terça-feira, 21 de junho de 2022

RUNNING WILD - BLOOD ON BLOOD (2021)

 


RUNNING WILD - BLOOD ON BLOOD (2021)
Shinigami Records - Nacional

E a banda que possui uma das discografias mais consistentes do Heavy metal volta à carga com um novo álbum: o espetacular BLOOD ON BLOOD, lançado no ano passado e que saiu aqui pela Shinigami Records, numa parceria com a Sound City Records, SPV e SteamHammer. Se desde a "volta" a banda vinha ensaiando um retorno às suas origens (exceção ao fraco ShadowMaker de 2012), aqui ela finalmente mostrar sua verdadeira essência, num trabalho recheado de grandes riffs de guitarra, com aquelas melodias tão caras e peculiares ao grupo, acrescidos de um Rock n' Rolf cheio de vontade e determinação. Sim, o RUNNING WILD está definitivamente de volta e com um dos seus melhores trabalhos desde The Rivalry (1998).

O mestre Rock n' Rolf (vocal e guitarra) está muito bem assessorado por Peter Jordan (guitarra e backing vocal), Ole Hemplemann (baixo e backing vocal) e Michael Wolpers (bateria), grupo que está junto desde 2016, o que deu uma coesão e entrosamento nítidos logo nos primeiros acordes. O álbum foi gravado, produzido e mixado pelo próprio Rolf Kasparek, afinal, quem mais pode saber como o Running Wild deve soar do que o próprio Running Wild? A verdade é que o 17º álbum de estúdio dos alemães vem para sacramentar ainda mais a posição do então quarteto como um dos principais nomes do cenário, ainda que não tenha, como muitos dos seus conterrâneos, tanta popularidade e reconhecimento. A capa, belíssima como 98% das capas do grupo, é obra de Jens Reinhold, da Zen-Zart. Mas chega de papo e vamos ao que interessa: o disco!

A faixa título dá início à aula de Heavy metal que teremos pela frente ao longo das faixas presentes. "Blood on Blood" traz riffs "tipicamente" Running Wild, com um daqueles refrãos que fazem a gente cantar junto e tocar aquela air guitar sem olhar pros lados. De verdade, que baita música! E o curioso é que ela foi escrita durante a finalização do álbum anterior, o ótimo Rapid Foray de 2016. "Wings of Fire" vem na sequência e traz aquela atmosfera "hard n' heavy" que sempre permearam a carreira dos piratas, com uma linha de baixo e bateria bem características. Se o clima da faixa anterior já nos remetia aos anos 80, "Say Your Prayers" segue essa mesma linha, mas com uma dose maior de peso na guitarras. Mas, é necessário enfatizar: peso no que diz respeito ao Running Wild! Em seguida, um dos grandes destaques do álbum: "Diamonds and Pearls"! Sem muito o que escrever sobre, preste atenção nas guitarras da faixa e entenda o que quero dizer. Ainda mais no excelente solo, que mostra toda a classe e categoria do Rock n' Rolf. E o refrão... bom, escute aí me diga: não é um novo clássico? E tome mais metal clássico e direto em "Wild and Free". Se o álbum terminasse aqui, já estaríamos diante de um clássico...

Mas, para nossa sorte e felicidade, "Crossing the Blades", faixa título do EP lançado em 2019, vem para trazer o clima de pirataria em alto mar de volta, com aqueles vocais peculiares e tão próprios de Rock n' Rolf. "One Night, One Day" começa com um clima de canção, suave, quase uma balada, mas ganha intensidade e peso na medida, pra manter a qualidade lá em cima, sem deixar o clima cair. Essa é aquela faixa pra galera cantar junto e bêbada nos shows, com punhos cerrados (pra ficar mais próximo, é uma espécie de "United" do Judas Priest ou "In Union We Stand" do Overkill, mas na linha melódica e não na proposta lírica). "The Shellback" tem uma pegada mais próxima da somnoridade que a banda praticava nos anos 90, tanto que o próprio Rolf disse que ela poderia facilmente estar em Black HAnd Inn (1994). Já em "Wild, Wild Nights", temos aquele clima fantástico de "Diamonds on the Black Chest", do clássico Under Jolly Roger (1987). O encerramento vem com a épica "The Iron Times (1618-1648), onde a capacidade criativa de Rolf mostra que ainda pode surpreender.

