RETURN OF THE REAPER
Shinigami Records/ Napalm Records - Nacional
Texto e fotos: José Henrique Godoy
Passavam alguns minutos das 21h30, quando as luzes do Bar Opinião se apagam e se incia “Also prach Zarathustra", mais conhecida como a música tema do filme “2001 – Uma Odisséia No Espaço”, abrindo espaço para que o Buzzcocks iniciasse a diversão! Steve Diggle, único membro original adentra um palco com um pandeiro (sim , um pandeiro) entoando o clássico cântico dos estádios de futebol, “olê, olê, olê!”, sendo prontamente respondido pelo público que a esta altura era apenas razoável no Opinião. Uma pena, mas pena para quem não foi.
Basicamente o público presente era fã “Die Hard” do Buzzcocks, cantando e agitando em todas as músicas, o que compensou com qualidade a falta de quantidade. Alheio a isso, Steve Diggle, um senhor beirando os 70 anos parecia um adolescente no palco, e disparou um clássico atrás do outro, desde o início com “Promises”, “Harmony In My Head” e “I Don´t Mind”. Sorridente e carismático, Diggle, que assumiu os vocais no ano de 2018, após o falecimento de Peter Shelley, agita muito o tempo tempo, sempre que possível cumprimentando os fãs das primeiras filas.
Num set de 1h40 minutos e trinta músicas tocadas com muita energia, impossível colocar em destaque algum momento específico. Se é bem familiarizado com a discografia do Buzzcocks, pense em um clássico... Sim, eles tocaram! “Everybody's Happy Nowadays”, “Fast Cars”, “Autonomy”, “Destination Zero”, “What Do I Get”... todas executadas com maestria por Diggle e seus colegas, Chris Remington (baixo), Danny Farrant (bateria) e Mani Perazzoli (guitarra). Mas para não dizer que não destaquei nenhuma faixa, “Why Can´t I Toucht It” e sua incrível e marcante linha de baixo. Foi o que ainda “faltava” para selar a já forte união entre banda e plateia, com todos cantando o refrão junto a Steve Diggle.
A banda deixa o palco e após um curto intervalo o show é retomado, com Steve com um violão em mãos para executar “Love is Lies”, do clássico álbum "Love Bites" (1978). Após mais uns 20 minutos de pura adrenalina, com “Chasing Rainbows”, “Oh Shit!”, “ Running Free”e “Sitting Around At Home ” o final de festa se dá com o maior clássico da banda, “Ever Fallen in Love (With Someone You Shouldn’t Have)”. O refrão tão contagiante foi estendido dando direito ao presentes cantarem o refrão “à capella”. E fim de espetáculo.
O Buzzcocks fez a noite de terça ser muito divertida e gratificante para os fãs presentes ao Opinião. Além disso , Steve Diggle demonstrou que, parafraseando o The Exploited, o Punk “Não está Morto” e além disso, o mais importante: O Punk Rock não envelhece! Agradecimentos especiais para a Opinião Produtora pelo credenciamento e a todo o staff do Bar Opinião pela costumeira cordialidade.