terça-feira, 19 de julho de 2022

SAMSUNG BEST OF BLUES AND ROCK - THE JOE PERRY PROJECT - POA/RS




SAMSUNG BEST OF BLUES AND ROCK - THE JOE PERRY PROJECT - POA/RS
Local: Parque Farroupilha (Redenção) - POA/RS
Data: 15/07/2022
Abertura:
Ian, o Cara do Metal
Yohan Kisser e banda
Texto e fotos: José Henrique Godoy

Final de tarde/ inicio de noite de sexta-feira em Porto Alegre. O local é o Parque Farroupilha, também conhecido como Redenção, que em um dos seus contornos tem a movimentadíssima Avenida Oswaldo Aranha, reduto roqueiro dos anos 80 e 90 na capital gaúcha. Para os que são “ jovens há mais tempo”, acima de 45 anos, o cenário remetia há 30 e poucos anos ,onde havia o encontro de rockers, punks, hippies, e assemelhados, para tomar cerveja, encontrar com os amigos e ouvir boa música.

Mas nem nos sonhos mais loucos naquela época, seria possível  imaginar um show gratuito de um dos guitarristas mais icônicos da história do hard rock, no meio do parque. Mas os tempos são outros, e há menos de um mês do evento, foi anunciado mais uma edição do Samsung Best Of Blues and Rock aqui em Porto Alegre, dessa vez com o grande Joe Perry, que voltou a capital gaúcha, dessa vez sem sua banda principal, mas sim com o seu Project.

O Samsung Best of Blues And Rock já contou, em outras edições  no RS, com nomes como Zakk Wylde, Tom Morello, Richie Sambora e John 5. Para completar o evento deste ano, tivemos também o fenômeno do TIK TOK Ian, "o ocaradometal” e   Yohan Kisser, filho do Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura. Devido ao trânsito intenso do final da tarde de Porto Alegre, complicado ainda mais pelo mal tempo das horas anteriores, acabei me atrasando e não assistindo ao  “Caradometal” e banda, chegando segundos antes do inicio da apresentação de Yohan.

Para quem espera que que o trabalho de Yohan Kisser, seja semelhante ao que faz o seu pai no Sepultura, vai se enganar e pode até decepcionar-se, obviamente. O que temos é uma mescla de música clássica, jazz,erudito e rock, passando por releituras instrumentais dos mais variados artistas, que foram de Moraes Moreira a Rush, passando por  Jimi Hendrix, Frank Zappa, entre outros. Acompanhado de excelentes músicos, Yohan fez uma apresentação muito boa e que prendeu a atenção dos presentes, durante um set de 40 minutos aproximadamente. Ao final, Yohan dedicou a apresentação a sua mãe, Patrícia Perissinoto Kisser, infelizmente falecida há duas semanas, O público em bom número, poderia ter sido bem maior, não fosse a semana chuvosa que insistiu em permanecer em Porto Alegre, dando uma trégua apenas para a realização do festival..

Por volta das 21 horas, sobe ao palco sobe ao palco Mr. Perry  em pessoa e empunhando uma clássica Les Paul, acompanhado de uma super banda, composta por  Gary Cherone ( Vocal Extreme / Van Halen), Chris Wyse (Baixo - Ace Frehley / The Cult), Buck Johnson ( teclados - Aerosmith/Hollywood Vampires) e Jason Sutter ( Bateria – Foreigner /Cher). O inicio é um pé na porta/arrasa-quarteirão e emocionante para todo o fã de Aerosmith ( este que vos escreve incluso), uma trinca de rocks para  levantar defuntos: “Let the Music Do The Talkin ( presente também no primeiro disco do J P Project de 1980),a clássica Toys In the Attic e Walkin the Dog , a clássica canção de Rufus Thomas, coverizada e eternizada no primeiro álbum do Aerosmith.