BLOOD ON BLOOD é mais um marco na carreira do RUNNING WILD. Um álbum de uma banda que deveria ter um maior reconhecimento dentro do estilo e não ficar restrita apenas aqueles fãs que a acompanham há muito tempo. Voltar com a banda após a pausa nas atividades foi muito mais que um acerto. Foi a certeza de que o mundo precisa, e muito, do RUNNING WILD!

Sergiomar Menezes




RAINBOW IN THE DARK - A AUTOBIOGRAFIA - RONNIE JAMES DIO

 


RAINBOW IN THE DARK - A AUTOBIOGRAFIA
Ronnie James Dio com Mick Wall e Wendy Dio
Editora Estética Torta

O que dizer sobre RONNIE JAMES DIO que ainda não foi dito? Que ele foi o maior vocalista da história do Heavy Metal? Que influenciou e influencia milhares de músicos até os dias de hoje? Que deixou milhões de fãs órfãos de sua arte e talento com sua morte ocorrida de forma triste e precoce em 2010? Tudo isso e muito mais ainda é pouco para expressar a importância desse baixinho gigante que nos deu o privilégio de compartilhar sua obra conosco. Mas, sempre fica algo para trás, ou reformulando, ficava. Pois a Estética Torta, mais uma vez, nos brinda com um trabalho primoroso que revela a história dessa lenda contada por ele e que contou com o complemento de Mick Wall (um dos maiores biógrafos do rock) e de Wendy Dio (a dedicada esposa de Ronnie). RAINBOW IN THE DARK - A AUTOBIOGRAFIA, como já citado, é um trabalho muito bonito, pois vem com pôster, marca página, capa dura e pintura lateral, tudo para deixar ainda mais interessante o conteúdo que valeria cada centavo nele investido.

RAINBOW IN THE DARK não foi escrito "totalmente" por DIO, uma vez que a maldita doença que o acometeu acabou por impedir que o próprio finalizasse esse desejo antigo que ele possuía. Mas, dono de um espírito forte e vibrante, começou a fazer anotações e deixá-las com sua esposa, para quem sabem em um futuro, se ele mesmo não o fizesse, adaptá-las e publicá-las. Assim foi feito, com a ajuda de Mick Wall, um amigo de longa data do casal, desde os tempos do grandioso Heaven and Hell do Black Sabbath. Mas não vou aqui me apegar a esses detalhes que não interferem em nada no conteúdo da obra. O que realmente importa é a história do maior de todos, daquele que conseguia com um simples gesto, imortalizado por ele, representar tudo aquilo que o Heavy Metal representa e sempre representará!

O livro conta a trajetória de Ronnie até o ano de 1986, no momento em que ele era o headliner em uma apresentação no Madison Square Garden, onde curiosamente, o livro começa e termina. E este é um ponto bastante interessante da obra, pois mostra que a vida do nosso saudoso DIO foi uma eterna luta para alcançar seus objetivos. Se muitas vezes, nós mesmos acabamos por assistir um artista no palco e não nos damos conta de quão árdua foi a jornada até aquele momento, Ronnie nos mostra que, ao menos nos idos tempos, isso era bastante comum.

Muitas história e curiosidades, daquelas que muitos de nós nem fazemos ideia encontram-se aqui. Desde as aventuras do pequeno Ronald James Padavona e seu primeiro contato com a música, passando pelos amigos de infância, sua relações familiares e tudo mais que envolveu esse período muito importante para a formação musical e pessoal de Ronnie. O início na música com seus amigos, tocando em clubes e bailes, a sempre preocupante vida na estrada (que merece uma atenção especial por parte do leitor), o motivo que o levou ao microfone pela primeira vez (ah... as ironias do destino...) e até mesmo o motivo que o levou a adotar o nome artístico DIO, e o que isso acabou por implicar no seu início de carreira, bem como muitos e muitos anos depois, já consagrado e casado com Wendy.

