quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

UMA OUTRA NOITE CHUVOSA... GEOFF TATE TOCA "RAGE FOR ORDER" e "EMPIRE"

 

GEOFF TATE 
Tokio Marine Hall - São Paulo (SP)
Data: 21/01/2023
Abertura: MARENNA
Produção: Top Link
Assessoria: Isabelle Miranda Press

Texto e fotos: Fábio Hoffmann

Geoff Tate toca na integra os álbuns “Rage for Order” e “Empire”

Sexta-Feira 20 de janeiro, em meio a uma chuva que ia e voltava em São Paulo, eu estava as pressas juntando as coisas para fazer a cobertura fotográfica do show do Geoff Tate no Tokio Marine Hall, e também resenhar este evento mais do que especial. O ex-cantor do Queensrÿche anunciou um show onde tocaria todas as músicas dos álbuns “Rage For Order” (1986) e “Empire” (1990). E de quebra ainda rolou o show de abertura da banda gaúcha Marenna.

O Marenna entrou no palco pontualmente às 20h40, conforme anunciado. Em seu show energético tocaram 5 músicas de seu recente álbum “Voyager” (2022), além de uma musica de cada trabalho anterior lançado pela banda. Rod Marenna, fundador da banda, está com um excelente time de músicos na formação atual da banda, que conta com Edu Lersch (guitarra), Bife (baixo), Arthur Schavinski (bateria) e Luks Diesel (teclados). Com AOR oitentista cheio de refrões fortes e marcantes, a banda deu o sangue em sua apresentação de aproximadamente 40 minutos. Uma pena o publico não ter chegado a tempo para conferir o show de abertura, pois foi uma apresentação energética e impecável.

Setlist - Show MARENNA:

Voyager
Never Surrender
Pieces Of Tomorrow
Breaking The Chains
You Need To Believe
Wait
Out Of Line
Too Young To Die
Had Enough







Após alguns minutos de intervalo, as luzes se apagaram, o banner de Geoff Tate apareceu ao fundo do palco, iluminado por uma luz vermelha e o publico presente podia ouvir os acordes iniciais de “Walk In The Shadows”, música marcante do segundo álbum do Queensrÿche. Lembro quando saiu este álbum, eu tinha 15 anos, voltei empolgado da Woodstock Discos para ouvi-lo, e a partir da segunda música, “I Dream In Infrared” eu achei o disco totalmente estranho e simplesmente guardei ele junto com os outros vinis e só fui ouvir novamente alguns anos depois, no começo dos anos 90. Quando ouvi novamente este álbum a ficha caiu e desde então considero o melhor álbum da banda, imaginem a emoção que eu estava em ouvi-lo ao vivo na integra!

Voltando ao show, a banda de Geoff Tate estava impecável, e com um figurino numa pegada glam/glitter do inicio dos anos 70. Eu estava bem na frente do carismático guitarrista escocês Kieran Robertson, que com sua Les Paul branca vinha sempre a beira do palco e gritava “hey” para o público. Ele juntamente com Alex Hart, de Boston (Massachussets), reproduziram fielmente os riffs, solos e timbres do álbum de estúdio. A cozinha da banda, formada por Danny Laverde (Bateria) e Jack Ross (Baixo) não ficou atrás, trazendo groove e energia para o som. O tecladista carioca Bruno Sá, deu um show a parte, agitava e cantava todas as músicas empolgadíssimo com o que estava fazendo, mantendo todas as atmosferas e nuances do complexo álbum “Rage For Order”. Com isso, o performático cantor Geoff Tate arrebentou cantando tudo e mais um pouco aos seus 64 anos de idade. Tenho que admitir que sua performance vocal está impressionante.

Entre os destaques desta primeira parte do show ficaram as energéticas “Surgical Strike” e “Chemical Youth (We are Rebelion)”, e a canção final do álbum, a belíssima balada “I Will Remember”.

