Punk Rock como ele deve ser. Direto, sem invencionices, modernidades, ou qualquer outro tipo de influência externa. Também, não podíamos esperar nada e diferente, afinal estamos falando de uma das bandas mais influentes do cenário. Com mais de 40 anos de carreira, os britânicos do THE ADICTS lançaram em 2017 AND IT WAS SO!, que saiu por aqui através da parceria Shinigami Records/Nuclear Blast. E o grupo mostra que não é à toa que serve de referência para muitos grupos que hoje "brilham" dentro estilo. Nomes como Rancid, The Offspring, entre outros, beberam e ainda bebem nesta fonte. E se você curte aquele punk rock básico e necessário particado por bandas como UK Subs, Vibrators, Cock Sparrer, etc..., o THE ADICTS é mais do que indicado!
O grupo hoje é formado por Keith "Monkey" Warren (vocal), Pete "Pete Dee" Davison (guitarra) e Mike "Kid Dee" Davison (bateria) e apresenta neste mais recente trabalho, a mesma energia e identidade que sempre se fizeram presentes na longa carreira da banda. Produzido e mixado pelo guitarrista Pete Dee, o álbum traz 12 faixas vigorosas que carregam consigo aquela aura juvenil e incendiária que só o punk rock pode oferecer. A capa nos remete ao visual "droogs", inspirado no clássico filme "Laranja Mecânica" e que se tornou uma espécie de marca registrada do grupo. Com aquela mistura mais que certeira entre o punk e o Oi!, o cd merece e, mais do que isso, deve ser ouvido por quem aprecia o estilo.
Picture of the Scene abre o álbum trazendo as características do grupo: guitarras punk/oi, vocais equilibrados e uma melodia que agrega uma certa aura pop à composição, sem com que isso traga nenhum tipo de demérito à faixa. Fucked Up World é um legítimo punk rock, daqueles que nos fazem sair quebrando tudo que vemos pela frente. Guitarras à frente, e uma pegada mais próxima do hardcore dão à faixa um destaque dentre as demais composições. Já Talking Shit mostra toda a influência que a banda exerce na cena atual. Melodia simples, mas com um refrão daqueles que grudam na cabeça logo na primeira audição, criam um clima daqueles que a gente sai cantando junto e nem percebe. If You Want It tem em sua estrutura uma linha que consagrou o The Clash. Uma ouvida mais atenta mostra que as guitarras de Pete Dee trazem consigo aquelas linhas típicas que Joe Strummer e Mick Jones também adotavam em muitas das estruturas do respectivo grupo (não é demais lembrar que ambos surgiram praticamente à mesma época). Gospel According Me tem uma veia mais "suave", quase poppy punk, com linhas mais melódicas e bem simples. O punk rock volta com tudo em Gimme Something To Do.
Love Sick Baby tem uma levada mais cadenciada que vem a contrastar com a pegada mais próxima do New Wave de And It Was So!. Aliás a faixa título também é um do destaques do álbum, que é bem homogêneo. Se não há grandes destaques, também não existem faixas descartáveis. Isso fica evidente na faixa seguinte, Deja Vu, que começa marcada pelo baixo, mas ganha o acréscimo de guitarras bem timbradas, mostrando que a experiência faz a diferença na hora de compôr. I Owe You resgata a veia mais pop da banda, mas ainda assim, tem sua estrutura baseada na eficiente guitarra de Pete Dee. Wanan Be mantém esse clima em seu início, mas logo "descamba" para um punk/HC arrasa quarteirão! O encerramento vem com You'll Be The Death of Me, com uma levada mais "sombria" (pro estilo da banda, que fique bem claro).
Pra quem, como este que vos escreve, cresceu ouvindo bandas como Ramones, Sex Pistols, The Clash, Dead Kennedys, Toy Dolls, Adolescents, Descendents, Bad Religion, o próprio T
THE ADICTS, entre tantos outros, poder ouvir e compartilhar um trabalho de nível tão bom quanto AND IT WAS SO! é um grande prazer. Que esse mesmo sentimento seja o que você terá ao escutar mais este belo álbum. Punk Rock pra gosta e sabe o que é Punk Rock!
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