Em 2016, o grupo paulista PANZER completou 25 anos de estrada. E colocou no mercado um grande álbum de thrash metal! RESISTANCE traz composições fortes pesadas com guitarras agressivas e toda a fúria de uma banda que tem experiência e sabe usar isso de forma correta e eficiente. O trabalho, o quarto de estúdio da carreira da banda, traz passagens mais rápidas e brutais mas também possui outros momentos mais cadenciados com um certo "groove" (se é que podemos colocar dessa forma). Vale ressaltar que o álbum foi lançado pela Shinigami Records.
Sergio Ogrês (vocal - que faz sua estréia na banada), André Pars (guitarra), Fabiano Menon (baixo) e Edson Graseffi (bateria) apresentam aqui, 12 composições que mostram um grupo que tem direção e possui aquele "sangue no olho" pra fazer heavy metal. O trabalho soa bastante homogêneo, mas cabe destacar o excelente som da guitarra, que tem uma pegada mais agressiva. Vale lembrar que o baixo do álbum foi gravado pelo guitarrista André Pars, que também assinou a produção ao lado de Henrique Baboom, sendo que este último, foi o responsável pela mixagem do trabalho. A capa é obra do batera Edson Graseffi. Tudo em casa e com um excelente resultado no final.
96 é uma pequena introdução dedilhada que antecede The Price, que sem dúvidas, é a melhor faixa do álbum. Rápida, intensa, com uma levada de bateria que nos remete ao hardcore (mas sem exageros), a composição alterna momentos mais arrastados em alguns momentos, com vocais limpos, provando a versatilidade do grupo na hora de compôr. Impunity tem aqueles riffs mais típicos de thrash. Mais arrastada, a faixa carrega no peso e tem um refrão com uma cara mais atual, que traz um pouco de metalcore em sua estrutura. No Fear é puro thrash metal. Pendendo ora pro lado Bay Area, ora para o lado mais cru do thrash alemão, a faixa sintetiza bem o estilo que o grupo adota em sua linha de composição. A bateria de To Scream In Vain é o destaque, alternando passagens mais trabalhadas com outras mais diretas e pesada. O vocal aqui também ganha mais intensidade, passando um sentimento mais raivoso na hora de cantar. Alone é outra grande faixa, pois tem uma variação de andamentos e novamente, os vocais alternados entre o mais rasgado e o limpo se destacam.
Attitude traz a guitarra caprichando em riffs pesados. A letra traz uma citação ao eterno Motorhead e tem uma levada mais moderna. Podemos dizer que encontramos aqui desde o Hardcore NY, até mesmo lembranças do Metalcore. Mas tudo isso, com a cara do thrash metal que o grupo pratica. O nome disso é personalidade. Algo que o grupo tem de sobra. Do It! é o que podemos chamar de "thrashcore", tamanha a capacidade do grupo em misturar esses dois estilos aqui. O solo bem influenciado pelo HC, demonstra isso de forma mais direta. Aquela faixa cadenciada pra bater cabeça e tirar a "air guitar" do armário chama-se The Old And The Drugs For Soul. Com um refrão forte, a música tem aquela andamento mais "ameno" e nos mostra uma outra faceta do grupo. Já The Resistance é uma porrada seca e direta, sem concessões. Violenta e brutal, a faixa traz, dessa vez, citação ao Black Sabbath em sua letra. You May Not Have Tomorrow é uma balada curta mas muito bonita. Já Actitud é uma versão em espanhol para Attitude e ganhou (talvez por ser cantada dessa forma), uma dose de peso extra e vem a encerrar o álbum.
RESISTANCE é um trabalho que faz jus à carreira da banda. Um álbum que possui intensidade, garra e muita fúria. Se lá fora, alguém ainda tem dúvidas de quem é o real PANZER, podem esquecer. Só existe um PANZER. E ele é do BRASIL!
Sergiomar Menezes
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