instrumental que acredito será a abertura dos shows daqui em diante. ”Molly Maguires” e “Guns and Pikes” são as seguintes, e trazem consigo a vontade de viver dentro de um pub, com uma boa Guiness no copo e com a festança comendo solta.

Bruno: A abertura ficou muito boa e já tem um set de jigs com muito da nossa cara, tem teclados e contrabaixo, instrumentos não muito usados na música tradicional irlandesa. Mas, por ser um disco de música irlandesa do Tuatha, fizemos do nosso jeito. “Molly Maguires” e “Guns and Pikes” são músicas bem para cima sim, de cantar junto e funcionam muito bem em pubs, ‘Guns and Pikes’ até em torcidas (risos). Mas, é bom ressaltar que a letra dessas músicas carrega mensagens sérias que honram a memória de pessoas oprimidas no trem da história, que foram exploradas, humilhadas e até mortas por governos tiranos, guerras coloniais ou mesmo pela opressão do capitalismo mais predatório.

Rebel Rock: Outras faixas que merecem destaques são as encantadoras e calmas “The Calling” e “Newry Highwayman”.  Ter faixas que se diferenciam entre si foi uma preocupação na hora de escolher as músicas que entrariam neste projeto?

Bruno: Com certeza! Não queríamos um álbum que tivesse o mesmo clima e andamento o tempo todo. Coisa que já acontece nos nossos trabalhos regulares, eu acho. A “The Calling” é uma das autorais, acústicas, e tem a participação da fantástica, Manu Saggioro. Ela canta como uma fada, fenomenal esta mulher! É uma canção calma, com clima de roda medieval com uma letra de chamado à luta, à luta contra a subjugação dos povos, da opressão do rei, do governo e assim vai. A “ Newry Highwayman” é uma linda canção tradicional que data do século XVI, e há ziliões de versões dela por aí até com outros títulos como, “Roving Blade”, por exemplo.

Rebel Rock: “The Devil Drink Cider” se tornou a minha música favorita de imediato de “In Nomine Éireann”. Começa tranquila, com algumas estrofes sendo jogados no ar, logo vai crescendo e ficando em certo ponto pesada com ótimos backings vocals. A pergunta de um milhão aqui é, qual é a sua faixa favorita e por que?

Bruno: Essa é bem massa mesmo! Como você disse, ela começa sossegada e vai crescendo com uma parte a lá ‘Eddie Van Halen’ e depois cria-se um tema bem Iron Maiden, né? Tem a participação do grande Marc Gunn. É a única do tipo ‘drinking songs’ do disco, fala de uma bebida que faz o povo ficar muito doido e se dar ‘pala’. O cancioneiro irlandês tem muitas canções que discorrem sobre bebedeiras, beberrões e bebidas, não é só de magia e revolução que vive a Irlanda (risos). Sobre preferida, é a de um milhão mesmo! Fico entre a “King”, a “Nick Gwerks” e “Guns and Pikes”. Mas, daí lembro de “The WInd that Shakes the Barley”, “Calling” e “Master Reels” com John Doyle, sei lá (risos).

Rebel Rock: Gostaria que falasse um pouco sobre a participações especiais que abrilhantaram mais ainda o álbum.

Bruno: Nossa, a gente fez uma superseleção com estes amigos e ídolos. Tem a Daísa Munhoz (Soulspell e Vandroya), que já gravou com a gente e é uma das maiores cantoras do mundo, sem exagero. O irlandês, Keith Fay, do Cruachan, que é um grande amigo e ícone do Folk Metal. Manu Saggioro na “Calling”, tem também a Talita Quintano (Soulspell), que fez ótimos backings com arranjos dela muito legais na “Newry Highwayman”. O mestre John Doyle nos bouzoukis e violões da “The Master Reels”, este foi um super sonho realizado para mim, pois este cara é uma das grandes figuras da música irlandesa em nível mundial, fundador da banda Solas. O Marc Gunn na “The Devil Drink Cyder”, e meu grande amigo, Folkmooney, o irlandês mais mineiro do mundo na ‘Guns and Pikes’. O Alex Navar, que já foi da banda participou em 4 faixas na gaita de fole. Kane O’Rourke e Finn Magill, dois virtuoses do violino irlandês e o Rafael Salobreña do Taverna no bodhran. Meu parceiro aqui no estúdio e do Braia, o baterista Fabricio Altino, que gravou as bateras do álbum anterior do Tuatha, fez a batera da “The Devil Drink Cider”. Para finalizar, o meu velho amigo, Marcell Cardoso, que foi baterista do Karma, e Bittencourt Project e, hoje toca com a Família Lima, gravou duas músicas, esse cara é foda demais! Tivemos uma grande comunidade de amigos que fizeram este disco ser tão especial!