O livro também nos conta sobre as relações interpessoais do vocalista e seus momentos de animosidade com muitos parceiros musicais, em especial Ritchie Blackmore. Ainda que amigos, a relação entre eles, que no início era boa, acabou se deteriorando, mesmo com o sucesso do Rainbow. Na mesma seara, temos a passagem que levou Ronnie ao posto de vocalista do Black Sabbtah, trazendo novamente, uma relação produtiva mas de certa forma tensa entre o vocalista e o mestre dos riffs Tony Iommi. 

Um dos pontos mais interessantes do livro é a história por trás do símbolo eternizado por DIO e que virou sinônimo de Heavy Metal por todo o planeta: O Sinal do Diabo, ou, Mano Cornuta como originalmente tal símbolo era conhecido. E sim, a história tem relação com a avó de Ronnie como muitos já sabiam, mas com uma nova e curiosa revelação.

Já a carreira solo de Ronnie ganha um destaque maior, afinal, é sobre a vida do vocalista que o livro nos conta. E podemos dizer que, se essa carreira solo foi vitoriosa, também trouxe muitos espinhos que nem sempre foram fáceis de serem retirados. Novamente, as relações interpessoais acabaram por trazer problemas internos ao grupo (sim, apesar de levar o nome do vocalista, ele próprio afirma que eles eram, sim, uma banda), muitos deles solucionados com a ajuda da eterna companheira de DIO, sua esposa Wendy. E aqui cabe uma constatação: muito daquilo que fez com que Ronnie se tornasse o que se tornou, teve a participação e apoio de Wendy. Parceira incansável, ela deu suporte em todos os momentos, mostrando que estava ao lado dele em todos os momentos.

RAINBOW IN THE DARK - A AUTOBIOGRAFIA é um item mais do que obrigatório para todo fã de Heavy Metal. Afinal, estamos falando da história do maior nome, símbolo, lenda, vocalista, ou chame como você quiser, do estilo em questão. Uma das vozes mais poderosas e talentosas de todos os tempos. E a ESTÉTICA TORTA merece todo o respeito e agradecimentos por nos proporcionar o acesso a esse trabalho primoroso! 

"The world is full of kings and queens
Who blind your eyes then steal your dreams"
(Heaven and Hell, Black Sabbath)

Sergiomar Menezes








sexta-feira, 17 de junho de 2022

ANGRA - REBIRTH 20TH ANNIVERSARY TOUR - PORTO ALEGRE 25/06


 
Sucesso, polêmicas, mudanças de integrantes e, acima de tudo, qualidade musical. Tudo isso faz parte da história do Angra, banda criada em 1991 e que elevou o metal melódico nacional ao alto nível. Foram diversos momentos marcantes na carreira do grupo, sendo um deles o lançamento do quarto álbum: “Rebirth” (2001). Como o nome sugere, o trabalho foi um renascimento para o conjunto após reformular a formação e voltar à ativa com Edu Falaschi assumindo a função de vocalista deixada por Andre Matos, Felipe Andreoli (baixo) na vaga de Luis Mariutti e Aquiles Priester pegando as baquetas antes tocadas por Ricardo Confessori.

É para celebrar este clássico registro que a banda estará em turnê durante os meses de junho e julho. Em Porto Alegre, o show da “Rebirth 20th Anniversary” ocorre em 25 de junho, sábado, às 20h30min, no Opinião (Rua José do Patrocínio, 834). As honras da casa na capital gaúcha ficam sob a responsabilidade da banda convidada Rage In My Eyes e sua mistura de heavy metal e tradicionalismo gaudério. Ingressos podem ser adquiridos em https://bileto.sympla.com.br/event/71703/d/128107.

A gira pelo sul do país inclui ainda Florianópolis (em 24 de junho, no John Bull Pub) e Curitiba (em 26 de junho, no Ópera de Arame).