Após um intervalo de apróximadamente 30 minutos, que deu tempo para comer um hamburger, tomar uma coca-cola e comprar uns CDs, a banda retornou ao palco ao som da abertura de “Best I Can”, do álbum de maior sucesso da banda “Empire” (1990). Com um novo visual, desta vez rementendo ao mesmo estilo de roupas que a banda Queensryche usou nos clipes e na turnê do álbum que estavam executando ao vivo, Geoff Tate e CIA. iniciaram mais uma viagem no tempo para os que estavam ali presentes.

Quando a intro de “Jet City Woman” começou, o publico veio a baixo, todos ficaram empolgadíssimos com a canção. E e a sequencia de hits não parava, “Another Rainy Night” novamente as pessoas cantaram em unísono os versos e o refrão com o vocalista.

As poderosas musicas “Empire” e “Resistence” chegaram, e agitaram ainda mais ainda a platéia. Após uma sequencia de músicas fantásticas Geoff Tate apresentou uma das principais baladas da história do Heavy Metal, “Silent Lucidity”. O publico cantou a música do começo ao fim e Geoff agradeceu com emoção a todos por aquele momento. “Hand on Heart”, “One and Only” e “Anybody Listening” fecharam o set com chave de ouro! E eu estava ali em extase por ter presenciado aquele momento com dois álbuns na integra de uma banda que curto muito.

E apesar de ter acabado o show prometido, o publico pediu bis e foi presenteado com “Eyes of the Stranger” do álbum “Operation: Mindcrime”, ou seja, a cereja do bolo. Agora vamos aguardar, quem sabe no futuro ele toque o “Operation: Mindcrime” e o “Promised Land” na integra, e se fizer isso, com certeza estarei lá!

Setlist GEOFF TATE

Rage For Order:
Walk In The Shadows
I Dream In Infrared
The Whisper
Gonna Get Close To You
The Killing Words
Surgical Strike
Neue Regel
Chemical Youth (We Are Rebellion)
London
Screaming In Digital
I Will Remember

Empire:
Best I Can
The Thin Line
Jet City Woman
Della Brown
Another Rainy Night (Without You)
Empire
Resistance
Silent Lucidity
Hand On Heart
One And Only
Anybody Listening?

Bis:
Eyes Of A Stranger







Fica o agradecimento do Rebel Rock à Top Link  e à Isabelle Miranda pela cordialidade  e respeito como fomos tratados. Eventos de sucesso só obtém resultado quando organizados de forma profissional, e essa noite, foi uma das provas disso.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

DARK SARAH - ATTACK OF ORYM (2023)

 



DARK SARAH - ATTACK OF ORYM
Riena Productions - Importado

Sejamos todos francos – aos menos os adictos e amantes de heavy metal sinfônico finlandês – mas uma realidade esgueira-se sempre na mentalidade do estilo: bandas com vocais femininos, temáticas góticas, teclados (fundamentais!) como condutores das músicas e instrumentais épicos com refrãos emotivos. Desde o Nightwish – epítome do gênero - essa tem servido praticamente como uma fórmula, quase um clichê - ao menos em um eixo padrão de comparação – para se fazer heavy metal melódico pelas terras escandinavas.

Ao ouvir o novo álbum da – também banda finlandesa de metal sinfônico com vocais femininos, teclados e temáticas góticas e tudo aquilo mais que vocês já pressupõem – DARK SARAH, estamos sim, diante de mais um clichê do gênero. Ainda assim, seguindo nesse movimento de previsibilidade – tal qual intencionei até aqui neste texto – vamos ao que interessa: o que faria alguém parar para ouvir DARK SARAH, ou ao menos seu último álbum de estúdio, “Attack of Orym” (2023), mesmo diante dos cognoscíveis e previsíveis elementos típicos do gênero?

