Desde que o DEATH ANGEL voltou a lançar álbuns, com o bom The Art of Dying em 2004, os "prodígios" da Bay Area chegam ao seu quinto trabalho de estúdio. THE EVIL DIVIDE chega por aqui em mais uma bela iniciativa da Shinigami Records e fará a alegria dos amantes do thrash metal. Sem perder suas características, a banda soa bastante atual, mas isso não significa que o grupo resolveu amenizar e pasteurizar seu som. Pelo contrário. Os riffs mortais estão intactos, os vocais que são uma das marcas da banda também. E a cozinha segue dando aula de velocidade, brutalidade e peso. Enquanto maioria das bandas da cena lançam trabalhos até certo ponto acomodados, o Death Angel segue firme levando adiante a bandeira do Thrash Bay Area.
Formado hoje por Mark Osegueda (vocal), Rob Cavestany (guitarra e vocais), Ted Aguilar (guitarra), Damien Sisson (baixo) e Will Carroll (bateria), o grupo mostra nas dez faixas regulares do trabalho (a versão nacional conta ainda com um bônus track) que segue fazendo aquilo que sempre fez em sua carreira. Se alguns podem achar que não há aquela aura mágica que existia nos três primeiros e clássicos álbuns do grupo (The Ultra Violence - 1987, Frolic Through the Park - 1988 e Act III - 1990), o que eu particularmente, não acho, o mesmo não se pode dizer da qualidade e agressividade apresentada em todos os trabalhos lançados pós retorno. A banda conseguiu nestes cinco álbuns manter um excelente nível técnico e de qualidade nas composições. Produzido e mixado por Jason Suecof e por Rob Cavestany e masterizado por Ted Jensen que fizeram um grande trabalho. Tudo está no lugar certo, o que faz a audição, que jé seria essencial, se tornar obrigatória!
O início se dá com The Moth, uma paulada digna de faixa de abertura, com as guitarras de Rob Cavestany e Ted Aguilar despejando riffs certeiros, enquanto a dupla Damien Sisson e Will Carroll (baixo e bateria, respectivamente) capricham na velocidade e no peso. Já Mark Osegueda... Bom, podemos dizer que o cara criou um estilo próprio e que quando abre a boca, já sabemos quem está cantando. Cause for Alarm possui uma urgência em seus riffs, que nos remetem aos áureos tempos do grupo. Uma verdadeira porrada na orelha! Solos muito bons se desenvolvem durante a execução da faixa, o que nos mostra a diferença que faz um guitarrista que sabe o que está fazendo. O começo de Lost é pesado e cadenciado, daquelas faixas típicas do Death Angel ( me lembrou um pouco The Evil Incarnate do The Art of Dying - 2004, pela levada, não pelo arranjo) que sempre estão nos trabalhos do grupo. Father of Lies traz mais um excelente trabalho de guitarra. Agressivas e por vezes melódicas, a faia tem a cara do thrash metal que consagrou o grupo. E o pé na porta chega com a porrada Hell to Pay. Uma das mais velozes do trabalho, essa faixa tem que estar no set dos shows do grupo!
O baixo dá as cartas em It Can't Be This. Mais arrastada, mas detentora de riffs mortais, a faixa se destaca mostrando que em matéria de criatividade, o grupo segue sendo referência, pois mescla sua experiencia e versatilidade de forma sublime. Em Hatred United/United Hate temos a participação de Andreas Kisser. O brasileiro manda ver em um solo muto bom. E além disso, a música tem uma pegada mais atual, trazendo guitarras á frete, enquanto Mark Osegueda novamente mostra sua técnica, criando linhas vocais mais rasgadas e que "preenchem" a música de forma perfeita. Breakaway novamente tem em sua velocidade o destaque e mais uma vez, resgata a agressividade quase "juvenil" do início da carreira do grupo. Pra quem não lembra, quando foi formado, o integrante mais velho do grupo tinha 15 anos (!?). The Electric Cell tem um grande trabalho da dupla baixo/bateria, o que deixa o caminho pronto ara as guitarras seguirem despejando riffs e mais riffs e judiando de nosso pescoço. As faixas regulares se encerram com a ótima Let The Pieces Fall, onde mais uma vez, o grupo nos prova que o thrash corre nas veias dessa excelente banda! como bônus, temos um agrande versão para Wasteland, do grupo The Mission, que ficou com a cra do grupo e mesmo assim, manteve a característica original.
O Thrash Metal, aquele da Bay Area, é muito difícil de de ser encontrado hoje em dia. Muitas das bandas daquela época mudaram ou adaptaram o estilo aos tempos atuais. Já o DEATH ANGEL consegui atualizar sua sonoridade sem perder sua características. Guitarras cheias de riffs mortais, muito peso e vocais agressivos e diretos. Uma das melhores bandas daquela cena. É isso que temos em THE EVIL DIVIDE. Um dos grandes lançamentos de 2016!
Sergiomar Menezes
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