::::: ANGRA :::::

Local

Opinião (Rua José do Patrocínio, 834)

Classificação etária

Livre

Quando

25 de junho, sábado, às 20h30min

Horários

18h — abertura da casa

18h20min — Mortticia

19h20min — Rage in My Eyes

20h30min — Angra

Ingressos

PISTA

4º lote

Inteira — R$ 180

Solidário — R$ 95*

Meia — R$ 90**


MEZANINO – cadeiras com mesas (por ordem de chegada)

2º lote

Inteira — R$ 220

Solidário — R$ 115*

Meia — R$ 110**


* Solidário — limitados e válidos somente com a entrega de 1kg de alimento não perecível na entrada do show.

** Meia-entrada — para estudantes são válidas somente as seguintes carteiras de identificação estudantil: ANPG, UNE, UBE’s, DCE’s e demais especificadas na LEI FEDERAL Nº 12.933. Não será aceita NENHUMA outra forma de identificação que não as oficializadas na lei.

Pontos de venda

Bilheteria oficial (sem taxa de conveniência - somente em dinheiro)

Loja Planeta Surf Bourbon Wallig (Av. Assis Brasil, 2611 – Loja 249 – Jardim Lindóia, Porto Alegre). Horário funcionamento: das 10h às 22h.

Bilheteria Araújo Vianna (Av. Osvaldo Aranha, 685 – Bairro Bom Fim). Aberta somente em dia de eventos 2 horas antes do início dos shows.

Demais pontos de venda (sujeito à cobrança de taxa de conveniência – somente em dinheiro):

Loja Verse Centro (Rua dos Andradas, Galeria Chaves, 1444 – Loja 06 – Centro Histórico, Porto Alegre).



ANGRA

O conceitual e atemporal álbum "Rebirth", do Angra, que marcou época e traz inúmeras características que fizeram com que o som da banda se tornasse único, completou duas décadas em 2021. Com a efeméride, surgiu a ideia de uma turnê comemorativa aos 20 anos do disco. A gira se realizará no Brasil nos meses de junho e julho. Sobre a empreitada, o guitarrista e fundador da banda, Rafael Bittencourt diz:

"Estou muito feliz em realizar a turnê do “Rebirth” juntamente com o Fabio Lione, Felipe Andreoli, Marcelo Barbosa e Bruno Valverde. Será muito emblemático retornar e reviver uma época em que a banda estava renascendo, pois nesse momento o mundo inteiro está renascendo. Nós estamos no meio de uma pandemia, pois não se sabe ainda quanto tempo as coisas irão demorar para retornar como eram, e muito possivelmente nunca seremos os mesmos. Mas, para mim, também será o resgate de um trabalho que representou muito em minha vida. Trabalho esse que revelou o que eu estava sentindo na época, já que a banda havia se separado, estávamos nos reconstruindo.

Em relação à história do álbum, ele enfatiza: “"Rebirth" é uma civilização reconstruindo o mundo, que é um pouco do que estamos vivendo nesses momentos. E também será importante, pois logo a banda irá se reunir para criar um novo trabalho, e revisitar o "Rebirth" nos trará inspiração para escrever um material belíssimo, não só sobre o drama de renascimento da banda, mas sobre o renascimento de toda a sociedade mundial”, observa Rafael Bittencourt.

Rafael complementa ainda sobre a falta que sente dos palcos em função da pandemia: "Fora a saudade dos palcos, tem a saudade de ver o público. Estou muito ansioso para o começo dessa Nova Era!", conclui o músic, fazendo um trocadilho com o nome de umas das composições do álbum homenageado.

Com relação à turnê e ao que o público poderá esperar dos shows, o Angra garante que fará apresentações vigorosas, enérgicas e cheias de paixão.

