O Nordeste brasileiro sempre apresentou inúmeros bons nomes na cena do metal nacional. Ficar citando alguns por aqui seria injusto, pois sempre acabamos esquecendo um ou outro e também, porque a cena acaba se renovando e mostrando novos grupos. Um deles, não tão novo, mas que pode e deve ser citado nesta lista, é o trio cearense ENCÉFALO. Praticando um Thrash Metal bastante influenciado pela cena alemã, mas com toques que por vezes nos remetem ao Death Metal, o grupo lançou em 2015 o álbum DIE TO KILL, sucessor de Slave of Pain (2012).
Na época da gravação do trabalho, o grupo era formado por Alex Maramaldo (vocal e guitarra, que deixou o grupo), Lailton Souza (guitarra), Luiz Henrique Muniz (baixo) e Rodrigo Falconieri (bateria). Após a saída de Alex, Luiz Henrique assumiu os vocais do grupo.
A produção ficou sob a responsabilidade da própria banda e teve a co-produção de Alex Maramaldo. E ficou boa, pois pode-se ouvir claramente todos os instrumentos e manteve a brutalidade do som do grupo intacta. A arte da capa foi feita por Tiago Oliveira. E como dito antes, a sonoridade se não traz inovações (e quem disso que isso é sempre necessário?), mostra uma agressividade e peso que se alinham com a versatilidade do grupo, pois a variação dos vocais, que por vezes se mostram mais fortes, urrados, e em outras se mostram mais rasgados, as guitarras muito bem timbradas que despejam ótimos riffs e solos (alguns com uma pegada bem death metal) e a dupla baixo/bateria, que sentam a mão mostrando grande entrosamento e coesão entre peso e técnica, fazem deste trabalho, algo que todo headbanger deve ouvir.Após a introdução Alive or Dead?, Age of Darkness chegam enfiando o pé na porta! Riffs afiados, vocais variados, muita velocidade (a bateria de Rodrigo se destaca) e peso e brutalidade. Faixa perfeita para a abertura do cd. Com algumas variações no andamento, o grupo mostra personalidade. Endless Suffering mantém a velocidade em alta com mais riffs agressivos e diretos, mas em seguida possui uma mudança de andamento e fica mais cadenciada. Essa alternância acaba dando um toque diferente á composição. Em seguida, Psywar é outra faixa que possui andamento mais cadenciado e traz as guitarras de Alex e Lailton a frente com bases bem sólidas e estruturadas e solos cortantes, enquanto a dupla Luiz Henrique/Rodrigo dão aula de brutalidade e peso na cozinha. Os vocais de Alex mostram boa variação. A pesada Assassin traz dose extra de peso e mais uma vez, a bateria de Rodrigo ganha destaque.
Battle of Blood é instrumental e mostra o bom entrosamento da banda, além de destacar o baixo de Luiz Henrique. E aqui cabe uma nota: todos os músicos possuem excelente técnica e isso se percebe em faixas instrumentais como essa. Não que os vocais "atrapalhem", mas é nesses momentos que prestamos uma atenção maior á estes detalhes. Suicide Dreams tem guitarras em sua introdução que me remeteram ao Sentenced, mas que logo se transformam na porradaria thrash old school do grupo cearense. Apocalypse já inicia na velocidade da luz, com um solo rápido e cortante. Em The Bounty Hunter a brutalidade e agressividade seguem em alta, com os vocais mais raivosos do trabalho. O encerramento vem com Night of the Dead, mais direta e com riffs bem thrash.
O grupo mostra em DIE TO KILL uma boa variação entre andamentos, alternando momentos mais rápidos com passagens mais cadenciadas, onde as guitarras ditam o ritmo e possuem uma base pesada vinda da dupla baixo e bateria. Aliás, preciso retificar o disse no começo da resenha, quando escrevi que o ENCÉFALO era mais um bom nome vindo da cena nordestina. o grupo é mais um bom nome d acena NACIONAL!
Sergiomar Menezes
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