sexta-feira, 15 de abril de 2016

CIRCLE II CIRCLE - REIGN OF DARKNESS



              Zak Stevens é um grande vocalista. Não bastasse o excelente trabalho realizado por ele quando estava á frente do Savatage, o músico mostrou que após a dissolução da banda, ele ainda tinha muito o que oferecer. E o sétimo álbum do CIRCLE II CIRCLE vem a comprovar (se é que ainda é preciso) tal fato. REIGN OF DARKNESS chega ao Brasil via Shinigami Records e traz a sonoridade característica do grupo, ou seja, muito do Zak fazia no Savatage mas com uma pegada mais moderna. Um pouco mais sombrio do que os trabalhos anteriores do grupo, o CD traz os vocais sempre eficientes, guitarras que alinham a melodia e o peso sem perder a identidade, baixo e bateria muito bem entrosados e pesados.

             Além de Zak, o grupo hoje conta com Christian Wentz (guitarra/backing vocal), o brasileiro Bill Hudson (guitarra), Mitch Stewart (baixo/backing vocal), Henning Wanner (teclados/backing vocal) e o também brasileiro Marcelo Moreira (bateria). Um excelente time de músicos que demonstram coesão e muita técnica. Este álbum é o trabalho mais pesado lançado pelo grupo. Uma atmosfera densa e sombria, uma ligação direta ao título do trabalho, é o que temos em praticamente todas as composições. Produzido pelo guitarrista Christian Wentz, o CD foi mixado por Ron Keeler e masterizado por ninguém mais, ninguém menos do que James Murphy. E esse trio deixou o som muito bom, além de ter um cuidado nos arranjos, que ficaram bem interessantes. A arte gráfica ficou sob a responsabilidade do brasileiro João Duarte que vem fazendo muitos (e bons) trabalhos recentemente.

            Over-Underture inicia o trabalho é não é apenas uma introdução. A faixa instrumental, que possui uma bela melodia conduzida pelo teclado, já dá mostra do teremos pela frente, com as guitarras pesadas. Victim of The Night, na seqüência, tem um início que nos remete aos saudosos tempos do Savatage, mas ganha contornos mais atuais, nos riffs de guitarra. A bateria se destaca pela levada pesada. Zak está antando como sempre. Sem cometer exageros, o vocalista sabe como poucos utilizar sua voz de forma correta. Untold Dreams possui linhas interessantes e um refrão simples, mas eficiente. As guitarras tem uma participação direta aqui, ois guiam a faia com riffs e solos muito bem estruturados. O heavy metal vem forte em It's All Over. Pesada, a faixa traz uma excelente performance da dupla baixo/bateria. As guitarras seguem despejando riffs pesados. Mais peso é o que encontramos em One More Day. Um prog/power consistente, com um belo solo. Os backing vocals no refrão ficaram bem encaixados.

            Ghost of The Devil tem um clima denso. Sombria, a faixa carrega consigo uma atmosfera introspectiva. As guitarras se encarregam de demonstrar isso, enquanto o teclado cria linhas que conduzem a melodia. Em seguida, Somewhere, uma faixa bem "moderna", com uma sonoridade bem atual, mas que traz consigo, a pegada heavy metal do grupo. Já Deep Within tem um começo mais suave, calmo, mas em seguida, as guitarras tratam de colocar o peso em destaque. A dupla Christian Wentz e Bill Hudson tem uma sintonia perfeita, seja nas bases, seja nos solos. Taken Away segue essa inha, com mais um grande trabalho do baterista Marcelo Moreira que encontra no baixista Mitch Stewart um parceiro habilidoso e técnico. E o tecladista Henning Wanner, executa suas linhas muito bem! Sinister Love também possui uma roupagem mais atual, principalmente nos timbres das guitarras que, novamente, soam bastante pesadas. Solitary Rain encerra o trabalho. Uma balada com uma bela melodia, termina o álbum de forma suave, contrastando com o peso que permeou a execução de todo o trabalho.

         Neste sétimo trabalho, o CIRCLE II CIRCLE segue mostrando que sua música serve não apenas para saciar a sede dos fãs de Savatage. Uma sonoridade mais atual, com guitarras pesadas, baixo e bateria entrosadas e técnicos, melodias bem elaboradas e executadas pelos teclados e um excelente vocalista comprovam isso mais uma vez. REIGN OF DARKNESS é mais um belo trabalho na vitoriosa carreira do grupo.




           Sergiomar Menezes


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