“Rebirth” saiu em 2001, marcando o renascimento do Angra, sendo o primeiro álbum a contar com o vocalista Edu Falaschi. O material, conciso e repleto de excelentes composições, mostrou a força da banda: vendeu mais de 100 mil cópias em menos de dois meses, algo inconcebível para uma banda de metal sem nenhum apoio da grande mídia no Brasil, onde o grupo recebeu disco de ouro. “Rebirth” já ultrapassou a marca de um milhão de discos vendidos ao redor do mundo.

RAGE IN MY EYES

Banda brasileira de heavy metal que surgiu em 2002 sob o nome de Scelerata. Ao longo de 19 anos, construiu uma história de respeito no cenário do metal brasileiro e internacional. Com quatro full-length lançados mundialmente e um EP, incluindo o álbum internacionalmente aclamado “The Sniper” — parcialmente gravado na Alemanha no estúdio da lendária banda Blind Guardian e produzido por Charlie Bauerfeind (Blind Guardian, Helloween, Angra) —, que contou com as participações de Paul Di’anno (ex-Iron Maiden) e Andi Deris (Helloween).

O Scelerata foi a banda oficial brasileira de apoio ao vocalista Paul Di’anno (ex-Iron Maiden) de 2009 a 2014, tocando mais de 50 shows com o vocalista e ainda abrindo todas essas apresentações executando repertório autoral. Ainda sob o nome Scelerata, o grupo abriu espetáculos de nomes como Deep Purple, Gamma Ray, Angra, Shaman, Viper, Kamelot, Krisiun e Edguy e tocou no palco com Roy Z (Bruce Dickinson, Rob Halford) e Kiko Loureiro (Megadeth, ex-Angra).

Passando por uma mudança de nome em 2018, o Rage In My Eyes agora apresenta ao mundo um tipo de música único, especialmente por incorporar o acordeon ao metal. Por ser do sul do Brasil, a banda entrega um som que mistura heavy e prog metal com elementos da milonga — gênero musical do Sul do Brasil, Uruguai e Argentina. O guitarrista Magnus Wichmann, neto do lendário músico gaúcho Teixeirinha, e principal compositor, destaca os arranjos da milonga e o acordeon nos temas da RIME: “Já faz um tempo que acrescentamos esses elementos e percebemos que combinavam muito bem com o nosso estilo e com a composição. Queríamos trazer algo especial e único, e tudo aconteceu de uma forma muito autêntica e natural. A melhor parte é que os fãs aprovaram esses experimentos.”

O álbum de estreia, “Ice Cell”, lançado em agosto de 2019, abriu muitas portas e recebeu boas críticas em todo o mundo. O disco foi gravado em Los Angeles (EUA) e na cidade natal da banda, Porto Alegre (Brasil), produzido por Magnus Wichmann no Magneto Studio (Brasil) e Daufembach Studio (EUA). A mixagem e masterização foram realizadas em Los Angeles pelo renomado produtor brasileiro Adair Daufembach (Dirk Verbeuren, Aquiles Priester, Kiko Loureiro, Tony MacAlpine). A mudança do baterista Francis Cassol para Los Angeles contribuiu para o relacionamento mais próximo da banda com o produtor Adair Daufembach. “Gravar nos Estados Unidos com Adair foi uma experiência incrível. Alcançamos resultados impressionantes em termos de som de bateria”. Para divulgar o álbum, foram lançados dois videoclipes oficiais, o primeiro de ‘Death Sleepers’, faixa que explicita as influências da milonga e da cultura gaúcha. Mas a principal conquista foi a histórica abertura para o Iron Maiden durante a “Legacy of The Beast Tour 2019”, em Porto Alegre, para 40 mil pessoas na Arena do Grêmio, que resultou no videoclipe da faixa ‘Hole In The Shell’.

Em 2020, o grupo lançou um single e um lyric vídeo da música ‘I Don’t Want To Say Goodbye’, que é uma homenagem ao grandioso cantor brasileiro Andre Matos, infelizmente falecido em 2019. Ainda em 2020, sem poder se apresentar ao vivo em razão da pandemia, a Rage in My Eyes disponibilizou dois vídeos de “quarentena” ao vivo. Uma para a faixa de abertura de ‘Ice Cell’, ‘Winter Dream’ e outra para a música ‘A Perigo’, versão dos Engenheiros do Hawaii.

