Praticando um Heavy Metal tradicional mas com um apegada mais pesada e voltada aos anos 80, o grupo catarinense HERYN DAE chega ao seu trabalho de estréia. Auto intitulado, o álbum mostra um grupo que bebe na fonte de estilos que navegam também pelo hard rock e também pelo thrash metal. Com apenas três anos de existência, o quarteto gravou em 2015 este trabalho e em 2016 lançou no mercado o cd que contém oito composições fortes inspiradas fortemente no que bandas como Iron Maiden Judas Priest e Saxon fizeram (e ainda fazem!) com maestria.
O nome do grupo formado por Victor Moura (vocal), Juliano Bianchi (guitarra), Cristiano Pereira (baixo) e Ricardo Bach (bateria), significa Dama das Sombras em uma linguagem Élfica Tolkniana. Logo, fica clara a intenção da capa do trabalho. O álbum foi gravado e produzido por Kelwin Grochowicz no 2K Studio em Santa Catarina. E aqui temos um dos "problemas" do cd. Mesmo que a intenção seja resgatar aquela sonoridade mais típica e old school, o trabalho no final soa um pouco "datado", com timbragens não muito "claras" aos ouvidos. Falta um pouco de peso, o que deixaria as composições mais fortes dentro da própria proposta do grupo. Algumas músicas também poderiam ter um acabamento melhor pois em certos momentos, parece que a faixa pede algo mais que acaba por não surgir. Então o trabalho é ruim? Não, de forma alguma.
A banda possui excelentes idéias e isso fica claro em faixas como Final Fantasy, que possui riffs bem característicos e uma levada bem interessante. A composição se mostra variada em sua execução o que deixa bem nítida a versatilidade do grupo na hora de compôr. A faixa título é outro bom exemplo. Mais cadenciada e guiada pela guitarra de Juliano Bianchi, a faixa tem o peso necessário para fazer sucesso nos shows do grupo. Death é mais acelerada e traz o vocalista Victor Moura usando vocais mais rasgados, trazendo um pouco da tradição alemã de bandas como Rage e Grave Digger á sonoridade do quarteto. E a NWOBHM aparece mais diretamente em Lucy, outra boa faixa que peca apenas pela produção. Já Kings of Anarchy traz um belo trabalho da dupla Cristiano e Ricardo (baixo e bateria, respectivamente) além de bons riffs.
O grupo mostra no seu trabalho de estréia que tem potencial e apresenta composições com boas idéias. HERYN DAE pode servir, muito mais do que um cartão de visitas, como um aprendizado para a banda que, com certeza, vai crescer e mostrar toda a sua capacidade e garra dentro do cenário do metal brasileiro.
Sergiomar Menezes
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