Confesso que há muito não tenho acompanhado a carreira do EDENBRIDGE. Pra ser mais exato, desde The Great Design (2006) que a banda da talentosa vocalista Sabine Edelsbacher e do multi instrumentista e dono de inegável técnica Lanvall, não tem me chamado a atenção. Até por que, o álbum citado era ótimo e o que veio na sequência, My Earth Dream, deixou a desejar. Mas agora, eis que através da Shinigami Records/ SPV Steamhammer, THE GREAT MOMENTUM chega até mim e, para minha surpresa, as composições voltaram a apresentar aquela classe e brilho que só músicos com gabarito como Lanvall, tem a qualidade e capacidade de oferecer ao ouvinte. Se o metal sinfônico, de certa forma, não oferece nada de novo, uma das mais respeitadas bandas surgidas dentro do estilo vem para colocar as coisas em seus devidos no lugares.
Formada pelos já citados Lanvall (guitarra, baixo, piano e teclados), Sabine (vocal) além de Dominik Sebastian (guitarra) e Johannes Jungreithmeir (bateria), a banda apresenta neste mais recente trabalho, 09 faixas bem estruturadas, onde a qualidade dos arranjos se mostra em destaque. A produção, bem como todas as orquestrações e melodias presentes aqui, ficaram, como de praxe, sob a responsabilidade de Lanvall. E o músico caprichou, pois tudo aqui nos remete aos bons momentos vividos pelo grupo anteriormente. Arranjos técnicos e muito bem executados, passagens orquestradas cheias de melodia e muito bem variadas, onde a versatilidade da banda é posta à prova (como na maioria das vezes) e passa sempre om louvor, além de corais encaixados à perfeição, fazem deste novo álbum, o melhor do grupo desde o já citado The Great Design.
A faixa de abertura, Shiantara, já mostra que os músicos capricharam. Pesada, sinfônica e com uma interpretação cheia de técnica de Sabine, deixam claro que estamos diante de um grande trabalho. destaque para os ótimos riffs presentes, o que deixa tudo mais intenso. The Die Is Not Cast, que segue essa mesma linha, mas um pouco mais pesada, principalmente, ao analisarmos as guitarras, que estão à frente. Os corais também merecem menção, uma vez que ficaram bem encaixados dentro da composição. Outras faixas que merecem destaque são The Moment Is Now (com mais um grande trabalho de guitarras, mas que também apresenta melodias mais "amenas"), o peso presente em Visitor (sem dúvidas, a mais pesada de todo o álbum), Return To Grace (que traz em sua estrutura uma certa melodia oriental, mas sem abrir mão do peso), Only A Whiff Of Live (suave e singela) e A Turnaround In Art, que mostra novamente a disposição do grupo em não abrir mão do peso em suas composições, mesmo que as orquestrações façam um contraponto à essa linha em alguns momentos. O álbum se encerra com a grandiosa The Greatest Gift of All, com seus mais de 12 minutos, repleta de variações e arranjos muito bem elaborados.
Se eu havia parado de acompanhar o EDENBRIDGE, THE GREAT MOMENTUM me fez voltar a ter atenção ao trabalho da banda. Ótimas composições, arranjos belíssimos, guitarras pesadas e bem timbradas, além dos já consagrados vocais de Sabine, fazem deste trabalho o melhor do rupo nos últimos dez anos. E isso não é pouca coisa!
Sergiomar Menezes
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