terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

THE DEAD DAISIES - MAKE SOME NOISE (2016)



                  Nem sempre uma banda que possui em sua formação grandes músicos consegue criar grandes trabalhos. Exemplos existem aos motes por aí. Mas como THE DEAD DAISIES a história é outra! Influenciada pelo que de melhor o hard rock produziu nos anos 70 e 80 (Aerosmith á frente), a banda chega agora ao seu terceiro álbum em 4 anos! E isso também nos remete às bandas das décadas citadas, afinal, naqueles tempos, era comum os grupos lançarem seus trabalho num espaço de um ano (quando não faziam em menos tempo). Dessa forma, o quinteto chega com MAKE SOME NOISE, que chega por aqui através da Shinigami Records. Se você gosta de um hard com uma pegada "bluesy", melodias certeiras e rock n' roll com aquela pitada 70's, se prepare para mais uma aula!

                     Composta por um verdadeiro time de estrelas, a banda conta com os vocais de John Corabi (Mötley Crüe/The Scream), com as guitarras de Doug Aldrich (Dio, Whitesnake, Revolution Saints) e David Lowy (Red Phoenix/Mink), com o baixista Marco Mendoza (Whitesnake/Thin Lizzy) e com o baterista Brian Tichy (Ozzy Osbourne/Billy Idol, Foreigner). É ou não um time de músicos excepcionais? Apesar de já terem passado pelo grupo mais de uma dezena de músicos nesse pouco tempo de estrada, o Dead Daisies não sentiu essas mudanças, e pode-se dizer que seus trabalhos mantém uma regularidade bem acima da média. Nas doze faixas que compõem o trabalho, a banda apresenta composições inspiradas, além de dois covers que receberam uma dose bem pessoal por parte do grupo. Produzido por Marti Frederiksen e mixado por Anthony Focx, o álbum apresenta uma excelente sonoridade, principalmente no que diz respeito aos timbres de guitarra, que ficaram naquele meio termo entre o "old school" e o moderno. 

                       Com um hard pegado, mas ao memso tempo mas direto e sem muitas invencionices, o grupo manda ver em músicas pesadas, intensas, mas sem exageros. Um dos grandes destaques, como não poderia deixar de ser é o vocalista John Corabi. Dono de uma voz potente, o músico mostra mais do que apenas técnica em vocais ora rasgados, ora mais trabalhados. Responsável pelos vocais de um dos melhores discos do Mötley Crüe ( o pesado e sensacional MÖTLEY CRÜE, de 1994), sua voz marcante se  destaca em faixas como I Long Way To Go, que abre o disco de forma bem direta, com riffs na escola anos 80. Já em We All Fall Down, cheia de linhas suingadas, e uma bateria extremamente precisa, bem como em Song and a Prayer, que possui um peso nos riffs que são correspondidos pela eficiência e técnica do baixista Marco Mendoza. Além disso, a faixa traz um refrão simples e de fácil assimilação. A acelerada Mainline injeta uma dose de adrenalina, ao passo que Make Some Noise foi feita para cantar junto nos shows da banda! Bateria marcada, "riffão" de guitarra e um vocal de puro feeling dão um clima de arena à composição.

                    Fortunate Son, cover do Creedence Clearwater Revival ganha uma interpretação bem pessoal do grupo (mesmo que não tenha sofrido grandes alterações em sua execução). A atmosfera 70's volta com tudo em uma das melhores faixas do trabalho. Last Time I Saw The Sun, tem tudo o que um hard de respeito precisa: riffs fortes, baixo e bateria pesados e marcados e um vocal inspirado. Em Mine All Mine temos um "groove" onde os solos ganham espaço, se destacando. Assim como a pegada cheia de suingue de How Does It Feel. Freedom é uma faixa mais rápida mas também com uma pegada na linha 70's/80's. All The Same é mais cadenciada, com boa melodia. O encerramento vem com o cover do The Who, Join Togheter, que assim como Fortunate Son, mesmo sem grandes alterações, ficou com a cara do grupo.

                    MAKE SOME NOISE vem para dar sequência ao que o grupo fez no excelente Revolución (2015). Não é tão bom quanto, mas tem uma qualidade muito acima da média. Fazendo hard á sua maneira, o grupo, que busca inspiração no passado mas aponta para o futuro, vem com força para renovar um cenário que por vezes se mostra carente. O THE DEAD DAISIES mostra que, quando o talento se alia á técnica e ao feeling, o resultado sempre será positivo. E o grupo faz isso com maestria!





            
                          Sergiomar Menezes


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