Em 2021, saiu o EP “Spiral”, que consiste em cinco faixas e mantém a essência da composição da banda, mas busca levar sua conexão com a milonga um passo adiante.

 MORTTICIA:

A banda porto-alegrense Mortticia, formada originalmente na cidade de Alegrete/RS em 2010, aposta em uma sonoridade voltada ao heavy metal tradicional dos anos 80, com tendências mais modernas e progressivas. Entre as influências do grupo estão Black Sabbath, Iron Maiden, Queensrÿche e Angra.

O quinteto — Lucas Fialho Zawacki (voz), Vicente Telles (guitarra), Lúcio Brenner (guitarra), Guilherme Wiersbicki (baixo) e Anderson Dias (bateria) — compõe canções com estruturas complexas e letras que contam histórias em meio a riffs pesados e melodias marcantes. Dentro dessa esfera voltada ao metal tradicional, o grupo foi destaque no canal “NWOTHM Full Albums”, que é especializado em bandas de N.W.O.T.H.M. (New Wave of Traditional Heavy Metal), estilo ligado ao N.W.O.B.H.M (New Wave of British Heavy Metal). A ideia do gênero é resgatar sonoridade e visual clássicos do heavy metal praticado na década de 1980.

Até o momento, o Mortticia tem quatro registros: a demo “Existence/Resistance” (2017), os single “Ocean of Change” (2019) e “Hear My Words” (2020) e o EP “A Light in the Black”(2021). A capa do material mais recente, que apresenta uma sonoridade mais atual e trabalhada, foi feita pelo ilustrador Vinicius Gut, de Jundiaí (SP), que já trabalhou na produção de materiais gráficos para nomes internacionais (como Goldfinger, Wu-Tang Clan, Mice & Men, Real Friends, State Champs e Blessthefall), bem como de bandas brasileiras (Dead Fish, Hateen e Garage Fuzz).

No momento, a banda segue trabalhando na divulgação de “A Light in the Black” e também já dá os primeiros passos em direção a um novo trabalho, com diversas músicas em processo de composição, mas ainda sem previsão de gravação/lançamento. O grupo também faz parte de um novo movimento no Rio Grande do Sul, a “Nova Onda do Metal Gaúcho”, composta por bandas com cerca de 10 anos de formação e que dão uma nova cara ao metal gaúcho.

TEXTO: ABSTRATTI PRODUTORA












segunda-feira, 13 de junho de 2022

AS THE PALACES BURN - OFFER TO THE GODS ( EP) (2022)

 


AS THE PALACES BURN
OFFER TO THE GODS (EP)
Independente - Nacional

Uma das bandas mais versáteis e talentosas do nosso cenário volta à carga com um novo trabalho. OFFER TO THE GODS, EP disponibilizado pela banda AS THE PALACES BURN, é uma "prévia de luxo" do próximo álbum do grupo, que tem previsão para o final de 2022. Neste EP, a banda nos apresenta versões de clássicos de três das maiores bandas do nosso metal nacional, de forma que o título acaba por se revelar autoexplicativo. 

Alyson Garcia (vocal), Diego Bittencourt (guitarra e vocais) e Gilson Naspolini (bateria) formam a banda que foi fundada em 2018 pelo guitarrista com a intenção de trazer um mix entre o Heavy Metal tradicional, o Thrash Metal, O Metal Progressivo com uma cara mais moderna e atual. E não existe melhor definição para a sonoridade do trio, que sempre nos proporciona trabalhos recheados de técnica, mas que aliada a isso, traz qualidade e brilho em suas composições e arranjos. Mas nesse caso, em específico, temos três versões, bem pessoais, diga-se de passagem, que a banda fez para músicas clássicas de Sepultura, Angra e Dr. Sin. Produzido pela própria banda, o EP contou coma mixagem e masterização feitas pelo renomado Adair Daufembach (Tony McAlpine, Hibria, Angra, entre outros), sendo que a bela arte de capa ficou sob a responsabilidade de Carlos Fides.

