domingo, 2 de abril de 2017

FLAGELADÖR / AXECUTER - HEADBANGERS AFTERLIFE (2016)



             E os anos 80 vivem! Se há alguma dúvida, basta ouvir o split/cd lançado pelas bandas FLAGELADÖR e AXECUTER para que isso fique claro. Desde a capa até a produção, passando pelas letras, sonoridade, visual e atitudes dos grupos, o que temos aqui é uma volta á década de ouro do Heavy Metal. Enquanto a primeira canta em português, a segunda escolheu o inglês como língua mãe. mas ambas jogam suas fichas naquele estilo mais tradicional do metal, mas que incorpora elementos do thrash e até mesmo do hard em suas composições. HEADBANGERS AFTERLIFE traz cinco faixas de cada grupo. Coincidência ou não, ambas as bandas são formadas por trios. A boa e velha formação guitarra, baixo e bateria!

                   O Flageladör é composto por Armandö Macedö (vocal e guitarra), Turkö Basüra (baixo) e Hugö Golön (bateria) e tem uma sonoridade mais suja, resgatando um pouco daquele speed metal oriundo da década de 80. Com uma produção um pouco inferior, o grupo passa seu recado de forma simples e direta, Já o Axecuter é formado por Danmented (vocal e guitarra), Rascal (baixo) e Vigo (bateria) e tem no metal tradicional sua base, mas o grupo também resgata momentos próximos do thrash em sua forma de compôr. E a produção das faixas apresentadas pelo grupo é melhor do que a do Flageladör. Mas nada que faça com que uma banda se sobreponha à outra, afinal estamos de falando de bandas muito similares e que tem no metal dos anos 80 sua grande inspiração. E a capa... basta uma rápida olhada e tudo fica claro!

                   As cinco primeiras faixas competem ao Flageladör. E tome speed/metal tradicional na veia! Desde a faixa instrumental As Intermitências da Morte, passando por Terceira Guerra Mundial, A Canção do Aço, Sangue Negro, Alimento das Bestas e chegando ao encerramento como cover de Filhos da Bomba ( uma mais que justa homenagem ao grande e infelizmente falecido Celso Blues Boy), o trio de Niterói (RJ) deixa nítida toda sua influência do thrash, death/black e da NWOBHM. Uma pena a produção ter ficado um pouco aquém em termos de maior clareza, mas o que vale aqui é a intenção, e o grupo acerta em cheio! Já o Axecuter, apresenta também cinco faixas, inspiradas também no metal dos anos 80, mas com uma maior vidência para o metal tradicional. Nada de modernismos, sonoridade atual, "barulhinhos" ou qualquer coisa que lembre as produções mais atuais. O que temos aqui é o bom e velho metal, como ele se apresentava em seus primórdios. Attack, Creatures In Disguise, In For The Kill, Medieval Tyranny e o encerramento com o cover de Gimme More, do Kiss, provam que o aquele lado amis "true" do heavy metal ainda vive. 

                   Apesar da certa disparidade nas produções, o split mostra duas bandas que exaltam os anos 80, cada uma à sua maneira. Seja buscando o lado mais  veloz e agressivo, seja optando pelo lado mais tradicional e trabalhado, os grupos dividem não apenas esse split, mas também a paixão pelo heavy metal. E isso hoje em dia, parece ser raro de encontrar...



                   


                Sergiomar Menezes

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