Rebel Rock: Após ouvir “In Nomine Éireann”, por diversas vezes nos últimos dias, a toda nova audição eu descobri algo novo e inusitado, mas também sempre fiquei com a ideia de que mais que um tributo a Irlanda, o álbum é um presente aos fãs. O disco é uma mensagem subliminar que devemos sempre sonhar, dançar, acreditar e se encantar, o momento é ruim, mas não será eterno.

Bruno: Pois é, por ter tantos elementos, instrumentos, arranjos e contracantos, o ouvinte provavelmente vai se surpreender com algo novo a cada audição. Tivemos este cuidado na mixagem com toda a imagem estéreo, os pans e, eu acho que ficou muito bom, viu? Quanto a ser um presente aos fãs, posso dizer que o incentivo que todos os apoiadores nos deram, não só financeiro, mas de mensagens, de gente que veste a camisa e compartilham as ‘news’, as músicas, vendendo a banda mundo afora e mesmo quem compra nosso material, merchandising etc., nos motivam a seguir a trilha. Enquanto tivermos resposta das pessoas nós continuaremos. É como no mundo dos míticos, somos fadas e duendes do dia de hoje, enquanto as pessoas acreditarem eles existirão.

Rebel Rock: Para finalizar, perto de completar 3 décadas, a única parte que está faltando é um CD ao vivo. Podemos esperar essa “cereja do bolo” para 2024?

Bruno: Com certeza, está nos planos e talvez até lancemos antes de 2024. Seria massa se fosse um DVD ao vivo com um tipo de pequeno documentário com depoimentos, esses trens, né?! Vai rolar, espero.

Rebel Rock: Obrigado pela entrevista. Deixe uma mensagem os fãs do Tuatha De Danann e para os leitores da Rebel Rock.

Bruno: Agradeço ao Rebel Rock pelo espaço e apoio, valeu mesmo! A todas as pessoas que nos acompanham, nos apoiam e torcem pela gente, muito obrigado. Estamos firmes e muito graças a vocês. Para quem não conhece nossa música, acho que essa é uma boa hora de conhecer, pois com este disco novo temos músicas pesadas como “The Devil Drink Cider”, “The Molly Maguires” e “King”. Tem umas totalmente celtas como “Nick Gwerk’s Jigs”, “The Master Reels” e “Moytura”. Outras meio termos do caminho como “Newry Highwayman”, “The Dream One Dreamt” e uma muito louca que é a “Guns and Pikes”. Enfim, tem para todo mundo (risos).




 

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

ENTREVISTA - KING BIRD

 


O momento é turbulento para todos, mas existem algumas saídas para fazer o nome girar e também satisfazer os seus fãs. O grupo KING BIRD acaba de colocar no mundo digital, um trabalho que carrega o novo, o passado e por que não dizer, o futuro. “Alive, Revisted and...Isolated”, chega com faixas ao vivo, regravações de músicas antigas agora na voz de Ton Cremon e alguns covers, ou seja, um pacote para ser celebrado e brindado. 

Conversamos com o guitarrista, Silvio Lopes, que nos contou mais sobre a compilação, a entrada do guitarrista, Marccos Chaves, um novo disco de estúdio, sobre Black Sabbath e sua preferência nos microfones do AC/DC.

Por: William Ribas

Rebel Rock: O lançamento de “Alive, Revisted and..Isolated” ao meu ver traz diversas cartadas nas mangas. A primeira são as músicas ao vivo, que mostram um pouco do Ton Cremon em ação para quem não teve a chance de ver a banda com ele a frente, correto?

