domingo, 20 de março de 2016
HELLLIGHT - JOURNEY THROUGH ENDLESS STORMS
O Doom Metal é um dos estilos mais intensos e densos dentro do Heavy Metal. Por isso, bandas que o praticam, precisam, além de técnica, ter conhecimento de causa. Afinal, a melancolia, o peso, os climas soturnos e arrastados, e a forte personalidade, não são fáceis de encontrar em muitas bandas do cenário. Mas felizmente, o HellLight traz todas essas características em sua sonoridade. Com quase duas décadas de estrada ( o grupo completa 20 anos agora em 2016), a banda lança JOURNEY THROUGH ENDLESS STORMS, seu quinto full lenght.
Jogando neste caldeirão Doom influências de nomes como Black Sabbath, Therion, Candlemass, Danzig, Green Carnation, Bathory, entre outros, o grupo formado por Fábio de Paula (vocal e guitarra), Alexandre Vida (baixo) e Rafael Sade (teclados e backing vocal) nos entrega neste excelente álbum, um particular "funeral doom metal" (como o próprio rupo se denomina). Melodias arrastadas e cheias de melancolias, peso descomunal na guitarras, e uma grande capacidade técnica. Talento em composições muito bem estruturadas e arranjadas que se alinham a garra com que são executadas. Gravado entre outubro de 2014 e abril de 2015, o álbum foi mixado por Fabio de Paula, enquanto a masterização ficou por conta de Roberto Toledo. E a capa, idealizada por Rodrigo Bueno, ficou muito boa, encaixada perfeitamente na proposta do grupo, materializando a "jornada pelas tempestades sem fim".
O álbum tem início com a introspectiva e arrastada faixa título. Journey Through Endless Storms nos mostra que não é á toa que o grupo tem todo esse tempo de estrada. Uma melodia fúnebre, carregada de melancolia em linhas depressivas. O vocal expressa a angústia e tristeza que a harmonia pede. Dive in the Dark, a segunda faixa, carrega consigo um clima extremamente soturno. Uma bela melodia, ao mesmo tempo sinistra e melancólica, além de linhas de teclado que fazem a "cama" perfeita para o desespero expresso na voz de Fabio de Paula. Na seqüência, Distant Light That Fades, causa uma sensação de forte angústia, devido ao sentimento transmitido pelo grupo nesta sombria canção. Por vezes, pode-se perceber alguma coisa de black metal no som do grupo, o que corrobora ainda mais esse clima denso em sua música. Time, tem uma bela introdução. A guitarra aparece com destaque, com um solo cheio de melodia, mas sem fugir da proposta. Uma faixa pesada, um pouco mais "alegre", onde as linhas de baixo e teclado encontram-se criando um clima bastante intenso.
Cemetherapy, inicia com um riff bem doom, arrastado, e em seguida recebe o acompanhamento certeiro do teclado de Rafael Sade. Uma das faixas de destaque do trabalho. Além, de um nome muito bem pensado, o vocal de Fabio está um pouco mais contido aqui, causando uma sensação de ansiedade no ouvinte. Beyond the Stars começa de forma simples, com um dedilhado que logo recebe a adição de peso arrastado e climas repletos de variações. Shapeless Forms of Emptiness, mantém a atmosfera sorumbática criada pelo grupo. O final dessa jornada, vem com a "curta" End of Pain. traz um encerramento perfeito para todo o clima trazido pela banda durante a execução do cd. Uma faixa introspectiva, soturna e melancólica, que encerra o trabalho de forma correta.
O grupo tem muito talento e tempo de estrada que os credencia entre os grades nomes do cenário doom nacional. Um álbum indicado aos fãs do estilo, pois ão é aquele tipo de música que você chega em casa, abre uma cerveja e se prepara pra ouvir. Aliás, em um primeiro momento, não é um trabalho de fácil compreensão. Mas se você tem a mente aberta e procura uma banda que entende, e muito, o que está fazendo, A HellLight é a banda e JOURNEY THROUGH ENDLESS STOTRMS o álbum a ser ouvido. Excelência no Doom Metal nacional!
Sergiomar Menezes
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