Eis que respondo: Dark Sarah faz o bom e velho heavy metal melódico/sinfônico com excelência, e consegue convencer com a qualidade se sua produção e algumas ideias interessantes, mesmo que esteja jogando em um terreno tranquilo. A banda que chega ao seu quinto trabalho de estúdio e, apesar de manter-se fixada ao estilo que assumem, abrem espaço para novas explorações estilísticas e ousadias que tornam a audição bem interessante e instigante. Atualmente formado por Heidi Parviainein (vocals), Sami Salonen (guitarras), Thomas Thunkkari (bateria), Rude Rothstén (baixo) e Henrik Airaksinen (teclados), o grupo, diferente dos trabalhos anteriores, partem para determinadas possibilidades e vertentes as quais criam novas nuances e cores – contrapondo a típica escuridão das temáticas góticas do metal finlandês - as quais brilham em determinadas composições, revelando suas influências oitentistas, até então, discretas em trabalhos anteriores.

Ainda que a faixa de abertura “Choose Your Weapons” seja mais um projeto incidental com instrumentais sinfônicos típicos de trabalhos do gênero, a faixa seguinte “Attack of Orym” revela-se em uma canção robusta com riffs cadenciados e pesados, além dos vocais dobrados os quais buscam aqui, uma justificativa poderosa e de vieses épicos para justificar a homonímia com o nome do álbum. Contudo, é na terceira faixa “Invincible” que a cor proposta pela Dark Sarah se amplia de forma que subverta o padrão – não o estilo – e que surpreenderá os ouvintes do álbum. Nesta faixa, os sintetizadores comandam a música, assumindo uma perceptível energia dos anos 80, em uma sonoridade cativante e, por que não, “pegajosa” da música, tal qual seu energético refrão. Esqueça a fria Finlândia: aqui você irá encontrar-se com um pé em uma pista de dança com um globo de luz e neon. Ainda que as teclas comandem, destaque também para o trabalho de guitarras, especialmente para o solo quase ao final da faixa.

A faixa seguinte “B.U.R.N.”, no entanto, é uma música que pouco inova e cadencia-se de forma que alterna entre uma progressão lenta e rápida entre versos, pré-refrãos e refrãos, jogando mais no mesmo. Corais e suplícios, tudo está lá. Você retorna para a fria e gótica Finlândia mais uma vez. Porém, a previsibilidade dessa música é deixada de lado ao destaque da próxima e quinta música: “Warning Sign”. Temos aqui uma das melhores composições do álbum: teclado e sintetizadores oitentistas mesclam-se com uma bateria firme e ritmada e com guitarras agressivas, enquanto Heidi mantém sua voz firme e leve, paradoxalmente, sem apelos aos líricos típicos do estilo. Aliás, aqui cabe um adendo: Dark Sarah é uma banda mais próxima do Sirenia ou do Within Temptation do que propriamente do todo-poderoso Nightwish. Desde os vocais às opções instrumentais, percebemos uma banda livre em suas proposições menos progressivas e mais libertas “em fazer mais do mesmo bem feito”. Isso fica evidente em “Goth Disco”, sexta música do trabalho, em que mais uma vez caminha-se em um terreno seguro, com vocais altos e trilhas mais assombrosas em um modelo mais sinfônico. Elementos como narrativas bestiais e coros confrontadores estão lá, tudo na velha perspectiva da luta da luz contra as trevas, clássica do estilo.