Silvio Lopes: Sim, correto! Na verdade, sempre tivemos esse desejo de conseguir captar um show ao vivo, e sem dúvida é uma oportunidade para todos ouvirem como a banda soa ao vivo e, claro com o Ton que é nosso atual vocalista desde 2014. E ao vivo o Ton tem uma performance sensacional, tanto nos vocais como na 2 ª guitarra! Algo que não tínhamos antes...

Rebel Rock: Eu estive no show do Sesc Belenzinho (SP), e ter a chance de ouvir parte daquilo que presenciei novamente trouxe a mesma sensação de diversão e felicidade daquela noite. Uma apresentação do King Bird se resume a um caldeirão cheio de ingredientes, mas os 3 principais são: Humor, carisma e talento. Inclusive, no dia foi o Fábio dizer para ninguém mexer com sua namorada na “barraca” de merchandising (risos). Um show de vocês deveria estar na constituição para que a vida fosse sempre mais leve.

Silvio Lopes: Muito legal ter esse feedback de você, William! Que legal saber que você estava lá nesse dia! Esse lance do bom humor e da leveza a gente traz como uma marca registrada da banda que foi surgindo naturalmente, sempre pensamos que uma apresentação ao vivo tem que ser um show mesmo, algo que envolva as pessoas: uma experiência áudio visual, com muito feeling e muita vontade de tocar Rock’N’Roll!! A gente fica feliz em saber que estamos conseguindo passar isso e que também foi captado e reproduzido neste novo trabalho!

Rebel Rock: Eu lembro que o clipe de “Daybreak” foi gravado naquela noite. Vocês chegaram a gravar o show inteiro? Se sim, como se deu a escolha das músicas que entrariam no “Alive, Revisted and... Isolated” nesta parte ao vivo do trabalho?

Silvio Lopes: Exatamente, a ideia inicial era captar tudo com o objetivo de produzir um clipe ao vivo da música “Daybreak”. Aí acabamos decidindo registrar o show todo para usar em algum momento. Com essa situação de quarentena, o Fábio César, nosso baixista lembrou deste material e aí planejamos como usaríamos esse material para viabilizar um lançamento ainda neste ano, enquanto trabalhamos em material novo. Procuramos escolher as músicas que estavam com melhor captação e execução, e além disso equilibrar entre músicas do último álbum e músicas de cada um dos trabalhos de estúdio anteriores.

Rebel Rock: A faixa, “Beyond the Rainbow” é sempre emocionante, e neste trabalho temos duas versões, a ao vivo apresentada no Sesc juntamente com a de estúdio, que vem remixada e com o vocal do Ton Cremon, no lugar do João Luiz (Golpe de Estado). Chegaram a pensar em deixar um dueto entre ambos?

Silvio Lopes: Ah sim, essa faixa é realmente muito especial para nós, foi uma música que foi composta naturalmente sem a pretensão de ser uma homenagem. Porém acabamos criando a letra e dedicando a Ronnie James Dio porque a composição nos remetia aos trabalhos dele no Sabbath, Rainbow e carreira solo. Não chegamos a pensar nesta ideia de dueto, acho até que por uma questão de respeito, temos a versão original registrada e lançada, e agora uma versão “renovada” em termos de produção e já com a voz e interpretação do Ton, o que proporciona aos fãs mais duas versões dessa homenagem ao mestre Dio. Vale lembrar que na versão ao vivo temos a participação especial do grande brother, Heros Trench (Korzus e Armored Dawn).

Rebel Rock: O segundo passo do álbum, é justamente ter pego as faixas do EP “Beyond the Rainbow” e deixar com uma nova cara, digamos mais atual e “moderna”, com as faixas com mais “punch”. O álbum “Got Newz” já trouxe essa sonoridade deixando a banda com um pezinho no hard rock saindo um daquela veia mais Classic Rock dos primeiros trabalhos. A intenção ao adicionar as músicas do EP foi justamente mais uma vez mostrar ao fã o caminho que o King Bird está seguindo no tão aguardado próximo disco de inéditas?

Silvio Lopes: Interessante sua visão, não foi algo realmente intencional, mas acho que demonstra de forma mais natural qual caminho musical estamos seguindo. Nunca quisemos ficar presos a um modelo, conceito... sabe essa coisa de “ah, somos uma banda setentista, oitentista, de heavy, de Southern, etc... A gente sempre deixou fluir a criatividade e as ideias que surgem, pra que a identidade e a cara da banda surgissem de forma natural. Como temos um processo onde todos participam das composições, a mudança na formação da banda também colabora para a evolução musical. Neste novo álbum além do Ton temos também o Marccos Chaves na guitarra que já está trazendo suas ideias e influências, pode crer que vem coisa boa por aí!!

