quinta-feira, 16 de abril de 2020

DESPISED ICON - PURGATORY (2019)



Poucas bandas podem ostentar a classificação de pioneiras em seus estilos. E convenhamos que atingir tal status não é tarefa das mais fáceis, ainda mais se levarmos em consideração a quantidade imensurável de grupos que surgem dentro de cada cenário tentando angariar para si tal título. Mas as guitarras nervosas e agressivas, a bateria que massacra sem piedade os ouvidos e um vocal muito mais próximo do gutural, aproximando muito mais o grupo do death metal, fazem dos canadenses do DESPISED ICON um dos pioneiros do DeathCore. E seu mais recente lançamento, PURGATORY, que chega por aqui por meio da parceria Shinigami Records/Nuclear Blast, só vem a corroborar tal assertiva.

Formada em 2002, a banda é composta por Alex Erian (vocal), Steve Marois (vocal), Eric Jarrin (guitarra), Bem Landreville (guitarra), Sebastian Piche (baixo), Alex Pelletier (bateria) e Yannick St-Armand (samplers) e apresenta neste novo trabalho 12 faixas movidas a guitarras agressivas e pesadas. Mas, apesar de muito interessante, em um primeiro momento, o álbum é indicado aos fãs do estilo, já acostumados à sonoridade e  visual bem peculiares do próprio. No entanto, a banda não se prende a nenhum tipo de limite "imposto", pois percebemos passagens muito bem trabalhadas pela dupla de guitarristas, bem como pelo ótimo desenvolvimento da cozinha, que não economiza em bases bastante agressivas e brutais.

A faixa instrumental Denier Soufle abre o trabalho e destoa totalmente do que iremos ouvir em seguida, pois nada tem a ver com o peso e brutalidade que vem na sequência com a faixa título. Impressiona o trabalho do baterista Alex, uma vez que o velocidade e técnica que o músico imprime em seu kit beiram a insanidade, chegando até mesmo a ser perturbador! Da mesma forma, as guitarras deixam sua marca com muita rispidez e sujeira. Outro bom momento é Light Speed, um verdadeiro coice na boca do estômago! Um dos grandes destaques do disco é a variação entre os vocalistas, mas sem aquela velha linha de gutural e limpo, com os dois vocalistas caindo muito mais para a linha agressiva, mas de uma forma que se torna totalmente perceptível diferenciá-los durante a  execução das faixas.

Merecem destaque ainda as faixas Snakes in the Grass, Moving On, que graças aos samplers de Yannick St-Armand, traz uma bela orquestração em seu início, a quase Thrash Metal Apex Predator, que carrega consigo a prova do ótimo entrosamento e coesão obtidos pelos músicos, garantindo assim, um grande desenvolvimento do trabalho como um todo.

PURGATORY mostra uma banda de muita qualidade. Como dito anteriormente, o trabalho pode não ser assimilado em um primeiro momento, mas a cada nova audição, ganhará  admiração e respeito por parte dos bangers fãs de outros estilos. desde que esses estejam acostumados com agressividade e violência, quais sejam, as principais características do DESPISED ICON!

Sergiomar Menezes



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