terça-feira, 10 de janeiro de 2017

PATRICK PEDROSO - LABYRINTH (2015)



                    Confesso que não sou muito fã de música instrumental. E também não sei explicar muito precisamente o porquê. Afinal, a música, que é o que realmente importa, está ali. Mas parece que sem a presença de um vocalista tudo fica meio vazio. E quando é um álbum de guitarrista, a coisa se torna ainda mais complicada. Na maioria das vezes, alguns colocam sua técnica e habilidade muito á frente de tudo deixando a música chata, monótona, fazendo uso de milhares de notas, abusando da velocidade e esquecendo que o mais importante, o feeling, é o que dá "liga" á tudo. Mas felizmente, existem exceções. E uma delas é o álbum LABYRINTH, lançado em 2015 pelo guitarrista catarinense PATRICK PEDROSO. Dono de técnica apurada, o músico mostra versatilidade e bom gosto neste trabalho.

                  A banda que acompanha Patrick é composta pelo baixista Marcos Janowitz e pelo baterista Jarlisson Jaty. E o que percebemos é que, apesar de se tratar de um álbum do guitarrista, os três integrantes ganham destaque de forma homogênea no trabalho. Trata-se de um cd de uma banda, que se mostra entrosada e ensaiada. Outra coisa que se mostra ao longo da execução do play é que Patrick tem entre suas influências o mestre Joe Satriani (outro que sabe dar a MÚSICA o seu devido valor), com melodias muito bem elaboradas. A produção ficou por conta do próprio Patrick em parceria com o baixista Marcos Janowitz. Já a mixagem e masterização foi feita por Karim Serri no Silent Music, em Curitiba (PR). A arte gráfica foi mais belo trabalho de João Duarte.

                     O álbum tem grandes composições, mostrando toda a técnica e virtuosismo de Patrick, mas nunca relegando o restante da banda a segundo plano. Isso é perceptível ao longo do trabalho, quando as bases criados pelo baixista Marcos se mostram bem trabalhadas e a levada do baterista Jarlisson, mostra que além de técnica, o músico tem um apegada com forte influência do hard/heavy. É difícil rotular o estilo adotado aqui, mas podemos defini-lo como um classic hard/heavy, mas com uma sonoridade bem moderna atual. Outra coisa bem interessante é que o cd tem pouco mais de 35 minutos de duração, distribuídos em 11 faixas. Em nenhum momento se torna cansativo. E não teria como ser, afinal músicas como a pesada Rage Of The Storm, onde Patrick esbanja categoria não apenas em solos caprichados mas também em riffs carregados de peso, a também pesada e bem intensa Only Ashes, a"hard rock" Revolution, com solos melódicos e variados, a versátil Some Creations, que consegue dosar o peso e melodia de forma eficiente, se tornando um dos destaques do trabalho, a quebradeira de The New World Was Born, onde a dupla baixo/bateria se destaca e a "clássica" Sounds of Mind (escute e você entenderá o que quero dizer), mostram um músico que tem classe e bom gosto em suas composições.

                    PATRICK PEDROSO mostra em seu álbum de estréia que a música pode e deve sempre estar á frente da técnica e virtuosismo. Não que elas não possam andar juntas, aliás, é isso o que acontece de forma correta no CD. LABYRINTH tem excelentes composições que fazem o trabalho um álbum indicado não apenas aos que gostam de músicas instrumentais ou cds de guitarristas. Ele é indicado a todo apreciador de boa música, seja ela do estilo que for.





                Sergiomar Menezes

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