 


Rebel Rock: “Got Newz” cumpriu muito bem o seu papel na discografia do King Bird, de apresentar um novo vocalista que trouxe um timbre diferente do seu antecessor e que de quebra fez a banda dar um passe adiante em sua sonoridade?

Silvio Lopes: Sim, perfeito, é isso mesmo. O Ton somou muito à banda, com suas linhas de voz, sua incrível musicalidade e com essa 2ª guitarra ao vivo. Sem dúvida houve também um amadurecimento da banda toda nos processos de composição, gravação e produção em estúdio. A ideia é sempre subir mais um degrau em todos os aspectos a cada novo trabalho!

Rebel Rock: Como se deu a chegada do guitarrista Marccos Chaves a banda? O que muda na sonoridade com a entrada dele, e o principal, o que ele veio agregar ao som do King Bird?

Silvio Lopes: A gente brinca que o Marccão já era da família! Além de ser um brother do rock, dos bares, das histórias por aí, acho que nem todos sabem que foi ele quem dirigiu e gravou o clipe da música “Beyond the Rainbow” em 2012. De lá pra cá ele já viajou com a banda pra vários shows fora de São Paulo, inclusive nesse show que registramos no álbum “Alive, Revisited and... Isolated” ele estava lá tirando fotos! O Marccão traz suas várias influências de Southern, de Heavy Metal, enfim é um cara muito versátil e muito criativo, o que está nos trazendo mais possibilidades com duas guitarras nas composições, inclusive está também trazendo idéias e riffs sensacionais! Aguardem...

Rebel Rock: O que podemos esperar de “Flying High”? A previsão de lançamento ainda segue o planejamento para o próximo ano?

Silvio Lopes: Sim, a previsão de lançamento é para o 2º semestre de 2021. E podemos esperar uma continuidade do que lançamos em “Got Newz”, e como sempre, sem estarmos presos a uma fórmula, um único jeito de compor, as composições estão fluindo bem com as várias influências que todos nós temos!

Rebel Rock: Alias, com o título do novo álbum, foi inevitável não pensar em Ozzy Osbourne e, como o Black Sabbath está entrelaçado ao King Bird e aos seus integrantes. A faixa “Beyond the Rainbow”, é uma homenagem ao Dio, vocês também fizeram um cover para “Supernaut”. O Silvio tem uma banda tributo ao Dio, o Evil Eyes e chegou a tocar com o Vinny Appice numa apresentação do baterista aqui no Brasil há alguns anos. Qual é a importância de Tony Iommi & cia na formação de vocês como músicos?

Silvio Lopes: O Black Sabbath!! Acho que esse é uma das bandas que é unanimidade em termos de influências para todos nós. Claro que Led Zeppelin, Lynyrd Skynyrd, Deep Purple, Grand Funk, Whitesnake e tantas outras bandas também são. Agora, essa ligação de todos nós com o Sabbath, principalmente as fases com Dio, tanto nos anos 70, quanto nos anos 90 no sensacional álbum Dehumanizer, sempre nos influenciam em nossas composições. Até por isso quando participamos do tributo Sabbath Brazil Sabbath optamos por fazer uma música da fase Ozzy, para fazer algo diferente, e aí o nome Flying High surgiu mesmo da ideia de voar mais alto mesmo e, claro, é legal pensar nessa relação com a música do Ozzy ,“Flying High Again”... é como a música Here Comes the Zeppelin, que apesar de falar da passagem do Zeppelin por São Paulo nos anos 1930, sem dúvida remete à nossa influência de Led Zeppelin, está tudo ligado, bicho!! É tudo coisa que voa!! heheh

Rebel Rock: Outra banda que vocês fizeram um cover e consta no “Alive, Revisted and... Isolated, é o AC/DC com a faixa “Money Talks. Como se deu a escolha dessa música?

