Formada em 1991, a banda canadense KATAKLYSM chega ao seu décimo segundo trabalho de estúdio. Lançado em 2015 mas chegando por aqui agora, em mais uma parceria da Shinigami Records e Nuclear Blast Brasil, OF GHOSTS AND GODS traz uma banda que segue sua linha tradicional, não arriscando mas, ao mesmo tempo, apostando em alguns momentos em passagens mais melódicas, sem que isso deixe o seu death metal perder toda a brutalidade que sempre permeou sua carreira.
Maurizio Iacono (vocal), J-F Dagenais (guitarras), Stephanie Barbe (baixo) e Oli Beaudoin (bateria) completam em 2016, 25 anos de carreira. Em 1995, o lançamento de "Sorcerer" (seu primeiro trabalho já pela Nuclear Blast), apresentou ao mundo uma banda que apostava num metal extremo e técnico. OF GHOSTS AND GODS foi produzido pela própria banda e contou a mixagem e masterização do mestre Andy Sneap, o que manteve o alto nível de qualidade técnica sempre presente nos trabalhos do grupo. No que tange ás composições, o álbum não se diferencia muito dos últimos trabalhos do grupo. Mesmo seguindo um padrão mais próximo do death metal, o KATAKLYSM se diferencia dos demais grupos pois traz muito de thrash metal em seus riffs, cortesia do excelente guitarrista J-F Dagenais. Além disso, o vocal de Maurizio Iacono também foge daquele mais convencional, explorando linhas mais agressivas e rasgadas, que fogem do lugar comum. Essa versão nacional, traz dez faixas e regulares e como bônus, 4 faixas ao vivo, gravadas na Cidade do Cabo, na África do Sul em 2014.
O álbum abre com a poderosa Breaching the Asylum. Riffs intensos dão início á faixa, que ganha velocidade mostrando que o potencial do grupo continua intacto. Agressiva, a composição prima pela técnica apurada dos músicos, com linhas variadas em sua execução, o que indica que a acomodação não é uma das características da banda. The Black Sheep é outra faixa que carrega peso e intensidade em seus arranjos. O baterista Oli Beaudoin se destaca, pois seu trabalho aqui é bem variado, mostrando o excelente nível do músico. Os riffs seguem ditando o ritmo, alternando momentos mais brutais com outros mais introspectivos. Um massacre sonoro é o que temos em Marching Through Graveyards. Buscando inovar em alguns momentos, algumas passagens soam mais "modernas", mas os blast beats colocam tudo em seu devido lugar. E o baixista Stephanie Barbe prova sua qualidade ao criar linhas que se encaixam com maestria ao trabalho do baterista Oli. Thy Serpents Tongue é outra arrasa quarteirão. Pesada e brutal, a faixa tem no vocal de Maurizio Iacono uma agressividade que salta dos alto-falantes. E as passagens mais cadenciadas criam um clima bastante denso e sombrio. Vindication é uma faixa mais "tradicional", tendo aquele death metal mais clássico como seu guia.
Soul Destroyer entra com os dois pés na porta. A bateria forte e pulsante garante a brutalidade da composição, enquanto o refrão acaba se diferenciando por ser de fácil assimilação. A guitarra aqui, deixa o thrash metal (que acaba sendo forte influência do grupo) bem evidente. Carrying Crosses tem uma levada mais cadenciada, com mais uma grande performance do baterista Oli. As mudanças de andamento, trazem riffs tipicamente death e deixam a faixa muito interessante. E tome guitarras nervosas em Shattered! J-F Dagenais tem uma criatividade ímpar para criar riffs e bases sólidas dentro de um estilo que, pros mais radicais, não pode fugir daquilo que vem pré-estabelecido. Momentos mais melódicos se fazem presentes sem que com isso a banda perca sua identidade. Já em Hate Spirit temos o KATAKLYSM puramente death metal, sendo essa, uma das melhores faixas do trabalho. Mesmo explorando as nuances do estilo, a faixa tem linhas mais trabalhadas, o que a fazem se destacar, principalmente pelo peso da dupla Stephanie/Oli. E o vocal de Maurizio, mais rasgado, ganha contornos insanos aqui. The World is a Dying Insect (que título genial!) encerra o trabalho regular com riffs intrincados. cadenciada, a faixa mostra que o grupo tem uma fonte de inspiração inesgotável.
As quatro faixas bônus presentes aqui, foram gravadas ao vivo na África do Sul. Fire, Push the Venom, Elevate e Blood in Heaven mostram todo o poderio do grupo em cima do palco, com destaque para a agressiva e insana Push the Venom.
Em OF GHOSTS AND GODS, o KATAKLYSM mostra que segue sendo uma das potenciais mundiais no que chamamos de metal extremo. Brutalidade, riffs mortais e agressividade aliada á técnica fazem deste um dos grandes trabalhos da carreira do grupo canadense!
Sergiomar Menezes
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