domingo, 1 de maio de 2016
FLESHGOD APOCALYPSE - KING
Grandioso. Com essa palavra, podemos de forma direta, resumir o que os italianos do FLESHGOD APOCALYPSE apresentam no seu quarto e mais recente trabalho, o sensacional KING. Trazendo a brutalidade do metal extremo aliada á classe e sofisticação do metal sinfônico, o grupo mostra muita competência e talento de sobra. Chegando por aqui via Shinigami Records/Nuclear Blast, o álbum mostra que em um cenário que não apresenta muitas inovações e novidades, um novo sopro de criatividade vem com esse grupo que tem entre suas características, a ousadia.
Com qualidade e muita categoria, o grupo formado por Tommaso Ricardi (vocal e guitarra), Cristiano Trionfera (guitarra), Paolo Rossi (Baixo e vocais limpos), Francesco Paoli (bateria, guitarra e vocal) e Francesco Ferrini (piano e arranjos orquestrais), apresenta um metal extremo brutal mas ao mesmo tempo alinhado com as belas orquestrações elaboradas, criando arranjos que rompem a barreira dos rótulos pré-concebidos. As variações entre os vacais, que vão desde o gutural á vocais limpos e melódicos merecem destaque, pois trazem nesse contexto, a criatividade do grupo. A produção ajudou bastante, pois como a sonoridade do grupo é bastante complexa, deixou os instrumentos limpos e cristalinos. Produção essa que ficou sob a responsabilidade de Marco "Cinghio" Mastrobuono e a mixagem e masterização foi feita por Jens Bogren. Destaque também para a bonita arte gráfica. O grupo conta ainda com os vocais operísticos de Veronica Bordachinni, que aliás, canta muito!
KING trata-se de um álbum conceitual. Suas faixas possuem ligação, o que torna o trabalho bastante atraente, pois a temática cria uma atmosfera densa e forte. A abertura com Marche Royale, serve de introdução para a espetacular In Aeternum, onde podemos em apenas uma música, perceber a grandiosidade do que o grupo pretende desenvolver durante todo o cd. Muitas variações em sua execução, mas que não soam forçadas nem fora de lugar, aliadas ao peso das guitarras e aos arranjos, tornam a faixa um dos destaques do trabalho. Healing Through War possui um cadncia marcial. Pesada, dando destaque a cozinha do grupo, os guturais de Tommaso Ricardi "rasgam" a^faixa com energia. O teclado inicial de The Fool pode até enanar os desavisados. Mas temos aqui mais uma aula de brutalidade. A orquestração criada por Francesco Ferrini serve de base para a agressividade proporcionada pelas guitarras de Cristiano e Tommaso. Já os vocais limpos de Paolo Rossi (esse nome não traz boas recordações futebolísticas á nós brasileiros...), apesar de não serem novidade no meio, entram de forma precisa e contrastam aos guturais. Em Cold as Perfection temos riffs mais "suaves", tendo na bateria de Francesco Paoli o destaque. Em Mitra, o metal extremo comanda as ações. A rispidez e agressividade da faixa se sobressai em relação as orquestrações de forma direta, mostrando que o grupo sabe o que faz.
A bela Paramour (Die Leidenschaft Bringt Leiden), traz uma grande interpretação de Veronica Bordachinni, que dá um brilho especial a faixa, composta ao piano. And The Vulture Beholds, traz a brutalidade de volta, mas não deixa de lados os arranjos orquestrados. Uma composição muito bem estruturada e que tem um clima mais sombrio que é cortado pela voz limpa de Paolo. Já em Gravity, baixo e bateria ganham destaque, tamanho é o peso proporcionado pela competente cozinha do grupo. A Million Deaths conta com belos arranjos que ganham a companhia de riffs pesados e intensos. Os vocais guturais também merecem destaque, pois soam nítidos sem perder a agressividade. Em Syphilis, Tommaso ganha a companhia de Verônica na divisão dos vocais, o que dá um clima mais sombrio a faixa que por si só já vinha carregada de intensidade e dramaticidade. O encerramento vem com King, uma faixa instrumental, executada ao piano.
O FLESHGOD APOCALYPSE nos traz uma sonoridade inovadora e ao mesmo tempo difícil de ser assimilada logo num primeiro momento. Aliás, nós que gostamos de heavy metal, não costumamos ter a mente mais aberta do mundo. Mas ao escutarmos um trabalho da qualidade e magnitude apresentadas em KING, com certeza, mudaremos de opinião. Criatividade e talento, aliados a brutalidade e as belas orquestrações sinfônicas, fazem deste álbum, um sopro de renovação no metal extremo. Escute sem preconceito e você entenderá o que estou dizendo!
Sergiomar Menezes
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