Obviamente a figura que mais chama a atenção no palco é o Sr. Perry, com o seu tradicional visual “Bad Boy Rock n Roller”, mas cabe aqui destacar o vocalista Gary Cherone: para quem já teve o prazer de ver o Aerosmith ao vivo, é um tanto quanto estranho ver Perry e não ver Steven Tyler ao seu lado, mas Gary Cherone é um frontman incrível, estando em todas as partes do palco e cantando muito bem, e esbanjando categoria. Relembrando também, que ele já é um “jovem senhor” de 60 anos, e está em excelente forma, diferente de outros vocalistas mais populares que estão também na sua faixa etária, e não estão entregando o que seria uma performance no mesmo nível de Gary. 

Mr. Perry assume o vocal para o cover do Fleetwood Mac, “Stop Messin Around” (coverizado pelo Aero no álbum Honkin on Bobo), e resgata “My Fist Your Face” do excelente porém esquecido álbum do Aerosmith de 1985, “ Done With Mirrors”. Uma vibrante versão de instrumental da mais que clássica “Walk This Way”, e um medley de “WHole Lotta Love/Heartbreaker”, para homenagear o Led Zepellin leva o público a loucura. 

O tempo  passou voando, e chegamos a parte final com mais 3 pedradas  “Aero-Old School”, a saber: “Same Old Song and Dance”, “Rockin Train”( esta também do primeiro álbum do Joe Perry Project” e a obrigatória “ Sweet Emotion”. Aquele tradicional “ sai do palco-platéia chama-banda volta” e em poucos instantes , Joe e companhia estão no palco detonando uma furiosa versão de “Train Kept-a-Rollin”, e então a festa chega ao final.

Uma excelente apresentação do Sr. Joseph Anthony Perry  na capital do Rio Grande Do sul, cheia de classe e força , pura celebração de Rock N Roll. Uma sensação de nostalgia de um tempo que não vimos, o Aerosmith setentista, aqui no Brasil. Isso tudo num lugar fantástico e também nostálgico, para os rockeiros Porto Alegrenses. Já estamos esperando pela próxima edição do Samsung Best of Blues And Rock!









sexta-feira, 1 de julho de 2022

ANGRA - REBIRTH 20th ANNIVERSARY TOUR - POA/RS 25/06


ANGRA - REBIRTH 20th ANNIVERSARY TOUR
Bar Opinião, Porto Alegre/RS - 25/06
Abertura: 
Mortticia
Rage in My Eyes
Produção: Abstratti Produtora
Texto: Sergiomar Menezes
Fotos: Diogo Nunes

E depois de três longos anos, estávamos de volta ao Opinião, tradicional local de shows na capital gaúcha. Eu, particularmente, já havia ido aos shows do KISS e do Metallica, mas confesso que sentia falta desse ambiente fechado, show menor, com a galera mais junto à banda. E foi exatamente isso que tivemos neste dia, pois numa bela iniciativa da Abstratti Produtora, a turnê de 20 anos do álbum REBIRTH, do ANGRA, aportou em Porto Alegre e presenciou um Bar Opinião lotado (com 1.400 pessoas), para assistir na íntegra, a execução de um dos álbuns mais cultuados da banda, além de outras faixas, sendo muitas delas, surpresas para o público. De quebra, dois ótimos shows de abertura com as bandas MORTTICIA e RAGE IN MY EYES que abrilhantaram ainda mais o evento. 

Logo na chegada, uma longa fila se formava na entrada do Opinião, e, ainda que o período da pandemia tenha acabado com esse tipo de evento, a última vez que vi o Opinião dessa forma, com uma fila tão gigantesca na entrada, foi no show do Helloween em 2001! E, algo bem interessante e bacana que pude perceber, é que uma boa parte dessa galera, era uma molecada de 20 e poucos anos, até menos, alguns nem eram nascidos quando Rebirth foi lançado.. Isso só comprova a força do Angra dentro do cenário, ainda que as mudanças de formação tenham alterado as características do grupo.