Silvio Lopes: Quando fomos convidados para o tributo “For those about to Brazil...” essa era uma das músicas ainda disponíveis no track list e tivemos a ideia de dar uma cara mais “hard 70” nela com slides e um andamento “mais pra trás” do que a versão original, pensamos no desafio de criar uma versão diferente pra uma música muito conhecida e muito característica do AC/DC. Também é outra banda que é unanimidade para o Pássaro Rei!

Rebel Rock: Para dar uma polemizada, Bon Scott ou Brian Johnson? (risos)

Silvio Lopes: Ah bicho... difícil, hein? Os dois são geniais! Porém... eu gosto um pouco mais da fase Bon Scott e da pegada da voz dele!!

Rebel Rock: No fim, “Alive, Revisted and.. Isolated”, é a celebração da banda aos fãs pela lealdade e diversão nesses quase 20 anos de carreira, e o convite para quem quiser viajar junto com o pássaro rei no que está por vir?

Silvio Lopes: Boa! Acho que você resumiu bem! Esse ano fizemos 18 anos da formação da banda, já estamos pensando o que vamos aprontar quando chegarmos aos 20 anos... rsrs... enquanto isso, achamos que lançar esse mix de material ao vivo, regravações e tributos seria um bom presente para os fãs e até mesmo pra quem ainda não conhece o nosso trabalho!!

Rebel Rock: Muito obrigado pela entrevista. Por favor, deixe uma mensagem aos nossos leitores e ao público do grupo.

Silvio Lopes: Agradecemos a você William e à Rebel Rock pelo espaço e pela divulgação! Em breve teremos mais novidades para compartilhar... grande abraço!!




 

terça-feira, 3 de novembro de 2020

ENTREVISTA - ELIZE RYD (AMARANTHE)




Dona de um dos três microfones e principal nome da banda sueca Amaranthe, Elize Ryd vem se tornando uma das grandes vocalistas de sua geração. O Rebel Rock bateu um papo exclusivo com Elize, que falou sobre as músicas do novo disco “Manifest” (Nuclear Blast), comentou sobre o início da carreira e falou sobre a possibilidade de vir ao Brasil ano que vem. Confira abaixo! 

Gustavo Maiato

Rebel Rock: O novo disco “Manifest” traz muitas mensagens positivas como na música “Strong” e em “Fearless”. Essas mensagens são importantes de serem ouvidas nesses tempos sombrios de pandemia em que estamos vivendo?

Elize: Sim, isso tudo afetou a saúde mental de todos. Da mesma forma que as pessoas ficam para baixo com essa situação, entendo que elas podem ser trazidas para cima de volta se receberem essas mensagens positivas. Nós queremos focar nisso, é importante.

Rebel Rock: Na música “Archangel”, a letra diz que um arcanjo vai chegar na Terra para curar nosso planeta. Você acha que a gente precisa de um arcanjo desses nesse momento?

Elize: Eu vejo como uma metáfora para as pessoas que criam essa espiral de negatividade no mundo. A música fala sobre uma pessoa que é muito orgulhosa no que faz e nós precisamos ter cuidado, pois isso pode levar a uma situação onde a pessoa não tem mais sucesso. Mas eu acho sim que precisamos de um arcanjo, é uma metáfora para a queda de Lúcifer e a guerra que ele travou no paraíso. Ele foi expulso e essa história pode ser lida no livro Paradise Lost, que já foi uma inspiração para muitas bandas de metal. Existem arcanjos muito bons por aí, nós precisamos olhar mais uns para os outros e ver o que cada um pode fazer de bom pelo mundo. 

Rebel Rock: Como foi fazer o cover de “82nd All The Way”, do Sabaton? Como vocês escolheram essa música?

Elize: O Pär (Sundström, baixista) do Sabaton enviou essa música para a gente. Eles tinham essa vontade de que o Amaranthe fizesse um cover deles. Eles enviaram algumas músicas do disco para a gente ouvir e eu imediatamente falei que a “82nd...” daria um ótimo cover do Amaranthe. Nós gravamos e foi basicamente um gesto de amizade entre a gente, nós somos amigos há muito tempo já. Eu acho que essa música foi uma ótima escolha!

Rebel Rock: E qual música do Amaranthe você acha que daria um bom cover nas mãos do Sabaton?

Elize: Essa é uma pergunta muito criativa! Acho que “Fearless” ou alguma do novo álbum.

