A banda TORTURIZER foi formada em São Luís, Maranhão em 2011 com o intuito de fazer um thrash metal visceral e agressivo. Tendo como influência nomes como Sepultura, Torture Squad, Slayer, Sadus, Carcass, entre outros, o grupo lançou em 2016 seu primeiro registro, o EP FACELESS. E podemos dizer que o objetivo inicial foi atingido! Sem nenhum tipo de concessão, o trio coloca o popular "sangue nozóio" em cada faixa presente neste trabalho. Buscando inspiração no lado mais brutal do Thrash Metal, a banda traz sete faixas (contando com uma introdução), onde coloca toda sua fúria e garra de forma bastante consistente.
Formada por William Vieira (baixo/vocal), Luís Baldez (guitarra) e Wilton Vieira (bateria), a banda apresenta músicas fortes, com guitarras que fazem uma aproximação entre o Thrash e o Death Metal, mas com uma ênfase maior ao estilo que consagrou nomes como Sepultura e Slayer, Já a cozinha, carrega no peso, onde o baixo e a bateria mostram grande entrosamento e coesão. Aliás, alguns blast beats aparecem por aqui, o que corrobora esse lado mais agressivo do trio maranhense. Lançado de forma independente, o EP teve a produção, mixagem e masterização sob o comando do guitarrista Luís Baldez. E pode-se dizer que ficou boa, mas poderia ser um "pouquinho" mais polida. Claro que o som do grupo pede uma sonoridade mais suja e direta. Mas acredito essa "polidez" á que me refiro, não traria nenhum demérito ao trabalho. Acho até que ele poderia ficar mais pesado. Mas de forma alguma isso atrapalha audição, pois a música do grupo nos atinge de forma certeira.
A intro Bloodthirsty nos prepara para a primeira pedrada. Faceless, a faixa título, começa com um peso avassalador, abrindo caminho para as guitarras nervosas de Luís Baldez. Já a dupla William e Wilton (baixo e bateria, respectivamente, e que são irmãos), se encarrega de criar uma base sólida e pesada. Com passagens mais cadenciadas, a faixa mostra que o grupo não brinca em serviço. Human Collector segue essa linha, com mais um bom trabalho de baixo e bateria. Já Torture Machine começa de forma mais cadenciada e marcada, o que nos leva a crer que manterá essa batida, mas logo me seguida ganha velocidade. Carnivore já começa rápida e direta, com os vocais de William mostrando uma mistura entre a agressividade do thrash e a brutalidade do death metal. Death Emperor talvez seja a faixa que mais se aproxima do death, mas durante sua execução, ganha contornos mais trabalhados e passagens até mesmo introspectivas. O encerramento vem com a porrada Death Lights, onde as guitarras comandam o massacre sonoro.
Com o pouco tempo de estrada, o TORTURIZER mostra que tem um grande potencial. FACELESS apresenta uma banda que mesmo trazendo uma gama de influências significativas, mostra personalidade. Uma melhor produção em um próximo trabalho deixará isso ainda mais evidente. Indicado para os fãs de um thrash old school, brutal e agressivo!
Sergiomar Menezes