As bandas ainda estavam passando o som quando entramos no Opinião, o que me levou a pensar que poderíamos ter um atraso nas apresentações. Mas isso não aconteceu, pois passava pouco das 18h30 (horário previsto para o primeiro show começar) quando a banda gaúcha MORTTICIA iniciou seu show. E que belo show de Heavy Metal! Ainda que com o espaço deveras reduzido, o que impossibilitou a movimentação do grupo pelo palco, Lucas Fialho Zawacki (vocal), Vicente Telles (guitarra), Lúcio Brenner (guitarra), Guilherme Wiersbicki (baixo) e Anderson Dias (bateria) mostrou força e determinação ao executar as faixas de seu EP de estréia "A Light in the Black", lançado em 2020. Mesmo com pequenos problemas ocorridos com o som, o quinteto trouxe as afixas que compõem o supracitado trabalho, com destaque total para a faixa "Life is On (One Flower)", com suas passagens pesadas, trabalhadas e muito bem estruturadas. Confesso que, por um erro meu, já tinha ouvido falar sobre a banda mas ainda não havia parado para conhecer. E vi que, realmente, estava errado! Mais uma grande banda do Metal RS proporciona ao cenário!

Setlist MORTTICIA:

Limiar
Violence
Hear My Words
Life is On (One Flower)
Ocean of Change




Após o rápido trabalho de desmontagem de palco efetuado pelos roadies (o que seria das bandas sem essas figuras essenciais?), era chegada a hora de uma das bandas que mais vem se destacando no nosso cenário: o RAGE IN MY EYES! Assisti a banda no show de abertura para o Iron Maiden e ali já dava pra ver que o profissionalismo e qualidade do grupo estão muito acima da média. Após uma pequena intro, Jonathas Pozo (vocal), Magnus Wichmann (guitarra), Pedro Fauth (baixo) e Thiago Caurio (bateria - que substituiu Francis Cassol, baterista do grupo que teve problemas e não conseguiu vir para o Brasil  e realizar a turnê), sobem ao palco e de cara, mostram que não estão pra brincadeira! Entrosamento e coesão foram os guias de uma apresentação cheia de carisma, energia e muito Heavy Metal! Um dos pontos que diferenciam a sonoridade do grupo é a presença do gaiteiro Matheus, chamado ao palco por Jonathas durante a execução de "Death Sleepers". Um ponto que precisa ser ressaltado foi a presença de Thiago, que embora tenha sido chamado meio que às pressas para substituir Francis na bateria, pareceu tocar com a banda desde de criança, tamanho o entrosamento dele com o grupo! Te cuida Francis... hehehe... Brincadeiras à parte, A banda ainda teve tempo de mostrar sua bela homenagem ao saudoso Andre Matos em "I Don't Want to Say Goodbye" e encerrou sua apresentação com a faixa "Spiral Seasons", presente no mais recente trabalho do grupo, o EP "Spirals" lançado em 2021. Definitivamente, o RAGE IN MY EYES merece um maior reconhecimento do público brasileiro, pois trata-se de uma banda muito acima da média!

Setlist RAGE IN MY EYES:

Intro
And the Came the Storm
Dare to Defy
Death Sleepers
Hole in the Shell
Spark of Hope
Winter Dreams
I Don't Want to Say Goodbye
Spiral Seasons





Era chegada a hora do show mais aguardado da noite! Ainda que os shows de abertura tenham sido ótimos, a ansiedade pelo que teríamos pela frente era grande. E podemos dizer que, apesar dos pequenos percalços que aconteceram mais para o final do show, o ANGRA entregou ao público presente um grande show de Heavy Metal. Mas o que dizer de uma banda que apresenta a qualidade técnica de guitarristas como Rafael Bittencourt e Marcelo Barbosa? De uma cozinha composta por Felipe Andreoli e Bruno Valverde, que não á toa, foi chamado para substituir o monstro Eloy Casagrande no Sepultura? De um vocalista espetacular como Fabio Lione? Um show perfeito? Sem erros? Foi o que aconteceu, pelo menos até a última música...

A banda inicia sua apresentação com "Crossing", a intro que precede "Nothing to Say", clássico dos tempos de Andre Matos no grupo, com uma performance cheia de energia e em perfeita sincronia com o público, que, não é preciso dizer, vai a loucura... Em seguida, "Black Widow's Web", do mais recente trabalho de estúdio do grupo, OMNI, veio com Lione e Rafael dividindo os vocais, algo que ficou bem interessante, sendo a parte gutural cantada pelo italiano.

