terça-feira, 22 de março de 2016
ROTTEN PIECES - ROT IN PIECES
É muito gratificante ver que bandas praticantes de estilos mais extremos do heavy metal, não se acomodam nos clichês do estilo, imprimindo ao seu som, personalidade, o que por si só, já se torna um importante diferencial. Quando isso vem aliado ao talento e disposição, a banda mostra identidade e com isso, demonstra que quer seu lugar ao sol. E ao escutarmos o EP ROT IN PIECES, do grupo paulista ROTTEN PIECES, encontramos isso em profusão. Praticando um thrash metal brutal com muita influência de death metal (ou ao contrário como o ouvinte quiser definir), a banda, que surgiu em 2013, traz 6 faixas onde a técnica dos músicos transmite toda brutalidade e agressividade que o estilo propõe.
Formada por Leonardo Morales (vocal/baixo), Lucas Bertagia (guitarra) e Davi Menezes (bateria), a banda tem pouco tempo de estrada, mas que ao ouvir o trabalho, não deixa transparecer isso. Uma pegada forte e coesa, um entrosamento que faz com que o som, por mais brutal que seja, não embole em nenhum momento. A produção ficou boa, os instrumentos estão nítidos e bem timbrados, podendo se escutar todos de forma bem clara. E a mixagem, feita por Fábio Golfetti, no Seven Keys Studios em São Paulo, soube deixar a"sujeira" do som na medida certa. E a capa, simples, deixa bem clara a proposta do grupo.
Rot In Pieces, a faixa título, dá início á porradaria. Uma introdução bem típica antecede riffs destruidores que se completam com uma bateria veloz e direta, enquanto o baixo ganha destaque. O vocal de Leo Morales tem uma linha mais voltada ao death, enquanto as guitarras despejam riffs com forte influência do thrash. Hell Soldier possui riffs violentos, enquanto baixo e bateria se encarregam de pesar a mão. Veloz e mais direta, a faixa possui um solo que se encaixa de forma correta, pois mesmo teno certa melodia, não destoa da composição. The Refugee of Suicidals mantém a agressividade em alta, com destaque para o trabalho do baterista Davi Menezes. Uma bela estrutura acompanhada de mais um belo solo proporcionado por Lucas Bertagia. E o baixo de Leo Morales não faz apenas número. Além de cantar, o músico mostra grande desenvoltura em notas que completam a cozinha.
Blood for Freedom traz o vocal um pouco mais gutural, mais próximo daquele death clássico. A guitarra manda ver em riffs e bases insanas, além de caprichar no solo. Pure Words tem uma pegada bem mais thrash, tanto nas guitarras (prestem atenção nos riffs), quando em seu andamento. A faixa também mostra o bom nível técnico dos músicos, que conseguem essa boa variação entre os estilos com versatilidade. O EP fecha com Colony. Uma faixa onde as guitarras ditam o ritmo. Com um andamento mais cadenciado, encerra o trabalho de forma que fica aquela sensação de que ficou faltando alguma coisa... Mais músicas!
O ROTTEN PIECES demonstra, mesmo com pouco tempo de existência, que tem grande potencial (eu diria que já é uma realidade) e que pode se tornar um grande nome no cenário nacional. Uma pegada death/thrash com boa técnica e vontade de vencer. E, pode ter certeza, já começou a ganhar o jogo...
Sergiomar Menezes
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