“Delirium” surge como a sétima faixa do álbum dos finlandeses. Com todo respeito ao Dark Sarah, mas é uma música vazia e sem inspiração nenhuma em que os elementos clichês e pouco idealizados retornam. Na minha opinião, não faz falta nenhuma ao trabalho do disco e pode ser sim pulada da audição, pois o refrão é muito maçante. O belo solo de guitarra esforça-se, mas não salva. Momento mais fraco da produção. Entretanto, a oitava música “Piece of My Heart” joga no bom e velho estilo do metal sinfônico a la Nightwish que tanto cativa os fãs do bom heavy metal sinfônico. Ainda que não apresente novidades, ela é válida pela composição em si, com vocais e instrumentos em uníssono construindo “o mais do mesmo” que tanto se adora no gênero. Já em “Breaking Free”, a banda volta a ousar com sintetizadores puxados para uma estética mais propriamente industrial do que sinfônica. Heidi entona vocais fortes e emotivos, em uma essência mais progressiva entre a calma e a fúria, destacando essa música como uma das melhores do álbum. Emotiva e épica, é um dos melhores momentos de “Attack of Orym”. Por fim, “Hero and a Villain” encerra o álbum com a volta dos sintetizadores-anos 80 e até bateria eletrônica, ainda que a trilha seja mais cadenciada em busca da melodia emotiva, promovendo uma bela despedida do trabalho. Essa faixa, também serve para indicar, mais uma vez, qual o caminho que a Dark Sarah deve seguir para sobrepor os clichês do gênero, ainda que os pés da banda mantenham-se fixados no paradigma estilístico do metal sinfônico melódico clássico.

Em termos gerais, Dark Sarah em “Attack of Orym” apresenta um trabalho interessante que oferece o tradicional, o épico e o retrô ao flertar com sonoridades oitentistas em algumas faixas. Talvez se o Nightwish fosse criado na década de 80 ele poderia se parecer muito com o Dark Sarah hoje. Ainda assim, independente dessas fugazes comparações, a qualidade do álbum e do desempenho da produção desse trabalho indicam, certamente, que Dark Sarah construiu um som sólido, calcado em bases típica, mas, ainda assim, com suas nuances de originalidade. Aos fãs do estilo e até mesmo aos saudosistas dos Symph Pop dos anos 80, o álbum oferece um universo amplo de apreciação que pode, por que não, elevar esses finlandeses a um lugar distantes das típicas comparações do gênero tão engendrado em seu país por tantas bandas congêneres. Se eu pudesse dizer algo a eles diria isso: sejam menos Nightwish e mais Depeche Mode! A tendência, na essência do Dark Sarah a essa loucura, tende a funcionar.

Gregory Weiss Costa




sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

JENNER - TO LIVE IS TO SUFFER (2017/2023)

 


JENNER - TO LIVE IS TO SUFFER
Fighter Records - Importado

Da distante Sérvia, vem a banda Jenner, um trio feminino que pratica um furioso Heavy Thrash Metal.
Formada em 2013, a banda começou fazendo cover de bandas como Judas Priest, Warlock e Grim Reaper, e que segundo seu release oficial, são as principais influências do Jenner e as bandas preferidas de suas integrantes. Após algum tempo começaram a executar no seu repertório musicas de algumas bandas mais pesadas, como Anthrax, Agent Steel e Overkill.

Ao começarem a compor seu próprio material , foi essa linha mais próxima ao thrash metal que acabou inspirando Aleksandra Stamenković – vocais e guitarra, Anja Mirković – baixo e Selena Simić – bateria a comporem este excelente álbum de estreia, "To Live Is To Suffer".

Originalmente lançado em 2017, ele está sendo relançado agora no inicio de 2023, após o Jenner assinar com a gravadora Fighter Records, com nova remasterização e mixagem. A produção é muito boa e realça tanto o excelente vocal de Aleksandra (me lembrou bastante a vocalista Laura Guldemond, do Burning Witches e em alguns momentos, e Doro Pesch) como seus riffs (que nos remetem aos primeiros trabalhos do Anthrax, Megadeth, Exciter, Hallows Eve, etc). As partes de Anja e Selena asseguram uma parede sólida e rápida que entregam uma consistência impressionante ao resultado final.

É possível notar também, em todas a composições , a influência do todo poderoso Judas Priest, principalmente nas passagens mais Heavy Metal tradicional. Posso apontar como destaques do álbum a faixa de abertura " Factory Of Death", a excelente " Demon's Call" , a velocíssima e intrincada " How Deep Is Your Greed" ( se você lembrar aqui de algo do " The Legacy" do Testament, não estará enganado) e "Opened ( On the Table), também em alta velocidade que fecha o álbum com alta classe.

