terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

IRON MAIDEN - NIGHTS OF THE DEAD - LEGACY OF THE BEAST - LIVE IN MEXICO CITY

 


Falar de IRON MAIDEN não é fácil. Mas deveria ser, afinal estamos falando de uma das maiores, senão a maior, bandas de Heavy Metal de todos os tempos. E isso é inegável, até mesmo para aqueles que não gostam do sexteto inglês (sim, existem pessoas que não gostam do grupo). E, por incrível que possa parecer, de uns tempos para cá, até mesmo aqueles fãs mais "fiéis" parecem torcer o nariz para a Donzela, seja pelas últimos trabalhos de estúdio, seja pelos álbuns ao vivo lançados pela banda. Tudo isso volta a acontecer de forma consistente com NIGHTS OF THE DEAD - LEGACY OF THE BEAST - LIVE IN MEXICO CITY, álbum duplo ao vivo, gravado, como o próprio título entrega, na Cidade do México nos dias 27, 29 e 30 de setembro de 2019. Mais uma vez, aquelas já manjadas reclamações sobre o setlist (as quais, eu próprio me incluo), mas principalmente, sobre a produção e mixagem do trabalho. E, provavelmente, esse seja o principal ponto de discordância.

Não é novidade pra ninguém que Steve Harris gosta de ter tudo sobre seu controle. E, não fosse por isso, talvez o IRON MAIDEN não tivesse chegado onde chegou. Mas também é preciso concordar com quem reclama das produções do Stevão, vez que soam, na maioria das vezes, sem peso e muito abafadas. Acontece que aqui, ainda que não estejamos diante de algo limpo e cristalino, o álbum repassa SIM toda a energia das apresentações protagonizadas pela banda durante essa turnê. Quem teve a oportunidade de presenciar algum desses shows in loco, ou que tenha assistido o Rock in Rio pela TV, sabe do que estou falando. Ainda que existam certas restrições à faixas presentes e a outras que deveriam estar relacionadas, o CD duplo nos mostra que a banda ainda pode nos oferecer um show de Heav Metal grandioso, ainda que a idade tenha chegado de forma direta a esses senhores. Tony Newton produziu o trabalho que contou com a co-produção de Steve Harris (?!), tendo ficado o primeiro, responsável também pela mixagem e engenharia do trabalho.

Com relação ao setlist, fica difícil reclamar, uma vez que um show que começa com "Aces High" (magnífica como sempre), passa pela espetacular "Where Eagles Dare" (uma daquelas faixas que muitos fãs esperavam há muito tempo poder ver e ouvir ao vivo), "2 Minutes to Midnight", que apesar de "batida" ainda desperta aquele sentimento nostálgico em seus riffs, e vai até "The Clansman"? Essa última, é uma daquelas faixas que, mesmo abusando da fórmula parte lenta, refrão grudento pra cantar junto, consegue fazer até os seguranças do show erguerem os punho e gritar "Freedom"! "The Trooper", que parece não envelhecer, mostra que um clássico dessa magnitude não pode sair do setlist, assim como "Revelations", um dos momentos mais esperados e aqui, um dos grandes destaques do álbum. Particuarmente, confesso que "The Greater Good of God" é uma faixa que nunca chmaou muito a minha atenção, mas depois que tive o privilégio de assitíla ao vivo, entrou no meu rol de músicas que não podem faltar em uma playlist ou show do grupo. O primeiro CD fecha com "The Wicker Man", que traz, mesmo que instintivamente, a abertura do show da bando no Rock in Rio de 2001.

O segundo CD abre com "The Sign of the Cross", uma das melhores faixas da era Blaze Bailey e que, no show, ganhou ares teatrais sombrios e pesados. Mas também preciso confessar que, se fosse me dado o direito de mudar algo, eu a trocaria por duas músicas, uma vez que ela é bastante extensa. "fligh of Icarus"... o que dizer a respeito? Uma das melhores faixas já gravadas pelo Iron, com uma performance de Bruce Dickinson que nos kostra que o velhinho ainda tem muita lenha par queimar. Na sequência, uma das faixas mais controversas do setlist: "Fear of the Dark". Muitos fãs reclamam e acham que ela deveria ser limada do repertório por ser batida, insuportável, chata, entre tantos outros termos depreciativos à ela impostos. Mas alguém em sã consciência retiraria do set uma faixa que causa a maior interação com o público? Eu concordo com a banda, afinal, show de rock não é par agradar fã xiita. Se for assim, faz um playlist e ouve no celular, no carro, em casa, etc... O clássico dos clássicos vem para nos lembrar o por quê do Iron Maiden ser o Iron Maiden. "The Number of the Beast" não precisa de nenhuma apresentação, comentário ou o que for. A simples menção de seu nome já diz tudo. "Iron Maiden" é outro momento clássico e inesquecível. Já "The Evil That Men Do" é um moemnto que eu sempre esperei ter a oportunidade de ver assistir ao vivo, o que consegui em 2019. E é impossível oví-la aqui e não relembrar desse momento mágico e espetacular. Pra encerrar, a maior e melhor composição do grupo (e talvez, um dos melhores solos da história do Heavy Metal): "Hallowed be thy Name", acompanhada da já clássica faixa de encerramento "Run to the Hills".

Agora, com relação a produção... Obviamente que ela não é mais perfeita, algo que vem recorrente nos últimos trabalhos ao vivo da Donzela. Mas aqui, essa "sujeira" e "tosquice" joga a favor, pois resgata a energia e vitalidade que uma banda de rock, seja ela do estilo que for, precisa passar pra quem está lhe ouvindo. A verdade é que, se você procura uma produção limpa, cristalina, com tudo no seu devido lugar, corre atrás de algum álbum do Dream Theater, pois a garantia de que vai encontrar isso lá é de 100%. Bem como a cura da sua insônia...

NIGHTS OF THE DEAD - LEGACY OF THE BEAST - LIVE IN MEXICO CITY é um puta disco ao vivo. Não deixe se levar por opiniões de quem está descontente com os rumos da banda, nem mesmo por essa resenha que você está lendo aqui. Ouça e tire suas próprias conclusões. Tenho certeza que você vai ouvir um abanda afiada, com garra e energia de moleques e uma atitude de quem ainda vai nos proporcionar muitas alegrias...

Sergiomar Menezes






2 comentários:

  1. E vc ia dar esse gostinho a esses bundões. Sergiomar olha essa resenha meu irmão, a melhor que eu li, de muitas.
    Os deuses da música me ouviram, agradeço a eles.
    Voltando a resenha - melhor banda de Heavy metal sim, as vezes tem umas músicas que são ruins, mas 80% são fodas. E te dou 10 pela resenha e 1000 pela volta por cima e cagando prós olhos e bocas que só enchergam o que querem e falam oq tem boca. 🤘🤘👊🏻👊🏻👊🏻🙏🏻

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  2. Parabéns pela resenha Sergiomar! Excelente! Eu confesso que ganhei o cd de natal e ainda não abri por medo de não gostar! Kkkk! Isso que eu sou fã de carteirinha da banda....mas depois da tua resenha vou dar uma chance pros caras!!! Kkkkk Grande abraço!!

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