terça-feira, 14 de junho de 2016
METAL CHURCH -XI
Após a saída do vocalista Ronny Munroe, uma das grandes bandas do metal norte americano, o METAL CHURCH, promoveu o retorno de Mike Howe ao posto que o próprio já havia ocupado entre 1988 e 1994 (onde gravou com o grupo três álbuns). E essa volta resultou em um grande trabalho! XI, que saiu por aqui através da Shinigami Records, resgata o que de melhor o grupo tem a oferecer. Aquela pegada onde o Heavy Metal tradicional (percebe-se muito de NWOBHM na sonoridade da banda) encontra o thrash/speed metal característico da cena de San Francisco.
Mike Howe (vocal), Kurdt Vanderhoof (guitarra), Rick Van Zandt (guitarra), Steve Unger (baixo, backing vocal) e Jeff Plate (bateria, ex- Savatage), conseguiram, nas onze faixas que compõem o trabalho, uma sonoridade bem atual, mas sem soar moderna demais, artificial. Muito disso se deve ao fato de que a tanto a produção quanto a masterização ficaram sob a responsabilidade de Kurdt Vanderhoof, que além de guitarrista, é o cérebro e alma do grupo. Na mixagem, o guitarrista contou com o auxílio de Chris "Wizard" Collier. Caprichando em riffs cheios de punch, o quinteto mostra que o heavy metal americano não vive só da atual cena, mas que os "veteranos", quando resolvem mostrar trabalho, fazem com extrema competência!
Reset abre o álbum com a pegada característica do grupo. Bases pesadas, solos afiados, riffs certeiros e o vocal de Howe que se encaixa muito melhor no som do grupo do que o de Ronny Munroe (que é um bom vocalista, que fique claro). A dupla Kurdt e Rick (que havia tido uma pequena passagem pelo grupo entre 2008 e 2009, e que votou em 2013) está muito bem entrosada. Isso fica claro nos riffs e solos que os guitarrista nos proporcionam. Killing Your Time, na seqüência, segue o padrão, com uma forte veia "speed", trazendo novamente excelentes riffs. Jeff Plate e Steve Unger também demostram excelente pegada. Um forte refrão com backing muito bem inseridos. O metal tradicional dá as caras com força em No Tomorrow. Uma faixa que demonstra que a banda mantém suas raízes e sabe de onde vem. Mais um grande solo! Em Signal Path, o ritmo é mais cadenciado, mas continua com o peso dos riffs em evidência. Um refrão bem composto e passagens mais introspectivas criam um cima de destaque na faixa. Sky Falls In também possui um ritmo mais marcado, com uma bateria forte e intensa, além do baixo que carrega no peso.
Needle & Suture tem nas guitarras seu destaque. Cavalgadas, pesadas mas ao mesmo tempo cheias de melodia. O vocal de Howe também se destaca (por vezes, chega a se assemelhar ao do falecido David Wayne). Em Shadow temos mais um grande trabalho de guitarra. Aliás, um bom disco de heavy metal, seja no estilo que for, precisa disso, não é mesmo? Blow Your Mind tem um início suave, mas ganha intensidade, sendo uma faixa muito bem trabalhada em seu arranjo. O peso dos riffs novamente se apresentam de forma intensa. Soul Eating Machine traz o metal tradicional de volta ao som do grupo. Buscando uma sonoridade mais atual, o Metal Church mostra que é possível se adaptar aos novos tempos sem soar datado. Em It Waits percebemos que a variação nas composições da banda mostram a criatividade de Kurdt Vanderhoof, afinal, o músico compôs todas as faixas tendo o auxílio de Mike Howe nas letras. O encerramento vem com Suffer Fools, um bom thrash metal. Simples, sem grandes mudanças, mas com a cara da banda. Solos cheios de feeling e muita garra!
XI mostra que o METAL CHURCH, mesmo não tendo a mesma receptividade que muitas outras bandas do estilo, mantém sua integridade com o passar do tempo. Riffs pesados, bases fortes, velocidade e pegada. Tudo que uma boa banda de heavy metal tem que ter. E, os americanos, têm isso de sobra. Se tiver dúvida, confira esse excelente petardo e "BANG YOUR HEAD"!
Sergiomar Menezes
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