Rebel Rock: Eu perguntei isso ao Olof Mörk (guitarrista do Amaranthe) e ele falou que uma boa música para o Sabaton fazer cover seria a “Make It Better”, também do novo disco.

Elize: Claro! Essa seria uma escolha óbvia!



Rebel Rock: O Amaranthe é conhecido pelas ótimas produções de video clipes. Qual a importância dessa parte visual para a banda?

Elize: É importante por um lado, mas às vezes eu penso que não quero criar uma história para uma música, porque uma música pode ter várias histórias. Essa é a situação das nossas baladas por exemplo, nós não lançamos vídeos de baladas já tem tempo. Uma história amor não precisa ser necessariamente sobre sentir a falta de um namorado, pode ser sobre sentir falta de um membro da família, alguém que faleceu. É difícil escrever um roteiro apenas para uma música. É mais importante que as pessoas criem suas próprias interpretações sobre as músicas. Mas eu acho que é importante fazer vídeos bons, nós amamos isso. Essa é a principal razão de nós fazermos. Não é importante ter produções caras, mas se você é uma banda ligada ao visual e isso será interessante para quem está assistindo... Isso pode ser importante. Nós fazemos porque adoramos atuar e ser super heróis!

Rebel Rock: O seu tipo de voz é diferente de outras cantoras consagradas no metal como Tarja Turunen e Floor Jansen. Sua voz é bem única. Algumas pessoas podem achar muito pop. Como foi para você no começo do Amaranthe criar seu próprio caminho dentro do metal?

Elize: Essa pergunta é interessante. Em primeiro lugar, eu sou a compositora. As pessoas podem confundir qual é o meu papel na banda, porque podem achar que eu sou apenas a cantora. É raro ver uma mulher escrever músicas dentro do metal, mas eu que escrevo as linhas melódicas para a voz. Eu canto as músicas que escrevo. No começo eu pensei que não iria me encaixar e pensei até em procurar uma mulher para cantar minhas composições. Isso mudou quando eu ouvi a Annete Olzon no Nightwish. Eu pensei “nós temos a mesma educação musical”, eu frequentei a mesma escola de música que ela. Eu percebi que não é preciso cantar ópera para cantar metal. Então, percebi que eu mesma poderia cantar minhas próprias músicas! Eu percebi que isso era aceito pelo público. Outra banda importante para mim foi o Evanescence. A maneira que a Amy Lee canta me influenciou.

Eu amava cantar e sempre quis trabalhar com música. Eu queria começar minha própria banda e então percebi que isso que eu precisava fazer. Eu tive críticas no começo, pois as pessoas pensavam que pela minha voz ser do jeito que é o significado e a profundidade das músicas não seriam fortes. Você precisa explicar isso para as pessoas e manter o foco. Eu mostrei que era profissional e trabalhei duro para construir tudo. Agora, 10 anos depois, as pessoas entendem que o que importa é a paixão pela música, pelo metal. Nós queremos criar coisas novas e não queremos destruir nada que foi feito. Minha voz é um fator muito importante nessa questão do Amaranthe querer soar diferente, porque é um tipo de voz diferente. As coisas aconteceram da forma que deviam. Eu não tenho mais vergonha da minha voz, eu não posso mudá-la, mesmo se eu quisesse. Não posso querer cantar como a Floor Jansen. Isso não podia me frear.

Rebel Rock: O Amaranthe trocou duas vezes o posto de vocalista masculino. Como foi para você adaptar sua voz aos novos integrantes?

Elize: Foi diferente me acostumar nos primeiros shows. Mas por outro lado, eu sempre trabalhei com muitos cantores no passado, então sou acostumada. Eu tenho educação musical, então não sou afetada tanto por essas mudanças, não perco a autoconfiança. Nós ficamos sempre apreensivos sobre como os fãs vão receber os novos cantores, mas da minha perspectiva, eu penso que sempre é legal conhecer a personalidade dessas novas pessoas, nem tanto a voz em si. Isso deixa o trabalho mais prazeroso. Foi muito legal poder conhecer o Nils Molin e o Henrik Englund. O Henrik nós já somos amigos por muito tempo, isso é muito importante.

