quinta-feira, 12 de maio de 2016

DARKSHIP - WE ARE LOST



             Em um primeiro momento, a impressão que temos é que estamos diante de mais uma banda de metal sinfônico com vocal feminino. Mas a banda gaúcha DARKSHIP apresenta muito mais do que isso em seu trabalho de estréia. WE ARE LOST traz, segundo a própria banda, um Electro Modern Metal. Para situar melhor o leitor, o grupo pratica uma mistura bem interessante de heavy metal tradicional, prog metal, power e gothic metal, mas com toques "modernos", trazendo também a influência do sinfônico com toques de música eletrônica. ficou confuso? Em um primeiro momento, pode parecer. Mas o grupo consegue passar sua mensagem de forma bastante convincente, transformando toda essa "mistura", em uma sonoridade técnica e agradável aos ouvidos.

           Formado por Silvia Cristina Schneider Knob (vocal), Joel Milani (vocal), Ismael Borsoi (guitarra), Rodrigo Schafer (bass), Andrei Kunzler (teclado) e Joel Pagliarini (bateria), o grupo completa 6 anos de existência agora em 2016.  Procurando não se prender á rótulos pré-estabelecidos, tem em suas composições uma gama muito grande de influências, trazendo até mesmo elementos do pop ao seu som. A produção ficou boa, pois se não está extremamente polida, também não ficou suja, deixando os instrumentos com uma sonoridade limpa e direta. A capa também é bonita. Uma pena que no encarte não conste as informações a respeito de ambos.

          O álbum abre com The Universe Conspires, uma introdução narrada que prepara o ouvinte para  a primeira faixa, Black Tears. Uma bela faixa que traz influências do metal tradicional. Os vocais que são divididos entre Joel e Silvia são o destaque, pois além de fugirem daquela linha "beauty and beast", forma um contraste interessante, pois ambos possuem timbres diferenciados. I Can Wait For You também mantém a pegada mais tradicional, mas já traz elementos que se aproximam do gothic. O teclado de Andrei Kunzler aparece de forma mais ampla e dá um toque mais sinfônico á composição. Aquele toque mais eletrônico se faz presente em Different Days. A bonita voz de Silvia se destaca, pois o clima introspectivo do início da faixa proporciona á vocalista desenvolver um belo trabalho. Já Joel acaba trazendo em certos momentos, passagens mais agressivas, quase guturais. A guitarra de Ismael Borsoi surge mais destacada em We Are Lost, que possui um andamento próximo do prog metal. Também cabe ressaltar a performance da dupla Rodrigo Schafer e Joel pagliarini (baixo/bateria), que demonstram um bom entrosamento.

           O power metal surge em Prison of Dreams. Uma levada bem trabalhada e os vocais de Silvia, que não seguem aquela linha extremamente lírica, merecem destaque. Sua voz é suave mas sabe ser forte quando necessário. II Hearts vem na seqüência e traz a atmosfera do gothic metal á tona. Apesar do belo arranjo, falta alguma coisa a faixa. talvez uma guitarra mais pesada. Já You Can Go Back é uma bela balada. O teclado faz uma bela base para a bonita interpretação de Joel Milani. Eternal Pain faz um mix entre o lado mais eletrônico do grupo e o metal tradicional. E com isso, a versatilidade e técnica dos integrantes fica bem latente, pois saber dosar de forma correta esses estilos sem criar um monstro, é pra quem sabe o que está fazendo. E esse é o caso da banda. O álbum se encerra com Frozen Feelings. Uma faixa mais acessível (mas nem por isso de qualidade inferior) e que possui video clipe.

          Sem se prender á rótulos, o DARKSHIP faz sua estréia e mostra que tem muito potencial. Se seguir essa linha, os próximos trabalhos tendem a colocar a banda entre os destaques do cenário nacional. Seja no gothic metal, no metal sinfônico ou no seu Electro Modern Metal, o grupo provou sua qualidade em composições bem arranjadas e muito bem executadas. E isso, só agrega virtudes ao seu trabalho.



        Sergiomar Menezes

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