Lione então anuncia que era chegada a hora de REBIRTH ser tocado na íntegra, o que se confirma com a intro "In Excelsis". O que se viu depois foi uma explosão de adrenalina e uma perfeita sinergia entre a banda e o público pois em certos momentos de "Nova Era", ficou praticamente impossível ouvir  avoz de Fabio Lione. Nosso fotógrafo Diogo Nunes disse a mesma coisa, pois estava no meio do público e percebeu isso bem mais de perto. A sequência de Rebirth foi mantida, com destaque para a poderosa "Millenum Sun", com destaque para Barbosa que substituiu Kiko Loureiro, e, na opinião desse que vos escreve, deu muito mais dinâmica e classe ao grupo. "Acid Rain" foi outro grande momento, onde a participação do percussionista deu um clima mais pesado e vibrante à execução da faixa. "Heroes of Sand" trouxe, por FAbio Lione, a lembrança da participação da cantora Sandy na gravação do DVD e que segundo ele próprio, gostou muito de conhecê-la... Ainda, podemos destacar, entre as faixas de Rebirth, a faixa título, "Unholy Wars" e a fantástica "Running Alone", cantada por todos e que se mostrou tão forte e intensa ao vivo como na gravação de 20 anos atrás. Após "Visions Prelude", Lione conversa com Rafael e avisa que agora que as faixas do álbum tinham acabado, era chegada a hora de algumas surpresas.

Acontece que, pelo menos na minha opinião, essas surpresas, ainda que muito bem executadas e legais, poderiam ter sido trocadas por faixas mais interessantes. Mas, o público presente no Opinião, pareceu não concordar comigo e participou de todas elas com a mesma vibração e energia. "The Course of Nature", de Aurora Consurgens, "Metal Icarus", de Fireworks; "The Shadow Hunter", de Temple Of Shadows; "The Rage of Waters", de Aqua," Bleeding Heart", do EP Hunters and Prey ( que contou com Lione esquecendo a letra e "jogando" pra galera como se nada tivesse acontecido... hehehe) e Upper Levels, de Secret Garden, encerram a primeira parte da apresentação. A banda deixa o palco aos gritos de "mais um, mais um, mais um"... como é de praxe...

Ao retornar ao palco, durante a intro "Unnifished Allegro", Lione não acompanha o grupo, mas mesmo assim, "Carry On", um dos maiores clássicos, não apenas do metal brasileiro, mas do metal mundial, começa a ser executada pela banda. E é incrível a força dessa composição até hoje, pois parecia que o show estava começando, tamanha a empolgação de todos. Mas, nem tudo saiu como o esperado aqui... Mesmo fora do palco, Lione iniciou a cantar a faixa sem problemas, mas acabou errando a letra ao antecipar o refrão e atravessar toda a faixa. Por sorte, a banda seguiu o ritmo normal da música e segui a sequência deixando que o público cantasse o refrão. Lione volta ao palco para a segunda parte da faixa, um tanto quanto constrangido, o que foi perceptível, ainda mais sob os olhares de Rafael para ele. Ms, tudo ficou certo e o restante da músico foi executada de forma forme e direta, com o público mostrando sua devoção ao grupo. Assim, chegava ao final a apresentação do grupo que saciou a sede de shows dos fãs, entregando-lhes um espetáculo único e inesquecível.

Quero agradecer aqui, mais uma vez, a parceria da Abstratti Produtora pelo credenciamento, pelo atendimento sempre eficaz do Homero Pivotto Jr e ao Digo Nunes, fotógrafo de mais uma jornada pelas estradas do REBEL ROCK!

Setlist ANGRA:

Crossing
Nothing to Say
Black Widow's Web
Rebirth
In Excelsis
Nova Era
Millennium Sun
Acid Rain
Unholy Wars
Rebirth
Judgement Day
Running Alone
Visions Prelude

The Course of Nature
Metal Icarus
The Shadow Hunter
The Rage of the Waters
Bleeding Heart
Upper Levels

Encore:
Unfinished Allegro
Carry On