O EP abre com "Mass Hypnosis", clássico do Sepultura, presente em Beneath the Remains (1989). Fiel a original, mas com a personalidade e identidade do trio, a faixa mostra aquilo já escrito no primeiro parágrafo dessa resenha: a versatilidade do grupo! Diego senta a mão na guitarra, como o "véio" Sepultura fazia, além de assumir os vocais, mostrando agressividade e merecendo destaque, enquanto Gilson, esmurra seu kit de forma não menos brutal. Em seguida, chega vez do Angra ser homenageado com "Streets of Tomorrow", presente no álbum de estreia do grupo, o seminal Angels Cry (1993). Mais pesada que a original, a versão do trio traz outra grande performance de Alyson, que canta de uma forma diferente, mais "rasgada", incorporando uma dose extra de energia, fugindo daqueles que tentam imitar sem sucesso o saudoso mestre Andre Matos. E pra fechar, "Fire", do Dr. Sin, presente em Brutal (1995), um dos álbuns mais pesados do virtuoso trio brasileiro. Guardando as características da versão original, mais uma vez o AS THE PALACES BURN, consegue imprimir sua personalidade.

Agora nos resta aguardar por DROWNING INTO SHADOWS, próximo trabalho do grupo, que logo mais chegará ao mercado, trazendo novas composições, entre elas a já divulgada "For the Weak", lançada no ano passado e que dá uma mostra do que teremos pela frente. e basta uma simples ouvida na faixa para sabermos que vem coisa muito boa por aí. Aguardemos!

Sergiomar Menezes






sexta-feira, 10 de junho de 2022

ZINNY ZAN - LULLABIES FOR THE MASSES (2022)

 


ZINNY ZAN
LULLABIES FOR THE MASSES (2022)
Wild Kingdom/Sound Pollution Distribution.

Provavelmente se você ver o nome Bosse Bielsen Stagman, não identificará o indivíduo, mas se você curte glam metal/hard Rock, lembrará do nome Zinny Zan. Ele é o vocalista original da banda sueca Shotgun Messiah, que fez relativo sucesso no final dos anos 80/início dos 90. Ele também fez parte da clássica banda sueca Easy Action entre os anos de 1981 e 1985, juntamente ao guitarrista Kee Marcello, que depois integrou o gigante Europe.

Nos últimos anos, Zinny se concentrou em fazer um trabalho mais pop/rock na sua língua natal, com a banda que leva o seu sobrenome de nascimento (Stagman). Porém agora em 2022, Zan retorna ao rock/hard rock de maneira primorosa! “Lullabies for the Masses" é um excelente álbum para quem curte o estilo .

Juntamente aos músicos Stefan Bergström (guitarra) e Hogge Calmroth(baixo) , Zinny criou composições sólidas e fortes, como a faixa de abertura “Heartbreak City” que poderia muito bem estar no álbum “ Shotgun Messiah “ de 1989. Mas engana-se quem pensa que o álbum é apenas uma viagem ao passado de Zinny. O trabalho é recheado de variações dentro do estilo, e nos entrega uma sensacional compilação de músicas, todas elas dentro de uma coesão musical que agradará qualquer ouvinte fã de rock forte e pulsante.

“Bombs Away” e “ Welcome to the Show!" com seus riffs que deixariam Mick Mars orgulhoso, a maliciosa “Nobodys Gets Out Of Here Alive”, a festeira “ Let it Rock” e as baladas acústicas “ Heal the Pain” e “ Goodbye to Yestarday “ fazem de “Lullabies for the Masses” um álbum obrigatório e coloco entre os melhores de 2022 até o momento. Destaque também para o inusitado e brilhante cover do Depeche Mode, “It´s No Good”.

Zinny Zan está de volta e o sueco não voltou para brincar! Se possível, procure o álbum e aproveite a audição , vale muito a pena!

José Henrique Godoy