Enfim, uma excelente surpresa para o inicio de 2023 este relançamento de " To Live Is To Suffer". A Fighter Records informa que ainda no primeiro semestre deste ano, estará lançando o segundo álbum completo do Jenner, ainda em processo de gravação. Cabe a nós aguardarmos. Se você curte Speed Thrash Heavy Metal com aquela característica oitentista, não deixe de procurar conhecer este belo trabalho do Jenner.

José Henrique Godoy




segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

GEOFF TATE SE APRESENTA EM 20 DE JANEIRO EM SÃO PAULO TOCANDO “EMPIRE” E “RAGE FOR ORDER” NA ÍNTEGRA

 


Geoff Tate se apresenta em 20 de janeiro em São Paulo tocando "Empire" e "Rage for Order" na íntegra

O vocalista original do Queensrÿche, Geoff Tate, se apresenta em São Paulo no dia 20 de janeiro de 2023 em um show especial tocando os álbuns “Empire”- Álbum que conta com os sucessos “Empire,” “Silent Lucidity,” “Best I Can,” “Jet City Woman,” “Another Rainy Night (without you)”, “Anybody Listening?” e “Rage for Order” na íntegra.

Em comemoração aos 30 anos do álbum “Empire” (lançado em 1990) o vocalista prepara uma apresentação icônica tocando dois dos álbuns mais comentados da história do metal mundial.

“Vou levar a Empire 30th Anniversary Tour para tantos países quanto eu puder e tocar o álbum em sua totalidade, o que eu nunca fiz antes. Então, vai ser muito divertido. Na verdade, acho que há algumas músicas nesse álbum que eu nunca, nunca toquei ao vivo antes, então vai ser um prazer – para mim, também, eu acho, para o público também. Estou realmente ansioso por isso”. Declarou Tate, ao MisplacedStraws.com.

A abertura do evento fica por conta da banda MARENNA, que bvem obtendo ótimos resultados na divulgação de seu mais recente trabalho, o elogiado "Voyager".

Quando? 20/01/2023
Onde? Tokio Marine Hall/ SP

Assessoria Top Link Music

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

LOJA ZEPPELIN

 


Por Uillian Vargas

Na atividade por mais de três décadas, cravada no centro de Porto Alegre os headbangers do RS encontram abrigo em um dos, talvez, últimos redutos do metal pesado. 

Fundada em 19 de maio de 1991 a Zeppelin Rock Wear segue firme no ramo de comércio de CDs e Camisetas, dedicado ao Heavy Metal e suas vertentes. Hoje conversamos com o Alexandre Nascimento, que nos contou alguns detalhes sobre a loja. Segundo ele, as vendas locais modificaram no pós-pandemia: 

- Têm alguns clientes físicos que eu não vejo há dois anos. O lance de ter implantado entrega via motoboy, na cidade, em razão da pandemia, acabou criando uma outra modalidade de comercio de Cds. Fora os clientes, no RS, que envio pelo correio. Esses são cativos e em várias cidades como Bagé, Santa Cruz, Caxias, aí não tem choro, é correio neles. Completa – Falando em correios, aconteceu algo inusitado ano passado. Duas vendas interessantes, uma para o Rio de Janeiro, em que uma cliente encomendou dois discos importados e outra venda para o Nordeste. Foram dois fatos curiosos que aconteceram.

Alexandre nos relatou a dificuldade em relação a renovação do público. “Há poucos jovens comprando. Na maioria das vezes, as vendas são sempre para o mesmo público cativo. A turma mais jovem se contenta com o digital” – comentou. O grande diferencial do ano de 2022 foi o aumento de vendas para o interior do Estado, via correio. Fez toda diferença para aquecer o comercio, neste meio, que funciona contra a maré. E conforme comentário do Alexandre, que lamenta pelo fechamento de alguns estabelecimentos de colegas e amigos, a loja se mantem apesar das complexidades da atualidade. Em maio de 2023, a loja completará 32 anos de atividade. 

