quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

REBEL ROCK ENTREVISTA - AS THE PALACES BURN


REBEL ROCK ENTREVISTA


O Estado de Santa Catarina já deixou sua marca na lança do destino, do som pesado. Já é bem conhecido por ter nos entregado grandes nomes, que contribuíram e muito para o som pesado nacional, a exemplo da Frade Negro, Orquídea Negra, Flesh Grinder e muitos outros nomes. É também terra de grandes eventos musicais que vão desde festivais abertos até orquestra de bateria. 

Não é de estranhar nenhum pouco quando Criciúma, então, nos presenteia com mais um nome promissor para o metal nacional (e quem sabe internacional, em breve). Em 2018 ganha vida a As The Palaces Burn, formada por Alyson Garcia (vocal), Diego Bittencourt (guitarra), Gilson Naspolini (bateria) e André Schneider (baixo), e como o próprio nome da banda já entrega a influência a banda vem com a “faca nos dentes” para mostrar peso e atitude. Tivemos a oportunidade de trocar ideias com os integrantes e saber um pouco sobre a história da banda, as dificuldades e planos futuros. Sigam a banda nas redes e se informem sobre o material de divulgação e o CD. Além de peso e agressividade, a A.T.P.B. traz a marca do profissionalismo e cuidado com seu material, desde o primeiro instante. Dá gosto de ver!

Espero que se divirtam com esse bate papo.

Por Uillian Vargas

RR -Para aquecer a conversa, como aconteceu a reunião que deu origem a banda?

Diego: Na época eu já tinha em mente com quem queria trabalhar. Me encontrei com cada um deles, conversando sobre o plano e mostrando o som. Posteriormente fizemos uma reunião com todos juntos. Eu, Gilson e Alyson já tinham trabalhado juntos no passado, o André só eu conhecia até então.

RR - O Estado de Santa Catarina tem histórico por entregar nomes competentes para o metal nacional. Como a cena metal do estado está recebendo a sonoridade da A.T.P.B. (fãs e bandas)?

Alyson: Desde o primeiro single, The Devils Hand, tivemos uma boa aceitação, com o lançamento do álbum de estreia End´evour, nos lançamos em definitivo na cena e a reposta por parte do público, crítica especializada e bandas, foi ótima. Quando a ATPB foi criada a ordem era fazer a diferença e trabalhar duro para termos os devidos resultados que almejamos. Para nós é um privilégio estar em destaque no cenário brasileiro de metal que é tão rico.

RR - Sabemos que manter uma banda respirando não é uma tarefa fácil. Mas entre esse complexo sistema de sobrevivência, qual o elemento que mais dificulta a continuidade da banda?

Gilson: existe um paradoxo especialmente em bandas independentes, especialmente de heavy metal. Se todos vivêssemos da banda, estaríamos passando fome; o que torna fundamental que todos tenham outras fontes de renda. Porém, exatamente os compromissos alheios à banda, que mantém nossas vidas, são os que eventualmente atrapalham a agenda. Creio que o mais difícil seja conciliar isso, em qualquer projeto musical sem apelo comercial. Por isso valorizamos muito o tempo um do outro, somos sempre francos e objetivos nas conversas e mesmo nas divergências, tentamos não levar para o lado pessoal, pois existe um limite até onde cada um pode chegar. É importante entender isso para que a banda permaneça ativa e mais importante, com uma relação saudável entre os músicos. 

RR - Agora falando sobre conquistas, antes do mundo entrar em pausa, a banda andou excursionando em diversos shows. Tocou no Otacílio Fest, visitou o RS e arrancou excelentes impressões em resenhas. Como foi estar em palcos de peso?

André: Para nós foi ótimo, aliás, como sempre é estar no palco. Tocamos em um evento em que teve nada menos que Mike Portnoy como atração principal , no dia seguinte, tocamos em Caxias do Sul como uma das bandas de abertura para o Brujeria. Tocar no Otacílio foi sensacional, pois algumas coisas deram errado no palco (mais do que se imagina rs) e, por estarmos bem entrosados, conseguimos superar os contratempos e ao final do show, a resposta do público foi simplesmente ANIMAL!



RR - Aliás, ir para a estrada requer muito preparo. Mas atualmente, a banda continua ensaiando e se preparando, longe da estrada?

Diego: Estamos aguardando o momento certo para voltar aos ensaios. Nesse momento estamos canalizando forças para outras tarefas como, por exemplo, as novas composições, a gravação do clipe que foi feita, etc.

RR - E nesse momento tenso que vivemos, como a banda tem se conectado com os fãs e os consumidores do material da banda?

Gilson: É interessante lembrar que não temos assessoria externa até o momento desta entrevista, então como você pode imaginar, é uma luta diária nos mantermos ativos perante o público. Dividimos bem as tarefas. Atualmente eu faço a parte gráfica, digamos assim, e o Alyson cuida dos contatos com os meios de comunicação. E estamos todos sempre instigando uns aos outros com novas ideias. Seja um clipe novo, um documentário sobre alguma produção, até mesmo promoções como fizemos com a estreia do EP All The Evil. Entendemos a importância das mídias digitais e justamente por isso preferimos fazer tudo nós mesmos enquanto não achamos alguma assessoria que possa atender nossas expectativas e a do nosso público. 

RR - Percebemos a movimentação no lançamento do “All The Evil” (2020). Que além de um tributo ao Savatage, vem com duas músicas próprias que contextualizam o “End ́evour” (2019). Pode falar um pouco sobre esse conceito?

