Formada nos anos 90 com a intenção de fazer um death metal ríspido e brutal, mas ao mesmo tempo técnico, a banda gaúcha RIGOR MORTIS BR lançou em 2016 seu trabalho de estréia. THE ONE WHO... traz todas as principais características do estilo, primando por guitarras sujas e violentas, enquanto a base rítmica é agressiva e veloz. Nas dez faixas presentes aqui, o grupo mostra que a experiência e tempo de estrada fazem a diferença na hora de gravar. Se você é fã de um estilo mais direto e extremo, a banda irá lhe agradar em cheio.
Leafar Sagrav (vocal), Rigor Mortis (guitarra), Christian Peixoto (baixo) e Rubens Potrich (bateria - que deixou a banda após as gravações, sendo substituído por Ricardo Chiarello "Chakal"), apresentam muita brutalidade neste primeiro trabalho. Com uma sonoridade bastante pesada e suja, mas que não prejudica em nada a audição, uma vez que os instrumentos podem ser ouvidos com distinção perfeitamente, a produção ficou por conta do guitarrista Rigor Mortis, que também assinou a mixagem e masterização. E logicamente, ele melhor do que ninguém sabe como a banda deve soar, não é mesmo.
Uma breve Intro nos prepara à faixa de abertura. Dialeto de Morto traz guitarras pesadas e muita agressividade em riffs insanos. O vocal de Leafar também transmite toda essa brutalidade. Já o trabalho da dupla baixo/bateria soa bem coeso, aliando a velocidade de forma brutal á uma pegada mais trabalhada. Psychotropic Illness apresenta uma pegada totalmente death metal, mas que não busca ser "old school". Não que o grupo não apresente essas influências ou características, mas busca uma pegada atual. Human Flesh Juice resgata um pouco daquilo que se fazia nos anos 90, mas com a cara própria da banda. Ou seja, o grupo consegue incorporar suas influências de uma forma particular, criando uma identidade própria. Não tão veloz, a faixa mostra um trabalho elaborado em sua composição. Medieval Impalement segue essa mesma linha e tem guitarras viscerais, uma das características do grupo, além do vocal que mais uma vez, agrega á faixa uma agressividade típica do estilo.
O baixo "martelado" guia Find Bodys Parts Toy, onde a guitarra surge como uma serra elétrica para rachar os tímpanos mais sensíveis, enquanto que blast beats surgem de forma correta, criando a atmosfera "metal da morte" tão urgente á sonoridade da banda. Febrônio Índio do Brazil (O Filho da Luz), cantada em português tem uma letra que relata as barbaridades cometidas por um serial killer brasileiro no início do século XX. Uma das melhores músicas do play sem sombra de dúvidas. Seja pela letra, seja pela música em si que ficou brutal e s e encaixo perfeitamente no contexto. Após um breve Interlúdio, temos Raw Meat Sugar, uma típica faixa death metal, com destaque para os riffs pesados criados pelo guitarrista Rigor Mortis. O encerramento se dá com a faixa The One Who..., outra faixa bem característica, com uma certa variação em seu andamento.
O álbum de estréia do RIGOR MORTIS BR é indicado aos apreciadores de um death metal cru, brutal e agressivo mas que de certa forma, não abre mão da técnica em composições bem elaboradas. THE ONE WHO... veio para mostrar que a passagem do tempo fez bem ao grupo.
Sergiomar Menezes
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