Para encerrar o curto bate papo, em nome da Zeppelin, Alexandre nos presenteou com a lista dos mais vendidos, até a corrente data! 


1 - Megadeth - The Sick, the Dying... and the Dead!

2 - Motley Crue - Relançamentos 

3 - Skid Row - The Gang's All Here

4 - Ozzy Osbourne - Patient Number 9

5 - Joe Lynn Turner - Belly Of the Beast

6 - Krisiun - Mortem Solis

7 - Amon Amarth - The Great Heathen Army

8 - Ratos de Porão - Necropolítica

9 - Exodus - Persona Non Grata

10 - Scorpions - Rock Believer

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

GOATEN - PHANTOM CHASER (2022) (SINGLE/VINIL)

 


GOATEN - PHANTOM CHASER (2022) - SINGLE
Independente - Nacional

Certa vez, se a memória não me deixa mentir, o amigo André "Pomba" Cagni, disse que resenhar o trabalho de amigo era complicado, referindo-se a sua resenha sobre o (à época) novo álbum do Viper, o hoje trintão Evolution. Pois bem, guardadas as devidas proporções, posso usar essa mesma frase para falar sobre o novo single da GOATEN, banda de amigos que chega ao seu terceiro trabalho de forma oficial, o single PHANTOM CHASER, que curiosamente, está sendo lançado apenas em vinil(!?) no formato físico. Ainda referindo-se a falar sobre álbuns lançados  por amigos, pode-se dizer que isso é uma faca de dois gumes pois, se o trabalho for ruim, fica aquela saia justa. Se o trabalho for bom, torna-se mais fácil, tendo em vista que o público há de concordar com você. Por sorte, eu tenho amigos talentosos.

Francis Lima (vocal/baixo), Daniel Limas (guitarra) e Rafa Drink Wine (bateria) formam o trio que pratica um som praticamente impossível de rotular. Rock n' Roll, Heavy metal, Hard Rock, Thrash, Gothic... Tem de tudo um pouco na sonoridade do grupo. E isso em nenhum momento demonstra falta de identidade, uma vez que poucas bandas conseguem fugir de rótulos e se tornarem "inclassificáveis". Mais uma vez produzidos por Sebastian Carsin, no Estúdio Hurricane, o grupo traz duas faixas onde demonstram mais uma vez, que a liberdade criativa é o foco principal, sem esquecer, obviamente, de fazer uma música muito interessante e divertida.

A faixa principal "Phantom Chaser" é uma daquelas que você ouve e sempre vai perceber uma ou outra influência diferente a cada audição. Pesada e com linhas "modernas", a composição tem uma pegada melódica mas imprime uma sujeira em sua execução, o que ganha mais expressão no refrão. Ao vivo, a faixa ganha mais intensidade, o que prova que a banda também é muito boa de palco. Hard sem soar piegas, Heavy sem ser exagerada, a faixa tem um final um tanto quanto inesperado, beirando o Thrash/Death. Já "Finally Free" é um Hard/Heavy clássico, com destaque para as guitarras, que buscam inspiração nos anos 80, mas sem sorem datadas. Francis e Rafa mostram entrosamento e pegada, criando bases pesadas e instigantes. Um composição que pode vir a ser destaque nos setlists do grupo.

Com uma carreira curta porém consistente, a GOATEN tem tudo para ser uma banda de renome no cenário nacional. Com a agenda de shows em ebulição, a banda já tem participação confirmada em vários festivais e aberturas em 2023. PHANTOM CHASER é apenas mais uma mostra da qualidade e versatilidade da banda. Single muito mais que recomendado. E amigos, obrigado por facilitarem meu trabalho...

Sergiomar Menezes