Diego: Essas duas outras músicas elencam fatos que ocorrem antes do End'evour, eventos esses que explicam a forma de como tudo se desencadeou para chegar ao ponto em que chegou.Alyson: Foi muito semelhante à escolha de ¨Abigail¨, procuramos escolher um clássico de metal dos anos 80 e que não tivesse muitas versões. Essa música assim como o tributo ao King Diamond tem um significado especial para mim, outro clássico que eu cantarolava quando mais jovem e hoje tenho o privilégio de dizer que fizemos uma grande homenagem.

RR - E como aconteceu a decisão de homenagear o Savatage?

Alyson: A responsabilidade foi enorme! Mas sabíamos que esse desafio poderia evidenciar as nossas virtudes. Queríamos uma versão mais pesada e moderna. Essa faixa evidencia os irmãos, Criss Oliva(guitarra) e os vocais do Jon Oliva.  Como de costume criamos uma guia inicial para analisar todo os pontos, isso facilita o processo de produção e gravação. Em se tratando das vozes, o meu objetivo era homenagear adicionando minha personalidade, imprimindo mais pegada e drives, porém mantendo o que era mais marcante nas linhas vocais. O resultado ficou muito satisfatório!

RR - Outra percepção é o quanto a banda investe profissionalmente na qualidade das produções. Primeiro na sonoridade e segundo no material que dá suporte. Exemplo da capa criado pelo Marcelo Vasco. Como foi trabalhar com o Marcelo?

Gilson: Quando o Diego trouxe a ideia de falar com o Vasco, foi unânime nossa aprovação. Os trabalhos dele dispensam comentários, a ponto de que demos total liberdade para que ele criasse a arte, baseado apenas na mensagem que queríamos passar com a temática das letras. O resultado não foi menos que sensacional, amamos essa capa e todo o material de merchandising que estamos fazendo a partir dela. 

RR - Quanto à banda precisou interferir na criação do conceito da arte do single?

André: O Marcelo Vasco nos retornou com a arte quase que na sua forma final. Foram algumas trocas de e-mail e logo chegamos ao resultado final. Lidar com um profissional do nível do Marcelo facilita as coisas.



RR - Sobre as novas tecnologias, como a banda interpreta o uso das plataformas (discord, twitch, etc.) e streamings de músicas?

Diego: Todo nosso material, seja em áudio ou vídeo, está disponível nas principais plataformas digitais (YouTube, Spotify, Deezer, etc). Acredito ser um meio mais fácil das pessoas conhecerem o trabalho da banda, ainda mais num momento de pandemia que estamos passando.

RR - Acham que elas ajudam ou acabam deixando os ouvintes mais “preguiçosos”?

Diego: Toda forma de divulgação de material ajuda com certeza. O fato é que esse material tem que ser bem preparado pra conseguir atenção suficiente de quem ainda não conhece o trabalho da banda.

RR -Ainda sobre o momento pandêmico. Se não for só um “momento”, como a banda tem pensado na continuidade da produção de material caso o isolamento continue?

Gilson: O que posso garantir é que se essa pandemia seguir por muito tempo, vamos continuar criando material, promoções e apresentações online. De resto, temos toda uma agenda programada para este ano e até mesmo 2022. Estamos bem focados e motivados, independente da situação pandêmica. 

RR - Aproveitando o gancho sobre pandemia e “lançar material”, como foi lançar um disco sem plateia na frente do palco?

André: foi uma sensação estranha, ruim sob esse aspecto. O ideal é lançar um trabalho e já sair fazendo shows para divulgar o material, com resenhas e reviews como complemento, porém em tempos de pandemia as coisas ficaram meio "do avesso", então estamos nos adaptando a isso investindo em mídias digitais e sites especializados para essa divulgação. 

RR - Encaminhando para o final dessa conversa, agora gostaria de fizesse um exercício complicado de pensar sobre o futuro. Como você imagina a As the Palaces Burns daqui 5 anos!

Alyson: Vejo que a ATPB estará com trabalhos de maior expressão, entre as referências no metal nacional e com notoriedade lá fora.

André: Desde a gravação do primeiro single, nós estabelecemos um modo de trabalhar que vem dando muito certo, pois otimizamos o tempo em estúdio e o resultado do trabalho tem suprido as nossas expectativas. Acredito que em 5 anos, mantendo essa forma de trabalhar e com o fim da pandemia, alcançaremos objetivos ainda maiores que é sermos reconhecidos dentro e fora do Brasil. Buscaremos isso.

Gilson: Desde quando iniciamos o projeto, nosso objetivo à longo prazo sempre foi alcançar o público fora do Brasil. Acredito que se em 5 anos (espero que menos) estivermos lá fora, ou no mínimo, encaminhando para tal, saberemos que estamos fazendo o trabalho direito.

Diego: Todos Creio que a banda estão sob trilhos diferenciados, especialmente durante essa pandemia. Fizemos mais, produzimos mais do que muitas outras bandas que resolveram estacionar o barco esperando ver o que daria. Por esse mero exemplo se consegue imaginar a determinação que temos em buscar por resultados. Não me espantaria de ver a banda excursionando no exterior com grandes nomes do metal nos próximos cinco anos.

RR - Bom, gostaria de agradecer a oportunidade dessa troca e desejar muito sucesso para As the Palaces Burn. Deixo espaço final para tuas considerações e recado aos nossos leitores. Sucesso!

Alyson: Uillian, nós agradecemos o apoio. Desejamos que veículos como o Rebel Rock se mantenham e continuem espalhando informação, contribuindo com a cena Rock/Metal! Aguardem o vídeo clipe de “All The Evil” que esta em produção, além do novo single que estamos registrando neste momento e promete ser um divisor de águas. E claro o novo álbum em 2021! Fiquem ligados, nós vamos com tudo! 


 

 

 


Um comentário:

  1. Uillian boa entrevista, conheço a banda As THE Palaces Burn e eles são muito bons. Gostei de conhecer melhor a banda, que só os conhecia de palco. Parabéns 👏👏👏

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