E eis que, após, 12 anos, a FIRE STRIKE lança seu primeiro full lenght. Se, quando do lançamento do EP "Lion and Tiger", lançado em 2013, já podíamos perceber a qualidade do grupo, aqui, em SLAVES OF FATE, que chega ao mercado pela Shinigami Records, temos uma boa evolução. A NWOBHM continua sendo o norte da banda, mas a personalidade que o quinteto imprime às suas composições se mostra de forma mais consistente. Guitarras pesadas e melódicas, riffs com uma pegada oitentista, mas sem soarem datados, baixo/bateria "marcados" e uma vocalista que sabe usar sua voz em favor da música. temos aqui, mais uma grande banda do cenário nacional!
Aline Nunes (vocal), Helyad Amaro (guitarra), Henrique Schuindt (guitarra), Edivan Diamond (baixo) e Alan Caçador (bateria) apresentam 09 faixas recheadas de boas melodias, mas que em nenhum momento abrem mão do peso característico do heavy metal. Afinal, estamos falando de um estilo que alia peso e melodia em sua estrutura, e o grupo mostra que sabe muito bem o que está fazendo. Buscando referências, podemos citar nomes como Iron Maiden, Saxon, Accept, King Diamond, Judas Priest, entre outros. Mas como citado anteriormente, a banda injeta suas características, criando composições que nos remetem à momentos clássicos do estilo. A produção ficou sob a responsabilidade de Andria Busic, que deixou tudo no lugar, pesado e ao mesmo tempo, cristalino, deixando que o grupo expressasse sua identidade, sem comprometer.
Reach For Your Life abre o álbum e já coloca tudo em seu devido lugar! As guitarras da dupla Helyad e Henrique fazem uma bela parceria, com as grandes bandas do estilo. Cumplicidade e coesão, criando melodias bem encaixadas, o que deixa Aline muito à vontade para cantar de forma forte e cheia de garra. Se o que você procura é heavy metal, direto, sem nenhum tipo de concessão ou invencionice, a FIRE STRIKE é a banda! Na sequência, Master of The Seas traz os anos 80 de volta, com uma pegada bem típica. Aqui, Aline em alguns momentos, procura notas mais altas, mostrando grande capacidade vocal. Slave of Your Fate traz a vocalista em momentos mais "suaves" e limpos, o que mais uma vez, comprova sua versatilidade. A faixa, apresenta algo de hard rock em sua estrutura, o que acaba criando uma ótima atmosfera. Em Electric Sun, aquele bom e velho metal tradicional dita as regras, principalmente na linha adotada pela cozinha da banda.
The Wolves Don't Cry traz riffs certeiros, cavalgados, como manda a cartilha. Além disso, os solos são eficientes, pois estão encaixados no contexto da composição, e não jogados à esmo, como algumas bandas costumam fazer, apenas para mostrar atécnica de seus integrantes. o que é um terrível engano, uma vez que na música, o feeling deve SEMPRE falar mais alto. Depois de um início mais introspectivo, Losing Control traz o metal tradicional de volta à pauta. Assim como Streets of Fire, uma das melhores faixas do álbum! Melodia, riffs, pegada... Tudo aqui soa perfeito, com a adrenalina à mil! faixa ótima para aquela air guitar! Lust é outro ótimo momento. O álbum se encerra com a sintomática Our Shout Is Heavy Metal, "We're making... singing... playing... living... HEAVY METAL!" Um encerramento cheio de sentimento pelo estilo!
A FIRE STRIKE, depois de bastante tempo, chega ao seu primeiro trabalho completo, esbanjando classe e categoria em favor do metal tradicional. Se a inspiração vem dos anos 80, a sonoridade do grupo ganha características próprias ao mesclar uma pegada mais atual em suas composições. SLAVES OF FATE é indicado á todo fã do estilo. principalmente para aquele que cai naquela velha ladainha de que o metal nacional anda mal das pernas...
Sergiomar Menezes
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