Rebel Rock: Para mim, a melhor música do disco é a “BOOM!!”. Você até fez um gutural nela, como surgiu a ideia para essa música?

Elize: Sim! Eu cantei em gutural o verso: “Deixa eu tentar? BOOOOM!”. A ideia dessa música nasceu em um turnê onde a gente estava conversando que seria legal fazer algo ainda mais louco. Nós queríamos colocar as coisas em um outro nível e o Henrik já vinha ganhando espaço em discos anteriores como na música “GG6” (“Helix”, 2018). Agora, com “BOOM!’”, ele tem a sua própria música. Ela foi inspirada nessa situação toda onde as pessoas estão muito negativas, você fica com vontade de brigar, de discutir a todo momento. Você discute até com pessoas que têm a mesma opinião que você! E depois você quer explodir tudo. Essa ideia era algo que nós podíamos transformar em música.

Existe uma fraqueza na humanidade com todas essas brigas e negatividade. Isso não traz nada de bom. Por isso, decidimos escrever essa música. Nós fizemos um brainstorm em uma noite, depois de uma festa! Nós ouvimos muito Eminem, eu era jovem quando ele estava em todas as rádios e na MTV. O Henrik é muito bom em fazer esses guturais em formato de RAP, eu não sei se tem outras pessoas que conseguem fazer isso! É um talento dele e queríamos que ele mostrasse mais esse lado dele. Eu gravei o refrão no estúdio e fiquei pensando “eu também quero fazer o gutural!”. Normalmente faço as harmonias das vozes. Dessa vez, eu falei no microfone “posso tentar?” e foi algo espontâneo no estúdio, eu cheguei e gritei “BOOOOM!”, e nós resolvemos deixar isso na versão final. A maioria das ideias surgem de maneira espontânea.



Rebel Rock: Você fez um ótimo trabalho cantando no “I Am The Empire”, o último DVD do Kamelot. Os fãs podem esperar que o Amaranthe lance um DVD em breve?

Elize: Eu só posso dizer que isso é um objetivo que temos já tem muito tempo. Por alguma razão não rolou ainda. Nós tivemos mudanças na formação, mas agora nos sentimos mais estabilizados. Agora seria uma ótima oportunidade para gravar. Claro que não agora, porque não podemos tocar ao vivo devido ao coronavírus. Quando for liberado shows novamente, podemos pensar. Os três vocalistas estão bem fortes na banda, nós podemos entregar um DVD mais competente. A nossa audiência está maior também, então vai ficar muito legal visualmente ver todo mundo nessa gravação de DVD.

Rebel Rock: Você conhece alguma banda brasileira? É fã de alguma?

Elize: É interessante conhecer o trabalho de bandas de outros países. Aquela banda Jinjer é do Brasil ou da Argentina? Eles são muito bons.

Rebel Rock: Eles na verdade são da Ucrânia. Muito bons mesmo!

Elize: Sério? Caramba! Não sabia.

Rebel Rock: As pessoas costumam conhecer o Sepultura.

Elize: Sepultura é o nome que eu estava buscando na minha mente! Eu cantei uma música com o Derrick Green, não é todo mundo que sabe disso! É uma música de um filme chamado “Virando a Mesa”. A música se chama “Why Can´t You See”, foi muito divertido! Foi um projeto muito legal para mim.

Obs: o filme saiu ano passado.

Rebel Rock: Você tem planos para fazer turnês no ano que vem? Os fãs brasileiros podem esperar por shows de vocês?

Elize: Nós adoraríamos tocar aí novamente. Na última vez que viemos, foi fantástico. Ano que vem nós entraremos em uma turnê, mas apenas na Europa. Não saberemos se realmente vamos poder tocar, talvez apenas se surja a vacina. Mas quando nós tivermos a chance, nós adoraríamos fazer uma turnê completa ao redor do mundo e faremos o melhor para encontrar nossos fãs brasileiros. Vocês têm uma energia ótima!

Rebel Rock: Por favor, deixe uma mensagem final para os leitores do Rebel Rock e para seus fãs brasileiros!

Elize: Aos fãs que eu encontrei, quero dizer que amo você! Vocês cantaram todas as músicas no show que fizemos em São Paulo e foi a primeira vez que nós visitávamos o Brasil! Obrigado pelo apoio, espero ver todo mundo em breve!